O Facebook removeu mensagens privadas enviadas por seu presidente executivo Mark Zuckerberg pelo aplicativo de mensagens instantâneas Facebook Messenger a diferentes destinatários nos últimos anos. A revelação, feita pelo site americano TechCrunch, é mais uma rachadura na crise de confiança pela qual a rede social tem passado nos últimos dias, após a revelação de que pelo menos 87 milhões de usuários tiveram seus dados obtidos ilicitamente pela consultoria Cambridge Analytica, que os teria utilizado para influenciar as eleições americanas de 2016.
Segundo a publicação, três fontes diferentes confirmaram ao TechCrunch que mensagens que receberam de Zuckerberg foram removidas de suas caixas de entrada – embora as respostas dadas ao executivo permaneceram lá. Questionada sobre o assunto, a empresa respondeu que mudou sua política de comunicações para proteger seus executivos em 2014, depois que a Sony foi hackeada e mensagens internas foram vazadas.
A empresa, no entanto, nunca tinha divulgado a prática publicamente, nem que havia removido mensagens enviadas anteriormente por Zuckerberg. Quando questionado a respeito por um repórter do TechCrunch no Messenger, o executivo se negou a comentar o assunto. Até a publicação da matéria, o Facebook só permitia aos usuários que deletassem mensagens de suas próprias caixas de entrada – confirmando que Zuckerberg e outros funcionários do Facebook receberam tratamento especial.
A situação, porém, degringolou de tal forma que o Facebook decidiu criar uma nova função, que vai permitir que todos os usuários do Facebook Messenger possam deletar mensagens antigas de suas conversas nos próximos meses. A empresa disse que vai trabalhar nos próximos meses para lançar o recurso – e não vai permitir que Zuckerberg delete ou altere mensagens antigas até que isso aconteça.
Além disso, o Facebook disse que usuários que utilizam a versão criptografada do Facebook Messenger podem usar um timer para que suas comunicações sejam deletadas automaticamente. "Estamos agora trabalhando em uma função mais ampla disso, e pode levar algum tempo", disse a empresa em comunicado. "Deveríamos ter sido mais abertos sobre as mensagens de nossos executivos – e pedimos desculpas porque não fizemos isso antes."