Com Jeff Bezos e Elon Musk, a briga agora é no espaço


Com foguete reutilizável e corte de custos, fundador da Amazon e criador da Tesla Motors mudam o curso da exploração espacial

Por Bruno Capelas
Elon Musk, fundador da Space X, posa ao lado do Falcon Heavy antes do lançamento do foguete no centro da NASA Kennedy Space Center, na Flórida Foto: NYT

Quem olha para o céu estrelado pode não imaginar, mas há uma disputa sobre o domínio do espaço em curso. Ao contrário da corrida espacial da Guerra Fria, ela não é protagonizada por dois países, mas por dois dos principais nomes da tecnologia: Jeff Bezos, a mente por trás do império da Amazon, e Elon Musk, o idealista dos carros elétricos da Tesla.

Movidos pelo sonho nerd de explorar o que há além da Terra (e claro, faturar com isso), ambos criaram companhias aeroespaciais no início dos anos 2000 – Blue Origin e Space X, respectivamente. Mais de uma década e alguns bilhões de dólares depois, as duas empresas conseguiram reduzir os custos de explorar o universo ao desenvolver foguetes reutilizáveis. De quebra, Bezos e Musk viraram os pioneiros de um movimento que promete levar a concorrência ao espaço.

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“Por décadas, a exploração espacial ficou condicionada aos interesses e orçamentos governamentais”, explica o consultor independente James Muncy, que já prestou serviços para a Space X. “Se a iniciativa privada puder participar, ela pode ser tão rápida quanto desejar – ou quanto for capaz de gastar.”

Falcão. O mais recente capítulo dessa história começou há algumas semanas, quando a Space X lançou o Falcon Heavy, o maior foguete já construído por uma empresa privada – só perde para o Saturn V, que levou Neil Armstrong à Lua. Um Roadster – modelo superesportivo da Tesla – viajou a bordo do foguete, numa tacada de marketing de Musk.

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O custo de lançamento do foguete, porém, foi de apenas US$ 90 milhões – uma fração do que os EUA gastaram na Apollo 11. “Foi um divisor de águas. É o símbolo de que há oportunidades para empresas no espaço”, avalia o astronauta brasileiro Marcos Pontes. Nem sempre foi assim. Quando Musk fundou a Space X, com US$ 100 milhões que recebeu ao deixar o PayPal, ele foi chamado de maluco por muita gente. Mas deu certo. Hoje a companhia tem acordos que somam US$ 7 bilhões. Entre os clientes está a Nasa, que contratou a Space X para levar equipamentos para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). 

Em 2017, a Space X liderou o número de lançamentos bem-sucedidos ao espaço – foram 18, 20% dos voos feitos no período. A empresa pode até pôr seus pés no Brasil. Segundo apurou o Estado, a Força Aérea Brasileira negocia com a Space X e outras companhias aeroespaciais o uso da Base de Alcântara, no Maranhão, considerada uma das mais bem localizadas do mundo por estar perto do mar e da linha do Equador. 

A ambição de Musk vai além: o bilionário quer fazer uma missão tripulada a Marte até 2024 e, depois, colonizar o planeta com a ajuda de um novo foguete – o Big Falcon Rocket, previsto para 2019.

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Jeff Bezos, na base da Blue Origin, no Colorado, interior dos EUA Foto: NYT

Fronteira final. O homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, é um notório fã de ficção científica, a ponto de ter implorado para participar do último filme da saga Star Trek. A paixão de infância fez o empreendedor criar a Blue Origin, alimentada pelos recursos obtidos após a abertura de capital da Amazon, em 1997. A empresa demorou para começar a voar, pois, ao contrário da Space X, trabalhou desde sempre com a ideia de usar foguetes reutilizáveis.

“Bezos teve a visão de um cientista, porque tinha dinheiro para desenvolver um sistema por inteiro”, afirma Muncy. Bezos tem vendido US$ 1 bilhão em ações da Amazon todo ano para financiar a empreitada.

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Mas Bezos não tem a meta de chegar a Marte. Ele quer usar sua principal nave, a New Shepard, para o turismo espacial, deixando intrépidos viajantes experimentarem a sensação de “gravidade zero”. O preço? Entre US$ 100 mil e US$ 200 mil. “Creio que num curto período de tempo, talvez 20 anos, o turismo espacial seja acessível à classe média”, avalia Renato de Las Casas, professor de Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A primeira missão tripulada da Blue Origin deve ocorrer ainda em 2018.

Missão Marte. Se os novos negócios do espaço parecem questão de tempo, a ambição de chegar a Marte ainda é um sonho distante, apesar do otimismo de Musk. Há empecilhos para uma missão tripulada ao Planeta Vermelho, que passam por custos, eficiência de combustível, distância e a resistência do corpo humano.

“O desafio maior é fazer um astronauta sobreviver à viagem até Marte”, diz Luís Loures, pesquisador do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). “O corpo humano sofre com a radiação solar e as naves precisam ter ambiente eletromagnético para repeli-la.” Para o pesquisador, o melhor seria retomar as viagens à Lua. “É um ambiente controlado, próximo à Terra. Ficar na Lua seria um balão de ensaio perfeito para Marte.” 

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Já Muncy acredita que a estimativa de Musk é otimista demais. “Devemos demorar uns 20 anos para pisar no Planeta Vermelho”, aposta. “Ainda assim, sei que Bezos e Musk serão nomes que ficarão na história.” / COLABOROU CLAUDIA TOZETTO

Elon Musk, fundador da Space X, posa ao lado do Falcon Heavy antes do lançamento do foguete no centro da NASA Kennedy Space Center, na Flórida Foto: NYT

Quem olha para o céu estrelado pode não imaginar, mas há uma disputa sobre o domínio do espaço em curso. Ao contrário da corrida espacial da Guerra Fria, ela não é protagonizada por dois países, mas por dois dos principais nomes da tecnologia: Jeff Bezos, a mente por trás do império da Amazon, e Elon Musk, o idealista dos carros elétricos da Tesla.

Movidos pelo sonho nerd de explorar o que há além da Terra (e claro, faturar com isso), ambos criaram companhias aeroespaciais no início dos anos 2000 – Blue Origin e Space X, respectivamente. Mais de uma década e alguns bilhões de dólares depois, as duas empresas conseguiram reduzir os custos de explorar o universo ao desenvolver foguetes reutilizáveis. De quebra, Bezos e Musk viraram os pioneiros de um movimento que promete levar a concorrência ao espaço.

“Por décadas, a exploração espacial ficou condicionada aos interesses e orçamentos governamentais”, explica o consultor independente James Muncy, que já prestou serviços para a Space X. “Se a iniciativa privada puder participar, ela pode ser tão rápida quanto desejar – ou quanto for capaz de gastar.”

Falcão. O mais recente capítulo dessa história começou há algumas semanas, quando a Space X lançou o Falcon Heavy, o maior foguete já construído por uma empresa privada – só perde para o Saturn V, que levou Neil Armstrong à Lua. Um Roadster – modelo superesportivo da Tesla – viajou a bordo do foguete, numa tacada de marketing de Musk.

O custo de lançamento do foguete, porém, foi de apenas US$ 90 milhões – uma fração do que os EUA gastaram na Apollo 11. “Foi um divisor de águas. É o símbolo de que há oportunidades para empresas no espaço”, avalia o astronauta brasileiro Marcos Pontes. Nem sempre foi assim. Quando Musk fundou a Space X, com US$ 100 milhões que recebeu ao deixar o PayPal, ele foi chamado de maluco por muita gente. Mas deu certo. Hoje a companhia tem acordos que somam US$ 7 bilhões. Entre os clientes está a Nasa, que contratou a Space X para levar equipamentos para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). 

Em 2017, a Space X liderou o número de lançamentos bem-sucedidos ao espaço – foram 18, 20% dos voos feitos no período. A empresa pode até pôr seus pés no Brasil. Segundo apurou o Estado, a Força Aérea Brasileira negocia com a Space X e outras companhias aeroespaciais o uso da Base de Alcântara, no Maranhão, considerada uma das mais bem localizadas do mundo por estar perto do mar e da linha do Equador. 

A ambição de Musk vai além: o bilionário quer fazer uma missão tripulada a Marte até 2024 e, depois, colonizar o planeta com a ajuda de um novo foguete – o Big Falcon Rocket, previsto para 2019.

Jeff Bezos, na base da Blue Origin, no Colorado, interior dos EUA Foto: NYT

Fronteira final. O homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, é um notório fã de ficção científica, a ponto de ter implorado para participar do último filme da saga Star Trek. A paixão de infância fez o empreendedor criar a Blue Origin, alimentada pelos recursos obtidos após a abertura de capital da Amazon, em 1997. A empresa demorou para começar a voar, pois, ao contrário da Space X, trabalhou desde sempre com a ideia de usar foguetes reutilizáveis.

“Bezos teve a visão de um cientista, porque tinha dinheiro para desenvolver um sistema por inteiro”, afirma Muncy. Bezos tem vendido US$ 1 bilhão em ações da Amazon todo ano para financiar a empreitada.

Mas Bezos não tem a meta de chegar a Marte. Ele quer usar sua principal nave, a New Shepard, para o turismo espacial, deixando intrépidos viajantes experimentarem a sensação de “gravidade zero”. O preço? Entre US$ 100 mil e US$ 200 mil. “Creio que num curto período de tempo, talvez 20 anos, o turismo espacial seja acessível à classe média”, avalia Renato de Las Casas, professor de Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A primeira missão tripulada da Blue Origin deve ocorrer ainda em 2018.

Missão Marte. Se os novos negócios do espaço parecem questão de tempo, a ambição de chegar a Marte ainda é um sonho distante, apesar do otimismo de Musk. Há empecilhos para uma missão tripulada ao Planeta Vermelho, que passam por custos, eficiência de combustível, distância e a resistência do corpo humano.

“O desafio maior é fazer um astronauta sobreviver à viagem até Marte”, diz Luís Loures, pesquisador do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). “O corpo humano sofre com a radiação solar e as naves precisam ter ambiente eletromagnético para repeli-la.” Para o pesquisador, o melhor seria retomar as viagens à Lua. “É um ambiente controlado, próximo à Terra. Ficar na Lua seria um balão de ensaio perfeito para Marte.” 

Já Muncy acredita que a estimativa de Musk é otimista demais. “Devemos demorar uns 20 anos para pisar no Planeta Vermelho”, aposta. “Ainda assim, sei que Bezos e Musk serão nomes que ficarão na história.” / COLABOROU CLAUDIA TOZETTO

Elon Musk, fundador da Space X, posa ao lado do Falcon Heavy antes do lançamento do foguete no centro da NASA Kennedy Space Center, na Flórida Foto: NYT

Quem olha para o céu estrelado pode não imaginar, mas há uma disputa sobre o domínio do espaço em curso. Ao contrário da corrida espacial da Guerra Fria, ela não é protagonizada por dois países, mas por dois dos principais nomes da tecnologia: Jeff Bezos, a mente por trás do império da Amazon, e Elon Musk, o idealista dos carros elétricos da Tesla.

Movidos pelo sonho nerd de explorar o que há além da Terra (e claro, faturar com isso), ambos criaram companhias aeroespaciais no início dos anos 2000 – Blue Origin e Space X, respectivamente. Mais de uma década e alguns bilhões de dólares depois, as duas empresas conseguiram reduzir os custos de explorar o universo ao desenvolver foguetes reutilizáveis. De quebra, Bezos e Musk viraram os pioneiros de um movimento que promete levar a concorrência ao espaço.

“Por décadas, a exploração espacial ficou condicionada aos interesses e orçamentos governamentais”, explica o consultor independente James Muncy, que já prestou serviços para a Space X. “Se a iniciativa privada puder participar, ela pode ser tão rápida quanto desejar – ou quanto for capaz de gastar.”

Falcão. O mais recente capítulo dessa história começou há algumas semanas, quando a Space X lançou o Falcon Heavy, o maior foguete já construído por uma empresa privada – só perde para o Saturn V, que levou Neil Armstrong à Lua. Um Roadster – modelo superesportivo da Tesla – viajou a bordo do foguete, numa tacada de marketing de Musk.

O custo de lançamento do foguete, porém, foi de apenas US$ 90 milhões – uma fração do que os EUA gastaram na Apollo 11. “Foi um divisor de águas. É o símbolo de que há oportunidades para empresas no espaço”, avalia o astronauta brasileiro Marcos Pontes. Nem sempre foi assim. Quando Musk fundou a Space X, com US$ 100 milhões que recebeu ao deixar o PayPal, ele foi chamado de maluco por muita gente. Mas deu certo. Hoje a companhia tem acordos que somam US$ 7 bilhões. Entre os clientes está a Nasa, que contratou a Space X para levar equipamentos para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). 

Em 2017, a Space X liderou o número de lançamentos bem-sucedidos ao espaço – foram 18, 20% dos voos feitos no período. A empresa pode até pôr seus pés no Brasil. Segundo apurou o Estado, a Força Aérea Brasileira negocia com a Space X e outras companhias aeroespaciais o uso da Base de Alcântara, no Maranhão, considerada uma das mais bem localizadas do mundo por estar perto do mar e da linha do Equador. 

A ambição de Musk vai além: o bilionário quer fazer uma missão tripulada a Marte até 2024 e, depois, colonizar o planeta com a ajuda de um novo foguete – o Big Falcon Rocket, previsto para 2019.

Jeff Bezos, na base da Blue Origin, no Colorado, interior dos EUA Foto: NYT

Fronteira final. O homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, é um notório fã de ficção científica, a ponto de ter implorado para participar do último filme da saga Star Trek. A paixão de infância fez o empreendedor criar a Blue Origin, alimentada pelos recursos obtidos após a abertura de capital da Amazon, em 1997. A empresa demorou para começar a voar, pois, ao contrário da Space X, trabalhou desde sempre com a ideia de usar foguetes reutilizáveis.

“Bezos teve a visão de um cientista, porque tinha dinheiro para desenvolver um sistema por inteiro”, afirma Muncy. Bezos tem vendido US$ 1 bilhão em ações da Amazon todo ano para financiar a empreitada.

Mas Bezos não tem a meta de chegar a Marte. Ele quer usar sua principal nave, a New Shepard, para o turismo espacial, deixando intrépidos viajantes experimentarem a sensação de “gravidade zero”. O preço? Entre US$ 100 mil e US$ 200 mil. “Creio que num curto período de tempo, talvez 20 anos, o turismo espacial seja acessível à classe média”, avalia Renato de Las Casas, professor de Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A primeira missão tripulada da Blue Origin deve ocorrer ainda em 2018.

Missão Marte. Se os novos negócios do espaço parecem questão de tempo, a ambição de chegar a Marte ainda é um sonho distante, apesar do otimismo de Musk. Há empecilhos para uma missão tripulada ao Planeta Vermelho, que passam por custos, eficiência de combustível, distância e a resistência do corpo humano.

“O desafio maior é fazer um astronauta sobreviver à viagem até Marte”, diz Luís Loures, pesquisador do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). “O corpo humano sofre com a radiação solar e as naves precisam ter ambiente eletromagnético para repeli-la.” Para o pesquisador, o melhor seria retomar as viagens à Lua. “É um ambiente controlado, próximo à Terra. Ficar na Lua seria um balão de ensaio perfeito para Marte.” 

Já Muncy acredita que a estimativa de Musk é otimista demais. “Devemos demorar uns 20 anos para pisar no Planeta Vermelho”, aposta. “Ainda assim, sei que Bezos e Musk serão nomes que ficarão na história.” / COLABOROU CLAUDIA TOZETTO

Elon Musk, fundador da Space X, posa ao lado do Falcon Heavy antes do lançamento do foguete no centro da NASA Kennedy Space Center, na Flórida Foto: NYT

Quem olha para o céu estrelado pode não imaginar, mas há uma disputa sobre o domínio do espaço em curso. Ao contrário da corrida espacial da Guerra Fria, ela não é protagonizada por dois países, mas por dois dos principais nomes da tecnologia: Jeff Bezos, a mente por trás do império da Amazon, e Elon Musk, o idealista dos carros elétricos da Tesla.

Movidos pelo sonho nerd de explorar o que há além da Terra (e claro, faturar com isso), ambos criaram companhias aeroespaciais no início dos anos 2000 – Blue Origin e Space X, respectivamente. Mais de uma década e alguns bilhões de dólares depois, as duas empresas conseguiram reduzir os custos de explorar o universo ao desenvolver foguetes reutilizáveis. De quebra, Bezos e Musk viraram os pioneiros de um movimento que promete levar a concorrência ao espaço.

“Por décadas, a exploração espacial ficou condicionada aos interesses e orçamentos governamentais”, explica o consultor independente James Muncy, que já prestou serviços para a Space X. “Se a iniciativa privada puder participar, ela pode ser tão rápida quanto desejar – ou quanto for capaz de gastar.”

Falcão. O mais recente capítulo dessa história começou há algumas semanas, quando a Space X lançou o Falcon Heavy, o maior foguete já construído por uma empresa privada – só perde para o Saturn V, que levou Neil Armstrong à Lua. Um Roadster – modelo superesportivo da Tesla – viajou a bordo do foguete, numa tacada de marketing de Musk.

O custo de lançamento do foguete, porém, foi de apenas US$ 90 milhões – uma fração do que os EUA gastaram na Apollo 11. “Foi um divisor de águas. É o símbolo de que há oportunidades para empresas no espaço”, avalia o astronauta brasileiro Marcos Pontes. Nem sempre foi assim. Quando Musk fundou a Space X, com US$ 100 milhões que recebeu ao deixar o PayPal, ele foi chamado de maluco por muita gente. Mas deu certo. Hoje a companhia tem acordos que somam US$ 7 bilhões. Entre os clientes está a Nasa, que contratou a Space X para levar equipamentos para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). 

Em 2017, a Space X liderou o número de lançamentos bem-sucedidos ao espaço – foram 18, 20% dos voos feitos no período. A empresa pode até pôr seus pés no Brasil. Segundo apurou o Estado, a Força Aérea Brasileira negocia com a Space X e outras companhias aeroespaciais o uso da Base de Alcântara, no Maranhão, considerada uma das mais bem localizadas do mundo por estar perto do mar e da linha do Equador. 

A ambição de Musk vai além: o bilionário quer fazer uma missão tripulada a Marte até 2024 e, depois, colonizar o planeta com a ajuda de um novo foguete – o Big Falcon Rocket, previsto para 2019.

Jeff Bezos, na base da Blue Origin, no Colorado, interior dos EUA Foto: NYT

Fronteira final. O homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, é um notório fã de ficção científica, a ponto de ter implorado para participar do último filme da saga Star Trek. A paixão de infância fez o empreendedor criar a Blue Origin, alimentada pelos recursos obtidos após a abertura de capital da Amazon, em 1997. A empresa demorou para começar a voar, pois, ao contrário da Space X, trabalhou desde sempre com a ideia de usar foguetes reutilizáveis.

“Bezos teve a visão de um cientista, porque tinha dinheiro para desenvolver um sistema por inteiro”, afirma Muncy. Bezos tem vendido US$ 1 bilhão em ações da Amazon todo ano para financiar a empreitada.

Mas Bezos não tem a meta de chegar a Marte. Ele quer usar sua principal nave, a New Shepard, para o turismo espacial, deixando intrépidos viajantes experimentarem a sensação de “gravidade zero”. O preço? Entre US$ 100 mil e US$ 200 mil. “Creio que num curto período de tempo, talvez 20 anos, o turismo espacial seja acessível à classe média”, avalia Renato de Las Casas, professor de Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A primeira missão tripulada da Blue Origin deve ocorrer ainda em 2018.

Missão Marte. Se os novos negócios do espaço parecem questão de tempo, a ambição de chegar a Marte ainda é um sonho distante, apesar do otimismo de Musk. Há empecilhos para uma missão tripulada ao Planeta Vermelho, que passam por custos, eficiência de combustível, distância e a resistência do corpo humano.

“O desafio maior é fazer um astronauta sobreviver à viagem até Marte”, diz Luís Loures, pesquisador do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). “O corpo humano sofre com a radiação solar e as naves precisam ter ambiente eletromagnético para repeli-la.” Para o pesquisador, o melhor seria retomar as viagens à Lua. “É um ambiente controlado, próximo à Terra. Ficar na Lua seria um balão de ensaio perfeito para Marte.” 

Já Muncy acredita que a estimativa de Musk é otimista demais. “Devemos demorar uns 20 anos para pisar no Planeta Vermelho”, aposta. “Ainda assim, sei que Bezos e Musk serão nomes que ficarão na história.” / COLABOROU CLAUDIA TOZETTO

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