Governo Lula 3
Falas do presidente
O presidente Lula da Silva calado seria mais proveitoso para si e seu governo. Se continuar, deveria falar também que, ao colocar Dilma Rousseff, que foi impichada com o rigor da lei, conseguiu eleger Jair Bolsonaro. Michel Temer fez um governo operante e nos deixou bons legados. Lula está se mostrando em alguns aspectos absolutamente igual ao seu antecessor, Bolsonaro. Poderia também se abster em justificar torcidamente os regimes de Cuba e Venezuela, que ele sabe muito bem que não foram escolhidos pelo povo. Falar que Temer é golpista mereceria que todo o MDB se retirasse do governo.
Cecilia Centurión
São Paulo
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Amizade com ditadores
Como cidadão brasileiro, lamento profundamente que meu dinheiro vá ser usado para perpetuar as piores ditaduras da América Latina. Só acrescento que isso não foi nenhuma surpresa para ninguém.
Luciano Nogueira Marmontel
Pouso Alegre (MG)
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Câmara dos Deputados
Auxílio-moradia
Inaceitável o aumento do auxílio-moradia dado pelo sr. Arthur Lira aos deputados federais. Tudo isso para ele ser reeleito. Esses políticos só pensam no benefício próprio. Absurdo. Se fossem sérios, não aceitariam esse despropósito com o povo brasileiro.
Maria Virgínia Martins Faria
Botucatu
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Trânsito
Acidentes de moto
A situação persiste há anos: cresce o número de motociclistas a cada ano, sobe o número de acidentes de moto. Nossas vias não estão preparadas para acomodar tal volume crescente e muitos motociclistas desrespeitam as regras de trânsito. Essa fórmula resulta em alta nos acidentes graves. Costumo supor que, se pedir para um motociclista percorrer mil metros, provavelmente vai estourar o limite de pontos na sua habilitação durante o curto percurso. Vejamos: dirige com excesso de velocidade, buzina incessantemente, anda entre os carros, muda de faixa sem sinalizar, anda na contramão nas vias de mão dupla e ultrapassa em local proibido. Com todas essas manobras, não é de surpreender que os acidentes subam. Não se trata de probabilidade, são fatos. Algo urge ser feito para estancar tal problema. Fico às vezes com a impressão de que contam com certa leniência da polícia, que não os pune como deveria, impondo aos infratores multas e restrições de conduta, como, por exemplo, recapacitação e suspensão da carteira. Dizer que tais motociclistas estão trabalhando não pode ser utilizado como explicação para a conduta que apresentam. Além disso, tapamos os ouvidos aos decibéis gerados pelas motos, muitas vezes em mau estado de conservação, gerando alto ruído tanto na aceleração como na desaceleração. Quem mora em locais com intenso volume de trânsito entende perfeitamente esse fato. Por fim, alguém poderia me dizer qual manual de treinamento de motociclista informa que o espaço entre as faixas de rolamento dos carros pode se transformar em corredor de moto? As motos não deveriam ocupar o mesmo espaço normal que os automóveis? Assim, talvez possamos relatar num futuro próximo um número decrescente de acidentes.
Marcos Nogueira Destro
São Paulo
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São Paulo
Obras inacabadas
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, quer fazer um túnel para criar um parque no Minhocão. Antes de iniciar uma nova obra, deveria centrar esforços e concluir o túnel inacabado na Chácara Santo Antônio, que é hoje um grande criadouro de mosquitos. Os prejuízos são enormes, principalmente em relação ao trânsito, com poluição, e ao abandono do local, que faz com que a dengue seja mais uma ameaça aos moradores. Prioridade, prefeito. Acabar o que se começou. Isso sim é administrar bem.
Haroldo da Silva
São Paulo
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Saneamento básico
Sr. prefeito, em vez de um túnel e parque no Minhocão, que tal pensar em priorizar saneamento básico para bairros e comunidades carentes? Sem saúde e bem-estar a vida fica mais difícil. É disso que a população paulistana mais precisa.
Marila Ferraz
São Paulo
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
BANCO INTERNACIONAL
E o governo Lula 3 acaba de transformar o BNDES em Banco Internacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BIDES), com a velha cantilena de ajudar os países em dificuldades da América Latina e África com recursos públicos brasileiros. Como é sabido, nas duas edições anteriores dos irresponsáveis e incompetentes desgovernos lulopetistas, de lamentável memória, os investimentos jamais foram devolvidos. O primeiro país amigo, (”muy amigo”, como diria o inesquecível Gardelón, de Jô Soares), a ser contemplado será a Argentina à beira da falência, com uma inflação de 94,8% em 2021, onde nada menos que 52% da população vive em condição de pobreza. Ignorando a realidade da crise financeira que o País vive há anos, Lula segue interpretando mal o papel de pai dos pobres do País e do mundo subdesenvolvido. Patético.
J. S. Decol
São Paulo
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COFRES DO BNDES
Quando escutei o presidente Lula falando em abrir os cofres do BNDES para viabilizar obras nos países companheiros da América do Sul, tive a sensação de estar vivendo um déjà vu. Um velho ditado cabe perfeitamente no histórico do presidente, que governou o país por oito anos: “Ele parece que não aprendeu nada, mas também não esqueceu nada”.
Abel Pires Rodrigues
Rio de Janeiro
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EXIMBANK
Sobre comentário de leitor (Fórum dos Leitores, 26/1) seria conveniente esclarecer que todos os países mais desenvolvidos dispõem de um banco operando com créditos a exportações. Trata-se de operação conveniente aos interesses nacionais. No caso de equipamentos e instalações industriais, que exigem maiores prazos e condições mais favoráveis de financiamento, é usual usar créditos de instituições de governo. O Eximbank americano é bom exemplo para estas operações. A crítica feita ao BNDES apenas se aplicaria quando a concessão de crédito fosse feita a nação que pouca ou nenhuma garantia possa oferecer, como talvez tenha sido o caso com países que ora estão inadimplentes. Isso não deve impedir que o Brasil prossiga com o financiamento para a exportação de bens de capital.
Francisco P. P. Canto
São Paulo
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COMPROMISSO DE VIDA COM YANOMAMIS
Embora já soubéssemos da covardia de Bolsonaro em relação aos povos originários, nossos indígenas, foi um soco no estômago ver as imagens daqueles bebês, crianças e suas mães desvalidas, também à beira da morte, por desnutrição, malária e descaso total da sociedade brasileira, principalmente dos que aplaudem o ex-presidente ainda hoje. É preciso responsabilizar formalmente todos os envolvidos nesse genocídio e expulsar os garimpeiros das terras Yanomamis urgentemente. O Brasil tem um compromisso de vida ou morte para limpar aquela sujeira e devolver aos indígenas suas terras, com tudo o que precisam, atendimento médico, medicamentos, alimento, escolas decentes, para que possam recuperar a saúde, a possibilidade de uma vida digna, o respeito a seus costumes e a paz daqui para frente.
Jane Araújo
Brasília
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DESUMANIDADE
Enquanto centenas de crianças Yanomamis morriam de fome e outras em estado gravíssimo, Jair Messias Bolsonaro se fartava de comer picanha, lagosta, camarão e bacalhau e, ao mesmo tempo, incentivava o garimpo nas proximidades das terras dos Yanomamis, contaminando os rios dos quais dependem para viver, com mercúrio, e transmitindo-lhes doenças para as quais seus corpos não têm imunidade. Ele queria sim exterminá-los para criar muitas novas “Serras Peladas”. Com Jair, o Brasil se tornou rápida e progressivamente mais desumano e violento, culminando com o ataque monstruoso aos palácios dos Três Poderes. E tem gente que só se preocupa se Lula vai emprestar dinheiro do BNDES para países pobres da América Latina. Os judeus, que morriam aos milhões nos campos de concentração, costumavam dizer que quando se salva uma vida, salva-se o mundo inteiro. Portanto, que não se repita a desumanidade do ex-presidente, porque todas as vidas têm exatamente a mesmíssima importância.
Eliana França Leme
Campinas
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RETORNO DE BOLSONARO
Sinceramente, qual é a previsão do retorno do “principal mandante do vandalismo em Brasília”, para que tudo seja esclarecido de uma vez por todas? Não é possível “forçar” a sua volta para que seja submetido à Justiça brasileira? De nada adianta prender só os “peixinhos”, enquanto o principal mentor fica se divertindo lá na Flórida.
Tomomasa Yano
Campinas
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CORREÇÃO DO IR
O governo poderia fazer a correção da tabela do IR em etapas, a saber: em 2023 passa para R$ 2.700 o limite de isenção, em 2024 passa para R$ 3.800, e em 2025 vai para R$ 5.000. No caso, não existe a anualidade, pois a medida beneficia os contribuintes.
Gustavo Guimarães da Veiga
São Paulo
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POLÍTICA PERMANENTE
Criar uma política permanente de correção da tabela do IR, atrelado ao reajuste do salário mínimo, resolveria de vez o problema. É uma boa ideia do ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Espero que Lula aprove, sem fechar os olhos para a defasagem de sete anos.
Luiz Antonio Amaro da Silva
Guarulhos
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RECONSTRUÇÃO DOS PRÉDIOS PÚBLICOS
Os bolsonaristas que participaram dos ataques em 8 de janeiro estão sendo investigados e é correto que sejam condenados. Porém, alguém tem que informar ao governo Lula de que o mandato já começou e que o País espera que se comece a trabalhar para reconstruir tudo o que foi destruído pelo ocupante anterior, em vez de se dedicar exclusivamente a perseguir inimigos. Mãos à obra.
Aldo Bertolucci
São Paulo
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CAMPEÃ DOS DESASTRES AMBIENTAIS
A mineração legal também causa grandes problemas para o País. Mariana e Brumadinho fazem do estado de Minas Gerais o campeão de desastres envolvendo a mineração legal. Diferente da mineração ilegal e criminosa praticada na Amazônia, a mineração legal pode ser barrada instantaneamente, por decreto. O Brasil espera que a nova ministra do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, Marina Silva, use seu poder para estancar o avanço da mineração em Minas. Lugares com a Serra do Curral e até mesmo o Parque Nacional da Serra do Gandarela, onde existem grandes reservas de águas subterrâneas de excelente qualidade, são ameaçados não por garimpeiros criminosos, mas sim por grandes empresas, multinacionais inclusive, que obedeceriam qualquer determinação do governo no sentido de cessar as atividades que colocam em grande risco a população e o meio ambiente.
Mário Barilá Filho
São Paulo
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AMERICANAS EM CRISE
Em relação à matéria Bancos querem responsabilizar acionistas da Americanas (Estado, 26/1, B8), gostaria de comentar que, no meu entender, a questão da responsabilização sobre o que ocorreu nas Americanas é muito mais complexa e passa, necessariamente, pela investigação criteriosa e abrangente de como os órgãos de fiscalização e a empresa de auditoria não perceberam, durante tanto tempo, o que estava acontecendo naquela companhia aberta. Dada a proporção do escândalo Americanas, fica a pergunta: até que ponto se pode confiar nesses órgãos de fiscalização e auditorias para aferir a saúde financeira das empresas listadas em bolsa? Quem pode dizer se ainda não existem outras empresas com problemas como o das Americanas, ou em situação pior, ainda escondidas por aí? Como os investidores em ações podem confiar nos dados que lhes são oficialmente apresentados? Em países mais desenvolvidos, esse tipo de ocorrência leva necessariamente a ações cíveis e penais, multas bilionárias e, não raro, à prisão de quem cometeu eventuais crimes e também de quem foi conivente com eles. Isso também ocorrerá no Brasil? Sem a resposta clara e conclusiva para essas perguntas, quem pode realmente atestar o real nível de segurança nos investimentos em ações no Brasil atual?
Fernando T. H. F. Machado
São Paulo
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O REDIMIR DE UMA GERAÇÃO
O artigo O redimir de uma geração de Luiz Felipe D’Avila (Estado, 25/1, A6) deveria ser emoldurado e afixado em todos os locais públicos, residências e empresas do Brasil. Se suas sugestões fossem assimiladas por todos os cidadãos, em poucos anos, seríamos um país de primeiríssimo mundo.
Luciano Nogueira Marmontel
Pouso Alegre (MG)
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‘CARINHO’ COM DITADORES
Parabéns ao Estadão pelo editorial perfeito ‘Carinho’ com ditadores (Estado, 25/1, A3). Essa é a posição que os leitores esperam desse jornal, isenta de viés partidário e defendendo regimes verdadeiramente democráticos ao criticar os regimes totalitários controlados por ditadores amigos do nosso presidente. Repito meus cumprimentos ao jornal sobre o segundo editorial publicado na mesma página, Justiça não é vingança (Estado, 25/1, A3), que responde de forma brilhante a questão inicial: “A democracia saiu ou não saiu fortalecida após o 8 de janeiro?” Novamente o jornal, na análise feita, se mostrou isento de viés partidário ao advertir sobre a postura vingativa do novo governo e do presidente atual na responsabilização dos autores das manifestações radicais, absurdas e inaceitáveis ocorridas naquele domingo.
José Claudio Marmo Rizzo
São Paulo
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VIRTUOSO JUIZ-HERÓI
Li e recortei o artigo de Daniel Zaclis, O juiz-herói e sua jornada (Estado, 23/1, A4), tão sonoramente verdadeiro, que de sua leitura vai passando um rendilhado de lembranças de juízes-heróis que eu conheci. Foram poucos, mas marcantes. Recatado, sem nenhuma ostentação, soldado da Justiça de valor inestimável. O juiz-herói, como dito pelo articulista, é avesso aos holofotes, traz na sua mala de ferramentas, para justo e fiel aos anseios da Justiça, a lei, a sabedoria (esta, para buscar da lei o espírito que a vivifica) e a imparcialidade. Eis os três comandos a que se curva: lei, sabedoria, imparcialidade. Como frisado no brilhante artigo, o juiz-herói ingressa na magistratura pela porta do concurso público, que lhe exige alto conhecimento, (jamais pela janela da política); e, ao ser investido no poder de dizer o direito, assume a missão como se lhe fora um sacerdócio, atirando-se às decisões com ardor e, até diria, com devoção, mantendo-se sempre equidistante das partes. Esses pequenos acenos do que seja um juiz-herói, estão muito longe de traçar o seu verdadeiro perfil, mas apenas um bosquejo do que a sociedade entende e venera como autênticos heróis. Pelo anseio dos bons, se houvesse justiça na Justiça, os assentos no Supremo Tribunal estariam reservados aos juízes-heróis.
Antonio Bonival Camargo
bonival@camargoecamargo.adv.br
São Paulo
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ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL
Envelhecer bem é uma arte e um privilégio que nem todos conseguem ter. Ter uma boa genética, dizem os cientistas, é um primeiro fator necessário para ter qualidade de vida na fase final da existência. Outra condição é ter tido cuidados com a alimentação, também fundamental para tal privilégio na terceira idade. E ter finalmente tido no decorrer de sua existência, condições de exercitar-se adequadamente para ao chegar nessa fase da vida, ter condições fisiológicas de uma saúde física e mental, para curtir com qualidade esses tempos finais de vida.
José de Anchieta Nobre de Almeida
Rio de Janeiro