Informações sobre tecnologia

Nemesis, do Philip Roth


Por Renato Cruz

Philip Roth tem pressa. Aos 77 anos, ele fechou em 2010 uma tetralogia de romances curtos que chamou de "Nemeses". Os livros tratam de decadência física, envelhecimento, morte de jovens e velhos. Das más consequências de se seguir os próprios ideais e das más consequências de não segui-los. De como uma escolha errada pode condená-lo por toda a vida, seja essa vida curta ou longa. De como sempre as pessoas terminam sozinhas.

Nêmesis, nome do último livro (e, no plural, da tetralogia), é a deusa grega que representa a vingança. Também pode significar algo (ou algúem) que traz a miséria e a morte. Ou pode ser o arqui-inimigo (no sentido de Lex Luthor ser a nêmese do Super-Homem).

Nemesis (Houghton Mifflin Harcourt), que terminei de ler recentemente, fala da epidemia de poliomielite que atingiu a cidade de Newark (onde nasceu o autor) em 1944. É a história de uma derrota. Mostra como o jovem professor de educação física Bucky Cantor tenta reagir a ela. E como não adianta fugir, porque os problemas seguem junto. Bucky chega a culpar Deus por todos os adolescentes mortos pela doença, mas Deus continua indiferente. O jovem atleta passa a ser somente uma lembrança de seus antigos alunos.

continua após a publicidade

É possível fazer um paralelo com Indignação, outro livro da tetralogia, em que o universitário Marcus Messner procura, no lugar do desistente Bucky, se manter fiel aos seus princípios, e acaba tendo um fim ainda pior. Ao lado da tragédia, esses dois livros trazem um sentimento nostálgico muito forte da infância e da juventude.

Homem comum e A humilhação mostram o que o tempo faz às pessoas, com primeiro o distanciamento e depois a morte dos amigos e da família e com a perda de tudo aquilo que as fazia especiais. Não importa o sucesso que se consegue na vida, pois, se você viver o bastante, ele acaba indo embora antes do fim.

Roth já havia refletido sobre esses temas em Patrimônio, um livro do começo da década de 1990 que retratava a doença e a morte do pai. Mas, com a sua tetralogia recente, a questão tornou-se pessoal.

continua após a publicidade

Esses livros pequenos que o autor batizou de "Nemeses" me lembram os discos que o cantor Johnny Cash, morto em 2003, gravou na série American Recordings.  As canções desses álbuns tinham títulos como "I'm leavin' now", "Oh bury me not" e "Meet me in heaven". Todos eles soavam como um adeus.

Feliz 2011!

Siga este blog no Twitter: @rcruz

Philip Roth tem pressa. Aos 77 anos, ele fechou em 2010 uma tetralogia de romances curtos que chamou de "Nemeses". Os livros tratam de decadência física, envelhecimento, morte de jovens e velhos. Das más consequências de se seguir os próprios ideais e das más consequências de não segui-los. De como uma escolha errada pode condená-lo por toda a vida, seja essa vida curta ou longa. De como sempre as pessoas terminam sozinhas.

Nêmesis, nome do último livro (e, no plural, da tetralogia), é a deusa grega que representa a vingança. Também pode significar algo (ou algúem) que traz a miséria e a morte. Ou pode ser o arqui-inimigo (no sentido de Lex Luthor ser a nêmese do Super-Homem).

Nemesis (Houghton Mifflin Harcourt), que terminei de ler recentemente, fala da epidemia de poliomielite que atingiu a cidade de Newark (onde nasceu o autor) em 1944. É a história de uma derrota. Mostra como o jovem professor de educação física Bucky Cantor tenta reagir a ela. E como não adianta fugir, porque os problemas seguem junto. Bucky chega a culpar Deus por todos os adolescentes mortos pela doença, mas Deus continua indiferente. O jovem atleta passa a ser somente uma lembrança de seus antigos alunos.

É possível fazer um paralelo com Indignação, outro livro da tetralogia, em que o universitário Marcus Messner procura, no lugar do desistente Bucky, se manter fiel aos seus princípios, e acaba tendo um fim ainda pior. Ao lado da tragédia, esses dois livros trazem um sentimento nostálgico muito forte da infância e da juventude.

Homem comum e A humilhação mostram o que o tempo faz às pessoas, com primeiro o distanciamento e depois a morte dos amigos e da família e com a perda de tudo aquilo que as fazia especiais. Não importa o sucesso que se consegue na vida, pois, se você viver o bastante, ele acaba indo embora antes do fim.

Roth já havia refletido sobre esses temas em Patrimônio, um livro do começo da década de 1990 que retratava a doença e a morte do pai. Mas, com a sua tetralogia recente, a questão tornou-se pessoal.

Esses livros pequenos que o autor batizou de "Nemeses" me lembram os discos que o cantor Johnny Cash, morto em 2003, gravou na série American Recordings.  As canções desses álbuns tinham títulos como "I'm leavin' now", "Oh bury me not" e "Meet me in heaven". Todos eles soavam como um adeus.

Feliz 2011!

Siga este blog no Twitter: @rcruz

Philip Roth tem pressa. Aos 77 anos, ele fechou em 2010 uma tetralogia de romances curtos que chamou de "Nemeses". Os livros tratam de decadência física, envelhecimento, morte de jovens e velhos. Das más consequências de se seguir os próprios ideais e das más consequências de não segui-los. De como uma escolha errada pode condená-lo por toda a vida, seja essa vida curta ou longa. De como sempre as pessoas terminam sozinhas.

Nêmesis, nome do último livro (e, no plural, da tetralogia), é a deusa grega que representa a vingança. Também pode significar algo (ou algúem) que traz a miséria e a morte. Ou pode ser o arqui-inimigo (no sentido de Lex Luthor ser a nêmese do Super-Homem).

Nemesis (Houghton Mifflin Harcourt), que terminei de ler recentemente, fala da epidemia de poliomielite que atingiu a cidade de Newark (onde nasceu o autor) em 1944. É a história de uma derrota. Mostra como o jovem professor de educação física Bucky Cantor tenta reagir a ela. E como não adianta fugir, porque os problemas seguem junto. Bucky chega a culpar Deus por todos os adolescentes mortos pela doença, mas Deus continua indiferente. O jovem atleta passa a ser somente uma lembrança de seus antigos alunos.

É possível fazer um paralelo com Indignação, outro livro da tetralogia, em que o universitário Marcus Messner procura, no lugar do desistente Bucky, se manter fiel aos seus princípios, e acaba tendo um fim ainda pior. Ao lado da tragédia, esses dois livros trazem um sentimento nostálgico muito forte da infância e da juventude.

Homem comum e A humilhação mostram o que o tempo faz às pessoas, com primeiro o distanciamento e depois a morte dos amigos e da família e com a perda de tudo aquilo que as fazia especiais. Não importa o sucesso que se consegue na vida, pois, se você viver o bastante, ele acaba indo embora antes do fim.

Roth já havia refletido sobre esses temas em Patrimônio, um livro do começo da década de 1990 que retratava a doença e a morte do pai. Mas, com a sua tetralogia recente, a questão tornou-se pessoal.

Esses livros pequenos que o autor batizou de "Nemeses" me lembram os discos que o cantor Johnny Cash, morto em 2003, gravou na série American Recordings.  As canções desses álbuns tinham títulos como "I'm leavin' now", "Oh bury me not" e "Meet me in heaven". Todos eles soavam como um adeus.

Feliz 2011!

Siga este blog no Twitter: @rcruz

Philip Roth tem pressa. Aos 77 anos, ele fechou em 2010 uma tetralogia de romances curtos que chamou de "Nemeses". Os livros tratam de decadência física, envelhecimento, morte de jovens e velhos. Das más consequências de se seguir os próprios ideais e das más consequências de não segui-los. De como uma escolha errada pode condená-lo por toda a vida, seja essa vida curta ou longa. De como sempre as pessoas terminam sozinhas.

Nêmesis, nome do último livro (e, no plural, da tetralogia), é a deusa grega que representa a vingança. Também pode significar algo (ou algúem) que traz a miséria e a morte. Ou pode ser o arqui-inimigo (no sentido de Lex Luthor ser a nêmese do Super-Homem).

Nemesis (Houghton Mifflin Harcourt), que terminei de ler recentemente, fala da epidemia de poliomielite que atingiu a cidade de Newark (onde nasceu o autor) em 1944. É a história de uma derrota. Mostra como o jovem professor de educação física Bucky Cantor tenta reagir a ela. E como não adianta fugir, porque os problemas seguem junto. Bucky chega a culpar Deus por todos os adolescentes mortos pela doença, mas Deus continua indiferente. O jovem atleta passa a ser somente uma lembrança de seus antigos alunos.

É possível fazer um paralelo com Indignação, outro livro da tetralogia, em que o universitário Marcus Messner procura, no lugar do desistente Bucky, se manter fiel aos seus princípios, e acaba tendo um fim ainda pior. Ao lado da tragédia, esses dois livros trazem um sentimento nostálgico muito forte da infância e da juventude.

Homem comum e A humilhação mostram o que o tempo faz às pessoas, com primeiro o distanciamento e depois a morte dos amigos e da família e com a perda de tudo aquilo que as fazia especiais. Não importa o sucesso que se consegue na vida, pois, se você viver o bastante, ele acaba indo embora antes do fim.

Roth já havia refletido sobre esses temas em Patrimônio, um livro do começo da década de 1990 que retratava a doença e a morte do pai. Mas, com a sua tetralogia recente, a questão tornou-se pessoal.

Esses livros pequenos que o autor batizou de "Nemeses" me lembram os discos que o cantor Johnny Cash, morto em 2003, gravou na série American Recordings.  As canções desses álbuns tinham títulos como "I'm leavin' now", "Oh bury me not" e "Meet me in heaven". Todos eles soavam como um adeus.

Feliz 2011!

Siga este blog no Twitter: @rcruz

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.