Do interesse da China


Por Redação

Era de todo justificado o ar radiante do primeiro-ministro da China, Wen Jia Bao, ao final da inédita teleconferência de que participou - ao lado da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e com intervenções em tempo real dos presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e do Uruguai, José Mujica - para anunciar a "aliança estratégia global" entre os quatro países e que poderá, segundo seu desejo, levar ao estabelecimento de uma zona de livre comércio entre seu país e o Mercosul. A China, que já ganha muito no comércio com o bloco do Cone Sul, mais terá a ganhar com as facilidades a serem proporcionadas pela maior abertura para a entrada de seus produtos na região.Resta saber a que se deveram o olhar "extasiado" - como o descreveu o jornal argentino La Nación - com que a presidente Cristina Kirchner acompanhou o anúncio de Wen Jia Bao, feito em Buenos Aires, e o entusiasmo com que a presidente Dilma Rousseff se referiu à proposta, ao afirmar, que "é estratégico construir um relacionamento produtivo com a China". Resta saber qual o exato significado dessas palavras.Não são visíveis as vantagens para o bloco sul-americano do eventual estabelecimento da zona de livre comércio com a China. Ao contrário, muito mais provável é que, caso isso ocorra, os produtos chineses ampliem muito mais rapidamente sua participação no mercado regional, sem a contrapartida da expansão das exportações do Mercosul para a China.A ideia anunciada pelos quatro chefes de governo enfrenta, no nascedouro, um curioso problema político e institucional. Ela será discutida na reunião de cúpula do Mercosul marcada para quinta-feira (28/6) em Mendoza, na Argentina, e que não terá a representação de um dos quatro membros efetivos do bloco, o Paraguai. Os demais parceiros rejeitaram a participação do novo presidente paraguaio, Federico Franco, colocado no cargo depois de um processo de impeachment de seu antecessor, Fernando Lugo, considerado ilegítimo pelos governos do Brasil, Argentina e Uruguai.Ainda que o Paraguai - que continua sendo membro efetivo do Mercosul - estivesse representado na reunião de cúpula, persistiria um problema diplomático para o início das negociações do acordo Mercosul-China. O Paraguai não reconhece o governo de Pequim como representante da China, "status" que atribui ao governo de Taiwan. Sem a concordância de um seus membros, o Mercosul não poderia negociar com a China.Há, além disso, questões econômicas e comerciais concretas que tornam no mínimo duvidosos os ganhos do Mercosul com a abertura dos mercados que resultaria do estabelecimento da zona de livre comércio.A China é o maior parceiro comercial do Brasil. No ano passado, as exportações brasileiras para a China somaram US$ 44,3 bilhões, enquanto as importações de produtos chineses pelo País alcançaram US$ 32,8 bilhões. Esses números apontam para um quadro ainda muito favorável ao Brasil, que obteve um superávit de US$ 9,5 bilhões.Mas, apesar do saldo favorável ao Brasil, há um desequilíbrio nas trocas comerciais entre os dois países que, ao longo do tempo, levará à mudança dessa situação. O Brasil é um grande fornecedor de produtos básicos para a China e de lá importa cada vez mais produtos manufaturados.É importante que o País preserve e amplie as fatias do mercado de produtos básicos que conquistou na China - o minério de ferro respondeu por praticamente 45% das exportações para a China em 2011; somadas as vendas de petróleo, soja, açúcar e pastas químicas de madeira, a participação vai a 86% do total. Mas o Brasil precisa ampliar as exportações de manufaturados, dos quais é grande importador da China. No ano passado, das importações brasileiras dos países asiáticos (especialmente da China e do Japão), 96% foram de produtos manufaturados.O acordo com a China aumentaria esse desequilíbrio. Já o acordo do Mercosul com a União Europeia, cujas negociações se arrastam há dez anos, ampliaria o mercado para os manufaturados do Cone Sul. Desse acordo, porém, os governos da região pouco falam, talvez por razões "estratégicas" difíceis de explicar.

Era de todo justificado o ar radiante do primeiro-ministro da China, Wen Jia Bao, ao final da inédita teleconferência de que participou - ao lado da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e com intervenções em tempo real dos presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e do Uruguai, José Mujica - para anunciar a "aliança estratégia global" entre os quatro países e que poderá, segundo seu desejo, levar ao estabelecimento de uma zona de livre comércio entre seu país e o Mercosul. A China, que já ganha muito no comércio com o bloco do Cone Sul, mais terá a ganhar com as facilidades a serem proporcionadas pela maior abertura para a entrada de seus produtos na região.Resta saber a que se deveram o olhar "extasiado" - como o descreveu o jornal argentino La Nación - com que a presidente Cristina Kirchner acompanhou o anúncio de Wen Jia Bao, feito em Buenos Aires, e o entusiasmo com que a presidente Dilma Rousseff se referiu à proposta, ao afirmar, que "é estratégico construir um relacionamento produtivo com a China". Resta saber qual o exato significado dessas palavras.Não são visíveis as vantagens para o bloco sul-americano do eventual estabelecimento da zona de livre comércio com a China. Ao contrário, muito mais provável é que, caso isso ocorra, os produtos chineses ampliem muito mais rapidamente sua participação no mercado regional, sem a contrapartida da expansão das exportações do Mercosul para a China.A ideia anunciada pelos quatro chefes de governo enfrenta, no nascedouro, um curioso problema político e institucional. Ela será discutida na reunião de cúpula do Mercosul marcada para quinta-feira (28/6) em Mendoza, na Argentina, e que não terá a representação de um dos quatro membros efetivos do bloco, o Paraguai. Os demais parceiros rejeitaram a participação do novo presidente paraguaio, Federico Franco, colocado no cargo depois de um processo de impeachment de seu antecessor, Fernando Lugo, considerado ilegítimo pelos governos do Brasil, Argentina e Uruguai.Ainda que o Paraguai - que continua sendo membro efetivo do Mercosul - estivesse representado na reunião de cúpula, persistiria um problema diplomático para o início das negociações do acordo Mercosul-China. O Paraguai não reconhece o governo de Pequim como representante da China, "status" que atribui ao governo de Taiwan. Sem a concordância de um seus membros, o Mercosul não poderia negociar com a China.Há, além disso, questões econômicas e comerciais concretas que tornam no mínimo duvidosos os ganhos do Mercosul com a abertura dos mercados que resultaria do estabelecimento da zona de livre comércio.A China é o maior parceiro comercial do Brasil. No ano passado, as exportações brasileiras para a China somaram US$ 44,3 bilhões, enquanto as importações de produtos chineses pelo País alcançaram US$ 32,8 bilhões. Esses números apontam para um quadro ainda muito favorável ao Brasil, que obteve um superávit de US$ 9,5 bilhões.Mas, apesar do saldo favorável ao Brasil, há um desequilíbrio nas trocas comerciais entre os dois países que, ao longo do tempo, levará à mudança dessa situação. O Brasil é um grande fornecedor de produtos básicos para a China e de lá importa cada vez mais produtos manufaturados.É importante que o País preserve e amplie as fatias do mercado de produtos básicos que conquistou na China - o minério de ferro respondeu por praticamente 45% das exportações para a China em 2011; somadas as vendas de petróleo, soja, açúcar e pastas químicas de madeira, a participação vai a 86% do total. Mas o Brasil precisa ampliar as exportações de manufaturados, dos quais é grande importador da China. No ano passado, das importações brasileiras dos países asiáticos (especialmente da China e do Japão), 96% foram de produtos manufaturados.O acordo com a China aumentaria esse desequilíbrio. Já o acordo do Mercosul com a União Europeia, cujas negociações se arrastam há dez anos, ampliaria o mercado para os manufaturados do Cone Sul. Desse acordo, porém, os governos da região pouco falam, talvez por razões "estratégicas" difíceis de explicar.

Era de todo justificado o ar radiante do primeiro-ministro da China, Wen Jia Bao, ao final da inédita teleconferência de que participou - ao lado da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e com intervenções em tempo real dos presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e do Uruguai, José Mujica - para anunciar a "aliança estratégia global" entre os quatro países e que poderá, segundo seu desejo, levar ao estabelecimento de uma zona de livre comércio entre seu país e o Mercosul. A China, que já ganha muito no comércio com o bloco do Cone Sul, mais terá a ganhar com as facilidades a serem proporcionadas pela maior abertura para a entrada de seus produtos na região.Resta saber a que se deveram o olhar "extasiado" - como o descreveu o jornal argentino La Nación - com que a presidente Cristina Kirchner acompanhou o anúncio de Wen Jia Bao, feito em Buenos Aires, e o entusiasmo com que a presidente Dilma Rousseff se referiu à proposta, ao afirmar, que "é estratégico construir um relacionamento produtivo com a China". Resta saber qual o exato significado dessas palavras.Não são visíveis as vantagens para o bloco sul-americano do eventual estabelecimento da zona de livre comércio com a China. Ao contrário, muito mais provável é que, caso isso ocorra, os produtos chineses ampliem muito mais rapidamente sua participação no mercado regional, sem a contrapartida da expansão das exportações do Mercosul para a China.A ideia anunciada pelos quatro chefes de governo enfrenta, no nascedouro, um curioso problema político e institucional. Ela será discutida na reunião de cúpula do Mercosul marcada para quinta-feira (28/6) em Mendoza, na Argentina, e que não terá a representação de um dos quatro membros efetivos do bloco, o Paraguai. Os demais parceiros rejeitaram a participação do novo presidente paraguaio, Federico Franco, colocado no cargo depois de um processo de impeachment de seu antecessor, Fernando Lugo, considerado ilegítimo pelos governos do Brasil, Argentina e Uruguai.Ainda que o Paraguai - que continua sendo membro efetivo do Mercosul - estivesse representado na reunião de cúpula, persistiria um problema diplomático para o início das negociações do acordo Mercosul-China. O Paraguai não reconhece o governo de Pequim como representante da China, "status" que atribui ao governo de Taiwan. Sem a concordância de um seus membros, o Mercosul não poderia negociar com a China.Há, além disso, questões econômicas e comerciais concretas que tornam no mínimo duvidosos os ganhos do Mercosul com a abertura dos mercados que resultaria do estabelecimento da zona de livre comércio.A China é o maior parceiro comercial do Brasil. No ano passado, as exportações brasileiras para a China somaram US$ 44,3 bilhões, enquanto as importações de produtos chineses pelo País alcançaram US$ 32,8 bilhões. Esses números apontam para um quadro ainda muito favorável ao Brasil, que obteve um superávit de US$ 9,5 bilhões.Mas, apesar do saldo favorável ao Brasil, há um desequilíbrio nas trocas comerciais entre os dois países que, ao longo do tempo, levará à mudança dessa situação. O Brasil é um grande fornecedor de produtos básicos para a China e de lá importa cada vez mais produtos manufaturados.É importante que o País preserve e amplie as fatias do mercado de produtos básicos que conquistou na China - o minério de ferro respondeu por praticamente 45% das exportações para a China em 2011; somadas as vendas de petróleo, soja, açúcar e pastas químicas de madeira, a participação vai a 86% do total. Mas o Brasil precisa ampliar as exportações de manufaturados, dos quais é grande importador da China. No ano passado, das importações brasileiras dos países asiáticos (especialmente da China e do Japão), 96% foram de produtos manufaturados.O acordo com a China aumentaria esse desequilíbrio. Já o acordo do Mercosul com a União Europeia, cujas negociações se arrastam há dez anos, ampliaria o mercado para os manufaturados do Cone Sul. Desse acordo, porém, os governos da região pouco falam, talvez por razões "estratégicas" difíceis de explicar.

Era de todo justificado o ar radiante do primeiro-ministro da China, Wen Jia Bao, ao final da inédita teleconferência de que participou - ao lado da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e com intervenções em tempo real dos presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e do Uruguai, José Mujica - para anunciar a "aliança estratégia global" entre os quatro países e que poderá, segundo seu desejo, levar ao estabelecimento de uma zona de livre comércio entre seu país e o Mercosul. A China, que já ganha muito no comércio com o bloco do Cone Sul, mais terá a ganhar com as facilidades a serem proporcionadas pela maior abertura para a entrada de seus produtos na região.Resta saber a que se deveram o olhar "extasiado" - como o descreveu o jornal argentino La Nación - com que a presidente Cristina Kirchner acompanhou o anúncio de Wen Jia Bao, feito em Buenos Aires, e o entusiasmo com que a presidente Dilma Rousseff se referiu à proposta, ao afirmar, que "é estratégico construir um relacionamento produtivo com a China". Resta saber qual o exato significado dessas palavras.Não são visíveis as vantagens para o bloco sul-americano do eventual estabelecimento da zona de livre comércio com a China. Ao contrário, muito mais provável é que, caso isso ocorra, os produtos chineses ampliem muito mais rapidamente sua participação no mercado regional, sem a contrapartida da expansão das exportações do Mercosul para a China.A ideia anunciada pelos quatro chefes de governo enfrenta, no nascedouro, um curioso problema político e institucional. Ela será discutida na reunião de cúpula do Mercosul marcada para quinta-feira (28/6) em Mendoza, na Argentina, e que não terá a representação de um dos quatro membros efetivos do bloco, o Paraguai. Os demais parceiros rejeitaram a participação do novo presidente paraguaio, Federico Franco, colocado no cargo depois de um processo de impeachment de seu antecessor, Fernando Lugo, considerado ilegítimo pelos governos do Brasil, Argentina e Uruguai.Ainda que o Paraguai - que continua sendo membro efetivo do Mercosul - estivesse representado na reunião de cúpula, persistiria um problema diplomático para o início das negociações do acordo Mercosul-China. O Paraguai não reconhece o governo de Pequim como representante da China, "status" que atribui ao governo de Taiwan. Sem a concordância de um seus membros, o Mercosul não poderia negociar com a China.Há, além disso, questões econômicas e comerciais concretas que tornam no mínimo duvidosos os ganhos do Mercosul com a abertura dos mercados que resultaria do estabelecimento da zona de livre comércio.A China é o maior parceiro comercial do Brasil. No ano passado, as exportações brasileiras para a China somaram US$ 44,3 bilhões, enquanto as importações de produtos chineses pelo País alcançaram US$ 32,8 bilhões. Esses números apontam para um quadro ainda muito favorável ao Brasil, que obteve um superávit de US$ 9,5 bilhões.Mas, apesar do saldo favorável ao Brasil, há um desequilíbrio nas trocas comerciais entre os dois países que, ao longo do tempo, levará à mudança dessa situação. O Brasil é um grande fornecedor de produtos básicos para a China e de lá importa cada vez mais produtos manufaturados.É importante que o País preserve e amplie as fatias do mercado de produtos básicos que conquistou na China - o minério de ferro respondeu por praticamente 45% das exportações para a China em 2011; somadas as vendas de petróleo, soja, açúcar e pastas químicas de madeira, a participação vai a 86% do total. Mas o Brasil precisa ampliar as exportações de manufaturados, dos quais é grande importador da China. No ano passado, das importações brasileiras dos países asiáticos (especialmente da China e do Japão), 96% foram de produtos manufaturados.O acordo com a China aumentaria esse desequilíbrio. Já o acordo do Mercosul com a União Europeia, cujas negociações se arrastam há dez anos, ampliaria o mercado para os manufaturados do Cone Sul. Desse acordo, porém, os governos da região pouco falam, talvez por razões "estratégicas" difíceis de explicar.

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