Violência e gravidez não desejada ameaçam vítimas de enchentes do Peru


Na região ainda existem acampamentos com pelo menos 3 mil pessoas amontoadas em barracas, com condições muito limitadas de higiene e saúde

PIURA - Com as casas destruídas e o sentimento de pertencimento perdido, as mulheres vítimas das enchentes no Peru também precisam enfrentar uma arraigada violência doméstica e evitar gestações que prejudicam a já dramática situação, na qual a zika é uma ameaça latente.

Em Piura, a região com mais afetada pelo desastre, ainda existem acampamentos com pelo menos 3 mil pessoas amontoadas em barracas, com condições muito limitadas de higiene e saúde, onde jovens e adultas estão desprotegidas de eventuais abusos sexuais e não têm meios para ir a centros de saúde. Diante deste cenário, o Fundo de População da Organização das Nações Unidas (UNFPA) desdobrou na equipe médica, com ginecologistas e obstetras, para atender no temas de saúde sexual e saúde reprodutiva às mulheres mais necessitadas, especialmente às gestantes.

Mais de 120 mil pessoas foram atingidas pelas fortes chuvas e inundações no Peru; na imagem, a cidade de Piura, no norte do país, parcialmente debaixo d'água Foto: Luis Guillen/Presidential Palace/Handout via Reuters
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A entidade também entregou kits de higiene e de proteção para a população, por conta do aumento dos estupros, e instrumental médicos e cirúrgicos nos centros de saúde, principalmente naqueles atingidos pelas inundações, para recuperar e amentar a capacidade operativa para receber gestantes e fazer partos.

O objetivo é atender em três meses 10 mil mulheres das regiões de Piura, Lambayeque e La Libertad, explicou à Agência Efe a responsável de emergências do UNFPA, Zilda Cárcamo. O organismo destinou US$ 1 milhão para esta campanha.

"A saúde sexual e a saúde reprodutiva, junto com a prevenção da violência sexual, são direitos das mulheres menos atendidas durante as emergências", disse ela, que dirigiu o trabalho em parceria com a Direção Regional de Saúde (Diresa) e os Centros Emergência Mulher (CEM) do Ministério da Mulher e Populações Vulneráveis (MIMP).

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De acordo como o diretor regional de intervenções estratégicas da Diresa em Piura, Eduardo Álvarez, isso permitiu evitar a morte de 50 mães, em uma região que já contabilizou 23 falecimentos maternas este ano.

Entre as mulheres assistidas pelo programa está María Rosa Suyón. Aos 34 anos, ela espera o sétimo filho e no meio da gestação teve que abandonar sua casa inundada e ir para o acampamento de San Pablo, onde há três meses vive em uma pequena barraca. Com 33 semanas e sem saber o sexo do bebê por falta de recursos, ela deixou para trás seus controles até que uma equipe médica encaminhada ao local chegou para dar assistência, itens para o cuidado do bebê - como um mosquiteiro - e preservativos para evitar a zika.

No entanto, a violência doméstica é outra frente de batalha, pois nos acampamentos foram identificados 1.600 casos de violências física, psicológica, sexual e patrimonial, além de um caso de suposto caso de tráfico de pessoas, disse à Efe o advogado Gonzalo Taboada, supervisor dos CEM instalados nos albergues.

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"Está muito arraigada. É muito comum o marido agredir a mulher e ela achar que isso é algo normal. Pensa que é parte da sua vida. Alguns voltam bêbados para o abrigo depois de trabalhar, as insultam e as forçam a ter relações sexuais", narrou Taboada, cujo organismo tem tendas específicas para conversar com as mulheres e dar assessoria caso queiram apresentar denúncia.

Yeni Chiroque, uma das moradoras do acampamento de Santa Rosa, defendeu que as capacitações recebidas empoderam as mulheres ajudam na valorização delas mesmas.

"Mudamos emocionalmente. A nossa autoestima era baixa e o nível de estresse era muito alto porque nunca tínhamos vivido algo como aquilo", Explicou Yeni, enquanto brinca com o filho, com um apito pendurado no pescoço, um dos artigos dos kits entregues pelo UNFPA para pedir ajuda em caso de agressão.

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A campanha desenvolvida pelo UNFPA deve durar apenas um mês. Depois, será tarefa do governo proteger as mulheres nos âmbitos de violência, saúde sexual e saúde reprodutiva, para não botar tudo a perder nesse delicado momento. / EFE

PIURA - Com as casas destruídas e o sentimento de pertencimento perdido, as mulheres vítimas das enchentes no Peru também precisam enfrentar uma arraigada violência doméstica e evitar gestações que prejudicam a já dramática situação, na qual a zika é uma ameaça latente.

Em Piura, a região com mais afetada pelo desastre, ainda existem acampamentos com pelo menos 3 mil pessoas amontoadas em barracas, com condições muito limitadas de higiene e saúde, onde jovens e adultas estão desprotegidas de eventuais abusos sexuais e não têm meios para ir a centros de saúde. Diante deste cenário, o Fundo de População da Organização das Nações Unidas (UNFPA) desdobrou na equipe médica, com ginecologistas e obstetras, para atender no temas de saúde sexual e saúde reprodutiva às mulheres mais necessitadas, especialmente às gestantes.

Mais de 120 mil pessoas foram atingidas pelas fortes chuvas e inundações no Peru; na imagem, a cidade de Piura, no norte do país, parcialmente debaixo d'água Foto: Luis Guillen/Presidential Palace/Handout via Reuters

A entidade também entregou kits de higiene e de proteção para a população, por conta do aumento dos estupros, e instrumental médicos e cirúrgicos nos centros de saúde, principalmente naqueles atingidos pelas inundações, para recuperar e amentar a capacidade operativa para receber gestantes e fazer partos.

O objetivo é atender em três meses 10 mil mulheres das regiões de Piura, Lambayeque e La Libertad, explicou à Agência Efe a responsável de emergências do UNFPA, Zilda Cárcamo. O organismo destinou US$ 1 milhão para esta campanha.

"A saúde sexual e a saúde reprodutiva, junto com a prevenção da violência sexual, são direitos das mulheres menos atendidas durante as emergências", disse ela, que dirigiu o trabalho em parceria com a Direção Regional de Saúde (Diresa) e os Centros Emergência Mulher (CEM) do Ministério da Mulher e Populações Vulneráveis (MIMP).

De acordo como o diretor regional de intervenções estratégicas da Diresa em Piura, Eduardo Álvarez, isso permitiu evitar a morte de 50 mães, em uma região que já contabilizou 23 falecimentos maternas este ano.

Entre as mulheres assistidas pelo programa está María Rosa Suyón. Aos 34 anos, ela espera o sétimo filho e no meio da gestação teve que abandonar sua casa inundada e ir para o acampamento de San Pablo, onde há três meses vive em uma pequena barraca. Com 33 semanas e sem saber o sexo do bebê por falta de recursos, ela deixou para trás seus controles até que uma equipe médica encaminhada ao local chegou para dar assistência, itens para o cuidado do bebê - como um mosquiteiro - e preservativos para evitar a zika.

No entanto, a violência doméstica é outra frente de batalha, pois nos acampamentos foram identificados 1.600 casos de violências física, psicológica, sexual e patrimonial, além de um caso de suposto caso de tráfico de pessoas, disse à Efe o advogado Gonzalo Taboada, supervisor dos CEM instalados nos albergues.

"Está muito arraigada. É muito comum o marido agredir a mulher e ela achar que isso é algo normal. Pensa que é parte da sua vida. Alguns voltam bêbados para o abrigo depois de trabalhar, as insultam e as forçam a ter relações sexuais", narrou Taboada, cujo organismo tem tendas específicas para conversar com as mulheres e dar assessoria caso queiram apresentar denúncia.

Yeni Chiroque, uma das moradoras do acampamento de Santa Rosa, defendeu que as capacitações recebidas empoderam as mulheres ajudam na valorização delas mesmas.

"Mudamos emocionalmente. A nossa autoestima era baixa e o nível de estresse era muito alto porque nunca tínhamos vivido algo como aquilo", Explicou Yeni, enquanto brinca com o filho, com um apito pendurado no pescoço, um dos artigos dos kits entregues pelo UNFPA para pedir ajuda em caso de agressão.

A campanha desenvolvida pelo UNFPA deve durar apenas um mês. Depois, será tarefa do governo proteger as mulheres nos âmbitos de violência, saúde sexual e saúde reprodutiva, para não botar tudo a perder nesse delicado momento. / EFE

PIURA - Com as casas destruídas e o sentimento de pertencimento perdido, as mulheres vítimas das enchentes no Peru também precisam enfrentar uma arraigada violência doméstica e evitar gestações que prejudicam a já dramática situação, na qual a zika é uma ameaça latente.

Em Piura, a região com mais afetada pelo desastre, ainda existem acampamentos com pelo menos 3 mil pessoas amontoadas em barracas, com condições muito limitadas de higiene e saúde, onde jovens e adultas estão desprotegidas de eventuais abusos sexuais e não têm meios para ir a centros de saúde. Diante deste cenário, o Fundo de População da Organização das Nações Unidas (UNFPA) desdobrou na equipe médica, com ginecologistas e obstetras, para atender no temas de saúde sexual e saúde reprodutiva às mulheres mais necessitadas, especialmente às gestantes.

Mais de 120 mil pessoas foram atingidas pelas fortes chuvas e inundações no Peru; na imagem, a cidade de Piura, no norte do país, parcialmente debaixo d'água Foto: Luis Guillen/Presidential Palace/Handout via Reuters

A entidade também entregou kits de higiene e de proteção para a população, por conta do aumento dos estupros, e instrumental médicos e cirúrgicos nos centros de saúde, principalmente naqueles atingidos pelas inundações, para recuperar e amentar a capacidade operativa para receber gestantes e fazer partos.

O objetivo é atender em três meses 10 mil mulheres das regiões de Piura, Lambayeque e La Libertad, explicou à Agência Efe a responsável de emergências do UNFPA, Zilda Cárcamo. O organismo destinou US$ 1 milhão para esta campanha.

"A saúde sexual e a saúde reprodutiva, junto com a prevenção da violência sexual, são direitos das mulheres menos atendidas durante as emergências", disse ela, que dirigiu o trabalho em parceria com a Direção Regional de Saúde (Diresa) e os Centros Emergência Mulher (CEM) do Ministério da Mulher e Populações Vulneráveis (MIMP).

De acordo como o diretor regional de intervenções estratégicas da Diresa em Piura, Eduardo Álvarez, isso permitiu evitar a morte de 50 mães, em uma região que já contabilizou 23 falecimentos maternas este ano.

Entre as mulheres assistidas pelo programa está María Rosa Suyón. Aos 34 anos, ela espera o sétimo filho e no meio da gestação teve que abandonar sua casa inundada e ir para o acampamento de San Pablo, onde há três meses vive em uma pequena barraca. Com 33 semanas e sem saber o sexo do bebê por falta de recursos, ela deixou para trás seus controles até que uma equipe médica encaminhada ao local chegou para dar assistência, itens para o cuidado do bebê - como um mosquiteiro - e preservativos para evitar a zika.

No entanto, a violência doméstica é outra frente de batalha, pois nos acampamentos foram identificados 1.600 casos de violências física, psicológica, sexual e patrimonial, além de um caso de suposto caso de tráfico de pessoas, disse à Efe o advogado Gonzalo Taboada, supervisor dos CEM instalados nos albergues.

"Está muito arraigada. É muito comum o marido agredir a mulher e ela achar que isso é algo normal. Pensa que é parte da sua vida. Alguns voltam bêbados para o abrigo depois de trabalhar, as insultam e as forçam a ter relações sexuais", narrou Taboada, cujo organismo tem tendas específicas para conversar com as mulheres e dar assessoria caso queiram apresentar denúncia.

Yeni Chiroque, uma das moradoras do acampamento de Santa Rosa, defendeu que as capacitações recebidas empoderam as mulheres ajudam na valorização delas mesmas.

"Mudamos emocionalmente. A nossa autoestima era baixa e o nível de estresse era muito alto porque nunca tínhamos vivido algo como aquilo", Explicou Yeni, enquanto brinca com o filho, com um apito pendurado no pescoço, um dos artigos dos kits entregues pelo UNFPA para pedir ajuda em caso de agressão.

A campanha desenvolvida pelo UNFPA deve durar apenas um mês. Depois, será tarefa do governo proteger as mulheres nos âmbitos de violência, saúde sexual e saúde reprodutiva, para não botar tudo a perder nesse delicado momento. / EFE

PIURA - Com as casas destruídas e o sentimento de pertencimento perdido, as mulheres vítimas das enchentes no Peru também precisam enfrentar uma arraigada violência doméstica e evitar gestações que prejudicam a já dramática situação, na qual a zika é uma ameaça latente.

Em Piura, a região com mais afetada pelo desastre, ainda existem acampamentos com pelo menos 3 mil pessoas amontoadas em barracas, com condições muito limitadas de higiene e saúde, onde jovens e adultas estão desprotegidas de eventuais abusos sexuais e não têm meios para ir a centros de saúde. Diante deste cenário, o Fundo de População da Organização das Nações Unidas (UNFPA) desdobrou na equipe médica, com ginecologistas e obstetras, para atender no temas de saúde sexual e saúde reprodutiva às mulheres mais necessitadas, especialmente às gestantes.

Mais de 120 mil pessoas foram atingidas pelas fortes chuvas e inundações no Peru; na imagem, a cidade de Piura, no norte do país, parcialmente debaixo d'água Foto: Luis Guillen/Presidential Palace/Handout via Reuters

A entidade também entregou kits de higiene e de proteção para a população, por conta do aumento dos estupros, e instrumental médicos e cirúrgicos nos centros de saúde, principalmente naqueles atingidos pelas inundações, para recuperar e amentar a capacidade operativa para receber gestantes e fazer partos.

O objetivo é atender em três meses 10 mil mulheres das regiões de Piura, Lambayeque e La Libertad, explicou à Agência Efe a responsável de emergências do UNFPA, Zilda Cárcamo. O organismo destinou US$ 1 milhão para esta campanha.

"A saúde sexual e a saúde reprodutiva, junto com a prevenção da violência sexual, são direitos das mulheres menos atendidas durante as emergências", disse ela, que dirigiu o trabalho em parceria com a Direção Regional de Saúde (Diresa) e os Centros Emergência Mulher (CEM) do Ministério da Mulher e Populações Vulneráveis (MIMP).

De acordo como o diretor regional de intervenções estratégicas da Diresa em Piura, Eduardo Álvarez, isso permitiu evitar a morte de 50 mães, em uma região que já contabilizou 23 falecimentos maternas este ano.

Entre as mulheres assistidas pelo programa está María Rosa Suyón. Aos 34 anos, ela espera o sétimo filho e no meio da gestação teve que abandonar sua casa inundada e ir para o acampamento de San Pablo, onde há três meses vive em uma pequena barraca. Com 33 semanas e sem saber o sexo do bebê por falta de recursos, ela deixou para trás seus controles até que uma equipe médica encaminhada ao local chegou para dar assistência, itens para o cuidado do bebê - como um mosquiteiro - e preservativos para evitar a zika.

No entanto, a violência doméstica é outra frente de batalha, pois nos acampamentos foram identificados 1.600 casos de violências física, psicológica, sexual e patrimonial, além de um caso de suposto caso de tráfico de pessoas, disse à Efe o advogado Gonzalo Taboada, supervisor dos CEM instalados nos albergues.

"Está muito arraigada. É muito comum o marido agredir a mulher e ela achar que isso é algo normal. Pensa que é parte da sua vida. Alguns voltam bêbados para o abrigo depois de trabalhar, as insultam e as forçam a ter relações sexuais", narrou Taboada, cujo organismo tem tendas específicas para conversar com as mulheres e dar assessoria caso queiram apresentar denúncia.

Yeni Chiroque, uma das moradoras do acampamento de Santa Rosa, defendeu que as capacitações recebidas empoderam as mulheres ajudam na valorização delas mesmas.

"Mudamos emocionalmente. A nossa autoestima era baixa e o nível de estresse era muito alto porque nunca tínhamos vivido algo como aquilo", Explicou Yeni, enquanto brinca com o filho, com um apito pendurado no pescoço, um dos artigos dos kits entregues pelo UNFPA para pedir ajuda em caso de agressão.

A campanha desenvolvida pelo UNFPA deve durar apenas um mês. Depois, será tarefa do governo proteger as mulheres nos âmbitos de violência, saúde sexual e saúde reprodutiva, para não botar tudo a perder nesse delicado momento. / EFE

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