Startup quer inserir chips em cérebros


Liderada por empreendedor em parceria com pesquisador, a Kernel pretende desenvolver inteligência humana no mesmo ritmo da artificial

Por Elizabeth Dwoskin
 

Como muitos no Vale do Silício, o empreendedor de tecnologia Bryan Johnson imagina um futuro em que máquinas inteligentes serão capazes de permitir que os carros se locomovam sem motorista e que sistemas de lojas prevejam as necessidades das pessoas antes mesmo do pedido. O inusitado é como Johnson pretende responder a essa mudança: ele quer encontrar uma maneira de potencializar o cérebro humano de maneira que possamos nos manter no mesmo ritmo da evolução dos computadores.

A ciência se encontra com a ficção científica num modesto escritório em Venice Beach, na Califórnia. É lá que a startup Kernel, liderada por Johnson, vem desenvolvendo um minúsculo chip que poderá ser implantado no cérebro. Num primeiro momento, ele poderá auxiliar pessoas com problemas neurológicos causados por mal de Alzheimer, AVC ou traumatismo craniano. Em longo prazo, a equipe de neurocientistas por trás do chip espera que ele seja capaz de estimular a inteligência, a memória e outras atividades cognitivas de qualquer pessoa, não apenas daqueles que passaram por algum trauma.

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O novo chip levará anos para ser fabricado, admite Johnson, mas o empreendedor tem tempo – e dinheiro – para esperar. Em 2013, ele vendeu sua última startup, a Braintree, para a empresa de meios de pagamento PayPal por US$ 800 milhões. Ex-mórmon, Johnson tem hoje 38 anos e fala sobre o projeto com o fervor de um missionário. “A inteligência humana está cercada pela inteligência artificial e isso vai levar à degeneração do cérebro”, afirma o executivo. “É uma questão de manter os humanos na frente à medida que a tecnologia avança.”

Aposta. Johnson se destaca em meio à elite de empreendedores que crê que o Vale do Silício pode financiar descobertas científicas em larga escala, o que poderá melhorar a vida de milhões de pessoas, de diversas formas que vão além da criação de software. Nos últimos dois anos, fundos de capital de risco – que incluem Y-Combinator, Andreessen Horowitz, Peter Thiel’s Founders Fund, Khosla Venture e outras – têm investido em startups de “bio-hacking”: um segmento que crê que as pessoas podem alterar seu corpo da mesma maneira que como lidam com um programa de computador.

Empresas que buscam sequenciar a bactéria no intestino, reprogramar o DNA com o qual as pessoas nascem ou conduzir biópsias de tumores com base em amostras de sangue estão entre as mais novas startups dessa área. Um exemplo é a Thync, que criou um fone de ouvido que envia impulsos elétricos para o cérebro que melhoram o humor; e a Nootrobox, que fabrica suplementos mastigáveis que combinam doses de cafeína com ingredientes ativos de chá verde e produzem uma sensação de paz calculada.

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É fácil descartar tais esforços como fantasias utópicas e arrogantes de uma elite egocêntrica que acha que pode desafiar a morte. Apesar disso, não há dúvidas de que alguns dos projetos podem acelerar avanços científicos e preencher lacunas provocadas pela queda no financiamento público para a pesquisa científica. Além disso, os engenheiros estão motivados porque muitos desafios de saúde envolvem cada vez mais a computação e a análise de grandes conjuntos de dados, área conhecida como “Big Data”. 

Implante. A startup Kernel está focada no desenvolvimento cognitivo do tipo não fantasioso. O conceito é baseado no trabalho de Theodore Berger, engenheiro biomédico pioneiro que dirige o Centro de Engenharia Neural na Universidade do Sul da Califórnia. Ele também é diretor do departamento de ciências da Kernel. Por mais de duas décadas, Berger trabalha na criação do chip para ajudar pessoas que sofrem de demência, AVC, traumatismos cranianos e mal de Alzheimer – essas doenças afligem um a cada nove adultos com mais de 65 anos.

O dispositivo que eles pretendem implantar no cérebro das pessoas “copia” a forma como as células se comunicam entre si. Quando uma pessoa conversa com outra, um cérebro sadio converte essa conversa da memória de curto prazo para a de longo prazo por meio de um conjunto de sinais elétricos. Os sinais adotam um código específico que é peculiar a cada pessoa e similar a um comando enviado por um software. As doenças do cérebro confundem esses códigos de sinalização.

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O software embarcado no chip de Berger tenta melhorar a comunicação entre as células do cérebro. Ele realiza um prognóstico instantâneo do que seria o código saudável e envia a informação por meio de pulsos elétricos. Em estudos financiados pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada para Defesa (Darpa, na sigla em inglês), os chips de Berger melhoraram as funções de memória em ratos e macacos. Há um ano, ele achou que havia chegado ao limite de sua pesquisa, pois era preciso testar seus chips em humanos.

O pesquisador recebeu um telefonema de Johnson em outubro do ano passado. No Google, ele descobriu que ele era um empreendedor que havia fundado uma empresa de processamento de pagamentos na Califórnia e investia em startups na área da ciência. Os dois se reuniram no final daquele mês. Eles conversaram durante horas e, ao final do dia, Johnson prometeu financiar a fase inicial de qualquer negócio que começassem juntos.

O interesse do empreendedor norte-americano na pesquisa de Berger é justificável. “Qualquer projeto que imaginarmos – de carros voadores a uma viagem para Marte – é criado a partir de nossa inteligência”, diz Johnson. “Ela é o recurso mais poderoso que existe.” /TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

 

Como muitos no Vale do Silício, o empreendedor de tecnologia Bryan Johnson imagina um futuro em que máquinas inteligentes serão capazes de permitir que os carros se locomovam sem motorista e que sistemas de lojas prevejam as necessidades das pessoas antes mesmo do pedido. O inusitado é como Johnson pretende responder a essa mudança: ele quer encontrar uma maneira de potencializar o cérebro humano de maneira que possamos nos manter no mesmo ritmo da evolução dos computadores.

A ciência se encontra com a ficção científica num modesto escritório em Venice Beach, na Califórnia. É lá que a startup Kernel, liderada por Johnson, vem desenvolvendo um minúsculo chip que poderá ser implantado no cérebro. Num primeiro momento, ele poderá auxiliar pessoas com problemas neurológicos causados por mal de Alzheimer, AVC ou traumatismo craniano. Em longo prazo, a equipe de neurocientistas por trás do chip espera que ele seja capaz de estimular a inteligência, a memória e outras atividades cognitivas de qualquer pessoa, não apenas daqueles que passaram por algum trauma.

O novo chip levará anos para ser fabricado, admite Johnson, mas o empreendedor tem tempo – e dinheiro – para esperar. Em 2013, ele vendeu sua última startup, a Braintree, para a empresa de meios de pagamento PayPal por US$ 800 milhões. Ex-mórmon, Johnson tem hoje 38 anos e fala sobre o projeto com o fervor de um missionário. “A inteligência humana está cercada pela inteligência artificial e isso vai levar à degeneração do cérebro”, afirma o executivo. “É uma questão de manter os humanos na frente à medida que a tecnologia avança.”

Aposta. Johnson se destaca em meio à elite de empreendedores que crê que o Vale do Silício pode financiar descobertas científicas em larga escala, o que poderá melhorar a vida de milhões de pessoas, de diversas formas que vão além da criação de software. Nos últimos dois anos, fundos de capital de risco – que incluem Y-Combinator, Andreessen Horowitz, Peter Thiel’s Founders Fund, Khosla Venture e outras – têm investido em startups de “bio-hacking”: um segmento que crê que as pessoas podem alterar seu corpo da mesma maneira que como lidam com um programa de computador.

Empresas que buscam sequenciar a bactéria no intestino, reprogramar o DNA com o qual as pessoas nascem ou conduzir biópsias de tumores com base em amostras de sangue estão entre as mais novas startups dessa área. Um exemplo é a Thync, que criou um fone de ouvido que envia impulsos elétricos para o cérebro que melhoram o humor; e a Nootrobox, que fabrica suplementos mastigáveis que combinam doses de cafeína com ingredientes ativos de chá verde e produzem uma sensação de paz calculada.

É fácil descartar tais esforços como fantasias utópicas e arrogantes de uma elite egocêntrica que acha que pode desafiar a morte. Apesar disso, não há dúvidas de que alguns dos projetos podem acelerar avanços científicos e preencher lacunas provocadas pela queda no financiamento público para a pesquisa científica. Além disso, os engenheiros estão motivados porque muitos desafios de saúde envolvem cada vez mais a computação e a análise de grandes conjuntos de dados, área conhecida como “Big Data”. 

Implante. A startup Kernel está focada no desenvolvimento cognitivo do tipo não fantasioso. O conceito é baseado no trabalho de Theodore Berger, engenheiro biomédico pioneiro que dirige o Centro de Engenharia Neural na Universidade do Sul da Califórnia. Ele também é diretor do departamento de ciências da Kernel. Por mais de duas décadas, Berger trabalha na criação do chip para ajudar pessoas que sofrem de demência, AVC, traumatismos cranianos e mal de Alzheimer – essas doenças afligem um a cada nove adultos com mais de 65 anos.

O dispositivo que eles pretendem implantar no cérebro das pessoas “copia” a forma como as células se comunicam entre si. Quando uma pessoa conversa com outra, um cérebro sadio converte essa conversa da memória de curto prazo para a de longo prazo por meio de um conjunto de sinais elétricos. Os sinais adotam um código específico que é peculiar a cada pessoa e similar a um comando enviado por um software. As doenças do cérebro confundem esses códigos de sinalização.

O software embarcado no chip de Berger tenta melhorar a comunicação entre as células do cérebro. Ele realiza um prognóstico instantâneo do que seria o código saudável e envia a informação por meio de pulsos elétricos. Em estudos financiados pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada para Defesa (Darpa, na sigla em inglês), os chips de Berger melhoraram as funções de memória em ratos e macacos. Há um ano, ele achou que havia chegado ao limite de sua pesquisa, pois era preciso testar seus chips em humanos.

O pesquisador recebeu um telefonema de Johnson em outubro do ano passado. No Google, ele descobriu que ele era um empreendedor que havia fundado uma empresa de processamento de pagamentos na Califórnia e investia em startups na área da ciência. Os dois se reuniram no final daquele mês. Eles conversaram durante horas e, ao final do dia, Johnson prometeu financiar a fase inicial de qualquer negócio que começassem juntos.

O interesse do empreendedor norte-americano na pesquisa de Berger é justificável. “Qualquer projeto que imaginarmos – de carros voadores a uma viagem para Marte – é criado a partir de nossa inteligência”, diz Johnson. “Ela é o recurso mais poderoso que existe.” /TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

 

Como muitos no Vale do Silício, o empreendedor de tecnologia Bryan Johnson imagina um futuro em que máquinas inteligentes serão capazes de permitir que os carros se locomovam sem motorista e que sistemas de lojas prevejam as necessidades das pessoas antes mesmo do pedido. O inusitado é como Johnson pretende responder a essa mudança: ele quer encontrar uma maneira de potencializar o cérebro humano de maneira que possamos nos manter no mesmo ritmo da evolução dos computadores.

A ciência se encontra com a ficção científica num modesto escritório em Venice Beach, na Califórnia. É lá que a startup Kernel, liderada por Johnson, vem desenvolvendo um minúsculo chip que poderá ser implantado no cérebro. Num primeiro momento, ele poderá auxiliar pessoas com problemas neurológicos causados por mal de Alzheimer, AVC ou traumatismo craniano. Em longo prazo, a equipe de neurocientistas por trás do chip espera que ele seja capaz de estimular a inteligência, a memória e outras atividades cognitivas de qualquer pessoa, não apenas daqueles que passaram por algum trauma.

O novo chip levará anos para ser fabricado, admite Johnson, mas o empreendedor tem tempo – e dinheiro – para esperar. Em 2013, ele vendeu sua última startup, a Braintree, para a empresa de meios de pagamento PayPal por US$ 800 milhões. Ex-mórmon, Johnson tem hoje 38 anos e fala sobre o projeto com o fervor de um missionário. “A inteligência humana está cercada pela inteligência artificial e isso vai levar à degeneração do cérebro”, afirma o executivo. “É uma questão de manter os humanos na frente à medida que a tecnologia avança.”

Aposta. Johnson se destaca em meio à elite de empreendedores que crê que o Vale do Silício pode financiar descobertas científicas em larga escala, o que poderá melhorar a vida de milhões de pessoas, de diversas formas que vão além da criação de software. Nos últimos dois anos, fundos de capital de risco – que incluem Y-Combinator, Andreessen Horowitz, Peter Thiel’s Founders Fund, Khosla Venture e outras – têm investido em startups de “bio-hacking”: um segmento que crê que as pessoas podem alterar seu corpo da mesma maneira que como lidam com um programa de computador.

Empresas que buscam sequenciar a bactéria no intestino, reprogramar o DNA com o qual as pessoas nascem ou conduzir biópsias de tumores com base em amostras de sangue estão entre as mais novas startups dessa área. Um exemplo é a Thync, que criou um fone de ouvido que envia impulsos elétricos para o cérebro que melhoram o humor; e a Nootrobox, que fabrica suplementos mastigáveis que combinam doses de cafeína com ingredientes ativos de chá verde e produzem uma sensação de paz calculada.

É fácil descartar tais esforços como fantasias utópicas e arrogantes de uma elite egocêntrica que acha que pode desafiar a morte. Apesar disso, não há dúvidas de que alguns dos projetos podem acelerar avanços científicos e preencher lacunas provocadas pela queda no financiamento público para a pesquisa científica. Além disso, os engenheiros estão motivados porque muitos desafios de saúde envolvem cada vez mais a computação e a análise de grandes conjuntos de dados, área conhecida como “Big Data”. 

Implante. A startup Kernel está focada no desenvolvimento cognitivo do tipo não fantasioso. O conceito é baseado no trabalho de Theodore Berger, engenheiro biomédico pioneiro que dirige o Centro de Engenharia Neural na Universidade do Sul da Califórnia. Ele também é diretor do departamento de ciências da Kernel. Por mais de duas décadas, Berger trabalha na criação do chip para ajudar pessoas que sofrem de demência, AVC, traumatismos cranianos e mal de Alzheimer – essas doenças afligem um a cada nove adultos com mais de 65 anos.

O dispositivo que eles pretendem implantar no cérebro das pessoas “copia” a forma como as células se comunicam entre si. Quando uma pessoa conversa com outra, um cérebro sadio converte essa conversa da memória de curto prazo para a de longo prazo por meio de um conjunto de sinais elétricos. Os sinais adotam um código específico que é peculiar a cada pessoa e similar a um comando enviado por um software. As doenças do cérebro confundem esses códigos de sinalização.

O software embarcado no chip de Berger tenta melhorar a comunicação entre as células do cérebro. Ele realiza um prognóstico instantâneo do que seria o código saudável e envia a informação por meio de pulsos elétricos. Em estudos financiados pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada para Defesa (Darpa, na sigla em inglês), os chips de Berger melhoraram as funções de memória em ratos e macacos. Há um ano, ele achou que havia chegado ao limite de sua pesquisa, pois era preciso testar seus chips em humanos.

O pesquisador recebeu um telefonema de Johnson em outubro do ano passado. No Google, ele descobriu que ele era um empreendedor que havia fundado uma empresa de processamento de pagamentos na Califórnia e investia em startups na área da ciência. Os dois se reuniram no final daquele mês. Eles conversaram durante horas e, ao final do dia, Johnson prometeu financiar a fase inicial de qualquer negócio que começassem juntos.

O interesse do empreendedor norte-americano na pesquisa de Berger é justificável. “Qualquer projeto que imaginarmos – de carros voadores a uma viagem para Marte – é criado a partir de nossa inteligência”, diz Johnson. “Ela é o recurso mais poderoso que existe.” /TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

 

Como muitos no Vale do Silício, o empreendedor de tecnologia Bryan Johnson imagina um futuro em que máquinas inteligentes serão capazes de permitir que os carros se locomovam sem motorista e que sistemas de lojas prevejam as necessidades das pessoas antes mesmo do pedido. O inusitado é como Johnson pretende responder a essa mudança: ele quer encontrar uma maneira de potencializar o cérebro humano de maneira que possamos nos manter no mesmo ritmo da evolução dos computadores.

A ciência se encontra com a ficção científica num modesto escritório em Venice Beach, na Califórnia. É lá que a startup Kernel, liderada por Johnson, vem desenvolvendo um minúsculo chip que poderá ser implantado no cérebro. Num primeiro momento, ele poderá auxiliar pessoas com problemas neurológicos causados por mal de Alzheimer, AVC ou traumatismo craniano. Em longo prazo, a equipe de neurocientistas por trás do chip espera que ele seja capaz de estimular a inteligência, a memória e outras atividades cognitivas de qualquer pessoa, não apenas daqueles que passaram por algum trauma.

O novo chip levará anos para ser fabricado, admite Johnson, mas o empreendedor tem tempo – e dinheiro – para esperar. Em 2013, ele vendeu sua última startup, a Braintree, para a empresa de meios de pagamento PayPal por US$ 800 milhões. Ex-mórmon, Johnson tem hoje 38 anos e fala sobre o projeto com o fervor de um missionário. “A inteligência humana está cercada pela inteligência artificial e isso vai levar à degeneração do cérebro”, afirma o executivo. “É uma questão de manter os humanos na frente à medida que a tecnologia avança.”

Aposta. Johnson se destaca em meio à elite de empreendedores que crê que o Vale do Silício pode financiar descobertas científicas em larga escala, o que poderá melhorar a vida de milhões de pessoas, de diversas formas que vão além da criação de software. Nos últimos dois anos, fundos de capital de risco – que incluem Y-Combinator, Andreessen Horowitz, Peter Thiel’s Founders Fund, Khosla Venture e outras – têm investido em startups de “bio-hacking”: um segmento que crê que as pessoas podem alterar seu corpo da mesma maneira que como lidam com um programa de computador.

Empresas que buscam sequenciar a bactéria no intestino, reprogramar o DNA com o qual as pessoas nascem ou conduzir biópsias de tumores com base em amostras de sangue estão entre as mais novas startups dessa área. Um exemplo é a Thync, que criou um fone de ouvido que envia impulsos elétricos para o cérebro que melhoram o humor; e a Nootrobox, que fabrica suplementos mastigáveis que combinam doses de cafeína com ingredientes ativos de chá verde e produzem uma sensação de paz calculada.

É fácil descartar tais esforços como fantasias utópicas e arrogantes de uma elite egocêntrica que acha que pode desafiar a morte. Apesar disso, não há dúvidas de que alguns dos projetos podem acelerar avanços científicos e preencher lacunas provocadas pela queda no financiamento público para a pesquisa científica. Além disso, os engenheiros estão motivados porque muitos desafios de saúde envolvem cada vez mais a computação e a análise de grandes conjuntos de dados, área conhecida como “Big Data”. 

Implante. A startup Kernel está focada no desenvolvimento cognitivo do tipo não fantasioso. O conceito é baseado no trabalho de Theodore Berger, engenheiro biomédico pioneiro que dirige o Centro de Engenharia Neural na Universidade do Sul da Califórnia. Ele também é diretor do departamento de ciências da Kernel. Por mais de duas décadas, Berger trabalha na criação do chip para ajudar pessoas que sofrem de demência, AVC, traumatismos cranianos e mal de Alzheimer – essas doenças afligem um a cada nove adultos com mais de 65 anos.

O dispositivo que eles pretendem implantar no cérebro das pessoas “copia” a forma como as células se comunicam entre si. Quando uma pessoa conversa com outra, um cérebro sadio converte essa conversa da memória de curto prazo para a de longo prazo por meio de um conjunto de sinais elétricos. Os sinais adotam um código específico que é peculiar a cada pessoa e similar a um comando enviado por um software. As doenças do cérebro confundem esses códigos de sinalização.

O software embarcado no chip de Berger tenta melhorar a comunicação entre as células do cérebro. Ele realiza um prognóstico instantâneo do que seria o código saudável e envia a informação por meio de pulsos elétricos. Em estudos financiados pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada para Defesa (Darpa, na sigla em inglês), os chips de Berger melhoraram as funções de memória em ratos e macacos. Há um ano, ele achou que havia chegado ao limite de sua pesquisa, pois era preciso testar seus chips em humanos.

O pesquisador recebeu um telefonema de Johnson em outubro do ano passado. No Google, ele descobriu que ele era um empreendedor que havia fundado uma empresa de processamento de pagamentos na Califórnia e investia em startups na área da ciência. Os dois se reuniram no final daquele mês. Eles conversaram durante horas e, ao final do dia, Johnson prometeu financiar a fase inicial de qualquer negócio que começassem juntos.

O interesse do empreendedor norte-americano na pesquisa de Berger é justificável. “Qualquer projeto que imaginarmos – de carros voadores a uma viagem para Marte – é criado a partir de nossa inteligência”, diz Johnson. “Ela é o recurso mais poderoso que existe.” /TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

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