Quem é o jornalista russo que escapou da morte na Ucrânia


Arkadi Babchenko simulou a própria morte com ajuda das forças de segurança ucranianas para revelar um complô russo para assassiná-lo

Atualização:

Parecia uma história saída das páginas de um livro de John Le Carré. Arkadi Babchenko, jornalista russo de 41 anos morto a tiros na Ucrânia por espiões russos, na terça-feira, 29, apareceu em uma entrevista coletiva na quarta-feira, 30, menos de 24 horas depois de as autoridades anunciarem seu assassinato. 

Jornalista russo Arkady Babchenko fala durante coletiva de imprensa realizada pelo serviço de segurança ucraniano, em Kiev. Foto: REUTERS/Valentyn Ogirenko

Os serviços de segurança ucranianos admitiram ter simulado sua morte para desmontar um complô russo para acabar com a vida dele. “Gostaria de pedir perdão por tudo o que sofreram”, declarou o jornalista diante da imprensa, pedindo desculpas a parentes e amigos.

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Ao deixar a Rússia em fevereiro de 2017, Babchenko, de 41 anos, denunciou uma "campanha espantosa de assédio" após uma publicação sua nas redes sociais sobre a queda de um avião militar russo que se dirigia à Síria no fim de 2016.

Primeiro esteve na República Tcheca, depois em Israel e, finalmente, se instalou em Kiev, assim como outros críticos do presidente Vladimir Putin. O jornalista diz ter recebido "milhares" de ameaças.

+ Para Lembrar: um histórico da violência contra jornalistas na Rússia

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"Totalmente direto, totalmente honesto. Um verdadeiro artista, um escritor para quem era mais importante se posicionar do que descrever completamente o que acontecia", recordava um editorial do jornal de oposição russo Novaia Gazeta quando todos achavam que havia morrido.

"Era o talento que o empurrava para frente. O talento lhe ditava os textos que publicava. Algo que os bastardos que o esperaram no vão de sua escada não entenderam", acrescentou o jornal com o qual Babchenko colaborou. 

Na Rússia, Babchenko ficou conhecido primeiro por seus duros relatos das duas violentas guerras da Chechênia, das quais participou como soldado aos 18 anos na primeira, e como voluntário na segunda.

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Em um livro publicado na França com o título "La couleur de la guerre", conta sua experiência nos conflitos: a violência, as atrocidades, o alcoolismo, a fome e a corrupção.

+ Opositor de Putin, diretor preso na Rússia é impedido de participar do Festival de Cannes

Após sair do Exército e com um título de Direito Internacional nas mãos, começou a trabalhar como correspondente de guerra para meios de comunicação russos, entre eles o jornal Novaia Gazeta, para o qual cobriu o breve conflito com a Geórgia em 2008.

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Também cobriu, em artigos destacados na Ucrânia, o levante pró-europeu do Maidan em Kiev durante o inverno de 2014, e depois o conflito com os separatistas pró-russos no leste do país, no qual denunciou o papel da Rússia e apoiando a tese de Kiev de que esta sustenta militarmente os rebeldes, o que Moscou sempre negou.

+ Polícia russa prende líder de oposição e mais de mil ativistas em protesto contra Putin

Oposto à política do Kremlin, frequentemente criticava a intervenção a partir de 2015 do Exército russo na Síria e publicou um texto no Facebook sobre um avião russo que caiu no Mar Negro com 92 pessoas a bordo, a maioria membros do famoso Coro do Exército Vermelho.

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Este comentário, no qual mencionou os bombardeios russos em Aleppo (norte da Síria), qualificando seu país de "agressor", lhe valeu muitas ameaças e um pedido para que perdesse sua nacionalidade e fosse expulso da Rússia.

"Para alguns, expressar isso no Facebook era falta de patriotismo. E tudo começou", explicou então Babchenko em uma coluna do jornal britânico The Guardian.

+ Com anexação da Crimeia, Rússia planeja restaurar sua influência geopolítica

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Afirmando em várias ocasiões temer por sua vida, em 2017 deixou a Rússia com a família. "Se alguém jura que vai te matar, acredite nele", escreveu no Facebook.

"Arkadi conheceu a guerra e, apesar de ter participado dela, era um opositor furibundo. E aqui, talvez, a razão de sua partida da Rússia: um ódio feroz à guerra e a quem a organiza", considerou a redação do Novaia Gazeta.

Na Ucrânia, Babchenko apresentava há um ano um programa da televisão privada ATR, porta-voz da comunidade tártara da Crimeia, fechada no ano passado pelas autoridades na península anexada por Moscou em 2014.

Na terça-feira, dia de sua falsa morte, comentava no Facebook um episódio ocorrido há exatamente quatro anos: um general ucraniano impediu que embarcasse em um helicóptero no começo da guerra contra os separatistas do leste. O helicóptero foi derrubado e houve 14 mortes. "Fui sortudo", escreveu.

Parecia uma história saída das páginas de um livro de John Le Carré. Arkadi Babchenko, jornalista russo de 41 anos morto a tiros na Ucrânia por espiões russos, na terça-feira, 29, apareceu em uma entrevista coletiva na quarta-feira, 30, menos de 24 horas depois de as autoridades anunciarem seu assassinato. 

Jornalista russo Arkady Babchenko fala durante coletiva de imprensa realizada pelo serviço de segurança ucraniano, em Kiev. Foto: REUTERS/Valentyn Ogirenko

Os serviços de segurança ucranianos admitiram ter simulado sua morte para desmontar um complô russo para acabar com a vida dele. “Gostaria de pedir perdão por tudo o que sofreram”, declarou o jornalista diante da imprensa, pedindo desculpas a parentes e amigos.

Ao deixar a Rússia em fevereiro de 2017, Babchenko, de 41 anos, denunciou uma "campanha espantosa de assédio" após uma publicação sua nas redes sociais sobre a queda de um avião militar russo que se dirigia à Síria no fim de 2016.

Primeiro esteve na República Tcheca, depois em Israel e, finalmente, se instalou em Kiev, assim como outros críticos do presidente Vladimir Putin. O jornalista diz ter recebido "milhares" de ameaças.

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"Totalmente direto, totalmente honesto. Um verdadeiro artista, um escritor para quem era mais importante se posicionar do que descrever completamente o que acontecia", recordava um editorial do jornal de oposição russo Novaia Gazeta quando todos achavam que havia morrido.

"Era o talento que o empurrava para frente. O talento lhe ditava os textos que publicava. Algo que os bastardos que o esperaram no vão de sua escada não entenderam", acrescentou o jornal com o qual Babchenko colaborou. 

Na Rússia, Babchenko ficou conhecido primeiro por seus duros relatos das duas violentas guerras da Chechênia, das quais participou como soldado aos 18 anos na primeira, e como voluntário na segunda.

Em um livro publicado na França com o título "La couleur de la guerre", conta sua experiência nos conflitos: a violência, as atrocidades, o alcoolismo, a fome e a corrupção.

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Após sair do Exército e com um título de Direito Internacional nas mãos, começou a trabalhar como correspondente de guerra para meios de comunicação russos, entre eles o jornal Novaia Gazeta, para o qual cobriu o breve conflito com a Geórgia em 2008.

Também cobriu, em artigos destacados na Ucrânia, o levante pró-europeu do Maidan em Kiev durante o inverno de 2014, e depois o conflito com os separatistas pró-russos no leste do país, no qual denunciou o papel da Rússia e apoiando a tese de Kiev de que esta sustenta militarmente os rebeldes, o que Moscou sempre negou.

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Oposto à política do Kremlin, frequentemente criticava a intervenção a partir de 2015 do Exército russo na Síria e publicou um texto no Facebook sobre um avião russo que caiu no Mar Negro com 92 pessoas a bordo, a maioria membros do famoso Coro do Exército Vermelho.

Este comentário, no qual mencionou os bombardeios russos em Aleppo (norte da Síria), qualificando seu país de "agressor", lhe valeu muitas ameaças e um pedido para que perdesse sua nacionalidade e fosse expulso da Rússia.

"Para alguns, expressar isso no Facebook era falta de patriotismo. E tudo começou", explicou então Babchenko em uma coluna do jornal britânico The Guardian.

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Afirmando em várias ocasiões temer por sua vida, em 2017 deixou a Rússia com a família. "Se alguém jura que vai te matar, acredite nele", escreveu no Facebook.

"Arkadi conheceu a guerra e, apesar de ter participado dela, era um opositor furibundo. E aqui, talvez, a razão de sua partida da Rússia: um ódio feroz à guerra e a quem a organiza", considerou a redação do Novaia Gazeta.

Na Ucrânia, Babchenko apresentava há um ano um programa da televisão privada ATR, porta-voz da comunidade tártara da Crimeia, fechada no ano passado pelas autoridades na península anexada por Moscou em 2014.

Na terça-feira, dia de sua falsa morte, comentava no Facebook um episódio ocorrido há exatamente quatro anos: um general ucraniano impediu que embarcasse em um helicóptero no começo da guerra contra os separatistas do leste. O helicóptero foi derrubado e houve 14 mortes. "Fui sortudo", escreveu.

Parecia uma história saída das páginas de um livro de John Le Carré. Arkadi Babchenko, jornalista russo de 41 anos morto a tiros na Ucrânia por espiões russos, na terça-feira, 29, apareceu em uma entrevista coletiva na quarta-feira, 30, menos de 24 horas depois de as autoridades anunciarem seu assassinato. 

Jornalista russo Arkady Babchenko fala durante coletiva de imprensa realizada pelo serviço de segurança ucraniano, em Kiev. Foto: REUTERS/Valentyn Ogirenko

Os serviços de segurança ucranianos admitiram ter simulado sua morte para desmontar um complô russo para acabar com a vida dele. “Gostaria de pedir perdão por tudo o que sofreram”, declarou o jornalista diante da imprensa, pedindo desculpas a parentes e amigos.

Ao deixar a Rússia em fevereiro de 2017, Babchenko, de 41 anos, denunciou uma "campanha espantosa de assédio" após uma publicação sua nas redes sociais sobre a queda de um avião militar russo que se dirigia à Síria no fim de 2016.

Primeiro esteve na República Tcheca, depois em Israel e, finalmente, se instalou em Kiev, assim como outros críticos do presidente Vladimir Putin. O jornalista diz ter recebido "milhares" de ameaças.

+ Para Lembrar: um histórico da violência contra jornalistas na Rússia

"Totalmente direto, totalmente honesto. Um verdadeiro artista, um escritor para quem era mais importante se posicionar do que descrever completamente o que acontecia", recordava um editorial do jornal de oposição russo Novaia Gazeta quando todos achavam que havia morrido.

"Era o talento que o empurrava para frente. O talento lhe ditava os textos que publicava. Algo que os bastardos que o esperaram no vão de sua escada não entenderam", acrescentou o jornal com o qual Babchenko colaborou. 

Na Rússia, Babchenko ficou conhecido primeiro por seus duros relatos das duas violentas guerras da Chechênia, das quais participou como soldado aos 18 anos na primeira, e como voluntário na segunda.

Em um livro publicado na França com o título "La couleur de la guerre", conta sua experiência nos conflitos: a violência, as atrocidades, o alcoolismo, a fome e a corrupção.

+ Opositor de Putin, diretor preso na Rússia é impedido de participar do Festival de Cannes

Após sair do Exército e com um título de Direito Internacional nas mãos, começou a trabalhar como correspondente de guerra para meios de comunicação russos, entre eles o jornal Novaia Gazeta, para o qual cobriu o breve conflito com a Geórgia em 2008.

Também cobriu, em artigos destacados na Ucrânia, o levante pró-europeu do Maidan em Kiev durante o inverno de 2014, e depois o conflito com os separatistas pró-russos no leste do país, no qual denunciou o papel da Rússia e apoiando a tese de Kiev de que esta sustenta militarmente os rebeldes, o que Moscou sempre negou.

+ Polícia russa prende líder de oposição e mais de mil ativistas em protesto contra Putin

Oposto à política do Kremlin, frequentemente criticava a intervenção a partir de 2015 do Exército russo na Síria e publicou um texto no Facebook sobre um avião russo que caiu no Mar Negro com 92 pessoas a bordo, a maioria membros do famoso Coro do Exército Vermelho.

Este comentário, no qual mencionou os bombardeios russos em Aleppo (norte da Síria), qualificando seu país de "agressor", lhe valeu muitas ameaças e um pedido para que perdesse sua nacionalidade e fosse expulso da Rússia.

"Para alguns, expressar isso no Facebook era falta de patriotismo. E tudo começou", explicou então Babchenko em uma coluna do jornal britânico The Guardian.

+ Com anexação da Crimeia, Rússia planeja restaurar sua influência geopolítica

Afirmando em várias ocasiões temer por sua vida, em 2017 deixou a Rússia com a família. "Se alguém jura que vai te matar, acredite nele", escreveu no Facebook.

"Arkadi conheceu a guerra e, apesar de ter participado dela, era um opositor furibundo. E aqui, talvez, a razão de sua partida da Rússia: um ódio feroz à guerra e a quem a organiza", considerou a redação do Novaia Gazeta.

Na Ucrânia, Babchenko apresentava há um ano um programa da televisão privada ATR, porta-voz da comunidade tártara da Crimeia, fechada no ano passado pelas autoridades na península anexada por Moscou em 2014.

Na terça-feira, dia de sua falsa morte, comentava no Facebook um episódio ocorrido há exatamente quatro anos: um general ucraniano impediu que embarcasse em um helicóptero no começo da guerra contra os separatistas do leste. O helicóptero foi derrubado e houve 14 mortes. "Fui sortudo", escreveu.

Parecia uma história saída das páginas de um livro de John Le Carré. Arkadi Babchenko, jornalista russo de 41 anos morto a tiros na Ucrânia por espiões russos, na terça-feira, 29, apareceu em uma entrevista coletiva na quarta-feira, 30, menos de 24 horas depois de as autoridades anunciarem seu assassinato. 

Jornalista russo Arkady Babchenko fala durante coletiva de imprensa realizada pelo serviço de segurança ucraniano, em Kiev. Foto: REUTERS/Valentyn Ogirenko

Os serviços de segurança ucranianos admitiram ter simulado sua morte para desmontar um complô russo para acabar com a vida dele. “Gostaria de pedir perdão por tudo o que sofreram”, declarou o jornalista diante da imprensa, pedindo desculpas a parentes e amigos.

Ao deixar a Rússia em fevereiro de 2017, Babchenko, de 41 anos, denunciou uma "campanha espantosa de assédio" após uma publicação sua nas redes sociais sobre a queda de um avião militar russo que se dirigia à Síria no fim de 2016.

Primeiro esteve na República Tcheca, depois em Israel e, finalmente, se instalou em Kiev, assim como outros críticos do presidente Vladimir Putin. O jornalista diz ter recebido "milhares" de ameaças.

+ Para Lembrar: um histórico da violência contra jornalistas na Rússia

"Totalmente direto, totalmente honesto. Um verdadeiro artista, um escritor para quem era mais importante se posicionar do que descrever completamente o que acontecia", recordava um editorial do jornal de oposição russo Novaia Gazeta quando todos achavam que havia morrido.

"Era o talento que o empurrava para frente. O talento lhe ditava os textos que publicava. Algo que os bastardos que o esperaram no vão de sua escada não entenderam", acrescentou o jornal com o qual Babchenko colaborou. 

Na Rússia, Babchenko ficou conhecido primeiro por seus duros relatos das duas violentas guerras da Chechênia, das quais participou como soldado aos 18 anos na primeira, e como voluntário na segunda.

Em um livro publicado na França com o título "La couleur de la guerre", conta sua experiência nos conflitos: a violência, as atrocidades, o alcoolismo, a fome e a corrupção.

+ Opositor de Putin, diretor preso na Rússia é impedido de participar do Festival de Cannes

Após sair do Exército e com um título de Direito Internacional nas mãos, começou a trabalhar como correspondente de guerra para meios de comunicação russos, entre eles o jornal Novaia Gazeta, para o qual cobriu o breve conflito com a Geórgia em 2008.

Também cobriu, em artigos destacados na Ucrânia, o levante pró-europeu do Maidan em Kiev durante o inverno de 2014, e depois o conflito com os separatistas pró-russos no leste do país, no qual denunciou o papel da Rússia e apoiando a tese de Kiev de que esta sustenta militarmente os rebeldes, o que Moscou sempre negou.

+ Polícia russa prende líder de oposição e mais de mil ativistas em protesto contra Putin

Oposto à política do Kremlin, frequentemente criticava a intervenção a partir de 2015 do Exército russo na Síria e publicou um texto no Facebook sobre um avião russo que caiu no Mar Negro com 92 pessoas a bordo, a maioria membros do famoso Coro do Exército Vermelho.

Este comentário, no qual mencionou os bombardeios russos em Aleppo (norte da Síria), qualificando seu país de "agressor", lhe valeu muitas ameaças e um pedido para que perdesse sua nacionalidade e fosse expulso da Rússia.

"Para alguns, expressar isso no Facebook era falta de patriotismo. E tudo começou", explicou então Babchenko em uma coluna do jornal britânico The Guardian.

+ Com anexação da Crimeia, Rússia planeja restaurar sua influência geopolítica

Afirmando em várias ocasiões temer por sua vida, em 2017 deixou a Rússia com a família. "Se alguém jura que vai te matar, acredite nele", escreveu no Facebook.

"Arkadi conheceu a guerra e, apesar de ter participado dela, era um opositor furibundo. E aqui, talvez, a razão de sua partida da Rússia: um ódio feroz à guerra e a quem a organiza", considerou a redação do Novaia Gazeta.

Na Ucrânia, Babchenko apresentava há um ano um programa da televisão privada ATR, porta-voz da comunidade tártara da Crimeia, fechada no ano passado pelas autoridades na península anexada por Moscou em 2014.

Na terça-feira, dia de sua falsa morte, comentava no Facebook um episódio ocorrido há exatamente quatro anos: um general ucraniano impediu que embarcasse em um helicóptero no começo da guerra contra os separatistas do leste. O helicóptero foi derrubado e houve 14 mortes. "Fui sortudo", escreveu.

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