O ministério russo de Relações Exteriores aplaudiu hoje a votação das Nações Unidas a favor da manutenção do tratado antimísseis balísticos ABM, de 1972, considerando-a uma prova de que "existe um crescente apoio no mundo a este tratado, e empenho em que não seja destruído". A Assembléia Geral da ONU votou ontem, por 84 votos a 4 e 61 abstenções, a favor da manutenção do tratado que controla os mísseis balísticos. Os EUA sustentam que enfrentam uma ameaça dos mísseis balísticos que poderiam ser lançados por "Estados delinqüentes" e deseja testar tecnologias que permitam a interceptação em vôo desses mísseis - o que o tratado ABM proíbe. Já a Rússia insiste em que o tratado é a pedra angular da estabilidade internacional em matéria de segurança, e se opõe à sua modificação. "Os resultados da votação atestam o crescente apoio no mundo a este tratado e o empenho em não permitir que ele seja destruído", disse o ministro de Relações Exteriores russo, Alexander Yakovenko, em uma declaração publicada hoje. A nota acrescenta que a existência do tratado permitiu a redução de armas estratégicas e ajudou a assegurar a estabilidade estratégica do mundo. E diz que a Rússia continuará dando sua "adesão a este tratado único". Os EUA testarão, neste final de semana, parte de seu programa de defesa, ao tentar abater um míssil em pleno vôo, com um foguete interceptador. O pentágono disse que a prova se manterá dentro dos limites impostos pelo tratado ABM. Ainda hoje, a agência noticiosa russa Interfax disse que segundo um comandante militar russo, a Rússia acredita que os EUA poderiam renunciar ao tratado ABM, e acrescentou que Moscou está disposto a adotar medidas recíprocas. "Estamos inclinados a continuar as consultas com os EUA no âmbito do ABM, mas não descarto que Washington possa abandonar este tratado", afirmou Yuri Baluyevsky, primeiro subdiretor do Estado Maior russo.
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