CARACAS - O governo da Venezuela publicou nesta terça-feira, 21, a taxa que será o ponto de partida para o novo sistema cambiário do país, com uma desvalorização do bolívar de 95,8%, já prevista desde que o presidente Nicolás Maduro anunciou há quatro dias uma reforma econômica.
Um dia depois da entrada em vigor das novas cédulas que tiraram cinco zeros da moeda local, o Banco Central da Venezuela (BCV) publicou uma taxa de 68,65 bolívares por euro, equivalentes a 60 bolívares por dólar - em razão das sanções impostas pelos EUA, os organismo governamentais da Venezuela deixaram de publicar valores com o dólar como referência.
Sob o novo sistema, a taxa oficial de câmbio passa de 2,48 bolívares soberanos por dólar para 60 bolívares soberanos por dólar - equivalentes a 248.210 e 6.000.000 de bolívares fortes por dólar no sistema antigo.
Na sexta, Maduro havia anunciado que o bolívar passaria a ser ancorado no Petro, a criptomoeda que o governo criou para buscar liquidez. O governo fixou o valor do Petro em 3.600 dos novos bolívares e o equiparou a um barril de petróleo venezuelanos, avaliado em cerca de US$ 60.
Nesta terça-feira deve ser realizado o primeiro leilão de divisas já dentro do novo esquema cambiário do país, parte de um controvertido programa de reformas promovido por Maduro para enfrentar a crise socioeconômica que atinge o país.
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A chancelaria da Venezuela pediu ao governo brasileiro que proteja seus cidadãos, após um confronto que terminou na destruição de abrigos de imigrantes venezuelanos no sábado, na cidade de Pacaraima, em Roraima. O incidente ocorreu após uma suposta agressão a um comerciante local.
A Venezuela lançou o novo sistema cambiário semanas depois de flexibilizar o rígido controle sobre moedas estrangeiras que estava em vigor no país desde 2003 e que, entre outras coisas, previa penas de prisão de até 15 anos para que comercializasse divisas à margem do governo.
Com isso, Caracas anunciou a criação de mais de 300 casas de câmbio no país para que os venezuelanos possam trocar o bolívar por outras moedas sem a necessidade de recorrer ao mercado paralelo. / AFP e EFE