Conheça o Workplace, a rede social para empresas do Facebook


Lançada em outubro de 2016, a plataforma é usada por mais de 30 mil empresas, que pagam por funcionários

Por Bruno Capelas e Giovanna Wolf Tadini
Luiz Fittipaldi, analista de conteudo da Playkids, acredita que o Workplacetambém serve para estreitar os laços dentro da empresa Foto: WERTHER SANTANA/ESTADAO

O dia a dia de Cora do Prado Coelho, gestora de produtos da varejista online Netshoes, pode parecer um bocado burocrático: ela é responsável por receber amostras de produtos de beleza e colocá-los à venda no site da empresa. Na internet, porém, ela é conhecida como a “moça dos sorteios”: as provas dos batons e cremes que recebe são oferecidas para seus colegas de trabalho dentro do Workplace, a rede social do Facebook para empresas. 

Lançada em outubro de 2016, a plataforma é talvez a mais discreta da companhia comandada por Mark Zuckerberg, conhecida por ser dona do Instagram e do WhatsApp. No entanto, ela já faz parte do cotidiano de mais de 30 mil empresas ao redor do mundo – incluindo nomes como Starbucks, Heineken e Walmart. Cada uma delas paga cerca de US$ 3 por mês ao Facebook para cada usuário ativo dentro da plataforma.

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Em troca do pagamento, recebem um serviço bastante parecido com o da rede social, com curtidas, chat e grupos, mas fechado apenas para os funcionários de cada corporação. Para quem quiser testar o serviço, ainda há uma versão gratuita, com menos recursos. 

Aqui no Brasil, o serviço também é usado por empresas como Pernambucanas, Mercado Livre ou Movile – a dona do iFood, por exemplo, foi uma das primeiras a testar o serviço, antes mesmo do lançamento. Segundo o Facebook, o País tem a quarta maior base de usuários do Workplace – perde para EUA, Reino Unido e Índia. 

“Para nós, é preciso dar voz para todos dentro de uma empresa, dos funcionários ao presidente”, diz Julien Codorniou, vice-presidente do Workplace, ao Estado. Na visão dele, a plataforma faz parte de uma nova geração de ferramentas, adequada às demandas dos jovens que chegam agora ao mercado de trabalho. (leia entrevista abaixo).

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Quadro de avisos. Aqui no Brasil, o Workplace tem sido usado pelas empresas como um substituto do quadro de avisos de papel – ou ainda dos e-mails enviados pelo departamento de recursos humanos. Na Netshoes, é lá que os empregados ficam sabendo dos happy hours mensais ou de alterações no plano de saúde. Para Cora, a “moça do sorteio”, o formato é mais contemporâneo. “Acompanho as novidades da empresa da mesma forma que vejo os posts no Instagram das blogueiras de maquiagem.”

O aumento de engajamento também vale para comunicados oficiais, feitos pela liderança das companhias. Na Pernambucanas, por exemplo, a abertura de novas lojas ou os pronunciamentos do presidente Sérgio Boriello, agora são transmitidos por vídeo, ao vivo. “Antes, ia visitar as lojas e ninguém me conhecia. Agora, todo mundo me abraça, pareço até artista”, brinca o executivo. 

O Workplace fez com que Sérgio Boriello, presidente da Pernambucanas, ficasse mais conhecido dentro da empresa Foto: WERTHER SANTANA/ESTADAO
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Para Luiz Henrique Fittipaldi, analista de conteúdo da Playkids, do grupo Movile, a rede também serve para estreitar os laços: “Eu não poderia chegar no WhatsApp do presidente e perguntar quando ia ser a festa de fim de ano. Agora eu posso.” A adaptação à ferramenta, porém, nem sempre é simples. No Mercado Livre (ML), alguns executivos estranharam quando os funcionários preferiram usar memes para comentar novidades. “Uma das executivas achou que eles estavam tirando sarro da empresa”, conta Carolina Fernandes de Lima, gerente de cultura e experiência da companhia argentina. No ML, 60% dos funcionários têm menos de 40 anos.

Engajamento. Um aspecto curioso do Workplace no Brasil é que, segundo as empresas, o dia com maior engajamento na rede social é justamente aquele normalmente reservado ao descanso: o domingo. “As pessoas nem percebem que estão lidando com trabalho. É como se estivessem lendo notícias no Facebook”, diz Carolina, do ML.  Diante disso, abre-se espaço para a pergunta se a rede não é mais uma forma de o funcionário “levar trabalho para casa”.

Questionados, os departamentos de recursos humanos ouvidos pelo Estado lembraram que a adesão à rede é voluntária. Além disso, em suas regras de uso, está o fato de que o contato feito por ela não implica em maior ou menor jornada de trabalho. Para Pablo Cerdeira, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ) o Workplace é mais um sintoma de um “novo modelo de relação com o trabalho”, próxima à “mensagem via WhatsApp do chefe no final de semana.” 

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Nem mesmo os escândalos recentes do Facebook na área de privacidade, como o caso Cambridge Analytica, no qual dados de 87 milhões de usuários da rede social foram obtidos indevidamente pela consultoria política, abalaram a relação das companhias com o Workplace. “Temos muita proximidade com o Facebook, o que nos dá confiança”, diz Carolina, do ML. Para especialistas, é uma questão de escolhas. “Ao pensar em privacidade, é preciso refletir sobre o benefício que uma ferramenta nos traz”, diz Cerdeira, da FGV-RJ. “Confiar é uma decisão das empresas.”

Luiz Fittipaldi, analista de conteudo da Playkids, acredita que o Workplacetambém serve para estreitar os laços dentro da empresa Foto: WERTHER SANTANA/ESTADAO

O dia a dia de Cora do Prado Coelho, gestora de produtos da varejista online Netshoes, pode parecer um bocado burocrático: ela é responsável por receber amostras de produtos de beleza e colocá-los à venda no site da empresa. Na internet, porém, ela é conhecida como a “moça dos sorteios”: as provas dos batons e cremes que recebe são oferecidas para seus colegas de trabalho dentro do Workplace, a rede social do Facebook para empresas. 

Lançada em outubro de 2016, a plataforma é talvez a mais discreta da companhia comandada por Mark Zuckerberg, conhecida por ser dona do Instagram e do WhatsApp. No entanto, ela já faz parte do cotidiano de mais de 30 mil empresas ao redor do mundo – incluindo nomes como Starbucks, Heineken e Walmart. Cada uma delas paga cerca de US$ 3 por mês ao Facebook para cada usuário ativo dentro da plataforma.

Em troca do pagamento, recebem um serviço bastante parecido com o da rede social, com curtidas, chat e grupos, mas fechado apenas para os funcionários de cada corporação. Para quem quiser testar o serviço, ainda há uma versão gratuita, com menos recursos. 

Aqui no Brasil, o serviço também é usado por empresas como Pernambucanas, Mercado Livre ou Movile – a dona do iFood, por exemplo, foi uma das primeiras a testar o serviço, antes mesmo do lançamento. Segundo o Facebook, o País tem a quarta maior base de usuários do Workplace – perde para EUA, Reino Unido e Índia. 

“Para nós, é preciso dar voz para todos dentro de uma empresa, dos funcionários ao presidente”, diz Julien Codorniou, vice-presidente do Workplace, ao Estado. Na visão dele, a plataforma faz parte de uma nova geração de ferramentas, adequada às demandas dos jovens que chegam agora ao mercado de trabalho. (leia entrevista abaixo).

Quadro de avisos. Aqui no Brasil, o Workplace tem sido usado pelas empresas como um substituto do quadro de avisos de papel – ou ainda dos e-mails enviados pelo departamento de recursos humanos. Na Netshoes, é lá que os empregados ficam sabendo dos happy hours mensais ou de alterações no plano de saúde. Para Cora, a “moça do sorteio”, o formato é mais contemporâneo. “Acompanho as novidades da empresa da mesma forma que vejo os posts no Instagram das blogueiras de maquiagem.”

O aumento de engajamento também vale para comunicados oficiais, feitos pela liderança das companhias. Na Pernambucanas, por exemplo, a abertura de novas lojas ou os pronunciamentos do presidente Sérgio Boriello, agora são transmitidos por vídeo, ao vivo. “Antes, ia visitar as lojas e ninguém me conhecia. Agora, todo mundo me abraça, pareço até artista”, brinca o executivo. 

O Workplace fez com que Sérgio Boriello, presidente da Pernambucanas, ficasse mais conhecido dentro da empresa Foto: WERTHER SANTANA/ESTADAO

Para Luiz Henrique Fittipaldi, analista de conteúdo da Playkids, do grupo Movile, a rede também serve para estreitar os laços: “Eu não poderia chegar no WhatsApp do presidente e perguntar quando ia ser a festa de fim de ano. Agora eu posso.” A adaptação à ferramenta, porém, nem sempre é simples. No Mercado Livre (ML), alguns executivos estranharam quando os funcionários preferiram usar memes para comentar novidades. “Uma das executivas achou que eles estavam tirando sarro da empresa”, conta Carolina Fernandes de Lima, gerente de cultura e experiência da companhia argentina. No ML, 60% dos funcionários têm menos de 40 anos.

Engajamento. Um aspecto curioso do Workplace no Brasil é que, segundo as empresas, o dia com maior engajamento na rede social é justamente aquele normalmente reservado ao descanso: o domingo. “As pessoas nem percebem que estão lidando com trabalho. É como se estivessem lendo notícias no Facebook”, diz Carolina, do ML.  Diante disso, abre-se espaço para a pergunta se a rede não é mais uma forma de o funcionário “levar trabalho para casa”.

Questionados, os departamentos de recursos humanos ouvidos pelo Estado lembraram que a adesão à rede é voluntária. Além disso, em suas regras de uso, está o fato de que o contato feito por ela não implica em maior ou menor jornada de trabalho. Para Pablo Cerdeira, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ) o Workplace é mais um sintoma de um “novo modelo de relação com o trabalho”, próxima à “mensagem via WhatsApp do chefe no final de semana.” 

Nem mesmo os escândalos recentes do Facebook na área de privacidade, como o caso Cambridge Analytica, no qual dados de 87 milhões de usuários da rede social foram obtidos indevidamente pela consultoria política, abalaram a relação das companhias com o Workplace. “Temos muita proximidade com o Facebook, o que nos dá confiança”, diz Carolina, do ML. Para especialistas, é uma questão de escolhas. “Ao pensar em privacidade, é preciso refletir sobre o benefício que uma ferramenta nos traz”, diz Cerdeira, da FGV-RJ. “Confiar é uma decisão das empresas.”

Luiz Fittipaldi, analista de conteudo da Playkids, acredita que o Workplacetambém serve para estreitar os laços dentro da empresa Foto: WERTHER SANTANA/ESTADAO

O dia a dia de Cora do Prado Coelho, gestora de produtos da varejista online Netshoes, pode parecer um bocado burocrático: ela é responsável por receber amostras de produtos de beleza e colocá-los à venda no site da empresa. Na internet, porém, ela é conhecida como a “moça dos sorteios”: as provas dos batons e cremes que recebe são oferecidas para seus colegas de trabalho dentro do Workplace, a rede social do Facebook para empresas. 

Lançada em outubro de 2016, a plataforma é talvez a mais discreta da companhia comandada por Mark Zuckerberg, conhecida por ser dona do Instagram e do WhatsApp. No entanto, ela já faz parte do cotidiano de mais de 30 mil empresas ao redor do mundo – incluindo nomes como Starbucks, Heineken e Walmart. Cada uma delas paga cerca de US$ 3 por mês ao Facebook para cada usuário ativo dentro da plataforma.

Em troca do pagamento, recebem um serviço bastante parecido com o da rede social, com curtidas, chat e grupos, mas fechado apenas para os funcionários de cada corporação. Para quem quiser testar o serviço, ainda há uma versão gratuita, com menos recursos. 

Aqui no Brasil, o serviço também é usado por empresas como Pernambucanas, Mercado Livre ou Movile – a dona do iFood, por exemplo, foi uma das primeiras a testar o serviço, antes mesmo do lançamento. Segundo o Facebook, o País tem a quarta maior base de usuários do Workplace – perde para EUA, Reino Unido e Índia. 

“Para nós, é preciso dar voz para todos dentro de uma empresa, dos funcionários ao presidente”, diz Julien Codorniou, vice-presidente do Workplace, ao Estado. Na visão dele, a plataforma faz parte de uma nova geração de ferramentas, adequada às demandas dos jovens que chegam agora ao mercado de trabalho. (leia entrevista abaixo).

Quadro de avisos. Aqui no Brasil, o Workplace tem sido usado pelas empresas como um substituto do quadro de avisos de papel – ou ainda dos e-mails enviados pelo departamento de recursos humanos. Na Netshoes, é lá que os empregados ficam sabendo dos happy hours mensais ou de alterações no plano de saúde. Para Cora, a “moça do sorteio”, o formato é mais contemporâneo. “Acompanho as novidades da empresa da mesma forma que vejo os posts no Instagram das blogueiras de maquiagem.”

O aumento de engajamento também vale para comunicados oficiais, feitos pela liderança das companhias. Na Pernambucanas, por exemplo, a abertura de novas lojas ou os pronunciamentos do presidente Sérgio Boriello, agora são transmitidos por vídeo, ao vivo. “Antes, ia visitar as lojas e ninguém me conhecia. Agora, todo mundo me abraça, pareço até artista”, brinca o executivo. 

O Workplace fez com que Sérgio Boriello, presidente da Pernambucanas, ficasse mais conhecido dentro da empresa Foto: WERTHER SANTANA/ESTADAO

Para Luiz Henrique Fittipaldi, analista de conteúdo da Playkids, do grupo Movile, a rede também serve para estreitar os laços: “Eu não poderia chegar no WhatsApp do presidente e perguntar quando ia ser a festa de fim de ano. Agora eu posso.” A adaptação à ferramenta, porém, nem sempre é simples. No Mercado Livre (ML), alguns executivos estranharam quando os funcionários preferiram usar memes para comentar novidades. “Uma das executivas achou que eles estavam tirando sarro da empresa”, conta Carolina Fernandes de Lima, gerente de cultura e experiência da companhia argentina. No ML, 60% dos funcionários têm menos de 40 anos.

Engajamento. Um aspecto curioso do Workplace no Brasil é que, segundo as empresas, o dia com maior engajamento na rede social é justamente aquele normalmente reservado ao descanso: o domingo. “As pessoas nem percebem que estão lidando com trabalho. É como se estivessem lendo notícias no Facebook”, diz Carolina, do ML.  Diante disso, abre-se espaço para a pergunta se a rede não é mais uma forma de o funcionário “levar trabalho para casa”.

Questionados, os departamentos de recursos humanos ouvidos pelo Estado lembraram que a adesão à rede é voluntária. Além disso, em suas regras de uso, está o fato de que o contato feito por ela não implica em maior ou menor jornada de trabalho. Para Pablo Cerdeira, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ) o Workplace é mais um sintoma de um “novo modelo de relação com o trabalho”, próxima à “mensagem via WhatsApp do chefe no final de semana.” 

Nem mesmo os escândalos recentes do Facebook na área de privacidade, como o caso Cambridge Analytica, no qual dados de 87 milhões de usuários da rede social foram obtidos indevidamente pela consultoria política, abalaram a relação das companhias com o Workplace. “Temos muita proximidade com o Facebook, o que nos dá confiança”, diz Carolina, do ML. Para especialistas, é uma questão de escolhas. “Ao pensar em privacidade, é preciso refletir sobre o benefício que uma ferramenta nos traz”, diz Cerdeira, da FGV-RJ. “Confiar é uma decisão das empresas.”

Luiz Fittipaldi, analista de conteudo da Playkids, acredita que o Workplacetambém serve para estreitar os laços dentro da empresa Foto: WERTHER SANTANA/ESTADAO

O dia a dia de Cora do Prado Coelho, gestora de produtos da varejista online Netshoes, pode parecer um bocado burocrático: ela é responsável por receber amostras de produtos de beleza e colocá-los à venda no site da empresa. Na internet, porém, ela é conhecida como a “moça dos sorteios”: as provas dos batons e cremes que recebe são oferecidas para seus colegas de trabalho dentro do Workplace, a rede social do Facebook para empresas. 

Lançada em outubro de 2016, a plataforma é talvez a mais discreta da companhia comandada por Mark Zuckerberg, conhecida por ser dona do Instagram e do WhatsApp. No entanto, ela já faz parte do cotidiano de mais de 30 mil empresas ao redor do mundo – incluindo nomes como Starbucks, Heineken e Walmart. Cada uma delas paga cerca de US$ 3 por mês ao Facebook para cada usuário ativo dentro da plataforma.

Em troca do pagamento, recebem um serviço bastante parecido com o da rede social, com curtidas, chat e grupos, mas fechado apenas para os funcionários de cada corporação. Para quem quiser testar o serviço, ainda há uma versão gratuita, com menos recursos. 

Aqui no Brasil, o serviço também é usado por empresas como Pernambucanas, Mercado Livre ou Movile – a dona do iFood, por exemplo, foi uma das primeiras a testar o serviço, antes mesmo do lançamento. Segundo o Facebook, o País tem a quarta maior base de usuários do Workplace – perde para EUA, Reino Unido e Índia. 

“Para nós, é preciso dar voz para todos dentro de uma empresa, dos funcionários ao presidente”, diz Julien Codorniou, vice-presidente do Workplace, ao Estado. Na visão dele, a plataforma faz parte de uma nova geração de ferramentas, adequada às demandas dos jovens que chegam agora ao mercado de trabalho. (leia entrevista abaixo).

Quadro de avisos. Aqui no Brasil, o Workplace tem sido usado pelas empresas como um substituto do quadro de avisos de papel – ou ainda dos e-mails enviados pelo departamento de recursos humanos. Na Netshoes, é lá que os empregados ficam sabendo dos happy hours mensais ou de alterações no plano de saúde. Para Cora, a “moça do sorteio”, o formato é mais contemporâneo. “Acompanho as novidades da empresa da mesma forma que vejo os posts no Instagram das blogueiras de maquiagem.”

O aumento de engajamento também vale para comunicados oficiais, feitos pela liderança das companhias. Na Pernambucanas, por exemplo, a abertura de novas lojas ou os pronunciamentos do presidente Sérgio Boriello, agora são transmitidos por vídeo, ao vivo. “Antes, ia visitar as lojas e ninguém me conhecia. Agora, todo mundo me abraça, pareço até artista”, brinca o executivo. 

O Workplace fez com que Sérgio Boriello, presidente da Pernambucanas, ficasse mais conhecido dentro da empresa Foto: WERTHER SANTANA/ESTADAO

Para Luiz Henrique Fittipaldi, analista de conteúdo da Playkids, do grupo Movile, a rede também serve para estreitar os laços: “Eu não poderia chegar no WhatsApp do presidente e perguntar quando ia ser a festa de fim de ano. Agora eu posso.” A adaptação à ferramenta, porém, nem sempre é simples. No Mercado Livre (ML), alguns executivos estranharam quando os funcionários preferiram usar memes para comentar novidades. “Uma das executivas achou que eles estavam tirando sarro da empresa”, conta Carolina Fernandes de Lima, gerente de cultura e experiência da companhia argentina. No ML, 60% dos funcionários têm menos de 40 anos.

Engajamento. Um aspecto curioso do Workplace no Brasil é que, segundo as empresas, o dia com maior engajamento na rede social é justamente aquele normalmente reservado ao descanso: o domingo. “As pessoas nem percebem que estão lidando com trabalho. É como se estivessem lendo notícias no Facebook”, diz Carolina, do ML.  Diante disso, abre-se espaço para a pergunta se a rede não é mais uma forma de o funcionário “levar trabalho para casa”.

Questionados, os departamentos de recursos humanos ouvidos pelo Estado lembraram que a adesão à rede é voluntária. Além disso, em suas regras de uso, está o fato de que o contato feito por ela não implica em maior ou menor jornada de trabalho. Para Pablo Cerdeira, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ) o Workplace é mais um sintoma de um “novo modelo de relação com o trabalho”, próxima à “mensagem via WhatsApp do chefe no final de semana.” 

Nem mesmo os escândalos recentes do Facebook na área de privacidade, como o caso Cambridge Analytica, no qual dados de 87 milhões de usuários da rede social foram obtidos indevidamente pela consultoria política, abalaram a relação das companhias com o Workplace. “Temos muita proximidade com o Facebook, o que nos dá confiança”, diz Carolina, do ML. Para especialistas, é uma questão de escolhas. “Ao pensar em privacidade, é preciso refletir sobre o benefício que uma ferramenta nos traz”, diz Cerdeira, da FGV-RJ. “Confiar é uma decisão das empresas.”

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