Sudão ratifica histórico acordo de transição para poder civil


Pacto põe fim a cerca de oito meses de um protesto inédito que provocou a queda do presidente Omar al-Bashir, após 30 anos no poder

Por Redação

CARTUM - Os militares no governo e os líderes dos protestos de oposição no Sudão assinaram, neste sábado, 17, um acordo histórico que abre caminho para uma transferência do poder para os civis.

Mohamed Hamdan Daglo, número dois do Conselho militar, e Ahmed al Rabie, representante da Aliança para a Liberdade e para a Mudança (ALC), movimento que promove os protestos, firmaram a "declaração constitucional". Participaram do evento chefes de Estado, primeiros-ministros, como o etíope Abiy Ahmed, e autoridades de outros países da região.

General Abdel Fattah Al-Burhan e o líder da aliança de oposição Ahmad al-Rabiah Foto: Mohamed Nureldin Abdallah/Reuters
continua após a publicidade

A cerimônia aconteceu em Cartum, às margens do Rio Nilo. Nela, foram assinados os documentos que definirão os 39 meses de transição para um governo que traga liberdade e prosperidade ao país. O ato foi acolhido com aplausos dos presentes.

Concluído no início de agosto, o acordo pôs fim a cerca de oito meses de um protesto inédito que provocou a queda do presidente Omar al-Bashir, após 30 anos no poder. Na sequência, as manifestações se voltaram contra os generais do Conselho Militar de Transição que lhe sucedeu.

Alcançado graças à mediação da Etiópia e da União Africana, este pacto foi recebido com alívio por ambas as partes. Os manifestantes celebraram a vitória de sua "revolução", enquanto os generais se atribuíram o mérito de terem evitado uma guerra civil.

continua após a publicidade

Em Atbara, cidade do centro do país onde foram registradas as primeiras manifestações contra a decisão do governo de triplicar o preço do pão em 19 de novembro, alguns dançavam e cantavam nas plataformas da estação de trem antes de partirem para Cartum, como mostram várias imagens publicadas nas redes sociais.

"Vivemos sob o controle militar por 30 anos, mas agora deixamos esta realidade para trás", celebrou Ali Yussef, um estudante de 19 anos.

Primeiras etapas

continua após a publicidade

A primeira etapa após a assinatura do acordo será o anúncio, no domingo, 18, da composição do Conselho Soberano, constituído em sua maioria por civis. O órgão está encarregado de levar a transição adiante.

Na quinta-feira, a ALC designou Abdalla Hamdok, um ex-economista da ONU, para o cargo de primeiro-ministro. O Conselho Soberano deve anunciar na próxima terça-feira se confirma sua nomeação.

Hamdok terá a dura tarefa de pôr a economia do país de pé. Desde a secessão do Sul, em 2011, a situação se deteriorou com a perda de cerca de 75% de suas reservas de petróleo. A inflação e a escassez foram os motores dos protestos nas ruas.

continua após a publicidade

Seu navegador não suporta esse video.

Os generais no poder no Sudão e os líderes do movimento de contestação chegaram a um acordo nesta sexta-feira sobre a direção do período de transição. O país enfrentou semanas de queda de braço política.

As eleições estão previstas para 2022, mas muitos sudaneses duvidam da capacidade das instituições de transição de conseguirem limitar o poder da elite militar.

Embora as Forças Armadas sejam minoria entre os 11 membros do Conselho Soberano que deve governar 40 milhões de sudaneses, um general estará à frente desse órgão nos primeiros 21 meses. E os ministros do Interior e da Defesa serão eleitos pelos militares.

continua após a publicidade

Uma das primeiras consequências do acordo em matéria diplomática será o fim da suspensão do Sudão como membro da União Africana, em vigor desde junho. / AFP

CARTUM - Os militares no governo e os líderes dos protestos de oposição no Sudão assinaram, neste sábado, 17, um acordo histórico que abre caminho para uma transferência do poder para os civis.

Mohamed Hamdan Daglo, número dois do Conselho militar, e Ahmed al Rabie, representante da Aliança para a Liberdade e para a Mudança (ALC), movimento que promove os protestos, firmaram a "declaração constitucional". Participaram do evento chefes de Estado, primeiros-ministros, como o etíope Abiy Ahmed, e autoridades de outros países da região.

General Abdel Fattah Al-Burhan e o líder da aliança de oposição Ahmad al-Rabiah Foto: Mohamed Nureldin Abdallah/Reuters

A cerimônia aconteceu em Cartum, às margens do Rio Nilo. Nela, foram assinados os documentos que definirão os 39 meses de transição para um governo que traga liberdade e prosperidade ao país. O ato foi acolhido com aplausos dos presentes.

Concluído no início de agosto, o acordo pôs fim a cerca de oito meses de um protesto inédito que provocou a queda do presidente Omar al-Bashir, após 30 anos no poder. Na sequência, as manifestações se voltaram contra os generais do Conselho Militar de Transição que lhe sucedeu.

Alcançado graças à mediação da Etiópia e da União Africana, este pacto foi recebido com alívio por ambas as partes. Os manifestantes celebraram a vitória de sua "revolução", enquanto os generais se atribuíram o mérito de terem evitado uma guerra civil.

Em Atbara, cidade do centro do país onde foram registradas as primeiras manifestações contra a decisão do governo de triplicar o preço do pão em 19 de novembro, alguns dançavam e cantavam nas plataformas da estação de trem antes de partirem para Cartum, como mostram várias imagens publicadas nas redes sociais.

"Vivemos sob o controle militar por 30 anos, mas agora deixamos esta realidade para trás", celebrou Ali Yussef, um estudante de 19 anos.

Primeiras etapas

A primeira etapa após a assinatura do acordo será o anúncio, no domingo, 18, da composição do Conselho Soberano, constituído em sua maioria por civis. O órgão está encarregado de levar a transição adiante.

Na quinta-feira, a ALC designou Abdalla Hamdok, um ex-economista da ONU, para o cargo de primeiro-ministro. O Conselho Soberano deve anunciar na próxima terça-feira se confirma sua nomeação.

Hamdok terá a dura tarefa de pôr a economia do país de pé. Desde a secessão do Sul, em 2011, a situação se deteriorou com a perda de cerca de 75% de suas reservas de petróleo. A inflação e a escassez foram os motores dos protestos nas ruas.

Seu navegador não suporta esse video.

Os generais no poder no Sudão e os líderes do movimento de contestação chegaram a um acordo nesta sexta-feira sobre a direção do período de transição. O país enfrentou semanas de queda de braço política.

As eleições estão previstas para 2022, mas muitos sudaneses duvidam da capacidade das instituições de transição de conseguirem limitar o poder da elite militar.

Embora as Forças Armadas sejam minoria entre os 11 membros do Conselho Soberano que deve governar 40 milhões de sudaneses, um general estará à frente desse órgão nos primeiros 21 meses. E os ministros do Interior e da Defesa serão eleitos pelos militares.

Uma das primeiras consequências do acordo em matéria diplomática será o fim da suspensão do Sudão como membro da União Africana, em vigor desde junho. / AFP

CARTUM - Os militares no governo e os líderes dos protestos de oposição no Sudão assinaram, neste sábado, 17, um acordo histórico que abre caminho para uma transferência do poder para os civis.

Mohamed Hamdan Daglo, número dois do Conselho militar, e Ahmed al Rabie, representante da Aliança para a Liberdade e para a Mudança (ALC), movimento que promove os protestos, firmaram a "declaração constitucional". Participaram do evento chefes de Estado, primeiros-ministros, como o etíope Abiy Ahmed, e autoridades de outros países da região.

General Abdel Fattah Al-Burhan e o líder da aliança de oposição Ahmad al-Rabiah Foto: Mohamed Nureldin Abdallah/Reuters

A cerimônia aconteceu em Cartum, às margens do Rio Nilo. Nela, foram assinados os documentos que definirão os 39 meses de transição para um governo que traga liberdade e prosperidade ao país. O ato foi acolhido com aplausos dos presentes.

Concluído no início de agosto, o acordo pôs fim a cerca de oito meses de um protesto inédito que provocou a queda do presidente Omar al-Bashir, após 30 anos no poder. Na sequência, as manifestações se voltaram contra os generais do Conselho Militar de Transição que lhe sucedeu.

Alcançado graças à mediação da Etiópia e da União Africana, este pacto foi recebido com alívio por ambas as partes. Os manifestantes celebraram a vitória de sua "revolução", enquanto os generais se atribuíram o mérito de terem evitado uma guerra civil.

Em Atbara, cidade do centro do país onde foram registradas as primeiras manifestações contra a decisão do governo de triplicar o preço do pão em 19 de novembro, alguns dançavam e cantavam nas plataformas da estação de trem antes de partirem para Cartum, como mostram várias imagens publicadas nas redes sociais.

"Vivemos sob o controle militar por 30 anos, mas agora deixamos esta realidade para trás", celebrou Ali Yussef, um estudante de 19 anos.

Primeiras etapas

A primeira etapa após a assinatura do acordo será o anúncio, no domingo, 18, da composição do Conselho Soberano, constituído em sua maioria por civis. O órgão está encarregado de levar a transição adiante.

Na quinta-feira, a ALC designou Abdalla Hamdok, um ex-economista da ONU, para o cargo de primeiro-ministro. O Conselho Soberano deve anunciar na próxima terça-feira se confirma sua nomeação.

Hamdok terá a dura tarefa de pôr a economia do país de pé. Desde a secessão do Sul, em 2011, a situação se deteriorou com a perda de cerca de 75% de suas reservas de petróleo. A inflação e a escassez foram os motores dos protestos nas ruas.

Seu navegador não suporta esse video.

Os generais no poder no Sudão e os líderes do movimento de contestação chegaram a um acordo nesta sexta-feira sobre a direção do período de transição. O país enfrentou semanas de queda de braço política.

As eleições estão previstas para 2022, mas muitos sudaneses duvidam da capacidade das instituições de transição de conseguirem limitar o poder da elite militar.

Embora as Forças Armadas sejam minoria entre os 11 membros do Conselho Soberano que deve governar 40 milhões de sudaneses, um general estará à frente desse órgão nos primeiros 21 meses. E os ministros do Interior e da Defesa serão eleitos pelos militares.

Uma das primeiras consequências do acordo em matéria diplomática será o fim da suspensão do Sudão como membro da União Africana, em vigor desde junho. / AFP

CARTUM - Os militares no governo e os líderes dos protestos de oposição no Sudão assinaram, neste sábado, 17, um acordo histórico que abre caminho para uma transferência do poder para os civis.

Mohamed Hamdan Daglo, número dois do Conselho militar, e Ahmed al Rabie, representante da Aliança para a Liberdade e para a Mudança (ALC), movimento que promove os protestos, firmaram a "declaração constitucional". Participaram do evento chefes de Estado, primeiros-ministros, como o etíope Abiy Ahmed, e autoridades de outros países da região.

General Abdel Fattah Al-Burhan e o líder da aliança de oposição Ahmad al-Rabiah Foto: Mohamed Nureldin Abdallah/Reuters

A cerimônia aconteceu em Cartum, às margens do Rio Nilo. Nela, foram assinados os documentos que definirão os 39 meses de transição para um governo que traga liberdade e prosperidade ao país. O ato foi acolhido com aplausos dos presentes.

Concluído no início de agosto, o acordo pôs fim a cerca de oito meses de um protesto inédito que provocou a queda do presidente Omar al-Bashir, após 30 anos no poder. Na sequência, as manifestações se voltaram contra os generais do Conselho Militar de Transição que lhe sucedeu.

Alcançado graças à mediação da Etiópia e da União Africana, este pacto foi recebido com alívio por ambas as partes. Os manifestantes celebraram a vitória de sua "revolução", enquanto os generais se atribuíram o mérito de terem evitado uma guerra civil.

Em Atbara, cidade do centro do país onde foram registradas as primeiras manifestações contra a decisão do governo de triplicar o preço do pão em 19 de novembro, alguns dançavam e cantavam nas plataformas da estação de trem antes de partirem para Cartum, como mostram várias imagens publicadas nas redes sociais.

"Vivemos sob o controle militar por 30 anos, mas agora deixamos esta realidade para trás", celebrou Ali Yussef, um estudante de 19 anos.

Primeiras etapas

A primeira etapa após a assinatura do acordo será o anúncio, no domingo, 18, da composição do Conselho Soberano, constituído em sua maioria por civis. O órgão está encarregado de levar a transição adiante.

Na quinta-feira, a ALC designou Abdalla Hamdok, um ex-economista da ONU, para o cargo de primeiro-ministro. O Conselho Soberano deve anunciar na próxima terça-feira se confirma sua nomeação.

Hamdok terá a dura tarefa de pôr a economia do país de pé. Desde a secessão do Sul, em 2011, a situação se deteriorou com a perda de cerca de 75% de suas reservas de petróleo. A inflação e a escassez foram os motores dos protestos nas ruas.

Seu navegador não suporta esse video.

Os generais no poder no Sudão e os líderes do movimento de contestação chegaram a um acordo nesta sexta-feira sobre a direção do período de transição. O país enfrentou semanas de queda de braço política.

As eleições estão previstas para 2022, mas muitos sudaneses duvidam da capacidade das instituições de transição de conseguirem limitar o poder da elite militar.

Embora as Forças Armadas sejam minoria entre os 11 membros do Conselho Soberano que deve governar 40 milhões de sudaneses, um general estará à frente desse órgão nos primeiros 21 meses. E os ministros do Interior e da Defesa serão eleitos pelos militares.

Uma das primeiras consequências do acordo em matéria diplomática será o fim da suspensão do Sudão como membro da União Africana, em vigor desde junho. / AFP

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.