BRUXELAS — O rei Albert II da Bélgica, de 84 anos, que abdicou em 2013, foi condenado nesta quinta-feira, 16, a pagar uma multa de € 5 mil (cerca de R$ 22 mil) por dia por se recusar a fornecer amostras de DNA a um oficial de justiça. O exame comprovaria se ele é ou não pai da artista Delphine Böel, de 50 anos. O caso chegou às cortes belgas há seis anos.
Albert, que abdicou do trono em favor do filho, Philippe, vem se recusando a atender determinações judiciais para fazer o teste. O resultado que estabeleceu a punição financeira veio depois que os advogados dele recorreram a uma corte de apelação, afirmando que ele não deveria ser obrigado a realizar o exame antes do julgamento do caso em instâncias superiores.
A suposta paternidade foi revelada em 1999, quando uma biografia da rainha Paola, mulher italiana de Albert, revelou que ele teve um caso extraconjugal entre os anos 60 e 80, e a relação teria gerado uma filha nascida na década de 60. Delphine nasceu em 1968 e é filha da baronesa belga Sybille de Selys Longchamps.
O ex-monarca nunca negou publicamente ser o pai da artista, mas recusou-se seguidas vezes a realizar o teste de DNA. No ano passado, Delphine teve uma nova vitória em sua argumentação quando outro exame do tipo comprovou que ela não é filha de Jacques Böel, herdeiro de uma das maiores dinastias industriais da Bélgica.
De acordo com o jornal Guardian, Albert II vive com um patrimônio de cerca de € 960 mil. Caso o teste tenha resultado positivo e Delphine seja reconhecida como filha dele, ela não apenas teria direito a mudar o próprio nome — seria chamada de Delphine Van Belgium — e a utilizar o título de princesa, mas também seria incluída no espólio dos herdeiros do ex-monarca, que têm direito a metade de sua herança./AP e REUTERS