De que maneira os genes influenciam nossa sexualidade?


Pesquisa mostra que fatores sociais e ambientais desempenham um papel mais importante do que a própria genética

Por Pam Belluck

Um novo estudo – o mais amplo realizado até agora que analisa a genética das relações homoafetivas – concluiu que a genética é responsável por, talvez, 33%da influência no fato de alguém querer ter relações com pessoas do mesmo sexo. A influência não decorre de um gene, mas de muitos, cada qual com um efeito minúsculo. Fatores sociais e ambientais também desempenham um papel, o que torna impossível usar os genes para prever a sexualidade.

“Espero que a ciência possa ser usada para educar um pouco mais as pessoas a respeito do fato de que relações com pessoas do mesmo sexo são naturais e normais”, ressalta Benjamin Neal, geneticista do Broad Institute do Massachusetts Institute of Technology de Harvard e um dos principais pesquisadores da equipe internacional. “Isto faz parte da nossa espécie e faz parteda nossa identidade”.

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Steven Reilly, geneticista do comitê diretor do grupo de afinidade de LGBTI+. Foto: Kayana Szymczak / The New York Times

Vários cientistas que pertencem à comunidade LGBTI+ afirmaram que temiam que as descobertas fornecessem munição a pessoas que tentam usar a ciência para promover o preconceito e a discriminação contra os gays. Uma preocupação é que a evidência de que os genes influenciam as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo possa fazer com que os movimentos contra gays exijam a manipulação genética ou a seleção de embriões, mesmo que isto seja tecnicamente impossível.

Outro temor é que a evidência de que os genes desempenham um papel parcial possa encorajar pessoas que insistem que ser gay é uma escolha e que defendem táticas como a terapia da conversão. “Discordo totalmente da publicação disto”, diz Steven Reilly, geneticista e pesquisador em pós-doutorado que faz parte do comitê diretor do grupo de afinidade LGBTI+ do instituto Out@Broad. “Isto poderia ser facilmente mal interpretado”.

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Neal, que é gay, disse que a sua equipe procurou contribuições de grupos de LGBTI+ para a redação do estudo e de ressalvas esclarecedoras a fim de reduzir a possibilidade de que o trabalho seja mal interpretado. O estudo analisou os dados genéticos de cerca de meio milhão de britânicos e americanos, homens e mulheres, a partir dos 40 anos, que responderam a perguntas sobre saúde, comportamento e orientação sexual. Todos eram brancos de ascendência europeia, um dos vários fatores que os autores notam poderem limitar generalizações. Os pesquisadores se concentraram nas respostas a uma pergunta: se algum deles alguma vez teve relações com um parceiro do mesmo sexo. Transgêneros não foram incluídos.

Poderia haver milhares de genes influenciando a relação homoafetiva, cada um deles desempenhando um pequeno papel, acreditam os cientistas. O novo estudo mostrou que todos os efeitos genéticos representam cerca de 32% do fato de uma pessoa eventualmente ter relações sexuais com outras do mesmo sexo.

Usando uma técnica dos big data, chamada associação pangenômica, pesquisadores calcularam que variantes genéticas comuns – diferenças de uma letra nas sequencias de DNA – podem explicar de 8% a 25% das relações com pessoas do mesmo sexo. Os restantes dos 32% poderiam envolver efeitos genéticos que eles não conseguiriam medir.

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Influência genética

Pesquisadores identificaram cinco variantes genéticas nos genomas completos das pessoas que parecem estar envolvidas. Estas cinco compreendem menos de 1% das influencias genéticas. E, quando os cientistas tentaram usar marcadores genéticos para prever como as pessoas em conjuntos de dados não relacionados informavam o seu comportamento sexual, viu-se que se tratava de uma informação genética pequena demais para permitir tal previsão.

Em uma conclusão que poderia ser sensível, o estudo constatou correlações genéticas com problemas de saúde mental, como graves distúrbios de depressão ou esquizofrenia. Eles enfatizaram que a pesquisa não sugere que relações sexuais com pessoas do mesmo sexo causem ou sejam causadas por estas condições ou características, e que a depressão ou a bipolaridade possam ser alimentadas por experiências sociais prejudiciais.

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Contexto social

“Ali está a grande questão para procurarmos a genética da orientação sexual – o contexto social pode constituir uma parte importante da expressão desta característica”, afirma Jeremy Yoder, professor assistente de biologia da California State University, em Northridge. Acima de tudo, Nealacredita que o estudo mostra que“a diversidade é um aspecto natural da nossa experiência e é um aspecto natural do que vemos na genética. Acho que isto pode ser realmente lindo”. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

Um novo estudo – o mais amplo realizado até agora que analisa a genética das relações homoafetivas – concluiu que a genética é responsável por, talvez, 33%da influência no fato de alguém querer ter relações com pessoas do mesmo sexo. A influência não decorre de um gene, mas de muitos, cada qual com um efeito minúsculo. Fatores sociais e ambientais também desempenham um papel, o que torna impossível usar os genes para prever a sexualidade.

“Espero que a ciência possa ser usada para educar um pouco mais as pessoas a respeito do fato de que relações com pessoas do mesmo sexo são naturais e normais”, ressalta Benjamin Neal, geneticista do Broad Institute do Massachusetts Institute of Technology de Harvard e um dos principais pesquisadores da equipe internacional. “Isto faz parte da nossa espécie e faz parteda nossa identidade”.

Steven Reilly, geneticista do comitê diretor do grupo de afinidade de LGBTI+. Foto: Kayana Szymczak / The New York Times

Vários cientistas que pertencem à comunidade LGBTI+ afirmaram que temiam que as descobertas fornecessem munição a pessoas que tentam usar a ciência para promover o preconceito e a discriminação contra os gays. Uma preocupação é que a evidência de que os genes influenciam as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo possa fazer com que os movimentos contra gays exijam a manipulação genética ou a seleção de embriões, mesmo que isto seja tecnicamente impossível.

Outro temor é que a evidência de que os genes desempenham um papel parcial possa encorajar pessoas que insistem que ser gay é uma escolha e que defendem táticas como a terapia da conversão. “Discordo totalmente da publicação disto”, diz Steven Reilly, geneticista e pesquisador em pós-doutorado que faz parte do comitê diretor do grupo de afinidade LGBTI+ do instituto Out@Broad. “Isto poderia ser facilmente mal interpretado”.

Neal, que é gay, disse que a sua equipe procurou contribuições de grupos de LGBTI+ para a redação do estudo e de ressalvas esclarecedoras a fim de reduzir a possibilidade de que o trabalho seja mal interpretado. O estudo analisou os dados genéticos de cerca de meio milhão de britânicos e americanos, homens e mulheres, a partir dos 40 anos, que responderam a perguntas sobre saúde, comportamento e orientação sexual. Todos eram brancos de ascendência europeia, um dos vários fatores que os autores notam poderem limitar generalizações. Os pesquisadores se concentraram nas respostas a uma pergunta: se algum deles alguma vez teve relações com um parceiro do mesmo sexo. Transgêneros não foram incluídos.

Poderia haver milhares de genes influenciando a relação homoafetiva, cada um deles desempenhando um pequeno papel, acreditam os cientistas. O novo estudo mostrou que todos os efeitos genéticos representam cerca de 32% do fato de uma pessoa eventualmente ter relações sexuais com outras do mesmo sexo.

Usando uma técnica dos big data, chamada associação pangenômica, pesquisadores calcularam que variantes genéticas comuns – diferenças de uma letra nas sequencias de DNA – podem explicar de 8% a 25% das relações com pessoas do mesmo sexo. Os restantes dos 32% poderiam envolver efeitos genéticos que eles não conseguiriam medir.

Influência genética

Pesquisadores identificaram cinco variantes genéticas nos genomas completos das pessoas que parecem estar envolvidas. Estas cinco compreendem menos de 1% das influencias genéticas. E, quando os cientistas tentaram usar marcadores genéticos para prever como as pessoas em conjuntos de dados não relacionados informavam o seu comportamento sexual, viu-se que se tratava de uma informação genética pequena demais para permitir tal previsão.

Em uma conclusão que poderia ser sensível, o estudo constatou correlações genéticas com problemas de saúde mental, como graves distúrbios de depressão ou esquizofrenia. Eles enfatizaram que a pesquisa não sugere que relações sexuais com pessoas do mesmo sexo causem ou sejam causadas por estas condições ou características, e que a depressão ou a bipolaridade possam ser alimentadas por experiências sociais prejudiciais.

Contexto social

“Ali está a grande questão para procurarmos a genética da orientação sexual – o contexto social pode constituir uma parte importante da expressão desta característica”, afirma Jeremy Yoder, professor assistente de biologia da California State University, em Northridge. Acima de tudo, Nealacredita que o estudo mostra que“a diversidade é um aspecto natural da nossa experiência e é um aspecto natural do que vemos na genética. Acho que isto pode ser realmente lindo”. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

Um novo estudo – o mais amplo realizado até agora que analisa a genética das relações homoafetivas – concluiu que a genética é responsável por, talvez, 33%da influência no fato de alguém querer ter relações com pessoas do mesmo sexo. A influência não decorre de um gene, mas de muitos, cada qual com um efeito minúsculo. Fatores sociais e ambientais também desempenham um papel, o que torna impossível usar os genes para prever a sexualidade.

“Espero que a ciência possa ser usada para educar um pouco mais as pessoas a respeito do fato de que relações com pessoas do mesmo sexo são naturais e normais”, ressalta Benjamin Neal, geneticista do Broad Institute do Massachusetts Institute of Technology de Harvard e um dos principais pesquisadores da equipe internacional. “Isto faz parte da nossa espécie e faz parteda nossa identidade”.

Steven Reilly, geneticista do comitê diretor do grupo de afinidade de LGBTI+. Foto: Kayana Szymczak / The New York Times

Vários cientistas que pertencem à comunidade LGBTI+ afirmaram que temiam que as descobertas fornecessem munição a pessoas que tentam usar a ciência para promover o preconceito e a discriminação contra os gays. Uma preocupação é que a evidência de que os genes influenciam as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo possa fazer com que os movimentos contra gays exijam a manipulação genética ou a seleção de embriões, mesmo que isto seja tecnicamente impossível.

Outro temor é que a evidência de que os genes desempenham um papel parcial possa encorajar pessoas que insistem que ser gay é uma escolha e que defendem táticas como a terapia da conversão. “Discordo totalmente da publicação disto”, diz Steven Reilly, geneticista e pesquisador em pós-doutorado que faz parte do comitê diretor do grupo de afinidade LGBTI+ do instituto Out@Broad. “Isto poderia ser facilmente mal interpretado”.

Neal, que é gay, disse que a sua equipe procurou contribuições de grupos de LGBTI+ para a redação do estudo e de ressalvas esclarecedoras a fim de reduzir a possibilidade de que o trabalho seja mal interpretado. O estudo analisou os dados genéticos de cerca de meio milhão de britânicos e americanos, homens e mulheres, a partir dos 40 anos, que responderam a perguntas sobre saúde, comportamento e orientação sexual. Todos eram brancos de ascendência europeia, um dos vários fatores que os autores notam poderem limitar generalizações. Os pesquisadores se concentraram nas respostas a uma pergunta: se algum deles alguma vez teve relações com um parceiro do mesmo sexo. Transgêneros não foram incluídos.

Poderia haver milhares de genes influenciando a relação homoafetiva, cada um deles desempenhando um pequeno papel, acreditam os cientistas. O novo estudo mostrou que todos os efeitos genéticos representam cerca de 32% do fato de uma pessoa eventualmente ter relações sexuais com outras do mesmo sexo.

Usando uma técnica dos big data, chamada associação pangenômica, pesquisadores calcularam que variantes genéticas comuns – diferenças de uma letra nas sequencias de DNA – podem explicar de 8% a 25% das relações com pessoas do mesmo sexo. Os restantes dos 32% poderiam envolver efeitos genéticos que eles não conseguiriam medir.

Influência genética

Pesquisadores identificaram cinco variantes genéticas nos genomas completos das pessoas que parecem estar envolvidas. Estas cinco compreendem menos de 1% das influencias genéticas. E, quando os cientistas tentaram usar marcadores genéticos para prever como as pessoas em conjuntos de dados não relacionados informavam o seu comportamento sexual, viu-se que se tratava de uma informação genética pequena demais para permitir tal previsão.

Em uma conclusão que poderia ser sensível, o estudo constatou correlações genéticas com problemas de saúde mental, como graves distúrbios de depressão ou esquizofrenia. Eles enfatizaram que a pesquisa não sugere que relações sexuais com pessoas do mesmo sexo causem ou sejam causadas por estas condições ou características, e que a depressão ou a bipolaridade possam ser alimentadas por experiências sociais prejudiciais.

Contexto social

“Ali está a grande questão para procurarmos a genética da orientação sexual – o contexto social pode constituir uma parte importante da expressão desta característica”, afirma Jeremy Yoder, professor assistente de biologia da California State University, em Northridge. Acima de tudo, Nealacredita que o estudo mostra que“a diversidade é um aspecto natural da nossa experiência e é um aspecto natural do que vemos na genética. Acho que isto pode ser realmente lindo”. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

Um novo estudo – o mais amplo realizado até agora que analisa a genética das relações homoafetivas – concluiu que a genética é responsável por, talvez, 33%da influência no fato de alguém querer ter relações com pessoas do mesmo sexo. A influência não decorre de um gene, mas de muitos, cada qual com um efeito minúsculo. Fatores sociais e ambientais também desempenham um papel, o que torna impossível usar os genes para prever a sexualidade.

“Espero que a ciência possa ser usada para educar um pouco mais as pessoas a respeito do fato de que relações com pessoas do mesmo sexo são naturais e normais”, ressalta Benjamin Neal, geneticista do Broad Institute do Massachusetts Institute of Technology de Harvard e um dos principais pesquisadores da equipe internacional. “Isto faz parte da nossa espécie e faz parteda nossa identidade”.

Steven Reilly, geneticista do comitê diretor do grupo de afinidade de LGBTI+. Foto: Kayana Szymczak / The New York Times

Vários cientistas que pertencem à comunidade LGBTI+ afirmaram que temiam que as descobertas fornecessem munição a pessoas que tentam usar a ciência para promover o preconceito e a discriminação contra os gays. Uma preocupação é que a evidência de que os genes influenciam as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo possa fazer com que os movimentos contra gays exijam a manipulação genética ou a seleção de embriões, mesmo que isto seja tecnicamente impossível.

Outro temor é que a evidência de que os genes desempenham um papel parcial possa encorajar pessoas que insistem que ser gay é uma escolha e que defendem táticas como a terapia da conversão. “Discordo totalmente da publicação disto”, diz Steven Reilly, geneticista e pesquisador em pós-doutorado que faz parte do comitê diretor do grupo de afinidade LGBTI+ do instituto Out@Broad. “Isto poderia ser facilmente mal interpretado”.

Neal, que é gay, disse que a sua equipe procurou contribuições de grupos de LGBTI+ para a redação do estudo e de ressalvas esclarecedoras a fim de reduzir a possibilidade de que o trabalho seja mal interpretado. O estudo analisou os dados genéticos de cerca de meio milhão de britânicos e americanos, homens e mulheres, a partir dos 40 anos, que responderam a perguntas sobre saúde, comportamento e orientação sexual. Todos eram brancos de ascendência europeia, um dos vários fatores que os autores notam poderem limitar generalizações. Os pesquisadores se concentraram nas respostas a uma pergunta: se algum deles alguma vez teve relações com um parceiro do mesmo sexo. Transgêneros não foram incluídos.

Poderia haver milhares de genes influenciando a relação homoafetiva, cada um deles desempenhando um pequeno papel, acreditam os cientistas. O novo estudo mostrou que todos os efeitos genéticos representam cerca de 32% do fato de uma pessoa eventualmente ter relações sexuais com outras do mesmo sexo.

Usando uma técnica dos big data, chamada associação pangenômica, pesquisadores calcularam que variantes genéticas comuns – diferenças de uma letra nas sequencias de DNA – podem explicar de 8% a 25% das relações com pessoas do mesmo sexo. Os restantes dos 32% poderiam envolver efeitos genéticos que eles não conseguiriam medir.

Influência genética

Pesquisadores identificaram cinco variantes genéticas nos genomas completos das pessoas que parecem estar envolvidas. Estas cinco compreendem menos de 1% das influencias genéticas. E, quando os cientistas tentaram usar marcadores genéticos para prever como as pessoas em conjuntos de dados não relacionados informavam o seu comportamento sexual, viu-se que se tratava de uma informação genética pequena demais para permitir tal previsão.

Em uma conclusão que poderia ser sensível, o estudo constatou correlações genéticas com problemas de saúde mental, como graves distúrbios de depressão ou esquizofrenia. Eles enfatizaram que a pesquisa não sugere que relações sexuais com pessoas do mesmo sexo causem ou sejam causadas por estas condições ou características, e que a depressão ou a bipolaridade possam ser alimentadas por experiências sociais prejudiciais.

Contexto social

“Ali está a grande questão para procurarmos a genética da orientação sexual – o contexto social pode constituir uma parte importante da expressão desta característica”, afirma Jeremy Yoder, professor assistente de biologia da California State University, em Northridge. Acima de tudo, Nealacredita que o estudo mostra que“a diversidade é um aspecto natural da nossa experiência e é um aspecto natural do que vemos na genética. Acho que isto pode ser realmente lindo”. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

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