WASHINGTON - Mais de um ano antes do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, aprovou uma campanha secreta para silenciar os dissidentes, informou neste domingo, 17, o jornal New York Times.
A campanha incluiu vigilância, sequestro, detenção e tortura de sauditas, indica o NYT, que cita fontes americanas que tiveram acesso a relatórios confidenciais de inteligência.
Os funcionários afirmaram que o monarca criou um Grupo de Intervenção Rápida para alcançar o objetivo, segundo o jornal.
Seu navegador não suporta esse video.
O procurador-geral da Arábia Saudita pediu a pena de morte para cinco suspeitos do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi. Ele foi morto e esquartejado dentro da embaixada do reino na Turquia.
Algumas missões clandestinas foram executadas por integrantes da equipe que matou e esquartejou Khashoggi em outubro de 2018 no consulado da Arábia Saudita em Istambul, o que sugere que seu assassinato foi parte de uma campanha mais ampla contra dissidentes, destaca o NYT, que também cita parentes das vítimas sauditas.
O assassinato de Khashoggi, que foi colunista do jornal Washington Post, desencadeou uma onda de protestos pelo mundo, incluindo uma declaração do Senado dos Estados Unidos que pedia ao presidente Donald Trump que identificasse e punisse os responsáveis.
Seu navegador não suporta esse video.
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan pediu nesta terça-feira que todos os que desempenharam um papel no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi sejam punidos e que os 18 suspeitos sauditas detidos em seu país sejam julgados em Istambul.
Os legisladores, que receberam relatórios dos diretores das agências de inteligência americanas, afirmaram estar convencidos de que o príncipe Bin Salman seria o responsável pelo assassinato de Khashoggi. / AFP