CARACAS - A Venezuela anunciou na sexta-feira, 30, a cessão formal da presidência temporária do Mercosul para a Argentina após concluir seu período na liderança no grupo regional, depois da polêmica com a suspensão de Caracas por não ter cumprido compromissos assumidos em 2012.
A chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, publicou a carta dirigida aos países do bloco em sua conta na rede social Twitter, sem mencionar a controvérsia.
"Me dirijo a vocês para informar a finalização do exercício legítimo por parte da República Bolivariana da Venezuela na presidência pro tempore do Mercosul", disse a carta.
"Venezuela faz a entrega da presidência do Mercosul à República Argentina, como convém", acrescentou
Depois da suspensão da Venezuela, Rodríguez tentou ingressar em um encontro do Mercosul na Argentina em dezembro e denunciou agressões por parte de funcionários argentinos.
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na quarta-feira, em Havana, que "ninguém" vai tirar seu país do Mercosul. E denunciou a suspensão de Caracas do bloco como um plano da "tríplice aliança de governos da extrema direita", em referência a Brasil, Argentina e Paraguai.
Os Estados fundadores do Mercosul - Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina - resolveram suspender a Venezuela do bloco no início de dezembro pelo descumprimento do Protocolo de Adesão e, no último dia 15, a chanceler da Argentina, Susana Malcorra, anunciou que seu país assumiu a presidência.
Apesar disto, o governo venezuelano não reconheceu a "autonomeação" da Argentina e assegurou que seu país continuava exercendo a presidência do bloco sul-americano. / REUTERS e EFE