Veja os 10 principais momentos do depoimento de Zuckerberg no Senado dos EUA


Presidente do Facebook respondeu perguntas de 44 senadores durante cinco horas e dez minutos; temas foram de monopólio a uso de dados por aplicativos terceiros, passando por eleições e privacidade

Por Bruno Capelas
Mark Zuckerbergdurante audiência no Senado nesta quarta-feira, 10 Foto: NYT

O presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, prestou nesta terça-feira, 10, o primeiro de dois depoimentos marcados para esta semana no Congresso americano. Em uma sessão que durou cinco horas e dez minutos, o executivo foi interpelado por 44 senadores dos comitês Judiciário e do Comércio do Senado dos EUA.

Ele ouviu muitas perguntas – das mais complexas às mais básicas, vindas de políticos que pareciam não saber como a internet ou o próprio Facebook funcionam. E falou bastante também – é possível até dizer que talvez Zuckerberg nunca tenha falado tanto publicamente numa única ocasião. O executivo também se repetiu muitas vezes – seja por ouvir perguntas iguais ou por repetir frases que vem dizendo há quase um mês, quando o escândalo do uso ilícito de dados de 87 milhões de pessoas pela consultoria Cambridge Analytica foi revelado pelos jornais The Observer e The New York Times

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Neste texto, a reportagem do Estado separou os 10 principais momentos do longo depoimento. Nesta quarta-feira, 11, Zuckerberg volta ao Capitólio para falar com os deputados americanos, a partir das 11h da manhã (horário de Brasília). 

1. Aleksandr Kogan vendeu dados para outras empresas

A principal novidade surgida do depoimento de Zuckerberg apareceu quase despercebida, durante a pergunta da senadora democrata Tammy Baldwin. Em meio a uma série de perguntas, ela questionou o executivo se Kogan – responsável pelo quiz This is Your Digital Life, cuja base de dados coletados foi vendida à Cambridge Analytica – comercializou informações para outras empresas. 

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“Sim, ele vendeu”, foi a resposta de Zuckerberg. O executivo disse ainda que uma das empresas é a Eunoia – fundada por Christopher Wylie, o informante que revelou o escândalo aos jornais – e que forneceria uma lista, não disponível à mão, na hora. Após a pergunta, que gerou a informação mais importante do depoimento, a senadora mudou de assunto. Durante a sessão, nenhum senador retomou o tema. A expectativa é de que algum deputado peça esclarecimentos a Zuckerberg na sessão desta quarta-feira. 

2. O Facebook não é um monopólio – ao menos para Zuckerberg

Uma das principais críticas que o Facebook vem sofrendo é a de que a empresa pratica um monopólio das redes sociais – ou um duopólio, em parceria com o Google, pela publicidade digital. O senador republicano Lindsey Graham tentou enquadrar a empresa nessa lógica em um diálogo que pareceu tolo, mas revelou muito sobre o Facebook: 

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– Quem são seus competidores?, questionou o político.  – Temos vários, em diferentes categorias. A Apple, o Google, a Microsoft… – enumerou Zuckerberg. – Eles fazem o mesmo que você? Se eu não gosto de um Ford, posso comprar um Chevy. O que eu tenho se não gostar do Facebook?  – Temos muitos serviços... – Você não acha que têm um monopólio? – Não me parece assim, senhor. 

Em um comunicado emitido depois, Graham não concordou com Zuckerberg: “O Facebook é um monopólio virtual e deve ser regulado”, disse. 

A história do Facebook em 30 fotos

1 | 30

100 milhões de amigos

Foto: Reuters
2 | 30

Avante

Foto: Reuters
3 | 30

1 bilhão de amigos

Foto: Reuters
4 | 30

Fundação Zuckerberg

Foto: Facebook
5 | 30

Notícias Falsas

Foto: Reuters
6 | 30

2 bilhões de amigos

Foto: Reuters
7 | 30

Cambridge Analytica

Foto: EFE
8 | 30

Prólogo

Foto: Reprodução
9 | 30

Início

Foto: Divulgação
10 | 30

Investimentos

Foto: NYT
11 | 30

Plágio

Foto: NYT
12 | 30

1 milhão de amigos

Foto: NYT
13 | 30

'Não, não, não'

Foto: NYT
14 | 30

Feed de notícias

Foto: Reprodução
15 | 30

Para menores

Foto: Reuters
16 | 30

Abertura

Foto: Reuters
17 | 30

Microsoft

Foto: Reuters
18 | 30

Tchau, Myspace

Foto: Estadão
19 | 30

Fazenda Feliz

Foto: Reprodução
20 | 30

Curtida

Foto: Reuters
21 | 30

A Rede Social

Foto: Reprodução
22 | 30

Mensageiro

Foto: Reuters
23 | 30

Linha do tempo

Foto: Reprodução
24 | 30

Abertura de capital

Foto: Reuters
25 | 30

'Bota no Insta'

Foto: NYT
26 | 30

Internet.org

Foto: Reuters
27 | 30

Zap Zap

Foto: Reuters
28 | 30

Realidade virtual

Foto: Reuters
29 | 30

Reações

Foto: Reuters
30 | 30

Feed de Notícias

Foto: Reuters
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3. O Facebook pode ter uma versão paga no futuro? 

Boa parte da discussão desta tarde de terça-feira foi baseada no modelo de negócios do Facebook – usar dados dos usuários para vender anúncios e faturar com isso. Questionado se aceitaria que os usuários pagassem para usar o Facebook, sem ter seus dados coletados, Zuckerberg deu uma declaração ambígua. “Sempre haverá uma versão gratuita do Facebook”. A frase é diferente do que aparece na página inicial da rede social: “é de graça – e sempre será.” 

Nas redes sociais, não foram poucos os que suspeitaram que isso poderia significar que uma versão paga do Facebook – sem anúncios, talvez? – poderia estar a caminho. Há, no entanto, quem diga que Zuckerberg construiu a frase para não se comprometer publicamente em dizer que o negócio será sempre gratuito – o que poderia lhe causar problemas na Justiça ou questionamentos de investidores no futuro, caso o negócio da empresa mudasse. 

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4. De quem são os dados? 

Outra questão importante que Zuckerberg teve de responder foi sobre a posse e o controle dos dados dos usuários – afinal, se eles são das pessoas, por que é o Facebook que ganha dinheiro com isso? A pergunta do senador Brian Schatz quase encurralou o executivo do Facebook. Antes que Zuckerberg pudesse responder propriamente, porém, o tempo dedicado ao pronunciamento de Schatz – cinco minutos, por padrão – foi encerrado. (O tempo curto para cada parlamentar, aliás, foi outro aliado de Zuckerberg durante o depoimento.)

5. Desculpas não são suficientes. 

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Antes das perguntas começaram, Zuckerberg repetiu o discurso que fez a jornalistas na semana passada, chamando para si a responsabilidade pelos erros cometidos pelo Facebook e pedindo desculpas. Frases com esse conteúdo se repetiram pelas cinco horas de depoimento – mas não agradaram a muitos parlamentares. “É hora de parar de pedir desculpas e trazer mudanças. Em 14 anos, não vimos muitas mudanças na forma como vocês garantem proteção para os usuários”, disse a senadora democrata Catharine Cortes Masto. Seu colega de partido, Richard Blumenthal levou até cartazes com frases antigas de Zuckerberg pedindo desculpas para sublinhar esse argumento. 

Conheça as celebridades que já deixaram o Facebook após o escândalo com dados pessoais

1 | 7

Elon Musk

Foto: Reuters/Mike Blake
2 | 7

Jim Carrey

Foto: Reuters/Mario Anzuoni
3 | 7

Steve Wozniak

Foto: AP Photo/Luca Bruno
4 | 7

Cher

Foto: Reuters/Keith Bedford
5 | 7

Will Ferrell

Foto: Reuters/Mario Anzuoni
6 | 7

Brian Acton

Foto: Reuters/Mike Blake
7 | 7

Rosie O'Donnell

Foto: AP

6. O Facebook pode ter quebrado um contrato com a FTC

Em 2011, bem antes do início do escândalo da Cambridge Analytica, o Facebook assinou um acordo com a autoridade regulatória de comércio dos EUA (FTC, na sigla em inglês) prometendo proteger os dados de seus usuários. O pacto é um dos principais temas em discussão hoje – se ficar provado que a empresa foi negligente no caso Cambridge Analytica, ela pode sofrer pesadas multas e sanções.

Na sessão desta terça-feira, 10, essa possibilidade se tornou mais concreta para a opinião pública: questionado pelo senador democrata Bill Nelson  se avisou a FTC ou os usuários quando soube que a Cambridge Analytica tinha uma base de dados em 2015, Zuckerberg disse que não. “Achamos que o caso estava encerrado quando pedimos para eles deletarem essas informações.” 

7. O novo mantra do Facebook não é… sexy

Nos “áureos tempos”, o mantra do Facebook era bastante agressivo: “seja rápido e quebre coisas”, uma tradução livre para “move fast and break things”. Quando um senador citou a frase, Zuckerberg interviu e disse que o lema da empresa foi atualizado. “Seja rápido, mas com infraestrutura estável”, lembrou ele. “É pouco sexy, eu sei.”

8. O WhatsApp não compartilha dados com o Facebook

Um aviso aos mais de 120 milhões de usuários brasileiros do WhatsApp – ou, no mínimo, uma promessa: segundo Zuckerberg, o Facebook não tem acesso aos dados de conversas dos usuários do WhatsApp, nem consegue criar anúncios baseados no conteúdo dessas conversas. A primeira parte é algo que o Facebook bate na tecla há tempos – graças à criptografia presente nas mensagens trocadas pelo aplicativo –, mas a segunda nunca foi dita de forma tão evidente. A União Europeia, porém, discorda: atualmente, uma investigação se há troca de informações entre os dois aplicativos está correndo no Velho Continente. 

Veja a evolução do design do Facebook ao longo de 12 anos

1 | 12

Início

Foto: Reprodução
2 | 12

Perfil de 2005

Foto: Reprodução
3 | 12

Reforma

Foto: Reprodução
4 | 12

Mini Feed

Foto: Reprodução
5 | 12

Barrinhas

Foto: Reprodução
6 | 12

No que você está pensando?

Foto: Reprodução
7 | 12

Foco nas fotos

Foto: Reprodução
8 | 12

Sem vergonha

Foto: Reprodução
9 | 12

Linha do Tempo

Foto: Reprodução
10 | 12

Ampliação

Foto: Reprodução
11 | 12

Foto de capa

Foto: Reprodução
12 | 12

Perfil de hoje

Foto: Reprodução

9. Facebook não quer colaborar com política anti-imigração

Uma das principais bandeiras de Donald Trump na presidência é a resistência à imigração e presença de estrangeiros nos Estados Unidos – especialmente de países considerados suspeitos. Recentemente, começou a se discutir nos EUA a possibilidade do país pedir acesso às redes sociais – Facebook e Twitter, por exemplo – de um indivíduo que pedir vistos de turismo ou imigração. Questionado sobre o assunto pela senadora democrata Mazie Hirono, Zuckerberg disse: “Não colaboraríamos proativamente com um sistema desses, só se descobríssemos uma ameaça ou se uma ordem judicial nos pedisse assim.” 

10. Zuckerberg não sabe se o Facebook monitora usuários quando está fechado

Não foram poucas as vezes em que Zuckerberg desviou de uma questão capciosa ou comprometedora dizendo uma frase mágica: “Meu time vai entrar em contato contigo para lhe passar os detalhes.” 

Uma, porém, que ficou mesmo sem resposta, pode colocar o Facebook em apuros: no início do depoimento, o senador republicano Roy Blunt questionou Zuckerberg pelo monitoramento de dados que faz em smartphones Android, coletando, por exemplo, os metadados de chamadas telefônicas e mensagens de voz. 

O executivo fez questão de dizer que a prática é feita pelo Facebook Messenger, app de mensagens instantâneas, já foi resolvida e não dá acesso ao conteúdo das mensagens. Na sequência, o político perguntou se o Facebook monitora a localização dos dispositivos mesmo quando o aplicativo está aberto. “Não sei responder isso”, disse Zuckerberg.

Mark Zuckerbergdurante audiência no Senado nesta quarta-feira, 10 Foto: NYT

O presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, prestou nesta terça-feira, 10, o primeiro de dois depoimentos marcados para esta semana no Congresso americano. Em uma sessão que durou cinco horas e dez minutos, o executivo foi interpelado por 44 senadores dos comitês Judiciário e do Comércio do Senado dos EUA.

Ele ouviu muitas perguntas – das mais complexas às mais básicas, vindas de políticos que pareciam não saber como a internet ou o próprio Facebook funcionam. E falou bastante também – é possível até dizer que talvez Zuckerberg nunca tenha falado tanto publicamente numa única ocasião. O executivo também se repetiu muitas vezes – seja por ouvir perguntas iguais ou por repetir frases que vem dizendo há quase um mês, quando o escândalo do uso ilícito de dados de 87 milhões de pessoas pela consultoria Cambridge Analytica foi revelado pelos jornais The Observer e The New York Times

Neste texto, a reportagem do Estado separou os 10 principais momentos do longo depoimento. Nesta quarta-feira, 11, Zuckerberg volta ao Capitólio para falar com os deputados americanos, a partir das 11h da manhã (horário de Brasília). 

1. Aleksandr Kogan vendeu dados para outras empresas

A principal novidade surgida do depoimento de Zuckerberg apareceu quase despercebida, durante a pergunta da senadora democrata Tammy Baldwin. Em meio a uma série de perguntas, ela questionou o executivo se Kogan – responsável pelo quiz This is Your Digital Life, cuja base de dados coletados foi vendida à Cambridge Analytica – comercializou informações para outras empresas. 

“Sim, ele vendeu”, foi a resposta de Zuckerberg. O executivo disse ainda que uma das empresas é a Eunoia – fundada por Christopher Wylie, o informante que revelou o escândalo aos jornais – e que forneceria uma lista, não disponível à mão, na hora. Após a pergunta, que gerou a informação mais importante do depoimento, a senadora mudou de assunto. Durante a sessão, nenhum senador retomou o tema. A expectativa é de que algum deputado peça esclarecimentos a Zuckerberg na sessão desta quarta-feira. 

2. O Facebook não é um monopólio – ao menos para Zuckerberg

Uma das principais críticas que o Facebook vem sofrendo é a de que a empresa pratica um monopólio das redes sociais – ou um duopólio, em parceria com o Google, pela publicidade digital. O senador republicano Lindsey Graham tentou enquadrar a empresa nessa lógica em um diálogo que pareceu tolo, mas revelou muito sobre o Facebook: 

– Quem são seus competidores?, questionou o político.  – Temos vários, em diferentes categorias. A Apple, o Google, a Microsoft… – enumerou Zuckerberg. – Eles fazem o mesmo que você? Se eu não gosto de um Ford, posso comprar um Chevy. O que eu tenho se não gostar do Facebook?  – Temos muitos serviços... – Você não acha que têm um monopólio? – Não me parece assim, senhor. 

Em um comunicado emitido depois, Graham não concordou com Zuckerberg: “O Facebook é um monopólio virtual e deve ser regulado”, disse. 

A história do Facebook em 30 fotos

1 | 30

100 milhões de amigos

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2 | 30

Avante

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3 | 30

1 bilhão de amigos

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4 | 30

Fundação Zuckerberg

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5 | 30

Notícias Falsas

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6 | 30

2 bilhões de amigos

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7 | 30

Cambridge Analytica

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8 | 30

Prólogo

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9 | 30

Início

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10 | 30

Investimentos

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11 | 30

Plágio

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12 | 30

1 milhão de amigos

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Microsoft

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18 | 30

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Fazenda Feliz

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3. O Facebook pode ter uma versão paga no futuro? 

Boa parte da discussão desta tarde de terça-feira foi baseada no modelo de negócios do Facebook – usar dados dos usuários para vender anúncios e faturar com isso. Questionado se aceitaria que os usuários pagassem para usar o Facebook, sem ter seus dados coletados, Zuckerberg deu uma declaração ambígua. “Sempre haverá uma versão gratuita do Facebook”. A frase é diferente do que aparece na página inicial da rede social: “é de graça – e sempre será.” 

Nas redes sociais, não foram poucos os que suspeitaram que isso poderia significar que uma versão paga do Facebook – sem anúncios, talvez? – poderia estar a caminho. Há, no entanto, quem diga que Zuckerberg construiu a frase para não se comprometer publicamente em dizer que o negócio será sempre gratuito – o que poderia lhe causar problemas na Justiça ou questionamentos de investidores no futuro, caso o negócio da empresa mudasse. 

4. De quem são os dados? 

Outra questão importante que Zuckerberg teve de responder foi sobre a posse e o controle dos dados dos usuários – afinal, se eles são das pessoas, por que é o Facebook que ganha dinheiro com isso? A pergunta do senador Brian Schatz quase encurralou o executivo do Facebook. Antes que Zuckerberg pudesse responder propriamente, porém, o tempo dedicado ao pronunciamento de Schatz – cinco minutos, por padrão – foi encerrado. (O tempo curto para cada parlamentar, aliás, foi outro aliado de Zuckerberg durante o depoimento.)

5. Desculpas não são suficientes. 

Antes das perguntas começaram, Zuckerberg repetiu o discurso que fez a jornalistas na semana passada, chamando para si a responsabilidade pelos erros cometidos pelo Facebook e pedindo desculpas. Frases com esse conteúdo se repetiram pelas cinco horas de depoimento – mas não agradaram a muitos parlamentares. “É hora de parar de pedir desculpas e trazer mudanças. Em 14 anos, não vimos muitas mudanças na forma como vocês garantem proteção para os usuários”, disse a senadora democrata Catharine Cortes Masto. Seu colega de partido, Richard Blumenthal levou até cartazes com frases antigas de Zuckerberg pedindo desculpas para sublinhar esse argumento. 

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6. O Facebook pode ter quebrado um contrato com a FTC

Em 2011, bem antes do início do escândalo da Cambridge Analytica, o Facebook assinou um acordo com a autoridade regulatória de comércio dos EUA (FTC, na sigla em inglês) prometendo proteger os dados de seus usuários. O pacto é um dos principais temas em discussão hoje – se ficar provado que a empresa foi negligente no caso Cambridge Analytica, ela pode sofrer pesadas multas e sanções.

Na sessão desta terça-feira, 10, essa possibilidade se tornou mais concreta para a opinião pública: questionado pelo senador democrata Bill Nelson  se avisou a FTC ou os usuários quando soube que a Cambridge Analytica tinha uma base de dados em 2015, Zuckerberg disse que não. “Achamos que o caso estava encerrado quando pedimos para eles deletarem essas informações.” 

7. O novo mantra do Facebook não é… sexy

Nos “áureos tempos”, o mantra do Facebook era bastante agressivo: “seja rápido e quebre coisas”, uma tradução livre para “move fast and break things”. Quando um senador citou a frase, Zuckerberg interviu e disse que o lema da empresa foi atualizado. “Seja rápido, mas com infraestrutura estável”, lembrou ele. “É pouco sexy, eu sei.”

8. O WhatsApp não compartilha dados com o Facebook

Um aviso aos mais de 120 milhões de usuários brasileiros do WhatsApp – ou, no mínimo, uma promessa: segundo Zuckerberg, o Facebook não tem acesso aos dados de conversas dos usuários do WhatsApp, nem consegue criar anúncios baseados no conteúdo dessas conversas. A primeira parte é algo que o Facebook bate na tecla há tempos – graças à criptografia presente nas mensagens trocadas pelo aplicativo –, mas a segunda nunca foi dita de forma tão evidente. A União Europeia, porém, discorda: atualmente, uma investigação se há troca de informações entre os dois aplicativos está correndo no Velho Continente. 

Veja a evolução do design do Facebook ao longo de 12 anos

1 | 12

Início

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Perfil de 2005

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Reforma

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Mini Feed

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Barrinhas

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No que você está pensando?

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Ampliação

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Foto de capa

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9. Facebook não quer colaborar com política anti-imigração

Uma das principais bandeiras de Donald Trump na presidência é a resistência à imigração e presença de estrangeiros nos Estados Unidos – especialmente de países considerados suspeitos. Recentemente, começou a se discutir nos EUA a possibilidade do país pedir acesso às redes sociais – Facebook e Twitter, por exemplo – de um indivíduo que pedir vistos de turismo ou imigração. Questionado sobre o assunto pela senadora democrata Mazie Hirono, Zuckerberg disse: “Não colaboraríamos proativamente com um sistema desses, só se descobríssemos uma ameaça ou se uma ordem judicial nos pedisse assim.” 

10. Zuckerberg não sabe se o Facebook monitora usuários quando está fechado

Não foram poucas as vezes em que Zuckerberg desviou de uma questão capciosa ou comprometedora dizendo uma frase mágica: “Meu time vai entrar em contato contigo para lhe passar os detalhes.” 

Uma, porém, que ficou mesmo sem resposta, pode colocar o Facebook em apuros: no início do depoimento, o senador republicano Roy Blunt questionou Zuckerberg pelo monitoramento de dados que faz em smartphones Android, coletando, por exemplo, os metadados de chamadas telefônicas e mensagens de voz. 

O executivo fez questão de dizer que a prática é feita pelo Facebook Messenger, app de mensagens instantâneas, já foi resolvida e não dá acesso ao conteúdo das mensagens. Na sequência, o político perguntou se o Facebook monitora a localização dos dispositivos mesmo quando o aplicativo está aberto. “Não sei responder isso”, disse Zuckerberg.

Mark Zuckerbergdurante audiência no Senado nesta quarta-feira, 10 Foto: NYT

O presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, prestou nesta terça-feira, 10, o primeiro de dois depoimentos marcados para esta semana no Congresso americano. Em uma sessão que durou cinco horas e dez minutos, o executivo foi interpelado por 44 senadores dos comitês Judiciário e do Comércio do Senado dos EUA.

Ele ouviu muitas perguntas – das mais complexas às mais básicas, vindas de políticos que pareciam não saber como a internet ou o próprio Facebook funcionam. E falou bastante também – é possível até dizer que talvez Zuckerberg nunca tenha falado tanto publicamente numa única ocasião. O executivo também se repetiu muitas vezes – seja por ouvir perguntas iguais ou por repetir frases que vem dizendo há quase um mês, quando o escândalo do uso ilícito de dados de 87 milhões de pessoas pela consultoria Cambridge Analytica foi revelado pelos jornais The Observer e The New York Times

Neste texto, a reportagem do Estado separou os 10 principais momentos do longo depoimento. Nesta quarta-feira, 11, Zuckerberg volta ao Capitólio para falar com os deputados americanos, a partir das 11h da manhã (horário de Brasília). 

1. Aleksandr Kogan vendeu dados para outras empresas

A principal novidade surgida do depoimento de Zuckerberg apareceu quase despercebida, durante a pergunta da senadora democrata Tammy Baldwin. Em meio a uma série de perguntas, ela questionou o executivo se Kogan – responsável pelo quiz This is Your Digital Life, cuja base de dados coletados foi vendida à Cambridge Analytica – comercializou informações para outras empresas. 

“Sim, ele vendeu”, foi a resposta de Zuckerberg. O executivo disse ainda que uma das empresas é a Eunoia – fundada por Christopher Wylie, o informante que revelou o escândalo aos jornais – e que forneceria uma lista, não disponível à mão, na hora. Após a pergunta, que gerou a informação mais importante do depoimento, a senadora mudou de assunto. Durante a sessão, nenhum senador retomou o tema. A expectativa é de que algum deputado peça esclarecimentos a Zuckerberg na sessão desta quarta-feira. 

2. O Facebook não é um monopólio – ao menos para Zuckerberg

Uma das principais críticas que o Facebook vem sofrendo é a de que a empresa pratica um monopólio das redes sociais – ou um duopólio, em parceria com o Google, pela publicidade digital. O senador republicano Lindsey Graham tentou enquadrar a empresa nessa lógica em um diálogo que pareceu tolo, mas revelou muito sobre o Facebook: 

– Quem são seus competidores?, questionou o político.  – Temos vários, em diferentes categorias. A Apple, o Google, a Microsoft… – enumerou Zuckerberg. – Eles fazem o mesmo que você? Se eu não gosto de um Ford, posso comprar um Chevy. O que eu tenho se não gostar do Facebook?  – Temos muitos serviços... – Você não acha que têm um monopólio? – Não me parece assim, senhor. 

Em um comunicado emitido depois, Graham não concordou com Zuckerberg: “O Facebook é um monopólio virtual e deve ser regulado”, disse. 

A história do Facebook em 30 fotos

1 | 30

100 milhões de amigos

Foto: Reuters
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Avante

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3 | 30

1 bilhão de amigos

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Fundação Zuckerberg

Foto: Facebook
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Notícias Falsas

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6 | 30

2 bilhões de amigos

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Cambridge Analytica

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Prólogo

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Investimentos

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'Não, não, não'

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Feed de notícias

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15 | 30

Para menores

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Abertura

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Microsoft

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Curtida

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A Rede Social

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Linha do tempo

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3. O Facebook pode ter uma versão paga no futuro? 

Boa parte da discussão desta tarde de terça-feira foi baseada no modelo de negócios do Facebook – usar dados dos usuários para vender anúncios e faturar com isso. Questionado se aceitaria que os usuários pagassem para usar o Facebook, sem ter seus dados coletados, Zuckerberg deu uma declaração ambígua. “Sempre haverá uma versão gratuita do Facebook”. A frase é diferente do que aparece na página inicial da rede social: “é de graça – e sempre será.” 

Nas redes sociais, não foram poucos os que suspeitaram que isso poderia significar que uma versão paga do Facebook – sem anúncios, talvez? – poderia estar a caminho. Há, no entanto, quem diga que Zuckerberg construiu a frase para não se comprometer publicamente em dizer que o negócio será sempre gratuito – o que poderia lhe causar problemas na Justiça ou questionamentos de investidores no futuro, caso o negócio da empresa mudasse. 

4. De quem são os dados? 

Outra questão importante que Zuckerberg teve de responder foi sobre a posse e o controle dos dados dos usuários – afinal, se eles são das pessoas, por que é o Facebook que ganha dinheiro com isso? A pergunta do senador Brian Schatz quase encurralou o executivo do Facebook. Antes que Zuckerberg pudesse responder propriamente, porém, o tempo dedicado ao pronunciamento de Schatz – cinco minutos, por padrão – foi encerrado. (O tempo curto para cada parlamentar, aliás, foi outro aliado de Zuckerberg durante o depoimento.)

5. Desculpas não são suficientes. 

Antes das perguntas começaram, Zuckerberg repetiu o discurso que fez a jornalistas na semana passada, chamando para si a responsabilidade pelos erros cometidos pelo Facebook e pedindo desculpas. Frases com esse conteúdo se repetiram pelas cinco horas de depoimento – mas não agradaram a muitos parlamentares. “É hora de parar de pedir desculpas e trazer mudanças. Em 14 anos, não vimos muitas mudanças na forma como vocês garantem proteção para os usuários”, disse a senadora democrata Catharine Cortes Masto. Seu colega de partido, Richard Blumenthal levou até cartazes com frases antigas de Zuckerberg pedindo desculpas para sublinhar esse argumento. 

Conheça as celebridades que já deixaram o Facebook após o escândalo com dados pessoais

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Elon Musk

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Cher

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Rosie O'Donnell

Foto: AP

6. O Facebook pode ter quebrado um contrato com a FTC

Em 2011, bem antes do início do escândalo da Cambridge Analytica, o Facebook assinou um acordo com a autoridade regulatória de comércio dos EUA (FTC, na sigla em inglês) prometendo proteger os dados de seus usuários. O pacto é um dos principais temas em discussão hoje – se ficar provado que a empresa foi negligente no caso Cambridge Analytica, ela pode sofrer pesadas multas e sanções.

Na sessão desta terça-feira, 10, essa possibilidade se tornou mais concreta para a opinião pública: questionado pelo senador democrata Bill Nelson  se avisou a FTC ou os usuários quando soube que a Cambridge Analytica tinha uma base de dados em 2015, Zuckerberg disse que não. “Achamos que o caso estava encerrado quando pedimos para eles deletarem essas informações.” 

7. O novo mantra do Facebook não é… sexy

Nos “áureos tempos”, o mantra do Facebook era bastante agressivo: “seja rápido e quebre coisas”, uma tradução livre para “move fast and break things”. Quando um senador citou a frase, Zuckerberg interviu e disse que o lema da empresa foi atualizado. “Seja rápido, mas com infraestrutura estável”, lembrou ele. “É pouco sexy, eu sei.”

8. O WhatsApp não compartilha dados com o Facebook

Um aviso aos mais de 120 milhões de usuários brasileiros do WhatsApp – ou, no mínimo, uma promessa: segundo Zuckerberg, o Facebook não tem acesso aos dados de conversas dos usuários do WhatsApp, nem consegue criar anúncios baseados no conteúdo dessas conversas. A primeira parte é algo que o Facebook bate na tecla há tempos – graças à criptografia presente nas mensagens trocadas pelo aplicativo –, mas a segunda nunca foi dita de forma tão evidente. A União Europeia, porém, discorda: atualmente, uma investigação se há troca de informações entre os dois aplicativos está correndo no Velho Continente. 

Veja a evolução do design do Facebook ao longo de 12 anos

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Início

Foto: Reprodução
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Perfil de 2005

Foto: Reprodução
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Reforma

Foto: Reprodução
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Mini Feed

Foto: Reprodução
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Barrinhas

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No que você está pensando?

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Foco nas fotos

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Sem vergonha

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Linha do Tempo

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Ampliação

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Foto de capa

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Perfil de hoje

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9. Facebook não quer colaborar com política anti-imigração

Uma das principais bandeiras de Donald Trump na presidência é a resistência à imigração e presença de estrangeiros nos Estados Unidos – especialmente de países considerados suspeitos. Recentemente, começou a se discutir nos EUA a possibilidade do país pedir acesso às redes sociais – Facebook e Twitter, por exemplo – de um indivíduo que pedir vistos de turismo ou imigração. Questionado sobre o assunto pela senadora democrata Mazie Hirono, Zuckerberg disse: “Não colaboraríamos proativamente com um sistema desses, só se descobríssemos uma ameaça ou se uma ordem judicial nos pedisse assim.” 

10. Zuckerberg não sabe se o Facebook monitora usuários quando está fechado

Não foram poucas as vezes em que Zuckerberg desviou de uma questão capciosa ou comprometedora dizendo uma frase mágica: “Meu time vai entrar em contato contigo para lhe passar os detalhes.” 

Uma, porém, que ficou mesmo sem resposta, pode colocar o Facebook em apuros: no início do depoimento, o senador republicano Roy Blunt questionou Zuckerberg pelo monitoramento de dados que faz em smartphones Android, coletando, por exemplo, os metadados de chamadas telefônicas e mensagens de voz. 

O executivo fez questão de dizer que a prática é feita pelo Facebook Messenger, app de mensagens instantâneas, já foi resolvida e não dá acesso ao conteúdo das mensagens. Na sequência, o político perguntou se o Facebook monitora a localização dos dispositivos mesmo quando o aplicativo está aberto. “Não sei responder isso”, disse Zuckerberg.

Mark Zuckerbergdurante audiência no Senado nesta quarta-feira, 10 Foto: NYT

O presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, prestou nesta terça-feira, 10, o primeiro de dois depoimentos marcados para esta semana no Congresso americano. Em uma sessão que durou cinco horas e dez minutos, o executivo foi interpelado por 44 senadores dos comitês Judiciário e do Comércio do Senado dos EUA.

Ele ouviu muitas perguntas – das mais complexas às mais básicas, vindas de políticos que pareciam não saber como a internet ou o próprio Facebook funcionam. E falou bastante também – é possível até dizer que talvez Zuckerberg nunca tenha falado tanto publicamente numa única ocasião. O executivo também se repetiu muitas vezes – seja por ouvir perguntas iguais ou por repetir frases que vem dizendo há quase um mês, quando o escândalo do uso ilícito de dados de 87 milhões de pessoas pela consultoria Cambridge Analytica foi revelado pelos jornais The Observer e The New York Times

Neste texto, a reportagem do Estado separou os 10 principais momentos do longo depoimento. Nesta quarta-feira, 11, Zuckerberg volta ao Capitólio para falar com os deputados americanos, a partir das 11h da manhã (horário de Brasília). 

1. Aleksandr Kogan vendeu dados para outras empresas

A principal novidade surgida do depoimento de Zuckerberg apareceu quase despercebida, durante a pergunta da senadora democrata Tammy Baldwin. Em meio a uma série de perguntas, ela questionou o executivo se Kogan – responsável pelo quiz This is Your Digital Life, cuja base de dados coletados foi vendida à Cambridge Analytica – comercializou informações para outras empresas. 

“Sim, ele vendeu”, foi a resposta de Zuckerberg. O executivo disse ainda que uma das empresas é a Eunoia – fundada por Christopher Wylie, o informante que revelou o escândalo aos jornais – e que forneceria uma lista, não disponível à mão, na hora. Após a pergunta, que gerou a informação mais importante do depoimento, a senadora mudou de assunto. Durante a sessão, nenhum senador retomou o tema. A expectativa é de que algum deputado peça esclarecimentos a Zuckerberg na sessão desta quarta-feira. 

2. O Facebook não é um monopólio – ao menos para Zuckerberg

Uma das principais críticas que o Facebook vem sofrendo é a de que a empresa pratica um monopólio das redes sociais – ou um duopólio, em parceria com o Google, pela publicidade digital. O senador republicano Lindsey Graham tentou enquadrar a empresa nessa lógica em um diálogo que pareceu tolo, mas revelou muito sobre o Facebook: 

– Quem são seus competidores?, questionou o político.  – Temos vários, em diferentes categorias. A Apple, o Google, a Microsoft… – enumerou Zuckerberg. – Eles fazem o mesmo que você? Se eu não gosto de um Ford, posso comprar um Chevy. O que eu tenho se não gostar do Facebook?  – Temos muitos serviços... – Você não acha que têm um monopólio? – Não me parece assim, senhor. 

Em um comunicado emitido depois, Graham não concordou com Zuckerberg: “O Facebook é um monopólio virtual e deve ser regulado”, disse. 

A história do Facebook em 30 fotos

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100 milhões de amigos

Foto: Reuters
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Avante

Foto: Reuters
3 | 30

1 bilhão de amigos

Foto: Reuters
4 | 30

Fundação Zuckerberg

Foto: Facebook
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Notícias Falsas

Foto: Reuters
6 | 30

2 bilhões de amigos

Foto: Reuters
7 | 30

Cambridge Analytica

Foto: EFE
8 | 30

Prólogo

Foto: Reprodução
9 | 30

Início

Foto: Divulgação
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Investimentos

Foto: NYT
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Plágio

Foto: NYT
12 | 30

1 milhão de amigos

Foto: NYT
13 | 30

'Não, não, não'

Foto: NYT
14 | 30

Feed de notícias

Foto: Reprodução
15 | 30

Para menores

Foto: Reuters
16 | 30

Abertura

Foto: Reuters
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Microsoft

Foto: Reuters
18 | 30

Tchau, Myspace

Foto: Estadão
19 | 30

Fazenda Feliz

Foto: Reprodução
20 | 30

Curtida

Foto: Reuters
21 | 30

A Rede Social

Foto: Reprodução
22 | 30

Mensageiro

Foto: Reuters
23 | 30

Linha do tempo

Foto: Reprodução
24 | 30

Abertura de capital

Foto: Reuters
25 | 30

'Bota no Insta'

Foto: NYT
26 | 30

Internet.org

Foto: Reuters
27 | 30

Zap Zap

Foto: Reuters
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Realidade virtual

Foto: Reuters
29 | 30

Reações

Foto: Reuters
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Feed de Notícias

Foto: Reuters

3. O Facebook pode ter uma versão paga no futuro? 

Boa parte da discussão desta tarde de terça-feira foi baseada no modelo de negócios do Facebook – usar dados dos usuários para vender anúncios e faturar com isso. Questionado se aceitaria que os usuários pagassem para usar o Facebook, sem ter seus dados coletados, Zuckerberg deu uma declaração ambígua. “Sempre haverá uma versão gratuita do Facebook”. A frase é diferente do que aparece na página inicial da rede social: “é de graça – e sempre será.” 

Nas redes sociais, não foram poucos os que suspeitaram que isso poderia significar que uma versão paga do Facebook – sem anúncios, talvez? – poderia estar a caminho. Há, no entanto, quem diga que Zuckerberg construiu a frase para não se comprometer publicamente em dizer que o negócio será sempre gratuito – o que poderia lhe causar problemas na Justiça ou questionamentos de investidores no futuro, caso o negócio da empresa mudasse. 

4. De quem são os dados? 

Outra questão importante que Zuckerberg teve de responder foi sobre a posse e o controle dos dados dos usuários – afinal, se eles são das pessoas, por que é o Facebook que ganha dinheiro com isso? A pergunta do senador Brian Schatz quase encurralou o executivo do Facebook. Antes que Zuckerberg pudesse responder propriamente, porém, o tempo dedicado ao pronunciamento de Schatz – cinco minutos, por padrão – foi encerrado. (O tempo curto para cada parlamentar, aliás, foi outro aliado de Zuckerberg durante o depoimento.)

5. Desculpas não são suficientes. 

Antes das perguntas começaram, Zuckerberg repetiu o discurso que fez a jornalistas na semana passada, chamando para si a responsabilidade pelos erros cometidos pelo Facebook e pedindo desculpas. Frases com esse conteúdo se repetiram pelas cinco horas de depoimento – mas não agradaram a muitos parlamentares. “É hora de parar de pedir desculpas e trazer mudanças. Em 14 anos, não vimos muitas mudanças na forma como vocês garantem proteção para os usuários”, disse a senadora democrata Catharine Cortes Masto. Seu colega de partido, Richard Blumenthal levou até cartazes com frases antigas de Zuckerberg pedindo desculpas para sublinhar esse argumento. 

Conheça as celebridades que já deixaram o Facebook após o escândalo com dados pessoais

1 | 7

Elon Musk

Foto: Reuters/Mike Blake
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Jim Carrey

Foto: Reuters/Mario Anzuoni
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Steve Wozniak

Foto: AP Photo/Luca Bruno
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Cher

Foto: Reuters/Keith Bedford
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Will Ferrell

Foto: Reuters/Mario Anzuoni
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Brian Acton

Foto: Reuters/Mike Blake
7 | 7

Rosie O'Donnell

Foto: AP

6. O Facebook pode ter quebrado um contrato com a FTC

Em 2011, bem antes do início do escândalo da Cambridge Analytica, o Facebook assinou um acordo com a autoridade regulatória de comércio dos EUA (FTC, na sigla em inglês) prometendo proteger os dados de seus usuários. O pacto é um dos principais temas em discussão hoje – se ficar provado que a empresa foi negligente no caso Cambridge Analytica, ela pode sofrer pesadas multas e sanções.

Na sessão desta terça-feira, 10, essa possibilidade se tornou mais concreta para a opinião pública: questionado pelo senador democrata Bill Nelson  se avisou a FTC ou os usuários quando soube que a Cambridge Analytica tinha uma base de dados em 2015, Zuckerberg disse que não. “Achamos que o caso estava encerrado quando pedimos para eles deletarem essas informações.” 

7. O novo mantra do Facebook não é… sexy

Nos “áureos tempos”, o mantra do Facebook era bastante agressivo: “seja rápido e quebre coisas”, uma tradução livre para “move fast and break things”. Quando um senador citou a frase, Zuckerberg interviu e disse que o lema da empresa foi atualizado. “Seja rápido, mas com infraestrutura estável”, lembrou ele. “É pouco sexy, eu sei.”

8. O WhatsApp não compartilha dados com o Facebook

Um aviso aos mais de 120 milhões de usuários brasileiros do WhatsApp – ou, no mínimo, uma promessa: segundo Zuckerberg, o Facebook não tem acesso aos dados de conversas dos usuários do WhatsApp, nem consegue criar anúncios baseados no conteúdo dessas conversas. A primeira parte é algo que o Facebook bate na tecla há tempos – graças à criptografia presente nas mensagens trocadas pelo aplicativo –, mas a segunda nunca foi dita de forma tão evidente. A União Europeia, porém, discorda: atualmente, uma investigação se há troca de informações entre os dois aplicativos está correndo no Velho Continente. 

Veja a evolução do design do Facebook ao longo de 12 anos

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Início

Foto: Reprodução
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Perfil de 2005

Foto: Reprodução
3 | 12

Reforma

Foto: Reprodução
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Mini Feed

Foto: Reprodução
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Barrinhas

Foto: Reprodução
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No que você está pensando?

Foto: Reprodução
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Foco nas fotos

Foto: Reprodução
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Sem vergonha

Foto: Reprodução
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Linha do Tempo

Foto: Reprodução
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Ampliação

Foto: Reprodução
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Foto de capa

Foto: Reprodução
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Perfil de hoje

Foto: Reprodução

9. Facebook não quer colaborar com política anti-imigração

Uma das principais bandeiras de Donald Trump na presidência é a resistência à imigração e presença de estrangeiros nos Estados Unidos – especialmente de países considerados suspeitos. Recentemente, começou a se discutir nos EUA a possibilidade do país pedir acesso às redes sociais – Facebook e Twitter, por exemplo – de um indivíduo que pedir vistos de turismo ou imigração. Questionado sobre o assunto pela senadora democrata Mazie Hirono, Zuckerberg disse: “Não colaboraríamos proativamente com um sistema desses, só se descobríssemos uma ameaça ou se uma ordem judicial nos pedisse assim.” 

10. Zuckerberg não sabe se o Facebook monitora usuários quando está fechado

Não foram poucas as vezes em que Zuckerberg desviou de uma questão capciosa ou comprometedora dizendo uma frase mágica: “Meu time vai entrar em contato contigo para lhe passar os detalhes.” 

Uma, porém, que ficou mesmo sem resposta, pode colocar o Facebook em apuros: no início do depoimento, o senador republicano Roy Blunt questionou Zuckerberg pelo monitoramento de dados que faz em smartphones Android, coletando, por exemplo, os metadados de chamadas telefônicas e mensagens de voz. 

O executivo fez questão de dizer que a prática é feita pelo Facebook Messenger, app de mensagens instantâneas, já foi resolvida e não dá acesso ao conteúdo das mensagens. Na sequência, o político perguntou se o Facebook monitora a localização dos dispositivos mesmo quando o aplicativo está aberto. “Não sei responder isso”, disse Zuckerberg.

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