A Apple retomou as negociações com a OpenAI para integrar suas tecnologias de inteligência artificial generativa (como o ChatGPT) no iOS 18, próximo sistema operacional do iPhone, a ser lançado no final deste ano, com a chegada do iPhone 16. As informações foram obtidas pela Bloomberg.
Segundo o veículo, a Apple já havia conversado com a OpenAI no início do ano, sem que houvesse fechado uma parceria. A fabricante do iPhone também vem mantendo o contato com o Google para licenciar seu chatbot Gemini, já disponível para celulares Android.
O veículo também afirma que o próximo sistema operacional do iPhone incluirá novos recursos baseados em uma inteligência artificial proprietária da Apple, incluindo uma função semelhante a um chatbot, como o ChatGPT e o Gemini.
De acordo com as fontes da Bloomberg, a Apple ainda não se decidiu com quais parceiros irá trabalhar ou sequer se fechará acordos com eles. A proposta da companhia é integrar melhor seus dispositivos à IA, com uma maior proteção de privacidade.
Anúncios sobre esse desenvolvimento devem ser feitos na Worldwide Developers Conference da Apple, evento anual para programadores, que acontece entre os dias 10 e 14 de junho.
Rivais da Apple já estão disponibilizando assistentes baseados em IA generativa. Além do Gemini, do Android, a Samsung lançou recentemente a Galaxy AI, para a linha de smartphones Galaxy. Dentre suas funções estão tradução simultânea em chamadas de voz em 13 idiomas, intérprete virtual sem que seja necessária conexão com a internet e chat que sugere textos prontos para mensagens direcionadas a amigos, trabalho ou posts em redes sociais.
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AppleGPT
Apesar de não tocar no assunto, a Apple vem desenvolvendo internamente seu próprio LLM (large language model ou grande modelo de linguagem) batizado de Ajax – informalmente chamado de AppleGPT.
Um recente artigo acadêmico discretamente publicado por pesquisadores da Apple mostram que a companhia está obtendo êxito no desenvolvimento de novos métodos para treinar LLMs tanto em texto quanto em imagens. O artigo descreve um modelo proprietário com suporte a até 30 bilhões de parâmetros e capaz de “alcançar performance competitiva”. As técnicas desenvolvidas pela Apple teriam a capacidade de trabalhar com conjuntos de dados “cada vez maiores e com melhor desempenho e confiabilidade”.
Anteriormente, em dezembro, a Apple publicou um artigo sobre um método para rodar LLMs no smartphone, sem depender de processamento na nuvem, como os chatbots mais populares. A técnica usa a memória flash de forma complementar à memória RAM para fornecer mais desempenho ao celular.
Em abril, o site Venture Beat afirmou que a Apple está trabalhando em uma inteligência artificial generativa integrada à Siri capaz de ler a tela do celular e entender elementos visuais e contexto, segundo o site Venture Beat.
O sistema, chamado ReALM (Reference Resolution As Language Modeling) faz uso de grandes modelos de linguagem para converter qualquer informação contextual na tela, inclusive visual, em texto, de forma que a assistente do dispositivo seja capaz de descrever o que está “vendo” na tela e manter um diálogo coerente com o usuário.