Eu fui pelado a um museu e isso foi revelador


Curadora de exposição francesa espera que visitantes nus experimentem a arte com mais “abertura”

Por Thomas Rogers
Atualização:

PARIS - A coisa mais desconfortável de estar nu em um museu é a temperatura. Meia hora depois da primeira excursão de nudismo ao Palais de Tokyo, um museu de arte contemporânea em Paris, eu já tinha me acostumado à sensação de ficar exposto, mas não me acostumei com o ar frio que circulava pelas galerias cavernosas.

A “Visita Naturista” do Palais de Tokyo - a primeira do tipo na França - recebeu um notável interesse público desde que foi anunciada, em março. Mais de 30 mil pessoas indicaram no Facebook que estavam interessadas no tour.

Às 10 horas da manhã de 5 de maio, juntei-me às 161 pessoas que conseguiram um dos ingressos limitados e nos despimos em uma sala do segundo andar. Durante as duas horas seguintes, participamos de uma das seis visitas com guias (vestidos) à “Discórdia, Filha da Noite”, uma série de exposições espalhadas pelo museu, o maior da França em arte contemporânea. O programa consiste em uma grande escultura suspensa e cinco exposições que lidam principalmente com questões de conflitos políticos e resistência.

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A exposição do artista franco-argelino Neil Beloufa - “O Inimigo do Meu Inimigo” - apresentava artefatos relacionados à guerra, incluindo o massacre de My Lai no Vietnã e o bombardeio de Hiroshima.

No Palais de Tokyo, em Paris, a curadora esperava que os visitantes nus experimentassem a arte com mais “abertura”.(Owen Franken/The New York Times) Foto: Owen Franken/The New York Times

Marion Buchloh-Kollerbohm, guia que também é responsável pelos programas educacionais do museu, me disse que estava consciente do potencial de constrangimento de combinar o nudismo com um assunto tão sério.

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“Não queríamos transformar a situação em uma conferência sobre o pós-colonialismo, porque isso realmente iria estragar o clima”, ela disse e logo acrescentou: “Espero que a experiência de deixar as roupas na entrada ajude os visitantes a deixar lá fora também alguma parte de sua identidade, para viver a experiência com mais abertura”.

Outros museus organizaram passeios semelhantes para exposições temporárias ligadas ao tema da nudez. Laurent Luft, 48 anos, presidente da Associação Naturista de Paris, disse que era “muito mais agradável encontrar algo que não tivesse nada a ver com nudez”.

Luft e eu entramos em uma pequena sala, no canto da exposição, onde Beloufa apresentava um vídeo iraniano do Museu da Defesa Sagrada em Teerã. Na tela, a simulação de um ataque a bomba a um mercado. Eu me senti mal por assistir ao vídeo de uma atrocidade (ainda que encenada) vestindo nada mais que meu tênis de corrida. Mas Luft viu a situação toda de outra maneira. Em sua opinião, a exposição confirmou sua crença de que a nudez é um grande equalizador social e político.

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“Se os líderes mundiais fizessem suas reuniões nus”, ele disse, “ficariam muito mais tranquilos”.

Havia mais participantes do sexo masculino do que do feminino, uma grande mistura de idades e muitos recém-chegados à nudez pública - como Junyu Deng, parisiense de 29 anos. Deng, que parecia empolgada com a experiência, disse que ficar nua permitiu que ela tivesse uma interação mais “íntima” com a arte.

PARIS - A coisa mais desconfortável de estar nu em um museu é a temperatura. Meia hora depois da primeira excursão de nudismo ao Palais de Tokyo, um museu de arte contemporânea em Paris, eu já tinha me acostumado à sensação de ficar exposto, mas não me acostumei com o ar frio que circulava pelas galerias cavernosas.

A “Visita Naturista” do Palais de Tokyo - a primeira do tipo na França - recebeu um notável interesse público desde que foi anunciada, em março. Mais de 30 mil pessoas indicaram no Facebook que estavam interessadas no tour.

Às 10 horas da manhã de 5 de maio, juntei-me às 161 pessoas que conseguiram um dos ingressos limitados e nos despimos em uma sala do segundo andar. Durante as duas horas seguintes, participamos de uma das seis visitas com guias (vestidos) à “Discórdia, Filha da Noite”, uma série de exposições espalhadas pelo museu, o maior da França em arte contemporânea. O programa consiste em uma grande escultura suspensa e cinco exposições que lidam principalmente com questões de conflitos políticos e resistência.

A exposição do artista franco-argelino Neil Beloufa - “O Inimigo do Meu Inimigo” - apresentava artefatos relacionados à guerra, incluindo o massacre de My Lai no Vietnã e o bombardeio de Hiroshima.

No Palais de Tokyo, em Paris, a curadora esperava que os visitantes nus experimentassem a arte com mais “abertura”.(Owen Franken/The New York Times) Foto: Owen Franken/The New York Times

Marion Buchloh-Kollerbohm, guia que também é responsável pelos programas educacionais do museu, me disse que estava consciente do potencial de constrangimento de combinar o nudismo com um assunto tão sério.

“Não queríamos transformar a situação em uma conferência sobre o pós-colonialismo, porque isso realmente iria estragar o clima”, ela disse e logo acrescentou: “Espero que a experiência de deixar as roupas na entrada ajude os visitantes a deixar lá fora também alguma parte de sua identidade, para viver a experiência com mais abertura”.

Outros museus organizaram passeios semelhantes para exposições temporárias ligadas ao tema da nudez. Laurent Luft, 48 anos, presidente da Associação Naturista de Paris, disse que era “muito mais agradável encontrar algo que não tivesse nada a ver com nudez”.

Luft e eu entramos em uma pequena sala, no canto da exposição, onde Beloufa apresentava um vídeo iraniano do Museu da Defesa Sagrada em Teerã. Na tela, a simulação de um ataque a bomba a um mercado. Eu me senti mal por assistir ao vídeo de uma atrocidade (ainda que encenada) vestindo nada mais que meu tênis de corrida. Mas Luft viu a situação toda de outra maneira. Em sua opinião, a exposição confirmou sua crença de que a nudez é um grande equalizador social e político.

“Se os líderes mundiais fizessem suas reuniões nus”, ele disse, “ficariam muito mais tranquilos”.

Havia mais participantes do sexo masculino do que do feminino, uma grande mistura de idades e muitos recém-chegados à nudez pública - como Junyu Deng, parisiense de 29 anos. Deng, que parecia empolgada com a experiência, disse que ficar nua permitiu que ela tivesse uma interação mais “íntima” com a arte.

PARIS - A coisa mais desconfortável de estar nu em um museu é a temperatura. Meia hora depois da primeira excursão de nudismo ao Palais de Tokyo, um museu de arte contemporânea em Paris, eu já tinha me acostumado à sensação de ficar exposto, mas não me acostumei com o ar frio que circulava pelas galerias cavernosas.

A “Visita Naturista” do Palais de Tokyo - a primeira do tipo na França - recebeu um notável interesse público desde que foi anunciada, em março. Mais de 30 mil pessoas indicaram no Facebook que estavam interessadas no tour.

Às 10 horas da manhã de 5 de maio, juntei-me às 161 pessoas que conseguiram um dos ingressos limitados e nos despimos em uma sala do segundo andar. Durante as duas horas seguintes, participamos de uma das seis visitas com guias (vestidos) à “Discórdia, Filha da Noite”, uma série de exposições espalhadas pelo museu, o maior da França em arte contemporânea. O programa consiste em uma grande escultura suspensa e cinco exposições que lidam principalmente com questões de conflitos políticos e resistência.

A exposição do artista franco-argelino Neil Beloufa - “O Inimigo do Meu Inimigo” - apresentava artefatos relacionados à guerra, incluindo o massacre de My Lai no Vietnã e o bombardeio de Hiroshima.

No Palais de Tokyo, em Paris, a curadora esperava que os visitantes nus experimentassem a arte com mais “abertura”.(Owen Franken/The New York Times) Foto: Owen Franken/The New York Times

Marion Buchloh-Kollerbohm, guia que também é responsável pelos programas educacionais do museu, me disse que estava consciente do potencial de constrangimento de combinar o nudismo com um assunto tão sério.

“Não queríamos transformar a situação em uma conferência sobre o pós-colonialismo, porque isso realmente iria estragar o clima”, ela disse e logo acrescentou: “Espero que a experiência de deixar as roupas na entrada ajude os visitantes a deixar lá fora também alguma parte de sua identidade, para viver a experiência com mais abertura”.

Outros museus organizaram passeios semelhantes para exposições temporárias ligadas ao tema da nudez. Laurent Luft, 48 anos, presidente da Associação Naturista de Paris, disse que era “muito mais agradável encontrar algo que não tivesse nada a ver com nudez”.

Luft e eu entramos em uma pequena sala, no canto da exposição, onde Beloufa apresentava um vídeo iraniano do Museu da Defesa Sagrada em Teerã. Na tela, a simulação de um ataque a bomba a um mercado. Eu me senti mal por assistir ao vídeo de uma atrocidade (ainda que encenada) vestindo nada mais que meu tênis de corrida. Mas Luft viu a situação toda de outra maneira. Em sua opinião, a exposição confirmou sua crença de que a nudez é um grande equalizador social e político.

“Se os líderes mundiais fizessem suas reuniões nus”, ele disse, “ficariam muito mais tranquilos”.

Havia mais participantes do sexo masculino do que do feminino, uma grande mistura de idades e muitos recém-chegados à nudez pública - como Junyu Deng, parisiense de 29 anos. Deng, que parecia empolgada com a experiência, disse que ficar nua permitiu que ela tivesse uma interação mais “íntima” com a arte.

PARIS - A coisa mais desconfortável de estar nu em um museu é a temperatura. Meia hora depois da primeira excursão de nudismo ao Palais de Tokyo, um museu de arte contemporânea em Paris, eu já tinha me acostumado à sensação de ficar exposto, mas não me acostumei com o ar frio que circulava pelas galerias cavernosas.

A “Visita Naturista” do Palais de Tokyo - a primeira do tipo na França - recebeu um notável interesse público desde que foi anunciada, em março. Mais de 30 mil pessoas indicaram no Facebook que estavam interessadas no tour.

Às 10 horas da manhã de 5 de maio, juntei-me às 161 pessoas que conseguiram um dos ingressos limitados e nos despimos em uma sala do segundo andar. Durante as duas horas seguintes, participamos de uma das seis visitas com guias (vestidos) à “Discórdia, Filha da Noite”, uma série de exposições espalhadas pelo museu, o maior da França em arte contemporânea. O programa consiste em uma grande escultura suspensa e cinco exposições que lidam principalmente com questões de conflitos políticos e resistência.

A exposição do artista franco-argelino Neil Beloufa - “O Inimigo do Meu Inimigo” - apresentava artefatos relacionados à guerra, incluindo o massacre de My Lai no Vietnã e o bombardeio de Hiroshima.

No Palais de Tokyo, em Paris, a curadora esperava que os visitantes nus experimentassem a arte com mais “abertura”.(Owen Franken/The New York Times) Foto: Owen Franken/The New York Times

Marion Buchloh-Kollerbohm, guia que também é responsável pelos programas educacionais do museu, me disse que estava consciente do potencial de constrangimento de combinar o nudismo com um assunto tão sério.

“Não queríamos transformar a situação em uma conferência sobre o pós-colonialismo, porque isso realmente iria estragar o clima”, ela disse e logo acrescentou: “Espero que a experiência de deixar as roupas na entrada ajude os visitantes a deixar lá fora também alguma parte de sua identidade, para viver a experiência com mais abertura”.

Outros museus organizaram passeios semelhantes para exposições temporárias ligadas ao tema da nudez. Laurent Luft, 48 anos, presidente da Associação Naturista de Paris, disse que era “muito mais agradável encontrar algo que não tivesse nada a ver com nudez”.

Luft e eu entramos em uma pequena sala, no canto da exposição, onde Beloufa apresentava um vídeo iraniano do Museu da Defesa Sagrada em Teerã. Na tela, a simulação de um ataque a bomba a um mercado. Eu me senti mal por assistir ao vídeo de uma atrocidade (ainda que encenada) vestindo nada mais que meu tênis de corrida. Mas Luft viu a situação toda de outra maneira. Em sua opinião, a exposição confirmou sua crença de que a nudez é um grande equalizador social e político.

“Se os líderes mundiais fizessem suas reuniões nus”, ele disse, “ficariam muito mais tranquilos”.

Havia mais participantes do sexo masculino do que do feminino, uma grande mistura de idades e muitos recém-chegados à nudez pública - como Junyu Deng, parisiense de 29 anos. Deng, que parecia empolgada com a experiência, disse que ficar nua permitiu que ela tivesse uma interação mais “íntima” com a arte.

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