'Não acredito na competição no mundo dos consoles', diz Phil Spencer


Chefe de área de games da Microsoft fala sobre rivalidade com Sony e Nintendo e explica como Xbox se encaixa na atual estratégia da empresa de computação em nuvem

Por Bruno Capelas
Phil Spencer, chefe da divisão de games (Xbox) da Microsoft Foto: Reuters

À frente da divisão de games da Microsoft desde 2015, Phil Spencer é o que se pode chamar de um dos homens de Satya Nadella. Não é à toa: além de ter sido indicado pelo indiano para o cargo, o executivo tem transformado a visão do “universo Xbox” de um único dispositivo para jogar em toda uma plataforma de games. “O jogador tem de achar os jogos onde eles estiverem”, diz Spencer. 

Desde que assumiu o cargo, é verdade, Spencer lançou dois novos modelos do Xbox One (S e X), mas também estendeu os horizontes da jogatina ao lançar o Play Anywhere, que permite que quem comprou um game no Xbox também jogue no PC gratuitamente (e entre em partidas online com seus amigos), o serviço de biblioteca de jogos Game Pass e a plataforma de transmissão de partidas online Mixer. 

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Além disso, Spencer reforçou a estratégia por trás de Minecraft, presente não só no Xbox e no PC como em plataformas rivais como PlayStation e iPhone. “Não importa se o usuário gosta de jogar no celular ou no computador. Ele está conosco jogando Minecraft”, diz Spencer, traçando um paralelo entre o game de blocos pixelizados e outros serviços populares da Microsoft, como o pacote Office ou o Windows. 

Os 25 melhores jogos do Xbox One

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Overwatch

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Foto: Telltale Games
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Foto: SEGA
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24 | 25

Sunset Overdrive

25 | 25

Rocket League

A seguir, confira os melhores trechos da entrevista, concedida ao Estado em outubro de 2017, quando Spencer esteve no País para a Brasil Game Show. 

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O que mudou no Xbox desde 2015, quando o senhor assumiu o cargo, indicado por Satya Nadella?  Continuamos na força dos nossos consoles, claro. Mas pensamos mais abertamente no mundo dos games: o jogador tem de achar os jogos onde eles estiverem. É por isso que lançamos o Xbox Game Pass, uma biblioteca que dá acesso a mais de 100 jogos por R$ 30 mensais e adquirimos o serviço de transmissões de partidas Mixer. Queremos que os jogadores estejam com o Xbox em qualquer dispositivo, seja no console ou no PC, vendo ou jogando, dando apoio para jogadores e desenvolvedores. 

Como assim?  Vemos o mercado com um mercado de 1 bilhão de pessoas, com US$ 100 bilhões. Algumas delas jogam conosco; outras, com a Sony, Nintendo ou no celular. Os consoles são a nossa história e a nossa força hoje, mas com franquias como Minecraft, por exemplo, estamos presentes no PlayStation e no Nintendo Switch, no Android e no iOS. As pessoas jogam Minecraft em qualquer dispositivo e, à exceção dos dispositivos da Sony, todos podem jogar juntos. Não importa se o usuário gosta de jogar no celular ou no computador. Não acredito na competição só no mundo dos consoles, conosco contra Sony e Nintendo. 

Isso é parte da visão que o Satya Nadella implementou na Microsoft para o foco na nuvem, uma empresa conectada?  Acho que sim, é parte disso. Pense em um jogo como PlayerUnknown’s Battlegrounds (PUBG): é um jogo totalmente online, que não tem nada a ver com a proposta de nuvem da Microsoft. Eles têm um servidor próprio, mas o que faz os games serem uma prioridade na Microsoft é que as áreas em que os games estão crescendo, como nuvem e transmissões de jogos, se encaixa muito bem na visão da Microsoft. A Microsoft não fala do Office, fala das pessoas usando o Office em diferentes dispositivos. O mesmo vale para os jogos – de novo, pense em Minecraft. 

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Muitas pesquisas de mercado mostram o PlayStation muito à frente do Xbox em termos de vendas. Como o sr. se sente quanto a isso?  Não posso voltar no tempo. Seria muito bom, mas não dá para voltar no tempo e mudar o que fizemos no mercado antes. Nosso trabalho hoje é satisfazer a expectativa dos jogadores de Xbox. Não vou ficar maluco com o npumero de vendas do PlayStation. Sinto o apoio que os fãs nos dão. Mas acho que a indústria dos games está num grande momento. Admiro o que a Sony faz hoje com os videogames, bem como o trabalho da Valve com a Steam. E a Nintendo! O Switch está vendendo muito bem! A indústria dos games é maior que isso, ela é mais do que simplesmente “qual videogame você comprou”. 

Há dois anos, falamos aqui e o sr. disse para não considerar a Nintendo morta. Agora estamos aqui com o Switch.  Acho que o Switch é ótimo. Adoro o fato de que a Nintendo tem uma visão do que o hardware de games pode ser.Já vimos isso no passado. Pense no GameCube: ele não foi tão bem quanto o Wii, mas era ótimo. O mesmo para o Wii U. Agora o Switch chega ao mercado e todo mundo diz que a Nintendo está de volta. Claro: eles nunca foram embora! As pessoas jogam Minecraft no Switch – e é muito divertido. E elas podem jogar com gente que joga no celular ou no óculos de realidade virtual GearVR. É fantástico. Eu tenho um Switch. A Nintendo tem a melhor linha de exclusivos. Zelda, Smash Bros, Mario Kart, Mario, são jogos fantásticos. Tenho muito respeito, e eles tem sido ótimos parceiros no crossplay com o Minecraft, por exemplo. 

A Nintendo também tem feito muito sucesso com edições retrô de seus consoles. Já a Microsoft tem apostado em jogos antigos compatíveis com os videogames atuais. Como o sr. vê isso?  Decidimos que faríamos a compatibilidade pelo software, e não em máquinas diferentes. Agora, qualquer pessoa pode jogar jogos do Xbox e do Xbox 360 no Xbox One. Hardware retrô é legal, mas é importante respeitar os jogos que você já comprou da gente no Xbox 360 ou no Xbox original. Não quero que você perca esses jogos só porque mudou de videogame -- você já tem isso. Eu volto todos os dias para ouvir os discos de vinil que eu comprei do Led Zeppelin? Não necessariamente, mas é bom saber que eles estão lá, quando eu quiser escutá-los. O mesmo vale para Crimson Skies, Fable 1 ou os primeiros Gears of War. Quero poder escolher. 

Phil Spencer, chefe da divisão de games (Xbox) da Microsoft Foto: Reuters

À frente da divisão de games da Microsoft desde 2015, Phil Spencer é o que se pode chamar de um dos homens de Satya Nadella. Não é à toa: além de ter sido indicado pelo indiano para o cargo, o executivo tem transformado a visão do “universo Xbox” de um único dispositivo para jogar em toda uma plataforma de games. “O jogador tem de achar os jogos onde eles estiverem”, diz Spencer. 

Desde que assumiu o cargo, é verdade, Spencer lançou dois novos modelos do Xbox One (S e X), mas também estendeu os horizontes da jogatina ao lançar o Play Anywhere, que permite que quem comprou um game no Xbox também jogue no PC gratuitamente (e entre em partidas online com seus amigos), o serviço de biblioteca de jogos Game Pass e a plataforma de transmissão de partidas online Mixer. 

Além disso, Spencer reforçou a estratégia por trás de Minecraft, presente não só no Xbox e no PC como em plataformas rivais como PlayStation e iPhone. “Não importa se o usuário gosta de jogar no celular ou no computador. Ele está conosco jogando Minecraft”, diz Spencer, traçando um paralelo entre o game de blocos pixelizados e outros serviços populares da Microsoft, como o pacote Office ou o Windows. 

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A seguir, confira os melhores trechos da entrevista, concedida ao Estado em outubro de 2017, quando Spencer esteve no País para a Brasil Game Show. 

O que mudou no Xbox desde 2015, quando o senhor assumiu o cargo, indicado por Satya Nadella?  Continuamos na força dos nossos consoles, claro. Mas pensamos mais abertamente no mundo dos games: o jogador tem de achar os jogos onde eles estiverem. É por isso que lançamos o Xbox Game Pass, uma biblioteca que dá acesso a mais de 100 jogos por R$ 30 mensais e adquirimos o serviço de transmissões de partidas Mixer. Queremos que os jogadores estejam com o Xbox em qualquer dispositivo, seja no console ou no PC, vendo ou jogando, dando apoio para jogadores e desenvolvedores. 

Como assim?  Vemos o mercado com um mercado de 1 bilhão de pessoas, com US$ 100 bilhões. Algumas delas jogam conosco; outras, com a Sony, Nintendo ou no celular. Os consoles são a nossa história e a nossa força hoje, mas com franquias como Minecraft, por exemplo, estamos presentes no PlayStation e no Nintendo Switch, no Android e no iOS. As pessoas jogam Minecraft em qualquer dispositivo e, à exceção dos dispositivos da Sony, todos podem jogar juntos. Não importa se o usuário gosta de jogar no celular ou no computador. Não acredito na competição só no mundo dos consoles, conosco contra Sony e Nintendo. 

Isso é parte da visão que o Satya Nadella implementou na Microsoft para o foco na nuvem, uma empresa conectada?  Acho que sim, é parte disso. Pense em um jogo como PlayerUnknown’s Battlegrounds (PUBG): é um jogo totalmente online, que não tem nada a ver com a proposta de nuvem da Microsoft. Eles têm um servidor próprio, mas o que faz os games serem uma prioridade na Microsoft é que as áreas em que os games estão crescendo, como nuvem e transmissões de jogos, se encaixa muito bem na visão da Microsoft. A Microsoft não fala do Office, fala das pessoas usando o Office em diferentes dispositivos. O mesmo vale para os jogos – de novo, pense em Minecraft. 

Muitas pesquisas de mercado mostram o PlayStation muito à frente do Xbox em termos de vendas. Como o sr. se sente quanto a isso?  Não posso voltar no tempo. Seria muito bom, mas não dá para voltar no tempo e mudar o que fizemos no mercado antes. Nosso trabalho hoje é satisfazer a expectativa dos jogadores de Xbox. Não vou ficar maluco com o npumero de vendas do PlayStation. Sinto o apoio que os fãs nos dão. Mas acho que a indústria dos games está num grande momento. Admiro o que a Sony faz hoje com os videogames, bem como o trabalho da Valve com a Steam. E a Nintendo! O Switch está vendendo muito bem! A indústria dos games é maior que isso, ela é mais do que simplesmente “qual videogame você comprou”. 

Há dois anos, falamos aqui e o sr. disse para não considerar a Nintendo morta. Agora estamos aqui com o Switch.  Acho que o Switch é ótimo. Adoro o fato de que a Nintendo tem uma visão do que o hardware de games pode ser.Já vimos isso no passado. Pense no GameCube: ele não foi tão bem quanto o Wii, mas era ótimo. O mesmo para o Wii U. Agora o Switch chega ao mercado e todo mundo diz que a Nintendo está de volta. Claro: eles nunca foram embora! As pessoas jogam Minecraft no Switch – e é muito divertido. E elas podem jogar com gente que joga no celular ou no óculos de realidade virtual GearVR. É fantástico. Eu tenho um Switch. A Nintendo tem a melhor linha de exclusivos. Zelda, Smash Bros, Mario Kart, Mario, são jogos fantásticos. Tenho muito respeito, e eles tem sido ótimos parceiros no crossplay com o Minecraft, por exemplo. 

A Nintendo também tem feito muito sucesso com edições retrô de seus consoles. Já a Microsoft tem apostado em jogos antigos compatíveis com os videogames atuais. Como o sr. vê isso?  Decidimos que faríamos a compatibilidade pelo software, e não em máquinas diferentes. Agora, qualquer pessoa pode jogar jogos do Xbox e do Xbox 360 no Xbox One. Hardware retrô é legal, mas é importante respeitar os jogos que você já comprou da gente no Xbox 360 ou no Xbox original. Não quero que você perca esses jogos só porque mudou de videogame -- você já tem isso. Eu volto todos os dias para ouvir os discos de vinil que eu comprei do Led Zeppelin? Não necessariamente, mas é bom saber que eles estão lá, quando eu quiser escutá-los. O mesmo vale para Crimson Skies, Fable 1 ou os primeiros Gears of War. Quero poder escolher. 

Phil Spencer, chefe da divisão de games (Xbox) da Microsoft Foto: Reuters

À frente da divisão de games da Microsoft desde 2015, Phil Spencer é o que se pode chamar de um dos homens de Satya Nadella. Não é à toa: além de ter sido indicado pelo indiano para o cargo, o executivo tem transformado a visão do “universo Xbox” de um único dispositivo para jogar em toda uma plataforma de games. “O jogador tem de achar os jogos onde eles estiverem”, diz Spencer. 

Desde que assumiu o cargo, é verdade, Spencer lançou dois novos modelos do Xbox One (S e X), mas também estendeu os horizontes da jogatina ao lançar o Play Anywhere, que permite que quem comprou um game no Xbox também jogue no PC gratuitamente (e entre em partidas online com seus amigos), o serviço de biblioteca de jogos Game Pass e a plataforma de transmissão de partidas online Mixer. 

Além disso, Spencer reforçou a estratégia por trás de Minecraft, presente não só no Xbox e no PC como em plataformas rivais como PlayStation e iPhone. “Não importa se o usuário gosta de jogar no celular ou no computador. Ele está conosco jogando Minecraft”, diz Spencer, traçando um paralelo entre o game de blocos pixelizados e outros serviços populares da Microsoft, como o pacote Office ou o Windows. 

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O que mudou no Xbox desde 2015, quando o senhor assumiu o cargo, indicado por Satya Nadella?  Continuamos na força dos nossos consoles, claro. Mas pensamos mais abertamente no mundo dos games: o jogador tem de achar os jogos onde eles estiverem. É por isso que lançamos o Xbox Game Pass, uma biblioteca que dá acesso a mais de 100 jogos por R$ 30 mensais e adquirimos o serviço de transmissões de partidas Mixer. Queremos que os jogadores estejam com o Xbox em qualquer dispositivo, seja no console ou no PC, vendo ou jogando, dando apoio para jogadores e desenvolvedores. 

Como assim?  Vemos o mercado com um mercado de 1 bilhão de pessoas, com US$ 100 bilhões. Algumas delas jogam conosco; outras, com a Sony, Nintendo ou no celular. Os consoles são a nossa história e a nossa força hoje, mas com franquias como Minecraft, por exemplo, estamos presentes no PlayStation e no Nintendo Switch, no Android e no iOS. As pessoas jogam Minecraft em qualquer dispositivo e, à exceção dos dispositivos da Sony, todos podem jogar juntos. Não importa se o usuário gosta de jogar no celular ou no computador. Não acredito na competição só no mundo dos consoles, conosco contra Sony e Nintendo. 

Isso é parte da visão que o Satya Nadella implementou na Microsoft para o foco na nuvem, uma empresa conectada?  Acho que sim, é parte disso. Pense em um jogo como PlayerUnknown’s Battlegrounds (PUBG): é um jogo totalmente online, que não tem nada a ver com a proposta de nuvem da Microsoft. Eles têm um servidor próprio, mas o que faz os games serem uma prioridade na Microsoft é que as áreas em que os games estão crescendo, como nuvem e transmissões de jogos, se encaixa muito bem na visão da Microsoft. A Microsoft não fala do Office, fala das pessoas usando o Office em diferentes dispositivos. O mesmo vale para os jogos – de novo, pense em Minecraft. 

Muitas pesquisas de mercado mostram o PlayStation muito à frente do Xbox em termos de vendas. Como o sr. se sente quanto a isso?  Não posso voltar no tempo. Seria muito bom, mas não dá para voltar no tempo e mudar o que fizemos no mercado antes. Nosso trabalho hoje é satisfazer a expectativa dos jogadores de Xbox. Não vou ficar maluco com o npumero de vendas do PlayStation. Sinto o apoio que os fãs nos dão. Mas acho que a indústria dos games está num grande momento. Admiro o que a Sony faz hoje com os videogames, bem como o trabalho da Valve com a Steam. E a Nintendo! O Switch está vendendo muito bem! A indústria dos games é maior que isso, ela é mais do que simplesmente “qual videogame você comprou”. 

Há dois anos, falamos aqui e o sr. disse para não considerar a Nintendo morta. Agora estamos aqui com o Switch.  Acho que o Switch é ótimo. Adoro o fato de que a Nintendo tem uma visão do que o hardware de games pode ser.Já vimos isso no passado. Pense no GameCube: ele não foi tão bem quanto o Wii, mas era ótimo. O mesmo para o Wii U. Agora o Switch chega ao mercado e todo mundo diz que a Nintendo está de volta. Claro: eles nunca foram embora! As pessoas jogam Minecraft no Switch – e é muito divertido. E elas podem jogar com gente que joga no celular ou no óculos de realidade virtual GearVR. É fantástico. Eu tenho um Switch. A Nintendo tem a melhor linha de exclusivos. Zelda, Smash Bros, Mario Kart, Mario, são jogos fantásticos. Tenho muito respeito, e eles tem sido ótimos parceiros no crossplay com o Minecraft, por exemplo. 

A Nintendo também tem feito muito sucesso com edições retrô de seus consoles. Já a Microsoft tem apostado em jogos antigos compatíveis com os videogames atuais. Como o sr. vê isso?  Decidimos que faríamos a compatibilidade pelo software, e não em máquinas diferentes. Agora, qualquer pessoa pode jogar jogos do Xbox e do Xbox 360 no Xbox One. Hardware retrô é legal, mas é importante respeitar os jogos que você já comprou da gente no Xbox 360 ou no Xbox original. Não quero que você perca esses jogos só porque mudou de videogame -- você já tem isso. Eu volto todos os dias para ouvir os discos de vinil que eu comprei do Led Zeppelin? Não necessariamente, mas é bom saber que eles estão lá, quando eu quiser escutá-los. O mesmo vale para Crimson Skies, Fable 1 ou os primeiros Gears of War. Quero poder escolher. 

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À frente da divisão de games da Microsoft desde 2015, Phil Spencer é o que se pode chamar de um dos homens de Satya Nadella. Não é à toa: além de ter sido indicado pelo indiano para o cargo, o executivo tem transformado a visão do “universo Xbox” de um único dispositivo para jogar em toda uma plataforma de games. “O jogador tem de achar os jogos onde eles estiverem”, diz Spencer. 

Desde que assumiu o cargo, é verdade, Spencer lançou dois novos modelos do Xbox One (S e X), mas também estendeu os horizontes da jogatina ao lançar o Play Anywhere, que permite que quem comprou um game no Xbox também jogue no PC gratuitamente (e entre em partidas online com seus amigos), o serviço de biblioteca de jogos Game Pass e a plataforma de transmissão de partidas online Mixer. 

Além disso, Spencer reforçou a estratégia por trás de Minecraft, presente não só no Xbox e no PC como em plataformas rivais como PlayStation e iPhone. “Não importa se o usuário gosta de jogar no celular ou no computador. Ele está conosco jogando Minecraft”, diz Spencer, traçando um paralelo entre o game de blocos pixelizados e outros serviços populares da Microsoft, como o pacote Office ou o Windows. 

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O que mudou no Xbox desde 2015, quando o senhor assumiu o cargo, indicado por Satya Nadella?  Continuamos na força dos nossos consoles, claro. Mas pensamos mais abertamente no mundo dos games: o jogador tem de achar os jogos onde eles estiverem. É por isso que lançamos o Xbox Game Pass, uma biblioteca que dá acesso a mais de 100 jogos por R$ 30 mensais e adquirimos o serviço de transmissões de partidas Mixer. Queremos que os jogadores estejam com o Xbox em qualquer dispositivo, seja no console ou no PC, vendo ou jogando, dando apoio para jogadores e desenvolvedores. 

Como assim?  Vemos o mercado com um mercado de 1 bilhão de pessoas, com US$ 100 bilhões. Algumas delas jogam conosco; outras, com a Sony, Nintendo ou no celular. Os consoles são a nossa história e a nossa força hoje, mas com franquias como Minecraft, por exemplo, estamos presentes no PlayStation e no Nintendo Switch, no Android e no iOS. As pessoas jogam Minecraft em qualquer dispositivo e, à exceção dos dispositivos da Sony, todos podem jogar juntos. Não importa se o usuário gosta de jogar no celular ou no computador. Não acredito na competição só no mundo dos consoles, conosco contra Sony e Nintendo. 

Isso é parte da visão que o Satya Nadella implementou na Microsoft para o foco na nuvem, uma empresa conectada?  Acho que sim, é parte disso. Pense em um jogo como PlayerUnknown’s Battlegrounds (PUBG): é um jogo totalmente online, que não tem nada a ver com a proposta de nuvem da Microsoft. Eles têm um servidor próprio, mas o que faz os games serem uma prioridade na Microsoft é que as áreas em que os games estão crescendo, como nuvem e transmissões de jogos, se encaixa muito bem na visão da Microsoft. A Microsoft não fala do Office, fala das pessoas usando o Office em diferentes dispositivos. O mesmo vale para os jogos – de novo, pense em Minecraft. 

Muitas pesquisas de mercado mostram o PlayStation muito à frente do Xbox em termos de vendas. Como o sr. se sente quanto a isso?  Não posso voltar no tempo. Seria muito bom, mas não dá para voltar no tempo e mudar o que fizemos no mercado antes. Nosso trabalho hoje é satisfazer a expectativa dos jogadores de Xbox. Não vou ficar maluco com o npumero de vendas do PlayStation. Sinto o apoio que os fãs nos dão. Mas acho que a indústria dos games está num grande momento. Admiro o que a Sony faz hoje com os videogames, bem como o trabalho da Valve com a Steam. E a Nintendo! O Switch está vendendo muito bem! A indústria dos games é maior que isso, ela é mais do que simplesmente “qual videogame você comprou”. 

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A Nintendo também tem feito muito sucesso com edições retrô de seus consoles. Já a Microsoft tem apostado em jogos antigos compatíveis com os videogames atuais. Como o sr. vê isso?  Decidimos que faríamos a compatibilidade pelo software, e não em máquinas diferentes. Agora, qualquer pessoa pode jogar jogos do Xbox e do Xbox 360 no Xbox One. Hardware retrô é legal, mas é importante respeitar os jogos que você já comprou da gente no Xbox 360 ou no Xbox original. Não quero que você perca esses jogos só porque mudou de videogame -- você já tem isso. Eu volto todos os dias para ouvir os discos de vinil que eu comprei do Led Zeppelin? Não necessariamente, mas é bom saber que eles estão lá, quando eu quiser escutá-los. O mesmo vale para Crimson Skies, Fable 1 ou os primeiros Gears of War. Quero poder escolher. 

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