GUATEMALA - Um tribunal da Guatemala iniciou nesta sexta-feira, 21, o histórico julgamento por corrupção contra o ex-presidente Alfonso Portillo (2000-2004) e dois de seus ministros acusados de um desvio de fundos milionário.
A juíza Morelia Ríos, presidente do Tribunal de Sentença Penal, declarou no início do julgamento público contra o ex-presidente e os ex-ministros da Defesa Eduardo Arévalo e de Finanças Manuel Maza.
Os três são acusados pela procuradoria guatemalteca e pela Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala (Cicig) do desvio de 120 milhões de quetzais (equivalente a US$ 15 milhões) do fundo nacional guatemalteco.
O desfalque, segundo as investigações da Cicig, os teriam cometido Portillo e seus dois ex-ministros, em coordenação com outros ex-funcionários públicos, utilizando as estruturas do Estado por meio do abuso da autoridade que estavam investidos e a impunidade.
A quantia teria ido parar nas contas pessoais dos ex-funcionários, assim como a estruturas integradas em sua maioria por antigos ex-militares e dedicadas a diversas atividades ilícitas.
Para demonstrar a culpabilidade dos processados, a procuradoria e a Cicig apresentarão durante o julgamento mais de 700 provas documentários e a declaração de 36 pessoas, entre peritos especializados e testemunhas de acusação.
Esta é a primeira vez na história da Guatemala que um ex-presidente é detido e processado por supostos delitos cometidos durante seu mandato.
Portillo aguarda na prisão desde janeiro do ano passado, quando foi detido em uma zona do Caribe guatemalteco, a pedido da Justiça dos Estados Unidos, que o reivindica em extradição por delitos de lavagem de dinheiro, processo que deverá enfrentar após concluir o julgamento iniciado nesta sexta-feira.