Sem valor, notas de bolívar viram artesanato e arte na Venezuela


'Pessoas jogam notas fora porque não servem para comprar nada, ninguém as aceita', conta ambulante que confecciona carteiras e bolsas

Por Redação

CARACAS - Começou como uma brincadeira. O ambulante Wilmer Rojas, de 25 anos, recolhia notas de 2, 5, 10 e 20 bolívares – descartadas e indesejáveis em um país no qual a hiperinflação deve chegar a 13.000% este ano – para fazer barquinhos de papel. Conforme o tempo passa, a moeda se desvaloriza e a repulsa a ela cresce, ele passou a confeccionar de tudo com as notas que ninguém quer: de carteiras a caixas de cigarro para vendê-las numa barraca em uma das estações de metrô de Caracas, a capital da Venezuela

+ Venezuela elimina câmbio preferencial para tentar controlar hiperinflação

“As pessoas jogam essas notas fora porque não servem para comprar nada, ninguém as aceita”, explica. “Não servem nem para comprar uma bala.”

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Desvalorizada, moeda venezuelana é usada por ambulantes na confecção de bolsas e carteiras em Caracas Foto: AFP PHOTO / FEDERICO PARRA

Para confeccionar uma carteira, são necessárias 400 notas. Mesmosnotas maiores, como as de 100, e as de denominações maiores, emitidas recentemente, como 500, mil e 10 mil, também perdem o valor rapidamente em consequência da hiperinflação. Hoje, somados, osbilhetes em circulação– 100, 500, mil, 2 mi, 5 mil. 10 mil, 20 mil e 100 mil –equivalem a 50 centavos de dólar no mercado negro. 

“Com esse bolo de 50 notas de mil consigo fazer uma caixa de cigarros”, conta o vendedor. “Posso fazê-las com jornal ou revista, mas com dinheiro é mais fácil. Não vale nada, é do mesmo tamanho e não preciso cortar.”

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Apesar disso, Wilmer diz que está cada vez mais difícil vender seus produtos. “Os clientes apenas me cumprimentam pois não tem mais dinheiro vivo”, diz. “Sem dinheiro para comida, por que gastariam com isso?”

+ Partido opositor que reconheceu assembleia chavista se inscreve para sucessão de Maduro

No centro de Caracas e na fronteira com a Colômbia, também é comum a venda de bolsas e mochilas feitas a partir de notas de bolívares. “A moeda ser usada dessa forma é a melhor expressão de sua perda de valor”, disse a economista .

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O governo da Venezuela declarou nesta segunda-feira estar pronto para enfrentar as sanções ao seu petróleo que estão sendo avaliadas pelos Estados Unidos. O bolívar se desvalorizou 86,6% ante o euro em um leilão de divisas convocado pelo Banco Central da Venezuela (BCV).

Arte

 Com mil notas de 2 bolívares que ninguém aceita, o desenhista de José León, de 26 anos, começou um protesto no Instagram chamado “Venezuela Desvalorizada”.

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+ Artigo: O passeio do chanceler americano pela América Latina

Ele pintou as notas com imagens de heróis de histórias em quadrinhos, paisagens e cenas cotidianas da crise venezuelanas, sobrepostas sobre o rosto do libertador Simón Bolívar. Seus clientes pagam até 20 dólares por uma peça.

"Com um pouco de tinta, eu revalorizo minha moeda em 5.00%”, brinca. /AFP

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Bolívares viram artesanato na Venezuela

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Artesanato em bolívares

Foto: AFP/Federico Parra
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Artesanato em bolívares

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Artesanato em bolivares

Foto: AFP/ Federico Parra

CARACAS - Começou como uma brincadeira. O ambulante Wilmer Rojas, de 25 anos, recolhia notas de 2, 5, 10 e 20 bolívares – descartadas e indesejáveis em um país no qual a hiperinflação deve chegar a 13.000% este ano – para fazer barquinhos de papel. Conforme o tempo passa, a moeda se desvaloriza e a repulsa a ela cresce, ele passou a confeccionar de tudo com as notas que ninguém quer: de carteiras a caixas de cigarro para vendê-las numa barraca em uma das estações de metrô de Caracas, a capital da Venezuela

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“As pessoas jogam essas notas fora porque não servem para comprar nada, ninguém as aceita”, explica. “Não servem nem para comprar uma bala.”

Desvalorizada, moeda venezuelana é usada por ambulantes na confecção de bolsas e carteiras em Caracas Foto: AFP PHOTO / FEDERICO PARRA

Para confeccionar uma carteira, são necessárias 400 notas. Mesmosnotas maiores, como as de 100, e as de denominações maiores, emitidas recentemente, como 500, mil e 10 mil, também perdem o valor rapidamente em consequência da hiperinflação. Hoje, somados, osbilhetes em circulação– 100, 500, mil, 2 mi, 5 mil. 10 mil, 20 mil e 100 mil –equivalem a 50 centavos de dólar no mercado negro. 

“Com esse bolo de 50 notas de mil consigo fazer uma caixa de cigarros”, conta o vendedor. “Posso fazê-las com jornal ou revista, mas com dinheiro é mais fácil. Não vale nada, é do mesmo tamanho e não preciso cortar.”

Apesar disso, Wilmer diz que está cada vez mais difícil vender seus produtos. “Os clientes apenas me cumprimentam pois não tem mais dinheiro vivo”, diz. “Sem dinheiro para comida, por que gastariam com isso?”

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No centro de Caracas e na fronteira com a Colômbia, também é comum a venda de bolsas e mochilas feitas a partir de notas de bolívares. “A moeda ser usada dessa forma é a melhor expressão de sua perda de valor”, disse a economista .

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O governo da Venezuela declarou nesta segunda-feira estar pronto para enfrentar as sanções ao seu petróleo que estão sendo avaliadas pelos Estados Unidos. O bolívar se desvalorizou 86,6% ante o euro em um leilão de divisas convocado pelo Banco Central da Venezuela (BCV).

Arte

 Com mil notas de 2 bolívares que ninguém aceita, o desenhista de José León, de 26 anos, começou um protesto no Instagram chamado “Venezuela Desvalorizada”.

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Ele pintou as notas com imagens de heróis de histórias em quadrinhos, paisagens e cenas cotidianas da crise venezuelanas, sobrepostas sobre o rosto do libertador Simón Bolívar. Seus clientes pagam até 20 dólares por uma peça.

"Com um pouco de tinta, eu revalorizo minha moeda em 5.00%”, brinca. /AFP

Bolívares viram artesanato na Venezuela

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Artesanato em bolívares

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Artesanato em bolívares

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Artesanato em bolívares

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Artesanato em bolivares

Foto: AFP/ Federico Parra

CARACAS - Começou como uma brincadeira. O ambulante Wilmer Rojas, de 25 anos, recolhia notas de 2, 5, 10 e 20 bolívares – descartadas e indesejáveis em um país no qual a hiperinflação deve chegar a 13.000% este ano – para fazer barquinhos de papel. Conforme o tempo passa, a moeda se desvaloriza e a repulsa a ela cresce, ele passou a confeccionar de tudo com as notas que ninguém quer: de carteiras a caixas de cigarro para vendê-las numa barraca em uma das estações de metrô de Caracas, a capital da Venezuela

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“As pessoas jogam essas notas fora porque não servem para comprar nada, ninguém as aceita”, explica. “Não servem nem para comprar uma bala.”

Desvalorizada, moeda venezuelana é usada por ambulantes na confecção de bolsas e carteiras em Caracas Foto: AFP PHOTO / FEDERICO PARRA

Para confeccionar uma carteira, são necessárias 400 notas. Mesmosnotas maiores, como as de 100, e as de denominações maiores, emitidas recentemente, como 500, mil e 10 mil, também perdem o valor rapidamente em consequência da hiperinflação. Hoje, somados, osbilhetes em circulação– 100, 500, mil, 2 mi, 5 mil. 10 mil, 20 mil e 100 mil –equivalem a 50 centavos de dólar no mercado negro. 

“Com esse bolo de 50 notas de mil consigo fazer uma caixa de cigarros”, conta o vendedor. “Posso fazê-las com jornal ou revista, mas com dinheiro é mais fácil. Não vale nada, é do mesmo tamanho e não preciso cortar.”

Apesar disso, Wilmer diz que está cada vez mais difícil vender seus produtos. “Os clientes apenas me cumprimentam pois não tem mais dinheiro vivo”, diz. “Sem dinheiro para comida, por que gastariam com isso?”

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No centro de Caracas e na fronteira com a Colômbia, também é comum a venda de bolsas e mochilas feitas a partir de notas de bolívares. “A moeda ser usada dessa forma é a melhor expressão de sua perda de valor”, disse a economista .

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O governo da Venezuela declarou nesta segunda-feira estar pronto para enfrentar as sanções ao seu petróleo que estão sendo avaliadas pelos Estados Unidos. O bolívar se desvalorizou 86,6% ante o euro em um leilão de divisas convocado pelo Banco Central da Venezuela (BCV).

Arte

 Com mil notas de 2 bolívares que ninguém aceita, o desenhista de José León, de 26 anos, começou um protesto no Instagram chamado “Venezuela Desvalorizada”.

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Ele pintou as notas com imagens de heróis de histórias em quadrinhos, paisagens e cenas cotidianas da crise venezuelanas, sobrepostas sobre o rosto do libertador Simón Bolívar. Seus clientes pagam até 20 dólares por uma peça.

"Com um pouco de tinta, eu revalorizo minha moeda em 5.00%”, brinca. /AFP

Bolívares viram artesanato na Venezuela

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Artesanato em bolívares

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Artesanato em bolívares

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Artesanato em bolívares

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Artesanato em bolívares

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Artesanato em bolivares

Foto: AFP/ Federico Parra

CARACAS - Começou como uma brincadeira. O ambulante Wilmer Rojas, de 25 anos, recolhia notas de 2, 5, 10 e 20 bolívares – descartadas e indesejáveis em um país no qual a hiperinflação deve chegar a 13.000% este ano – para fazer barquinhos de papel. Conforme o tempo passa, a moeda se desvaloriza e a repulsa a ela cresce, ele passou a confeccionar de tudo com as notas que ninguém quer: de carteiras a caixas de cigarro para vendê-las numa barraca em uma das estações de metrô de Caracas, a capital da Venezuela

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“As pessoas jogam essas notas fora porque não servem para comprar nada, ninguém as aceita”, explica. “Não servem nem para comprar uma bala.”

Desvalorizada, moeda venezuelana é usada por ambulantes na confecção de bolsas e carteiras em Caracas Foto: AFP PHOTO / FEDERICO PARRA

Para confeccionar uma carteira, são necessárias 400 notas. Mesmosnotas maiores, como as de 100, e as de denominações maiores, emitidas recentemente, como 500, mil e 10 mil, também perdem o valor rapidamente em consequência da hiperinflação. Hoje, somados, osbilhetes em circulação– 100, 500, mil, 2 mi, 5 mil. 10 mil, 20 mil e 100 mil –equivalem a 50 centavos de dólar no mercado negro. 

“Com esse bolo de 50 notas de mil consigo fazer uma caixa de cigarros”, conta o vendedor. “Posso fazê-las com jornal ou revista, mas com dinheiro é mais fácil. Não vale nada, é do mesmo tamanho e não preciso cortar.”

Apesar disso, Wilmer diz que está cada vez mais difícil vender seus produtos. “Os clientes apenas me cumprimentam pois não tem mais dinheiro vivo”, diz. “Sem dinheiro para comida, por que gastariam com isso?”

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No centro de Caracas e na fronteira com a Colômbia, também é comum a venda de bolsas e mochilas feitas a partir de notas de bolívares. “A moeda ser usada dessa forma é a melhor expressão de sua perda de valor”, disse a economista .

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O governo da Venezuela declarou nesta segunda-feira estar pronto para enfrentar as sanções ao seu petróleo que estão sendo avaliadas pelos Estados Unidos. O bolívar se desvalorizou 86,6% ante o euro em um leilão de divisas convocado pelo Banco Central da Venezuela (BCV).

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 Com mil notas de 2 bolívares que ninguém aceita, o desenhista de José León, de 26 anos, começou um protesto no Instagram chamado “Venezuela Desvalorizada”.

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Ele pintou as notas com imagens de heróis de histórias em quadrinhos, paisagens e cenas cotidianas da crise venezuelanas, sobrepostas sobre o rosto do libertador Simón Bolívar. Seus clientes pagam até 20 dólares por uma peça.

"Com um pouco de tinta, eu revalorizo minha moeda em 5.00%”, brinca. /AFP

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