The Economist: As chances de Mauricio Macri


Argentinos votam hoje em primárias que servem como termômetro para a eleição presidencial de outubro

Por The Economist

Numa de suas últimas paradas de campanha antes das primárias deste domingo, 11, Mauricio Macri, o pressionado presidente da Argentina, fez comício para milhares de fazendeiros na feira anual agrícola do país. Vacas premiadas, cavalos, ovelhas e até jumentos desfilaram em frente a ele, enquanto gaúchos de bombacha tiravam o chapéu. “Para mim, Macri parece um vencedor”, disse um caubói, exibindo orgulhosamente um touro pesando meia tonelada enquanto fazia uma selfie com o risonho presidente. 

O primeiro turno da eleição geral está marcado para fins de outubro. Macri enfrentará um duro desafio da dupla Cristina Fernández de Kirchner, que governou o país de 2007 a 205, e o ex-chefe de gabinete dela, Alberto Fernández (sem parentesco). Cristina disputa a vice-presidência; Alberto, a presidência. A Argentina está acossada por uma inflação alta, desemprego crescente e dívida subindo. Apesar das aflições econômicas, Macri pode ter uma chance genuína.

Para Macri, estratégia eleitoral é não falar de economia Foto: Agustin Marcarian / Reuters
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No comício, o presidente comemorou a safra recorde deste ano, após a pior seca em meio século no ano passado. Citou novas rodovias, esgotos e escolas construídos durante seu primeiro mandato. Prometeu que seu governo, se reeleito, criará 1 milhão de empregos. “Sim, podemos”, ecoou de volta a multidão. 

As eleições primárias não têm efeito prático sobre a escolha dos candidatos à presidência, pois tanto Macri quanto Fernández não têm desafiantes em seus partidos. Mas, como todos os argentinos maiores de 16 anos são obrigados a votar, elas na verdade funcionam como um teste para a eleição de outubro. Segundo pesquisas, a chapa Fernández-Fernández tem uma pequena vantagem sobre Macri.

Flanco. Para isso, Fernández fustiga Macri na economia, tema que a equipe do presidente tenta evitar. Ele fala de pouca coisa além de inflação, desvalorização do peso e do empréstimo recorde de US$ 57 bilhões do FMI. “Não conseguiremos pagar nossa dívida até começarmos a crescer novamente”, diz ele num comercial de TV. E avisa que, se eleito, pode atrasar o pagamento dos títulos do governo e renegociar empréstimo do FMI.

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O presidente Jair Bolsonaro disse, ao se referir às eleições argentinas, que todos têm que ter ‘assim como o Brasil, muita razão, e menos emoção para decidir o futuro’. O presidente visitou a Argentina nesta quinta-feira.

Isso assusta os mercados. Dia 5, quando o impasse entre China e Estados Unidos golpeou os mercados emergentes de todo o mundo, o peso caiu quase 2% em relação ao dólar e os juros sobre a dívida argentina subiram.

O antigo guru político de Macri, Jaime Durán Barba, vê numa pequena derrota na primária de hoje uma vitória em andamento. Segundo ele, se Fernández sair na frente, muitos eleitores temerão que ele e sua ex-chefe possam vencer. Mas, uma vez que Macri chegue ao segundo turno, em novembro, argentinos que não gostam de Cristina esquecerão candidatos de terceiros partidos e voltarão para o presidente.

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Curiosamente, dadas as diferenças entre o centrismo de Macri e o populismo da dupla de adversários, até agora a campanha tem sido pobre em discussão de ideias, diz Sergio Berensztein, analista e especialista em pesquisas. Em vez disso, os candidatos estão focados em “microrreformas, não na macroconfusão dos últimos 20 anos”. Após a eleição, terá de começar um verdadeiro debate - sobre as mudanças que Macri prometeu ao tomar posse quatro anos atrás. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ 

© 2019 THE ECONOMIST NEWSPAPER LIMITED. DIREITOS RESERVADOS. PUBLICADO SOB LICENÇA. O TEXTO ORIGINAL EM INGLÊS ESTÁ EM WWW.ECONOMIST.COM

Numa de suas últimas paradas de campanha antes das primárias deste domingo, 11, Mauricio Macri, o pressionado presidente da Argentina, fez comício para milhares de fazendeiros na feira anual agrícola do país. Vacas premiadas, cavalos, ovelhas e até jumentos desfilaram em frente a ele, enquanto gaúchos de bombacha tiravam o chapéu. “Para mim, Macri parece um vencedor”, disse um caubói, exibindo orgulhosamente um touro pesando meia tonelada enquanto fazia uma selfie com o risonho presidente. 

O primeiro turno da eleição geral está marcado para fins de outubro. Macri enfrentará um duro desafio da dupla Cristina Fernández de Kirchner, que governou o país de 2007 a 205, e o ex-chefe de gabinete dela, Alberto Fernández (sem parentesco). Cristina disputa a vice-presidência; Alberto, a presidência. A Argentina está acossada por uma inflação alta, desemprego crescente e dívida subindo. Apesar das aflições econômicas, Macri pode ter uma chance genuína.

Para Macri, estratégia eleitoral é não falar de economia Foto: Agustin Marcarian / Reuters

No comício, o presidente comemorou a safra recorde deste ano, após a pior seca em meio século no ano passado. Citou novas rodovias, esgotos e escolas construídos durante seu primeiro mandato. Prometeu que seu governo, se reeleito, criará 1 milhão de empregos. “Sim, podemos”, ecoou de volta a multidão. 

As eleições primárias não têm efeito prático sobre a escolha dos candidatos à presidência, pois tanto Macri quanto Fernández não têm desafiantes em seus partidos. Mas, como todos os argentinos maiores de 16 anos são obrigados a votar, elas na verdade funcionam como um teste para a eleição de outubro. Segundo pesquisas, a chapa Fernández-Fernández tem uma pequena vantagem sobre Macri.

Flanco. Para isso, Fernández fustiga Macri na economia, tema que a equipe do presidente tenta evitar. Ele fala de pouca coisa além de inflação, desvalorização do peso e do empréstimo recorde de US$ 57 bilhões do FMI. “Não conseguiremos pagar nossa dívida até começarmos a crescer novamente”, diz ele num comercial de TV. E avisa que, se eleito, pode atrasar o pagamento dos títulos do governo e renegociar empréstimo do FMI.

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O presidente Jair Bolsonaro disse, ao se referir às eleições argentinas, que todos têm que ter ‘assim como o Brasil, muita razão, e menos emoção para decidir o futuro’. O presidente visitou a Argentina nesta quinta-feira.

Isso assusta os mercados. Dia 5, quando o impasse entre China e Estados Unidos golpeou os mercados emergentes de todo o mundo, o peso caiu quase 2% em relação ao dólar e os juros sobre a dívida argentina subiram.

O antigo guru político de Macri, Jaime Durán Barba, vê numa pequena derrota na primária de hoje uma vitória em andamento. Segundo ele, se Fernández sair na frente, muitos eleitores temerão que ele e sua ex-chefe possam vencer. Mas, uma vez que Macri chegue ao segundo turno, em novembro, argentinos que não gostam de Cristina esquecerão candidatos de terceiros partidos e voltarão para o presidente.

Curiosamente, dadas as diferenças entre o centrismo de Macri e o populismo da dupla de adversários, até agora a campanha tem sido pobre em discussão de ideias, diz Sergio Berensztein, analista e especialista em pesquisas. Em vez disso, os candidatos estão focados em “microrreformas, não na macroconfusão dos últimos 20 anos”. Após a eleição, terá de começar um verdadeiro debate - sobre as mudanças que Macri prometeu ao tomar posse quatro anos atrás. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ 

© 2019 THE ECONOMIST NEWSPAPER LIMITED. DIREITOS RESERVADOS. PUBLICADO SOB LICENÇA. O TEXTO ORIGINAL EM INGLÊS ESTÁ EM WWW.ECONOMIST.COM

Numa de suas últimas paradas de campanha antes das primárias deste domingo, 11, Mauricio Macri, o pressionado presidente da Argentina, fez comício para milhares de fazendeiros na feira anual agrícola do país. Vacas premiadas, cavalos, ovelhas e até jumentos desfilaram em frente a ele, enquanto gaúchos de bombacha tiravam o chapéu. “Para mim, Macri parece um vencedor”, disse um caubói, exibindo orgulhosamente um touro pesando meia tonelada enquanto fazia uma selfie com o risonho presidente. 

O primeiro turno da eleição geral está marcado para fins de outubro. Macri enfrentará um duro desafio da dupla Cristina Fernández de Kirchner, que governou o país de 2007 a 205, e o ex-chefe de gabinete dela, Alberto Fernández (sem parentesco). Cristina disputa a vice-presidência; Alberto, a presidência. A Argentina está acossada por uma inflação alta, desemprego crescente e dívida subindo. Apesar das aflições econômicas, Macri pode ter uma chance genuína.

Para Macri, estratégia eleitoral é não falar de economia Foto: Agustin Marcarian / Reuters

No comício, o presidente comemorou a safra recorde deste ano, após a pior seca em meio século no ano passado. Citou novas rodovias, esgotos e escolas construídos durante seu primeiro mandato. Prometeu que seu governo, se reeleito, criará 1 milhão de empregos. “Sim, podemos”, ecoou de volta a multidão. 

As eleições primárias não têm efeito prático sobre a escolha dos candidatos à presidência, pois tanto Macri quanto Fernández não têm desafiantes em seus partidos. Mas, como todos os argentinos maiores de 16 anos são obrigados a votar, elas na verdade funcionam como um teste para a eleição de outubro. Segundo pesquisas, a chapa Fernández-Fernández tem uma pequena vantagem sobre Macri.

Flanco. Para isso, Fernández fustiga Macri na economia, tema que a equipe do presidente tenta evitar. Ele fala de pouca coisa além de inflação, desvalorização do peso e do empréstimo recorde de US$ 57 bilhões do FMI. “Não conseguiremos pagar nossa dívida até começarmos a crescer novamente”, diz ele num comercial de TV. E avisa que, se eleito, pode atrasar o pagamento dos títulos do governo e renegociar empréstimo do FMI.

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O presidente Jair Bolsonaro disse, ao se referir às eleições argentinas, que todos têm que ter ‘assim como o Brasil, muita razão, e menos emoção para decidir o futuro’. O presidente visitou a Argentina nesta quinta-feira.

Isso assusta os mercados. Dia 5, quando o impasse entre China e Estados Unidos golpeou os mercados emergentes de todo o mundo, o peso caiu quase 2% em relação ao dólar e os juros sobre a dívida argentina subiram.

O antigo guru político de Macri, Jaime Durán Barba, vê numa pequena derrota na primária de hoje uma vitória em andamento. Segundo ele, se Fernández sair na frente, muitos eleitores temerão que ele e sua ex-chefe possam vencer. Mas, uma vez que Macri chegue ao segundo turno, em novembro, argentinos que não gostam de Cristina esquecerão candidatos de terceiros partidos e voltarão para o presidente.

Curiosamente, dadas as diferenças entre o centrismo de Macri e o populismo da dupla de adversários, até agora a campanha tem sido pobre em discussão de ideias, diz Sergio Berensztein, analista e especialista em pesquisas. Em vez disso, os candidatos estão focados em “microrreformas, não na macroconfusão dos últimos 20 anos”. Após a eleição, terá de começar um verdadeiro debate - sobre as mudanças que Macri prometeu ao tomar posse quatro anos atrás. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ 

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Numa de suas últimas paradas de campanha antes das primárias deste domingo, 11, Mauricio Macri, o pressionado presidente da Argentina, fez comício para milhares de fazendeiros na feira anual agrícola do país. Vacas premiadas, cavalos, ovelhas e até jumentos desfilaram em frente a ele, enquanto gaúchos de bombacha tiravam o chapéu. “Para mim, Macri parece um vencedor”, disse um caubói, exibindo orgulhosamente um touro pesando meia tonelada enquanto fazia uma selfie com o risonho presidente. 

O primeiro turno da eleição geral está marcado para fins de outubro. Macri enfrentará um duro desafio da dupla Cristina Fernández de Kirchner, que governou o país de 2007 a 205, e o ex-chefe de gabinete dela, Alberto Fernández (sem parentesco). Cristina disputa a vice-presidência; Alberto, a presidência. A Argentina está acossada por uma inflação alta, desemprego crescente e dívida subindo. Apesar das aflições econômicas, Macri pode ter uma chance genuína.

Para Macri, estratégia eleitoral é não falar de economia Foto: Agustin Marcarian / Reuters

No comício, o presidente comemorou a safra recorde deste ano, após a pior seca em meio século no ano passado. Citou novas rodovias, esgotos e escolas construídos durante seu primeiro mandato. Prometeu que seu governo, se reeleito, criará 1 milhão de empregos. “Sim, podemos”, ecoou de volta a multidão. 

As eleições primárias não têm efeito prático sobre a escolha dos candidatos à presidência, pois tanto Macri quanto Fernández não têm desafiantes em seus partidos. Mas, como todos os argentinos maiores de 16 anos são obrigados a votar, elas na verdade funcionam como um teste para a eleição de outubro. Segundo pesquisas, a chapa Fernández-Fernández tem uma pequena vantagem sobre Macri.

Flanco. Para isso, Fernández fustiga Macri na economia, tema que a equipe do presidente tenta evitar. Ele fala de pouca coisa além de inflação, desvalorização do peso e do empréstimo recorde de US$ 57 bilhões do FMI. “Não conseguiremos pagar nossa dívida até começarmos a crescer novamente”, diz ele num comercial de TV. E avisa que, se eleito, pode atrasar o pagamento dos títulos do governo e renegociar empréstimo do FMI.

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O presidente Jair Bolsonaro disse, ao se referir às eleições argentinas, que todos têm que ter ‘assim como o Brasil, muita razão, e menos emoção para decidir o futuro’. O presidente visitou a Argentina nesta quinta-feira.

Isso assusta os mercados. Dia 5, quando o impasse entre China e Estados Unidos golpeou os mercados emergentes de todo o mundo, o peso caiu quase 2% em relação ao dólar e os juros sobre a dívida argentina subiram.

O antigo guru político de Macri, Jaime Durán Barba, vê numa pequena derrota na primária de hoje uma vitória em andamento. Segundo ele, se Fernández sair na frente, muitos eleitores temerão que ele e sua ex-chefe possam vencer. Mas, uma vez que Macri chegue ao segundo turno, em novembro, argentinos que não gostam de Cristina esquecerão candidatos de terceiros partidos e voltarão para o presidente.

Curiosamente, dadas as diferenças entre o centrismo de Macri e o populismo da dupla de adversários, até agora a campanha tem sido pobre em discussão de ideias, diz Sergio Berensztein, analista e especialista em pesquisas. Em vez disso, os candidatos estão focados em “microrreformas, não na macroconfusão dos últimos 20 anos”. Após a eleição, terá de começar um verdadeiro debate - sobre as mudanças que Macri prometeu ao tomar posse quatro anos atrás. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ 

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