O Uber anunciou na noite da última quarta-feira, 9, que vai parar de usar softwares para espionar autoridades e fiscais governamentais em cidades que está ilegal. A medida surge dias depois que uma reportagem do New York Times denunciou que a empresa utilizava a prática, conhecida como "greyball", desde 2014.
Segundo o diretor de segurança do Uber, Joe Sullivan, a empresa começou a "revisar as formas que essa tecnologia já foi usada" e que "vai expressamente proibir que ela seja utilizada contra reguladores locais".
No texto, Sullivan diz que a ferramenta, que mostra uma versão diferente do aplicativo aos usuários, com "carros-fantasma", é útil para evitar problemas com usuários que queiram causar danos ou para fazer testes de marketing. A empresa diz ainda que vai investigar as informações e responder aos questionamentos assim que possível, mas não pede desculpas pela prática.
Lembre as recentes polêmicas envolvendo o Uber
Boicote
Foto: REUTERS/Beck Diefenbach ▲Segurança
Foto: Tyrone Siu/Reuters ▲Verde e Amarelo
Foto: Washington Alves/Estadão ▲Assédio
Foto: AP Photo/Eric Risberg ▲Mais assédio
Foto: Anindito Mukherjee/Reuters ▲Processo
Foto: REUTERS/Brendan McDermid ▲Assédio novamente
Foto: REUTERS/Stephen Lam ▲Discussão
Foto: Matheus Mans/Estadão ▲Proteção
Foto: Danish Siddiqui/Reuters ▲'London Has Fallen'
Foto: ?REUTERS/Lucy Nicholson ▲Problemas na Ásia
Foto: Tyrone Siu/Reuters ▲Presidente deixa o Uber
Foto: Andy Kropa/AP ▲Prostituição em Seul
Foto: Udit Kulshrestha/Bloomberg ▲Uber
Foto: Fresco News/Mark Beach/Reuters ▲Saída da Dinamarca
Foto: Nikolai Linares/EFE ▲Vice-presidente deixa o cargo
Foto: David Paul Morris/Bloomberg, Getty Images ▲Travis Kalanick é afastado
Foto: REUTERS/Adnan Abidi ▲Como funciona? Quando um usuário marcado como suspeito (isto é, pertencente a um órgão de fiscalização oficial) pedia uma corrida, o Uber mostrava apenas "carros-fantasma" em seu aplicativo em uma versão falsa do aplicativo. Se por acaso o usuário suspeito conseguisse chamar uma corrida, o Uber entrava em contato com o motorista para cancelar a chamada antes da viagem ser iniciada.
Entre as técnicas utilizadas pelo software estavam a de rastrear cartões de créditos usados no aplicativo – se o cartão estivesse diretamente relacionado a uma instituição governamental ou um batalhão de polícia, o usuário não conseguiria fazer uma viagem.
Outro método, descreve a reportagem, é a de criar uma "cerca virtual" em torno de edifícios governamentais – dentro desses limites, a empresa observava se usuários estavam frequentemente abrindo e fechando o aplicativo, como se estivessem vigiando a quantidade de motoristas rodando no sistema.
Por vezes, fiscais de governos utilizavam diversos celulares para conseguir flagrar o Uber. Para se prevenir disso, a empresa mandava funcionários para lojas na cidade em questão e buscava pelos modelos mais baratos de smartphones no local – usados pelos órgãos de fiscalização por conta de orçamentos reduzidos.