JACARTA - Um grupo de teólogos indonésios emitiu nesta quarta-feira, 19, uma 'fatwa' contra o popular jogo eletrônico PlayerUnknown's Battlegrounds (PUBG), ao denunciar que sua violência ofende o Islã e poderia criar um vício perigoso.
O decreto religioso publicado pelo Conselho dos Ulemás da província de Aceh, na ilha de Sumatra, é o mais recente após diversas proibições do jogo no mundo, incluindo no Iraque, no Nepal e no Estado indiano de Gujarat.
"Nossa fatwa afirma que o PUBG e os jogos similares são 'haram' (proibidos) porque podem incitar a violência e modificar o comportamento das pessoas", explicou o vice-presidente do Conselho dos Ulemás de Aceh, Faisal Ali. Este jogo "também insulta o islã", completou.
O organismo religioso anunciou em seu perfil nas redes sociais que a decisão foi tomada de forma unânime por seus 47 membros depois de três dias de deliberações.
"Levamos em consideração estudos aprofundados de acordo com a jurisprudência islâmica, a informática e a psicológica", afirmou o presidente do Conselho, Muslim Ibrahim, ao portal indonésio de notícias tribunnews.
PUBG é um jogo do tipo "Battle Royale" no qual os personagens virtuais equipados com armas de fogo lutam com o objetivo de ser o último sobrevivente. Criado pela empresa chinesa Tencent, o jogo eletrônico se tornou um fenômeno mundial e a versão para smartphone já foi baixada mais de 400 milhões de vezes.
Os teólogos pediram aos moradores da conservadora província de Aceh, a única que aplica a lei islâmica (sharia) na Indonésia, a abandonar o jogo e recomendaram a proibição às autoridades. O conselho planeja ampliar a 'fatwa' a outros jogos violentos, mas o vice-presidente não citou nomes.
A Indonésia é o país com a maior população muçulmana do mundo, 88% de seus mais de 265 milhões de habitantes, que em sua maioria praticam uma forma moderada do islã. Ativistas denunciam, no entanto, o crescimento da influência de radicais no país.
Recentemente, soldados líbios que combatem pelo Governo de Acordo Nacional (GNA, em inglês) - endossado pelas Nações Unidas - as forças do Marechal Khalifa Haftar admitiram que dispuam partidas do game até em dias de folga e até mesmo no front de batalha. / AFP e EFE