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Retrospectiva: Peru deixa fujimorismo e aposta em político atípico


Presidente Pedro Pablo Kuczynski conseguiu se sair vitorioso nas eleições deste ano graças a uma rara aliança entre esquerda e direita do país, que visava combater o populismo de sua ex-rival Keiko Fujimori

Por Redação Internacional

LIMA - O Peru teve em 2016 uma das eleições presidenciais mais equilibradas de sua história, que levaram ao poder Pedro Pablo Kuczynski, um político atípico e veterano cujo sucesso se deve a uma rara aliança entre a esquerda e a direita do país para evitar o populismo de sua ex-rival Keiko Fujimori.

Apenas 42 mil votos separaram Kuczynski, de 78 anos, de Keiko, de 41 anos, um resultado inesperado para a herdeira do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), condenado a 25 anos de prisão por violações dos direitos humanos.

O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski Foto: REUTERS/Mariana Bazo
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Keiko chegou ao segundo turno, disputado em 5 de junho, com a segurança de que venceria, similar ao que conseguiu seu partido, o Força Popular, na primeira rodada das eleições gerais no dia 10 de abril, ganhando 73 das 130 cadeiras no Congresso. A esquerda da Frente Ampla obteve então 20 deputados, seu melhor resultado em décadas, enquanto o liberal-direitista partido Peruanos Por El Kambio (PPK), de Kuczynski, ficou com somente 18 cadeiras.

A possibilidade clara de que Keiko ganhasse no segundo turno mobilizou o eleitorado da esquerda e da direita liberal e tradicional para evitar que ela chegasse ao poder e que um de seus primeiros passos na presidência, como havia prometido em várias ocasiões, fosse dar indulto a seu pai.

O apoio explícito que a líder da Frente Ampla, Verónika Mendoza, deu a Kuczynski foi visto por analistas, como Mario Vargas Llosa, como o "fato decisivo" que permitiu sua vitória.

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Os comentários de Kuczynski e seus atos fora de roteiro, como sua posição favorável à legalização da maconha e seu desembaraço na hora de dançar em público, lhe deram uma certa popularidade. Mas ele pôde evitar, no entanto, ter de fazer esforços enormes na hora de enviar pautas ao Parlamento.

Sua popularidade também ficou abalada com o surgimento dos primeiros casos de corrupção em seu entorno, como o liderado pelo assessor em temas de Saúde Carlos Moreno, captado em uma gravação falando dos "negócios" que seus parceiros poderiam fazer sob o novo governo.

Apesar do golpe que os fujimoristas sofreram, eles começaram pouco a pouco a dar sinais de que seu poder parlamentar e popular é muito forte e que não terão nenhum problema em usá-los. Assim, o Congresso dominado por eles aprovou em outubro a entrada no diretório do Banco Central do Peru de seus três candidatos, entre outros o candidato a vice-presidente de Keiko e secretário-geral da Força Popular, José Chlimper.

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Eleições no Peru

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Eleições no Peru

Foto: REUTERS/Guadalupe Pardo
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Foto: EFE / Ernesto Arias
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Eleições no Peru

Ele é investigado por divulgar gravações adulteradas para desmentir as investigações da DEA (órgão dos EUA que atua no combate às drogas) de dirigentes de seu partido por supostos vínculos com o narcotráfico.

Na frente internacional, Kuczynski teve um apoio muito importante como líder moderado e aberto ao livre mercado, mostrando-se também muito crítico em relação a governos como o de Nicolás Maduro na Venezuela e próximo dos de Colômbia, Chile e Brasil.

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Além disso, a realização da cúpula do Fórum de Cooperação Ásia-Pacífico (Apec), nos dias 19 e 20 de novembro em Lima, deram ao líder um maior respaldo e projeção internacional, ao receber o presidente Barack Obama, o chinês Xi Jinping e o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe. / EFE

LIMA - O Peru teve em 2016 uma das eleições presidenciais mais equilibradas de sua história, que levaram ao poder Pedro Pablo Kuczynski, um político atípico e veterano cujo sucesso se deve a uma rara aliança entre a esquerda e a direita do país para evitar o populismo de sua ex-rival Keiko Fujimori.

Apenas 42 mil votos separaram Kuczynski, de 78 anos, de Keiko, de 41 anos, um resultado inesperado para a herdeira do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), condenado a 25 anos de prisão por violações dos direitos humanos.

O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski Foto: REUTERS/Mariana Bazo

Keiko chegou ao segundo turno, disputado em 5 de junho, com a segurança de que venceria, similar ao que conseguiu seu partido, o Força Popular, na primeira rodada das eleições gerais no dia 10 de abril, ganhando 73 das 130 cadeiras no Congresso. A esquerda da Frente Ampla obteve então 20 deputados, seu melhor resultado em décadas, enquanto o liberal-direitista partido Peruanos Por El Kambio (PPK), de Kuczynski, ficou com somente 18 cadeiras.

A possibilidade clara de que Keiko ganhasse no segundo turno mobilizou o eleitorado da esquerda e da direita liberal e tradicional para evitar que ela chegasse ao poder e que um de seus primeiros passos na presidência, como havia prometido em várias ocasiões, fosse dar indulto a seu pai.

O apoio explícito que a líder da Frente Ampla, Verónika Mendoza, deu a Kuczynski foi visto por analistas, como Mario Vargas Llosa, como o "fato decisivo" que permitiu sua vitória.

Os comentários de Kuczynski e seus atos fora de roteiro, como sua posição favorável à legalização da maconha e seu desembaraço na hora de dançar em público, lhe deram uma certa popularidade. Mas ele pôde evitar, no entanto, ter de fazer esforços enormes na hora de enviar pautas ao Parlamento.

Sua popularidade também ficou abalada com o surgimento dos primeiros casos de corrupção em seu entorno, como o liderado pelo assessor em temas de Saúde Carlos Moreno, captado em uma gravação falando dos "negócios" que seus parceiros poderiam fazer sob o novo governo.

Apesar do golpe que os fujimoristas sofreram, eles começaram pouco a pouco a dar sinais de que seu poder parlamentar e popular é muito forte e que não terão nenhum problema em usá-los. Assim, o Congresso dominado por eles aprovou em outubro a entrada no diretório do Banco Central do Peru de seus três candidatos, entre outros o candidato a vice-presidente de Keiko e secretário-geral da Força Popular, José Chlimper.

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Ele é investigado por divulgar gravações adulteradas para desmentir as investigações da DEA (órgão dos EUA que atua no combate às drogas) de dirigentes de seu partido por supostos vínculos com o narcotráfico.

Na frente internacional, Kuczynski teve um apoio muito importante como líder moderado e aberto ao livre mercado, mostrando-se também muito crítico em relação a governos como o de Nicolás Maduro na Venezuela e próximo dos de Colômbia, Chile e Brasil.

Além disso, a realização da cúpula do Fórum de Cooperação Ásia-Pacífico (Apec), nos dias 19 e 20 de novembro em Lima, deram ao líder um maior respaldo e projeção internacional, ao receber o presidente Barack Obama, o chinês Xi Jinping e o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe. / EFE

LIMA - O Peru teve em 2016 uma das eleições presidenciais mais equilibradas de sua história, que levaram ao poder Pedro Pablo Kuczynski, um político atípico e veterano cujo sucesso se deve a uma rara aliança entre a esquerda e a direita do país para evitar o populismo de sua ex-rival Keiko Fujimori.

Apenas 42 mil votos separaram Kuczynski, de 78 anos, de Keiko, de 41 anos, um resultado inesperado para a herdeira do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), condenado a 25 anos de prisão por violações dos direitos humanos.

O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski Foto: REUTERS/Mariana Bazo

Keiko chegou ao segundo turno, disputado em 5 de junho, com a segurança de que venceria, similar ao que conseguiu seu partido, o Força Popular, na primeira rodada das eleições gerais no dia 10 de abril, ganhando 73 das 130 cadeiras no Congresso. A esquerda da Frente Ampla obteve então 20 deputados, seu melhor resultado em décadas, enquanto o liberal-direitista partido Peruanos Por El Kambio (PPK), de Kuczynski, ficou com somente 18 cadeiras.

A possibilidade clara de que Keiko ganhasse no segundo turno mobilizou o eleitorado da esquerda e da direita liberal e tradicional para evitar que ela chegasse ao poder e que um de seus primeiros passos na presidência, como havia prometido em várias ocasiões, fosse dar indulto a seu pai.

O apoio explícito que a líder da Frente Ampla, Verónika Mendoza, deu a Kuczynski foi visto por analistas, como Mario Vargas Llosa, como o "fato decisivo" que permitiu sua vitória.

Os comentários de Kuczynski e seus atos fora de roteiro, como sua posição favorável à legalização da maconha e seu desembaraço na hora de dançar em público, lhe deram uma certa popularidade. Mas ele pôde evitar, no entanto, ter de fazer esforços enormes na hora de enviar pautas ao Parlamento.

Sua popularidade também ficou abalada com o surgimento dos primeiros casos de corrupção em seu entorno, como o liderado pelo assessor em temas de Saúde Carlos Moreno, captado em uma gravação falando dos "negócios" que seus parceiros poderiam fazer sob o novo governo.

Apesar do golpe que os fujimoristas sofreram, eles começaram pouco a pouco a dar sinais de que seu poder parlamentar e popular é muito forte e que não terão nenhum problema em usá-los. Assim, o Congresso dominado por eles aprovou em outubro a entrada no diretório do Banco Central do Peru de seus três candidatos, entre outros o candidato a vice-presidente de Keiko e secretário-geral da Força Popular, José Chlimper.

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Ele é investigado por divulgar gravações adulteradas para desmentir as investigações da DEA (órgão dos EUA que atua no combate às drogas) de dirigentes de seu partido por supostos vínculos com o narcotráfico.

Na frente internacional, Kuczynski teve um apoio muito importante como líder moderado e aberto ao livre mercado, mostrando-se também muito crítico em relação a governos como o de Nicolás Maduro na Venezuela e próximo dos de Colômbia, Chile e Brasil.

Além disso, a realização da cúpula do Fórum de Cooperação Ásia-Pacífico (Apec), nos dias 19 e 20 de novembro em Lima, deram ao líder um maior respaldo e projeção internacional, ao receber o presidente Barack Obama, o chinês Xi Jinping e o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe. / EFE

LIMA - O Peru teve em 2016 uma das eleições presidenciais mais equilibradas de sua história, que levaram ao poder Pedro Pablo Kuczynski, um político atípico e veterano cujo sucesso se deve a uma rara aliança entre a esquerda e a direita do país para evitar o populismo de sua ex-rival Keiko Fujimori.

Apenas 42 mil votos separaram Kuczynski, de 78 anos, de Keiko, de 41 anos, um resultado inesperado para a herdeira do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), condenado a 25 anos de prisão por violações dos direitos humanos.

O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski Foto: REUTERS/Mariana Bazo

Keiko chegou ao segundo turno, disputado em 5 de junho, com a segurança de que venceria, similar ao que conseguiu seu partido, o Força Popular, na primeira rodada das eleições gerais no dia 10 de abril, ganhando 73 das 130 cadeiras no Congresso. A esquerda da Frente Ampla obteve então 20 deputados, seu melhor resultado em décadas, enquanto o liberal-direitista partido Peruanos Por El Kambio (PPK), de Kuczynski, ficou com somente 18 cadeiras.

A possibilidade clara de que Keiko ganhasse no segundo turno mobilizou o eleitorado da esquerda e da direita liberal e tradicional para evitar que ela chegasse ao poder e que um de seus primeiros passos na presidência, como havia prometido em várias ocasiões, fosse dar indulto a seu pai.

O apoio explícito que a líder da Frente Ampla, Verónika Mendoza, deu a Kuczynski foi visto por analistas, como Mario Vargas Llosa, como o "fato decisivo" que permitiu sua vitória.

Os comentários de Kuczynski e seus atos fora de roteiro, como sua posição favorável à legalização da maconha e seu desembaraço na hora de dançar em público, lhe deram uma certa popularidade. Mas ele pôde evitar, no entanto, ter de fazer esforços enormes na hora de enviar pautas ao Parlamento.

Sua popularidade também ficou abalada com o surgimento dos primeiros casos de corrupção em seu entorno, como o liderado pelo assessor em temas de Saúde Carlos Moreno, captado em uma gravação falando dos "negócios" que seus parceiros poderiam fazer sob o novo governo.

Apesar do golpe que os fujimoristas sofreram, eles começaram pouco a pouco a dar sinais de que seu poder parlamentar e popular é muito forte e que não terão nenhum problema em usá-los. Assim, o Congresso dominado por eles aprovou em outubro a entrada no diretório do Banco Central do Peru de seus três candidatos, entre outros o candidato a vice-presidente de Keiko e secretário-geral da Força Popular, José Chlimper.

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Ele é investigado por divulgar gravações adulteradas para desmentir as investigações da DEA (órgão dos EUA que atua no combate às drogas) de dirigentes de seu partido por supostos vínculos com o narcotráfico.

Na frente internacional, Kuczynski teve um apoio muito importante como líder moderado e aberto ao livre mercado, mostrando-se também muito crítico em relação a governos como o de Nicolás Maduro na Venezuela e próximo dos de Colômbia, Chile e Brasil.

Além disso, a realização da cúpula do Fórum de Cooperação Ásia-Pacífico (Apec), nos dias 19 e 20 de novembro em Lima, deram ao líder um maior respaldo e projeção internacional, ao receber o presidente Barack Obama, o chinês Xi Jinping e o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe. / EFE

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