Os assistentes de voz, como Siri, Alexa e Google Assistant vão dominar a forma como nos relacionamos com serviços financeiros. Para a maioria das pessoas, é difícil imaginar como vai ser isso na prática, porém esta mudança acontecerá mais rápido do que muitos imaginam.
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Os assistentes de voz são um ótimo exemplo do que chamamos evolução exponencial das tecnologias. Nesta curva exponencial, a capacidade tecnológica dobra a cada período, evoluindo numa velocidade muito superior ao que nossa mente pode acompanhar. Estamos acostumados a pensar de forma linear, pois é assim que a mente humana trabalha. Por exemplo, se dermos 30 passos de 1 metro cada, sabemos que vamos atingir 30 metros. Porém, se tivermos que calcular rapidamente quantos metros atingimos se este mesmo passo de 1 metro aumentar de tamanho exponencialmente, dificilmente alguém dirá que chegaremos na África com apenas 30 passos, que é a resposta correta.
Uma característica da curva exponencial é que, até o momento de inflexão da trajetória, a tecnologia costuma ser ruim e cara. No entanto, como evolui exponencialmente, rapidamente supera estas limitações e quando vamos ver, já são viáveis comercialmente. Isto aconteceu com os telefones celulares, com os carros autônomos e agora acontece com a energia solar. E é o mesmo padrão de desenvolvimento que os assistentes de voz estão seguindo. Sua utilidade hoje, principalmente no Brasil, em função do português, é muito limitada. Podemos perguntar a previsão do tempo, pedir para ligar para alguém, ou mandar tocar uma música. Nada muito empolgante, convenhamos. Mas como esta é uma tecnologia que utiliza intensamente outras, como Inteligência Artificial, e todas evoluem de forma exponencial, em pouco tempo estará a nossa disposição uma série de serviços extremamente úteis, que nos farão e economizar muito tempo em nosso dia-a-dia. E serviços financeiros deverá ser uma das áreas mais beneficiadas.
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Um exemplo de aplicação que em breve poderá estar disponível é para pagamentos, nos aplicativos dos bancos. Atualmente boa parte dos pagamentos (em boletos) já são recebidos eletronicamente via DDA. Imagine que o assistente de voz poderá verificar que o usuário não pagou uma conta e hoje é o dia do seu vencimento. Ele pode então lhe chamar e avisar que o pagamento não foi efetuado, mas caso queira pagar, basta dizer "obrigado pela lembrança, pode efetuar o pagamento". E pronto, o pagamento é efetuado. A voz do usuário é a forma de autenticação, para garantir que foi ele mesmo que autorizou e não, outra pessoa em seu lugar.
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Segundo a empresa de pesquisa MEDICI Research, em 2017, cerca de 9% dos norte-americanos usaram um assistente de voz pelo menos uma vez para fazer uma transação financeira. Em geral, o uso de assistentes de voz tem crescido a uma taxa de 29% ao ano, devendo atingir 1,8 bilhão de pessoas até 2021. É provável que em poucos anos a gente não se lembre de como era fazer um pagamento digitando o enorme código de barras de um boleto bancário.