Michael Lynton, executivo da Sony Pictures Entertainment, afirmou ao Los Angeles Times que a Espanha pode deixar de ser um mercado viável para a empresa em um futuro próximo. A culpa seria dos altos números atingidos pela pirataria no país – cerca de 30% da população espanhola acessa sites de compartilhamento de arquivos, contra a média de 15% para o resto da Europa.
O Guardian revelou que, apesar do lento declínio em bilheteria nos cinemas espanhóis, as vendas e aluguéis de DVDs despencaram na mesma proporção em que o acesso à internet de alta velocidade cresceu. Segundo relatório da consultoria parisiense Tera, a Espanha tem o maior índice de pirataria do continente. Ali, os gastos com DVDs diminuem até 6 vezes mais rápido que na Inglaterra.
Como resultado, 3 em cada 4 locadoras ou lojas de filmes fecharam suas portas nos últimos 5 anos. O estudo estima ainda que a indústria espanhola deixou de faturar cerca de 2,4 bilhões de euros por conta da pirataria. O Ministro da Cultura espanhol, Ángeles González-Sinde, enviou uma proposta de lei ao parlamento que permitiria ao governo fechar sites que distribuem filmes e música ilegalmente, sob o argumento de que os artistas precisam ser protegidos pois “quem cria cultura também cria empregos”.
Internautas e ativistas já circulam um manifesto contra a tentativa de lei, defendendo que “a internet deve funcionar sem interferências de políticos que agem na intenção de perpetuar um modelo de negócios ultrapassado”.