A Apple anunciou uma nova versão do iPhone nesta segunda-feira, 21, com tela menor e preço mais baixo. O smartphone ganhou tela de 4 polegadas – tamanho original do smartphone da Apple –, mas manteve sua capacidade de processamento e câmera iguais às do iPhone 6S, última versão do produto. O iPhone SE chega às lojas dos Estados Unidos em 31 de março com preço de US$ 399 (com 16 GB de memória interna) e US$ 499 (com 64 GB de memória interna). Trata-se do preço de lançamento mais baixo divulgado pela Apple desde a estreia do iPhone, em janeiro de 2007.
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Durante o evento, que ocorreu em sua sede em Cupertino, na Califórnia, a Apple confirmou os rumores de que lançaria uma versão mais básica do iPhone, voltada para mercados emergentes, como o Brasil – ainda não há informações sobre a data de lançamento no País. Segundo a empresa, uma das razões para o lançamento do iPhone SE é porque 30 milhões de iPhones com tela de 4 polegadas foram vendidos em 2015. “É o primeiro iPhone de muita gente, e também porque muitos dos nossos usuários gostam do design”, disse Greg Jowsiak, vice-presidente da Apple para a divisão de iPhone, iPad e iOS.
Além da tela menor, há algumas diferenças entre o iPhone SE e o iPhone 6S. A tela sensível ao toque não possui tecnologia 3D Touch, que modifica a execução de funções de acordo com a pressão aplicada pelo usuário quando toca a tela. A Apple manteve a câmera traseira, de 12 megapixels, mas reduziu a resolução da frontal de 5 megapixels para 1,2 megapixel – o que prejudica a qualidade dos selfies. A câmera traseira também filma em Ultra HD ou 4K. Curiosamente, segundo informações divulgadas pela fabricante, a bateria tem duração ligeiramente maior que a do iPhone 6S.
O aparelho estará disponível em quatro cores: ouro, rosa dourado, preto e branco. Com o lançamento do iPhone SE, a empresa também anunciou que vai descontinuar o iPhone 5S, modelo que havia sido anunciado no final de 2013 e permanecia à venda até hoje.
Luz noturna. Outra novidade do evento da Apple foi o lançamento de uma atualização no sistema operacional da Apple para dispositivos móveis, o iOS. A versão 9.3 traz uma nova função criada para reduzir o impacto da iluminação da tela no cérebro – e no sono – dos usuários. A partir do horário e da localização do smartphone, o iPhone saberá se é dia ou noite, o que vai permitir que ele mude o espectro de cores emitidas pela tela e reduzir as frequências de luz azul, que deixam o usuário desperto.
Um dos mais populares aplicativos do iOS, o app de Notas também ganhou uma atualização, com a qual será possível proteger anotações específicas através de senhas escolhidas pelo usuário – o que dificultaria o acesso a esses arquivos por agentes externos como o FBI.
A respeito do atual embate da Apple com a agência policial dos EUA – que tenta pedir à empresa para abrir os arquivos do iPhone do terrorista de San Bernardino –, Tim Cook fez um comentário breve, mas firme: “Temos hoje 1 bilhão de dispositivos Apple ativos. É uma enorme responsabilidade que nossos consumidores depositam em nossas mãos. Precisamos hoje decidir como nação o que queremos para os nossos dados e nossa privacidade, e como empresa, não vamos fugir dessa responsabilidade”, disse o executivo.
iPad Pro menor. Outro aparelho que ganhou novidades foi o tablet iPad Pro: anunciado em setembro de 2015, o aparelho ganhou uma versão menor com 9,7 polegadas. O aparelho tem as mesmas configurações de vídeo que o iPhone SE e chega ao mercado norte-americano em 31 de março por US$ 600 (32 GB), US$ 750 (128 GB) e US$ 900 (256 GB). Apesar do lançamento, a Apple afirma que vai manter o iPad Air 2, também com tela de 9,7 polegadas, no mercado americano por US$ 399 (16 GB) e US$ 499 (64 GB).
Relógio. A Apple também reduziu o preço de seu relógio inteligente, o Apple Watch. O modelo mais básico do relógio inteligente da Apple agora custa US$ 299 no mercado norte-americano. Uma nova pulseira, feita de nylon e com sete diferentes cores, também foi anunciada. A empresa também afirmou que o Apple Watch é o acessório é o relógio inteligente mais vendido do mundo.
Para a analista Angela McIntyre, da consultoria Gartner, o corte de preços e o lançamento de novas pulseiras mostra que a Apple redirecionou o foco de mercado de seu relógio inteligente – que, inicialmente, foi descrito como uma grande ameaça ao mercado de relógios de luxo. “O preço baixo e a ênfase nas pulseiras alinha o Apple Watch com relógios de moda de preço médio, como os da Fossil, no lugar do mercado de luxo, habitado pelas marcas suíças”, explica Angela.