Protestos contra mortes atraem milhares nos EUA


Números apontam que violência policial afeta menos americanos brancos e mostram as distorções do sistema criminal do país

Por CLÁUDIA TREVISAN, CORRESPONDENTE e WASHINGTON

Milhares de pessoas participaram ontem de marchas contra a violência policial em Washington, Nova York, Boston e Chicago aos gritos de "eu não consigo respirar", "sem justiça, sem paz", "mãos ao alto, não atire" e "vidas negras têm importância". A manifestação na capital americana teve a participação de parentes de Michael Brown, Eric Garner e Tamir Rice, todos mortos em encontros com a polícia desde agosto.

A manifestação em Washington começou nas proximidades da Casa Branca e terminou com uma concentração a poucas quadras do Congresso. "Esse é um momento em que estamos vendo a história sendo feita", disse a mãe de Eric Garner, Gwen Carr, a uma multidão de negros, brancos e asiáticos. Muitos carregavam cartazes pedindo o fim da violência e da discriminação contra negros.

"Estou aqui porque quero fazer a minha pequena parte. Quero mudança para que quando eu tiver filhos eles possam andar pelas ruas em segurança", disse Jason Ala, que é negro.

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Branco, Alan Moore carregava um estandarte com cartazes críticos da situação política e social dos EUA. "Direitos civis para os 99%", dizia um deles. "Estou aqui para lutar contra a desigualdade", afirmou. Crystal White foi à marcha com um grupo de amigos que refletia a diversidade dos participantes: ela é negra e estava com asiáticos e brancos. "A vida dos negros é diminuída. Nós não nos sentimos seguros", disse Crystal.

Os policiais envolvidos nas mortes de Brown e Garner se livraram de ser processados criminalmente pelas mortes por decisões de grandes júris que analisaram os casos. Rice tinha 12 anos e foi morto a tiros quando carregava uma arma de brinquedo num parque de Cleveland. Ainda não houve decisão sobre o início da ação criminal contra o policial que atirou.

Desigualdade.

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A morte de negros desarmados pela polícia, como Brown e Garner, é apenas um dos sintomas do desequilíbrio racial no sistema criminal dos EUA, no qual afro-americanos são representados de maneira desproporcional: 1 em cada 3 homens negros tem chance de ser preso em algum momento da vida. Entre os brancos, a probabilidade é de 1 em 17, segundo estudo da entidade The Sentencing Project.

Os homens negros foram os mais afetados pela explosão da população carcerária nos EUA nas últimas quatro décadas, quando o número de presos aumentou 500%. O país é líder mundial em encarceramento, com 25% dos presos do planeta, apesar de ter apenas 5% de seus habitantes.

Os negros representam 13% da população americana, mas respondem pela maior parcela dos que estão presos, com 36,5% do total. Em cada grupo de 100 mil negros, 2.841 estão atrás das grades, mostra análise do Sentencing Project, que defende mudanças no sistema criminal e o fim do encarceramento em massa. Entre os brancos, a proporção é de 463 em cada 100 mil.

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Os que são presos entram em um círculo vicioso de exclusão, que se estende depois da libertação. Condenados por crimes relacionados a drogas perdem de maneira vitalícia o direito de pedirem crédito oficial para financiar estudos, por exemplo.

Ex-presidiários perdem o direito de votar para o resto da vida em quatro Estados americanos. Além disso, ex-presidiários carregam um estigma que reduz suas chances de reinserção social. Estudo publicado neste mês pelo Center for American Progress observa que 60% dos ex-detentos continuam desempregados um ano depois de saírem da prisão.

No livro The New Jim Crow, a advogada de direitos civis Michelle Alexander afirma que o sistema criminal substituiu as regras de segregação racial como uma forma institucionalizada de discriminação. Segundo ela, um criminoso hoje não tem mais direitos do que um negro que vivia no Estado do Alabama no auge da segregação racial imposta no período de 1876 a 1985.

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Martín Antonio Sabelli, da Associação de Advogados Criminalistas, observa que a influência da questão racial se manifesta desde a interação da polícia com suspeitos até a sentença condenatória. "O importante é quem é investigado, quem é processado e quem consegue responder ao processo em liberdade." Em todos os casos, as perspectivas dos afro-americanos são piores que as dos brancos.

Em sua opinião, a mudança desse cenário exige o treinamento de policiais para o fim de preconceitos muitas vezes inconscientes. "A discriminação é um hábito que tem de ser substituído, mas que demanda muito trabalho e treinamento sério."

Milhares de pessoas participaram ontem de marchas contra a violência policial em Washington, Nova York, Boston e Chicago aos gritos de "eu não consigo respirar", "sem justiça, sem paz", "mãos ao alto, não atire" e "vidas negras têm importância". A manifestação na capital americana teve a participação de parentes de Michael Brown, Eric Garner e Tamir Rice, todos mortos em encontros com a polícia desde agosto.

A manifestação em Washington começou nas proximidades da Casa Branca e terminou com uma concentração a poucas quadras do Congresso. "Esse é um momento em que estamos vendo a história sendo feita", disse a mãe de Eric Garner, Gwen Carr, a uma multidão de negros, brancos e asiáticos. Muitos carregavam cartazes pedindo o fim da violência e da discriminação contra negros.

"Estou aqui porque quero fazer a minha pequena parte. Quero mudança para que quando eu tiver filhos eles possam andar pelas ruas em segurança", disse Jason Ala, que é negro.

Branco, Alan Moore carregava um estandarte com cartazes críticos da situação política e social dos EUA. "Direitos civis para os 99%", dizia um deles. "Estou aqui para lutar contra a desigualdade", afirmou. Crystal White foi à marcha com um grupo de amigos que refletia a diversidade dos participantes: ela é negra e estava com asiáticos e brancos. "A vida dos negros é diminuída. Nós não nos sentimos seguros", disse Crystal.

Os policiais envolvidos nas mortes de Brown e Garner se livraram de ser processados criminalmente pelas mortes por decisões de grandes júris que analisaram os casos. Rice tinha 12 anos e foi morto a tiros quando carregava uma arma de brinquedo num parque de Cleveland. Ainda não houve decisão sobre o início da ação criminal contra o policial que atirou.

Desigualdade.

A morte de negros desarmados pela polícia, como Brown e Garner, é apenas um dos sintomas do desequilíbrio racial no sistema criminal dos EUA, no qual afro-americanos são representados de maneira desproporcional: 1 em cada 3 homens negros tem chance de ser preso em algum momento da vida. Entre os brancos, a probabilidade é de 1 em 17, segundo estudo da entidade The Sentencing Project.

Os homens negros foram os mais afetados pela explosão da população carcerária nos EUA nas últimas quatro décadas, quando o número de presos aumentou 500%. O país é líder mundial em encarceramento, com 25% dos presos do planeta, apesar de ter apenas 5% de seus habitantes.

Os negros representam 13% da população americana, mas respondem pela maior parcela dos que estão presos, com 36,5% do total. Em cada grupo de 100 mil negros, 2.841 estão atrás das grades, mostra análise do Sentencing Project, que defende mudanças no sistema criminal e o fim do encarceramento em massa. Entre os brancos, a proporção é de 463 em cada 100 mil.

Os que são presos entram em um círculo vicioso de exclusão, que se estende depois da libertação. Condenados por crimes relacionados a drogas perdem de maneira vitalícia o direito de pedirem crédito oficial para financiar estudos, por exemplo.

Ex-presidiários perdem o direito de votar para o resto da vida em quatro Estados americanos. Além disso, ex-presidiários carregam um estigma que reduz suas chances de reinserção social. Estudo publicado neste mês pelo Center for American Progress observa que 60% dos ex-detentos continuam desempregados um ano depois de saírem da prisão.

No livro The New Jim Crow, a advogada de direitos civis Michelle Alexander afirma que o sistema criminal substituiu as regras de segregação racial como uma forma institucionalizada de discriminação. Segundo ela, um criminoso hoje não tem mais direitos do que um negro que vivia no Estado do Alabama no auge da segregação racial imposta no período de 1876 a 1985.

Martín Antonio Sabelli, da Associação de Advogados Criminalistas, observa que a influência da questão racial se manifesta desde a interação da polícia com suspeitos até a sentença condenatória. "O importante é quem é investigado, quem é processado e quem consegue responder ao processo em liberdade." Em todos os casos, as perspectivas dos afro-americanos são piores que as dos brancos.

Em sua opinião, a mudança desse cenário exige o treinamento de policiais para o fim de preconceitos muitas vezes inconscientes. "A discriminação é um hábito que tem de ser substituído, mas que demanda muito trabalho e treinamento sério."

Milhares de pessoas participaram ontem de marchas contra a violência policial em Washington, Nova York, Boston e Chicago aos gritos de "eu não consigo respirar", "sem justiça, sem paz", "mãos ao alto, não atire" e "vidas negras têm importância". A manifestação na capital americana teve a participação de parentes de Michael Brown, Eric Garner e Tamir Rice, todos mortos em encontros com a polícia desde agosto.

A manifestação em Washington começou nas proximidades da Casa Branca e terminou com uma concentração a poucas quadras do Congresso. "Esse é um momento em que estamos vendo a história sendo feita", disse a mãe de Eric Garner, Gwen Carr, a uma multidão de negros, brancos e asiáticos. Muitos carregavam cartazes pedindo o fim da violência e da discriminação contra negros.

"Estou aqui porque quero fazer a minha pequena parte. Quero mudança para que quando eu tiver filhos eles possam andar pelas ruas em segurança", disse Jason Ala, que é negro.

Branco, Alan Moore carregava um estandarte com cartazes críticos da situação política e social dos EUA. "Direitos civis para os 99%", dizia um deles. "Estou aqui para lutar contra a desigualdade", afirmou. Crystal White foi à marcha com um grupo de amigos que refletia a diversidade dos participantes: ela é negra e estava com asiáticos e brancos. "A vida dos negros é diminuída. Nós não nos sentimos seguros", disse Crystal.

Os policiais envolvidos nas mortes de Brown e Garner se livraram de ser processados criminalmente pelas mortes por decisões de grandes júris que analisaram os casos. Rice tinha 12 anos e foi morto a tiros quando carregava uma arma de brinquedo num parque de Cleveland. Ainda não houve decisão sobre o início da ação criminal contra o policial que atirou.

Desigualdade.

A morte de negros desarmados pela polícia, como Brown e Garner, é apenas um dos sintomas do desequilíbrio racial no sistema criminal dos EUA, no qual afro-americanos são representados de maneira desproporcional: 1 em cada 3 homens negros tem chance de ser preso em algum momento da vida. Entre os brancos, a probabilidade é de 1 em 17, segundo estudo da entidade The Sentencing Project.

Os homens negros foram os mais afetados pela explosão da população carcerária nos EUA nas últimas quatro décadas, quando o número de presos aumentou 500%. O país é líder mundial em encarceramento, com 25% dos presos do planeta, apesar de ter apenas 5% de seus habitantes.

Os negros representam 13% da população americana, mas respondem pela maior parcela dos que estão presos, com 36,5% do total. Em cada grupo de 100 mil negros, 2.841 estão atrás das grades, mostra análise do Sentencing Project, que defende mudanças no sistema criminal e o fim do encarceramento em massa. Entre os brancos, a proporção é de 463 em cada 100 mil.

Os que são presos entram em um círculo vicioso de exclusão, que se estende depois da libertação. Condenados por crimes relacionados a drogas perdem de maneira vitalícia o direito de pedirem crédito oficial para financiar estudos, por exemplo.

Ex-presidiários perdem o direito de votar para o resto da vida em quatro Estados americanos. Além disso, ex-presidiários carregam um estigma que reduz suas chances de reinserção social. Estudo publicado neste mês pelo Center for American Progress observa que 60% dos ex-detentos continuam desempregados um ano depois de saírem da prisão.

No livro The New Jim Crow, a advogada de direitos civis Michelle Alexander afirma que o sistema criminal substituiu as regras de segregação racial como uma forma institucionalizada de discriminação. Segundo ela, um criminoso hoje não tem mais direitos do que um negro que vivia no Estado do Alabama no auge da segregação racial imposta no período de 1876 a 1985.

Martín Antonio Sabelli, da Associação de Advogados Criminalistas, observa que a influência da questão racial se manifesta desde a interação da polícia com suspeitos até a sentença condenatória. "O importante é quem é investigado, quem é processado e quem consegue responder ao processo em liberdade." Em todos os casos, as perspectivas dos afro-americanos são piores que as dos brancos.

Em sua opinião, a mudança desse cenário exige o treinamento de policiais para o fim de preconceitos muitas vezes inconscientes. "A discriminação é um hábito que tem de ser substituído, mas que demanda muito trabalho e treinamento sério."

Milhares de pessoas participaram ontem de marchas contra a violência policial em Washington, Nova York, Boston e Chicago aos gritos de "eu não consigo respirar", "sem justiça, sem paz", "mãos ao alto, não atire" e "vidas negras têm importância". A manifestação na capital americana teve a participação de parentes de Michael Brown, Eric Garner e Tamir Rice, todos mortos em encontros com a polícia desde agosto.

A manifestação em Washington começou nas proximidades da Casa Branca e terminou com uma concentração a poucas quadras do Congresso. "Esse é um momento em que estamos vendo a história sendo feita", disse a mãe de Eric Garner, Gwen Carr, a uma multidão de negros, brancos e asiáticos. Muitos carregavam cartazes pedindo o fim da violência e da discriminação contra negros.

"Estou aqui porque quero fazer a minha pequena parte. Quero mudança para que quando eu tiver filhos eles possam andar pelas ruas em segurança", disse Jason Ala, que é negro.

Branco, Alan Moore carregava um estandarte com cartazes críticos da situação política e social dos EUA. "Direitos civis para os 99%", dizia um deles. "Estou aqui para lutar contra a desigualdade", afirmou. Crystal White foi à marcha com um grupo de amigos que refletia a diversidade dos participantes: ela é negra e estava com asiáticos e brancos. "A vida dos negros é diminuída. Nós não nos sentimos seguros", disse Crystal.

Os policiais envolvidos nas mortes de Brown e Garner se livraram de ser processados criminalmente pelas mortes por decisões de grandes júris que analisaram os casos. Rice tinha 12 anos e foi morto a tiros quando carregava uma arma de brinquedo num parque de Cleveland. Ainda não houve decisão sobre o início da ação criminal contra o policial que atirou.

Desigualdade.

A morte de negros desarmados pela polícia, como Brown e Garner, é apenas um dos sintomas do desequilíbrio racial no sistema criminal dos EUA, no qual afro-americanos são representados de maneira desproporcional: 1 em cada 3 homens negros tem chance de ser preso em algum momento da vida. Entre os brancos, a probabilidade é de 1 em 17, segundo estudo da entidade The Sentencing Project.

Os homens negros foram os mais afetados pela explosão da população carcerária nos EUA nas últimas quatro décadas, quando o número de presos aumentou 500%. O país é líder mundial em encarceramento, com 25% dos presos do planeta, apesar de ter apenas 5% de seus habitantes.

Os negros representam 13% da população americana, mas respondem pela maior parcela dos que estão presos, com 36,5% do total. Em cada grupo de 100 mil negros, 2.841 estão atrás das grades, mostra análise do Sentencing Project, que defende mudanças no sistema criminal e o fim do encarceramento em massa. Entre os brancos, a proporção é de 463 em cada 100 mil.

Os que são presos entram em um círculo vicioso de exclusão, que se estende depois da libertação. Condenados por crimes relacionados a drogas perdem de maneira vitalícia o direito de pedirem crédito oficial para financiar estudos, por exemplo.

Ex-presidiários perdem o direito de votar para o resto da vida em quatro Estados americanos. Além disso, ex-presidiários carregam um estigma que reduz suas chances de reinserção social. Estudo publicado neste mês pelo Center for American Progress observa que 60% dos ex-detentos continuam desempregados um ano depois de saírem da prisão.

No livro The New Jim Crow, a advogada de direitos civis Michelle Alexander afirma que o sistema criminal substituiu as regras de segregação racial como uma forma institucionalizada de discriminação. Segundo ela, um criminoso hoje não tem mais direitos do que um negro que vivia no Estado do Alabama no auge da segregação racial imposta no período de 1876 a 1985.

Martín Antonio Sabelli, da Associação de Advogados Criminalistas, observa que a influência da questão racial se manifesta desde a interação da polícia com suspeitos até a sentença condenatória. "O importante é quem é investigado, quem é processado e quem consegue responder ao processo em liberdade." Em todos os casos, as perspectivas dos afro-americanos são piores que as dos brancos.

Em sua opinião, a mudança desse cenário exige o treinamento de policiais para o fim de preconceitos muitas vezes inconscientes. "A discriminação é um hábito que tem de ser substituído, mas que demanda muito trabalho e treinamento sério."

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