Problemas monetários e de endividamento afetam Turquia


Erdogan promoveu alta no consumo, mas o modelo está falhando

Por Peter S. Goodman

ARHAVI, TURQUIA - Os terraços com fileiras de pés de chá subindo as colinas acima do Mar Negro costumavam reluzir como o dinheiro. Ultimamente, mais parecem outra baixa da longa e arrastada crise econômica da Turquia.

A gigante multinacional Lipton interrompeu recentemente a produção em uma de suas três fábricas de processamento de chá na região. Aplicou cortes na compra do chá dos agricultores locais, deprimindo o comércio nas cidades e vilarejos da área.

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A economia na região de Arhavi passou por dificuldades depois que a Lipton interrompeu a produção em uma fábrica na região. Colheita de folhas de chá. Foto: Nicole Tung para The New York Times

"Tudo está interligado", lamenta o prefeito de Arhavi, Vasfi Kurdoglu. "O fechamento da fábrica da Lipton é o pior que poderia ter ocorrido. É algo que afeta a todos - mercados, padarias, caminhoneiros que transportam o chá daqui até Istambul".

Mais de um ano depois do início de uma calamidade que abalou o controle do autoritário presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, este país de 80 milhões de pessoas continua perigosamente encalhado em uma situação d pré-crise.

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A palpável ameaça do colapso iminente deu lugar a uma sensação de sobreviver ao atoleiro. A moeda da Turquia segue enfraquecida, enquanto sua dívida externa continua imensa. Inflação e desemprego são altos. O crescimento econômico é mínimo.

A maioria dos economistas sustenta que Erdogan deve aceitar juros acima dos já sufocantes 24% atuais para convencer os investidores a não abandonarem a Turquia. Mas todos os sinais indicam que Erdogan deve forçar uma queda nos juros, ao mesmo tempo injetando crédito nos lares e negócios turcos. Isso deve incentivar os gastos e o crescimento econômico, mas ao custo da pouca fé que reta na moeda, levando a mais inflação e novas perdas bancárias, trazendo o risco de uma crise de verdade.

"Tudo está desmoronando", disse Fadi Hakura, especialista na Turquia a serviço da instituição de pesquisa Chatham House, de Londres. "O governo está tão vinculado a esse modelo de consumo que isso acabará levando a um colapso da economia".

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Erdogan se revelou um mestre do crescimento, usando sua influência sobre o aparato financeiro para destinar crédito a seus clientes na indústria da construção. Mas, conforme repararam no endividamento produzido por esse desenvolvimento, os investidores deixaram o país. Nos últimos dois anos, a lira perdeu 40% de seu valor em relação ao dólar. A desvalorização levou a uma alta no preço dos artigos importados, resultando em uma inflação de 19%.

Alguns dizem que o governo tem margem para ajudar as empresas em dificuldades. Oficialmente, o endividamento do governo no ano passado correspondia a administráveis 30% da produção econômica anual. Mas o funcionamento financeiro da Turquia é pouco transparente.

"Quando os grandes projetos de construção falirem, é o governo que terá de pagar para resgatá-los", explicou Hakura. "Os números da dívida pública são uma miragem".

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As empresas mais astutas estão explorando fraquezas como oportunidades. A imobiliária Reha Medin Global observou uma queda nas vendas domésticas. "Todos estão esperando", disse o proprietário da empresa, Tamer Cicekci, 41.

O negócio dele cresceu ao se dedicar a compradores de Iraque, Irã e China, que aproveitaram o enfraquecimento da lira para comprar propriedades a preços baixos. Segundo Cicekci, vendas a estrangeiros tiveram alta de 40% no ano passado.

Mas até as empresas de sucesso se encontram em posição vulnerável. Depois de abrir a primeira loja de móveis no varejo, em 2012, a Hamm Design começou a fazer sucesso entre os turcos. Até o ano passado, as vendas vinham dobrando.

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Este ano, as vendas tiveram queda de um terço, enquanto o custo da matéria prima explodiu. 

"As pessoas perderam o emprego e não têm segurança", disse Idil Ozbek, 50, coproprietário da empresa. "Não sabem o que vai acontecer daqui a dois ou três meses. Pensam que é melhor guardar o que têm e não gastar dinheiro algum".

Em Arhavi, a maior fonte de preocupação gira em torno do chá, a indústria dominante. Em abril, Mustafa Yuksel, diretor do sindicato que representa 400 trabalhadores nas fábricas da Lipton, recebeu da empresa a notícia de que a produção não seria retomada na instalação de Arhavi quando a colheita começasse, em maio.

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"Perguntei o porquê", lembrou Yuksel. "Eles disseram que era por causa da crise econômica"./ TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

ARHAVI, TURQUIA - Os terraços com fileiras de pés de chá subindo as colinas acima do Mar Negro costumavam reluzir como o dinheiro. Ultimamente, mais parecem outra baixa da longa e arrastada crise econômica da Turquia.

A gigante multinacional Lipton interrompeu recentemente a produção em uma de suas três fábricas de processamento de chá na região. Aplicou cortes na compra do chá dos agricultores locais, deprimindo o comércio nas cidades e vilarejos da área.

A economia na região de Arhavi passou por dificuldades depois que a Lipton interrompeu a produção em uma fábrica na região. Colheita de folhas de chá. Foto: Nicole Tung para The New York Times

"Tudo está interligado", lamenta o prefeito de Arhavi, Vasfi Kurdoglu. "O fechamento da fábrica da Lipton é o pior que poderia ter ocorrido. É algo que afeta a todos - mercados, padarias, caminhoneiros que transportam o chá daqui até Istambul".

Mais de um ano depois do início de uma calamidade que abalou o controle do autoritário presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, este país de 80 milhões de pessoas continua perigosamente encalhado em uma situação d pré-crise.

A palpável ameaça do colapso iminente deu lugar a uma sensação de sobreviver ao atoleiro. A moeda da Turquia segue enfraquecida, enquanto sua dívida externa continua imensa. Inflação e desemprego são altos. O crescimento econômico é mínimo.

A maioria dos economistas sustenta que Erdogan deve aceitar juros acima dos já sufocantes 24% atuais para convencer os investidores a não abandonarem a Turquia. Mas todos os sinais indicam que Erdogan deve forçar uma queda nos juros, ao mesmo tempo injetando crédito nos lares e negócios turcos. Isso deve incentivar os gastos e o crescimento econômico, mas ao custo da pouca fé que reta na moeda, levando a mais inflação e novas perdas bancárias, trazendo o risco de uma crise de verdade.

"Tudo está desmoronando", disse Fadi Hakura, especialista na Turquia a serviço da instituição de pesquisa Chatham House, de Londres. "O governo está tão vinculado a esse modelo de consumo que isso acabará levando a um colapso da economia".

Erdogan se revelou um mestre do crescimento, usando sua influência sobre o aparato financeiro para destinar crédito a seus clientes na indústria da construção. Mas, conforme repararam no endividamento produzido por esse desenvolvimento, os investidores deixaram o país. Nos últimos dois anos, a lira perdeu 40% de seu valor em relação ao dólar. A desvalorização levou a uma alta no preço dos artigos importados, resultando em uma inflação de 19%.

Alguns dizem que o governo tem margem para ajudar as empresas em dificuldades. Oficialmente, o endividamento do governo no ano passado correspondia a administráveis 30% da produção econômica anual. Mas o funcionamento financeiro da Turquia é pouco transparente.

"Quando os grandes projetos de construção falirem, é o governo que terá de pagar para resgatá-los", explicou Hakura. "Os números da dívida pública são uma miragem".

As empresas mais astutas estão explorando fraquezas como oportunidades. A imobiliária Reha Medin Global observou uma queda nas vendas domésticas. "Todos estão esperando", disse o proprietário da empresa, Tamer Cicekci, 41.

O negócio dele cresceu ao se dedicar a compradores de Iraque, Irã e China, que aproveitaram o enfraquecimento da lira para comprar propriedades a preços baixos. Segundo Cicekci, vendas a estrangeiros tiveram alta de 40% no ano passado.

Mas até as empresas de sucesso se encontram em posição vulnerável. Depois de abrir a primeira loja de móveis no varejo, em 2012, a Hamm Design começou a fazer sucesso entre os turcos. Até o ano passado, as vendas vinham dobrando.

Este ano, as vendas tiveram queda de um terço, enquanto o custo da matéria prima explodiu. 

"As pessoas perderam o emprego e não têm segurança", disse Idil Ozbek, 50, coproprietário da empresa. "Não sabem o que vai acontecer daqui a dois ou três meses. Pensam que é melhor guardar o que têm e não gastar dinheiro algum".

Em Arhavi, a maior fonte de preocupação gira em torno do chá, a indústria dominante. Em abril, Mustafa Yuksel, diretor do sindicato que representa 400 trabalhadores nas fábricas da Lipton, recebeu da empresa a notícia de que a produção não seria retomada na instalação de Arhavi quando a colheita começasse, em maio.

"Perguntei o porquê", lembrou Yuksel. "Eles disseram que era por causa da crise econômica"./ TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

ARHAVI, TURQUIA - Os terraços com fileiras de pés de chá subindo as colinas acima do Mar Negro costumavam reluzir como o dinheiro. Ultimamente, mais parecem outra baixa da longa e arrastada crise econômica da Turquia.

A gigante multinacional Lipton interrompeu recentemente a produção em uma de suas três fábricas de processamento de chá na região. Aplicou cortes na compra do chá dos agricultores locais, deprimindo o comércio nas cidades e vilarejos da área.

A economia na região de Arhavi passou por dificuldades depois que a Lipton interrompeu a produção em uma fábrica na região. Colheita de folhas de chá. Foto: Nicole Tung para The New York Times

"Tudo está interligado", lamenta o prefeito de Arhavi, Vasfi Kurdoglu. "O fechamento da fábrica da Lipton é o pior que poderia ter ocorrido. É algo que afeta a todos - mercados, padarias, caminhoneiros que transportam o chá daqui até Istambul".

Mais de um ano depois do início de uma calamidade que abalou o controle do autoritário presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, este país de 80 milhões de pessoas continua perigosamente encalhado em uma situação d pré-crise.

A palpável ameaça do colapso iminente deu lugar a uma sensação de sobreviver ao atoleiro. A moeda da Turquia segue enfraquecida, enquanto sua dívida externa continua imensa. Inflação e desemprego são altos. O crescimento econômico é mínimo.

A maioria dos economistas sustenta que Erdogan deve aceitar juros acima dos já sufocantes 24% atuais para convencer os investidores a não abandonarem a Turquia. Mas todos os sinais indicam que Erdogan deve forçar uma queda nos juros, ao mesmo tempo injetando crédito nos lares e negócios turcos. Isso deve incentivar os gastos e o crescimento econômico, mas ao custo da pouca fé que reta na moeda, levando a mais inflação e novas perdas bancárias, trazendo o risco de uma crise de verdade.

"Tudo está desmoronando", disse Fadi Hakura, especialista na Turquia a serviço da instituição de pesquisa Chatham House, de Londres. "O governo está tão vinculado a esse modelo de consumo que isso acabará levando a um colapso da economia".

Erdogan se revelou um mestre do crescimento, usando sua influência sobre o aparato financeiro para destinar crédito a seus clientes na indústria da construção. Mas, conforme repararam no endividamento produzido por esse desenvolvimento, os investidores deixaram o país. Nos últimos dois anos, a lira perdeu 40% de seu valor em relação ao dólar. A desvalorização levou a uma alta no preço dos artigos importados, resultando em uma inflação de 19%.

Alguns dizem que o governo tem margem para ajudar as empresas em dificuldades. Oficialmente, o endividamento do governo no ano passado correspondia a administráveis 30% da produção econômica anual. Mas o funcionamento financeiro da Turquia é pouco transparente.

"Quando os grandes projetos de construção falirem, é o governo que terá de pagar para resgatá-los", explicou Hakura. "Os números da dívida pública são uma miragem".

As empresas mais astutas estão explorando fraquezas como oportunidades. A imobiliária Reha Medin Global observou uma queda nas vendas domésticas. "Todos estão esperando", disse o proprietário da empresa, Tamer Cicekci, 41.

O negócio dele cresceu ao se dedicar a compradores de Iraque, Irã e China, que aproveitaram o enfraquecimento da lira para comprar propriedades a preços baixos. Segundo Cicekci, vendas a estrangeiros tiveram alta de 40% no ano passado.

Mas até as empresas de sucesso se encontram em posição vulnerável. Depois de abrir a primeira loja de móveis no varejo, em 2012, a Hamm Design começou a fazer sucesso entre os turcos. Até o ano passado, as vendas vinham dobrando.

Este ano, as vendas tiveram queda de um terço, enquanto o custo da matéria prima explodiu. 

"As pessoas perderam o emprego e não têm segurança", disse Idil Ozbek, 50, coproprietário da empresa. "Não sabem o que vai acontecer daqui a dois ou três meses. Pensam que é melhor guardar o que têm e não gastar dinheiro algum".

Em Arhavi, a maior fonte de preocupação gira em torno do chá, a indústria dominante. Em abril, Mustafa Yuksel, diretor do sindicato que representa 400 trabalhadores nas fábricas da Lipton, recebeu da empresa a notícia de que a produção não seria retomada na instalação de Arhavi quando a colheita começasse, em maio.

"Perguntei o porquê", lembrou Yuksel. "Eles disseram que era por causa da crise econômica"./ TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

ARHAVI, TURQUIA - Os terraços com fileiras de pés de chá subindo as colinas acima do Mar Negro costumavam reluzir como o dinheiro. Ultimamente, mais parecem outra baixa da longa e arrastada crise econômica da Turquia.

A gigante multinacional Lipton interrompeu recentemente a produção em uma de suas três fábricas de processamento de chá na região. Aplicou cortes na compra do chá dos agricultores locais, deprimindo o comércio nas cidades e vilarejos da área.

A economia na região de Arhavi passou por dificuldades depois que a Lipton interrompeu a produção em uma fábrica na região. Colheita de folhas de chá. Foto: Nicole Tung para The New York Times

"Tudo está interligado", lamenta o prefeito de Arhavi, Vasfi Kurdoglu. "O fechamento da fábrica da Lipton é o pior que poderia ter ocorrido. É algo que afeta a todos - mercados, padarias, caminhoneiros que transportam o chá daqui até Istambul".

Mais de um ano depois do início de uma calamidade que abalou o controle do autoritário presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, este país de 80 milhões de pessoas continua perigosamente encalhado em uma situação d pré-crise.

A palpável ameaça do colapso iminente deu lugar a uma sensação de sobreviver ao atoleiro. A moeda da Turquia segue enfraquecida, enquanto sua dívida externa continua imensa. Inflação e desemprego são altos. O crescimento econômico é mínimo.

A maioria dos economistas sustenta que Erdogan deve aceitar juros acima dos já sufocantes 24% atuais para convencer os investidores a não abandonarem a Turquia. Mas todos os sinais indicam que Erdogan deve forçar uma queda nos juros, ao mesmo tempo injetando crédito nos lares e negócios turcos. Isso deve incentivar os gastos e o crescimento econômico, mas ao custo da pouca fé que reta na moeda, levando a mais inflação e novas perdas bancárias, trazendo o risco de uma crise de verdade.

"Tudo está desmoronando", disse Fadi Hakura, especialista na Turquia a serviço da instituição de pesquisa Chatham House, de Londres. "O governo está tão vinculado a esse modelo de consumo que isso acabará levando a um colapso da economia".

Erdogan se revelou um mestre do crescimento, usando sua influência sobre o aparato financeiro para destinar crédito a seus clientes na indústria da construção. Mas, conforme repararam no endividamento produzido por esse desenvolvimento, os investidores deixaram o país. Nos últimos dois anos, a lira perdeu 40% de seu valor em relação ao dólar. A desvalorização levou a uma alta no preço dos artigos importados, resultando em uma inflação de 19%.

Alguns dizem que o governo tem margem para ajudar as empresas em dificuldades. Oficialmente, o endividamento do governo no ano passado correspondia a administráveis 30% da produção econômica anual. Mas o funcionamento financeiro da Turquia é pouco transparente.

"Quando os grandes projetos de construção falirem, é o governo que terá de pagar para resgatá-los", explicou Hakura. "Os números da dívida pública são uma miragem".

As empresas mais astutas estão explorando fraquezas como oportunidades. A imobiliária Reha Medin Global observou uma queda nas vendas domésticas. "Todos estão esperando", disse o proprietário da empresa, Tamer Cicekci, 41.

O negócio dele cresceu ao se dedicar a compradores de Iraque, Irã e China, que aproveitaram o enfraquecimento da lira para comprar propriedades a preços baixos. Segundo Cicekci, vendas a estrangeiros tiveram alta de 40% no ano passado.

Mas até as empresas de sucesso se encontram em posição vulnerável. Depois de abrir a primeira loja de móveis no varejo, em 2012, a Hamm Design começou a fazer sucesso entre os turcos. Até o ano passado, as vendas vinham dobrando.

Este ano, as vendas tiveram queda de um terço, enquanto o custo da matéria prima explodiu. 

"As pessoas perderam o emprego e não têm segurança", disse Idil Ozbek, 50, coproprietário da empresa. "Não sabem o que vai acontecer daqui a dois ou três meses. Pensam que é melhor guardar o que têm e não gastar dinheiro algum".

Em Arhavi, a maior fonte de preocupação gira em torno do chá, a indústria dominante. Em abril, Mustafa Yuksel, diretor do sindicato que representa 400 trabalhadores nas fábricas da Lipton, recebeu da empresa a notícia de que a produção não seria retomada na instalação de Arhavi quando a colheita começasse, em maio.

"Perguntei o porquê", lembrou Yuksel. "Eles disseram que era por causa da crise econômica"./ TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

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