A Apple confirmou à agência de notícias Bloomberg que armazena dados de usuários russos em servidores russos desde 2015, seguindo a determinação de uma lei local que estabelece o armazenamento de dados entrou em vigor no país. Segundo a reportagem, são coletados dados de usuários como nome, endereço, e-mail e número de telefone. Não são citados uso de dados sensíveis, como mensagens, documentos e imagens trocados pelos usuários, que são frequentemente armazenados no serviço de nuvem da Apple, o iCloud.
A publicação da Bloomberg vai contra a imagem que a Apple tem tentado estabelecer, nos últimos meses, como defensora da publicidade – incluindo críticas a Mark Zuckerberg, do Facebook, e um anúncio polêmico em Las Vegas, durante a última Consumer Electronics Show (CES).
A empresa armazena mais dados ainda de seus funcionários russos, revelou a Bloomberg. Entre as informações estão números de passaporte, carteira de trabalho e histórico profissional.
Não é a primeira vez que a Apple adere a uma legislação local controversa. No ano passado, a empresa foi criticada por seguir uma lei da China que estabelece o armazenamento de contas iCloud de usuários chineses.
Em outubro do ano passado, o presidente executivo da Apple, Tim Cook, disse em entrevista ao site americano Vice que a empresa deve seguir esse tipo de lei local, mas reforçou que esses dados são protegidos por criptografia com tecnologia da Apple.
A Apple é a terceira principal fabricante de celulares no mercado russo, ficando atrás apenas da Samsung e da Huawei. Apesar de o país não ser um dos maiores mercados da Apple, a fabricante tem aumentado consideravelmente sua presença na região.