Inflação, recessão e incerteza


Por Redação
Atualização:

O aumento da inflação indicado pela prévia oficial pode ter sido apenas um repique temporário, causado principalmente por um salto imprevisto dos preços de alimentos. O IPCA-15 de abril subiu 0,51%, revelando pressões mais fortes que as do mês anterior, quando a alta havia ficado em 0,43%. Calculado entre o meio de um mês e o meio do mês seguinte, esse número é usado como sinal de tendência do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a medida oficial de inflação. Segundo a maior parte dos analistas ouvidos pela imprensa, essa aceleração é pouco significativa e as apurações deverão, nos próximos meses, confirmar a expectativa de um resultado final bem mais favorável que o do ano passado, quando o IPCA subiu 10,67%. O IPCA-15 acumulado em 12 meses chegou a 9,34% em abril, confirmando a trajetória descendente da taxa anual. A dinâmica dos preços tem sido mais benigna em 2016, porque as tarifas da energia elétrica têm cedido e, além disso, boa parte dos preços administrados deve avançar menos que em 2015. Esta é a expectativa indicada tanto por entidades do mercado financeiro quanto pelo Banco Central (BC). Quanto ao índice total, deve subir pouco mais de 7%, segundo a mediana das estimativas das cerca de cem instituições consultadas semanalmente pelo BC, na pesquisa Focus. As cinco distinguidas pelo maior número de acertos no curto prazo têm uma previsão mais animadora: o IPCA ainda subirá 0,58% em abril, recuará até 0,25% em julho, voltará a subir suavemente e no fim do ano terá acumulado uma alta de 6,72%. Esta projeção foi postada pelo BC em 20 de abril. O lado positivo das avaliações termina por aqui. Se os fatos confirmarem as projeções do mercado, a inflação em 2016 ainda ficará acima do limite de tolerância da política oficial, fixado em 6,5%. A distância será bem menor do que foi no fim do ano passado, mas, ainda assim, os aumentos terão superado o limite, além, é claro, de continuarem longe da meta de 4,5%. Mesmo essa meta, mantida há mais de dez anos, é mais tolerante que aquelas fixadas em muitos países competidores do Brasil. A diferença entre a inflação interna e a externa afeta a relação entre o real e as moedas estrangeiras e é uma das causas do desajuste cambial. Muitos analistas e, especialmente, empresários parecem esquecer esse detalhe. Nos últimos anos, denunciaram a valorização do câmbio, muitas vezes, como importante fator prejudicial à economia brasileira, por encarecer as exportações do Brasil em moeda estrangeira e baratear as importações.  Raramente, no entanto, alguém ouviu desses críticos alguma cobrança de combate mais firme à inflação, como se esse problema, afinal, fosse pouco relevante. É estapafúrdio reclamar do câmbio e ao mesmo tempo aceitar uma inflação maior que a dos competidores, mas esse deslize tem sido comum no debate econômico brasileiro. Outro detalhe negativo aparece quando se examinam as causas da perda de impulso da inflação nos últimos meses. O fator principal é mesmo a recessão, reforçada pelos juros nominais muito altos. O desemprego, a perda de renda e a insegurança têm levado as famílias a uma cautela maior. Como ninguém sabe como estarão as contratações nos próximos meses, é prudente ir mais devagar nas despesas. Além disso, o crédito mais curto e mais caro contrabalança a tentação de comprar a prazo. O efeito da recessão no consumo demorou a aparecer, mas está presente e poderá durar. Esse é um dos poucos efeitos positivos de uma retração econômica. Outro efeito corretivo é a redução das importações, com melhora do saldo externo. Mas depender só da recessão para estabilizar a economia é absurdo. Políticas de ajuste podem ser recessivas, mas seu efeito principal deve ser a melhora dos fundamentos. Nada parecido com isso ocorre no Brasil. O principal fator inflacionário, o desarranjo das contas públicas, permanecerá por longo tempo, a julgar pelas ações do governo. A inflação pode explodir de novo a qualquer momento.

O aumento da inflação indicado pela prévia oficial pode ter sido apenas um repique temporário, causado principalmente por um salto imprevisto dos preços de alimentos. O IPCA-15 de abril subiu 0,51%, revelando pressões mais fortes que as do mês anterior, quando a alta havia ficado em 0,43%. Calculado entre o meio de um mês e o meio do mês seguinte, esse número é usado como sinal de tendência do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a medida oficial de inflação. Segundo a maior parte dos analistas ouvidos pela imprensa, essa aceleração é pouco significativa e as apurações deverão, nos próximos meses, confirmar a expectativa de um resultado final bem mais favorável que o do ano passado, quando o IPCA subiu 10,67%. O IPCA-15 acumulado em 12 meses chegou a 9,34% em abril, confirmando a trajetória descendente da taxa anual. A dinâmica dos preços tem sido mais benigna em 2016, porque as tarifas da energia elétrica têm cedido e, além disso, boa parte dos preços administrados deve avançar menos que em 2015. Esta é a expectativa indicada tanto por entidades do mercado financeiro quanto pelo Banco Central (BC). Quanto ao índice total, deve subir pouco mais de 7%, segundo a mediana das estimativas das cerca de cem instituições consultadas semanalmente pelo BC, na pesquisa Focus. As cinco distinguidas pelo maior número de acertos no curto prazo têm uma previsão mais animadora: o IPCA ainda subirá 0,58% em abril, recuará até 0,25% em julho, voltará a subir suavemente e no fim do ano terá acumulado uma alta de 6,72%. Esta projeção foi postada pelo BC em 20 de abril. O lado positivo das avaliações termina por aqui. Se os fatos confirmarem as projeções do mercado, a inflação em 2016 ainda ficará acima do limite de tolerância da política oficial, fixado em 6,5%. A distância será bem menor do que foi no fim do ano passado, mas, ainda assim, os aumentos terão superado o limite, além, é claro, de continuarem longe da meta de 4,5%. Mesmo essa meta, mantida há mais de dez anos, é mais tolerante que aquelas fixadas em muitos países competidores do Brasil. A diferença entre a inflação interna e a externa afeta a relação entre o real e as moedas estrangeiras e é uma das causas do desajuste cambial. Muitos analistas e, especialmente, empresários parecem esquecer esse detalhe. Nos últimos anos, denunciaram a valorização do câmbio, muitas vezes, como importante fator prejudicial à economia brasileira, por encarecer as exportações do Brasil em moeda estrangeira e baratear as importações.  Raramente, no entanto, alguém ouviu desses críticos alguma cobrança de combate mais firme à inflação, como se esse problema, afinal, fosse pouco relevante. É estapafúrdio reclamar do câmbio e ao mesmo tempo aceitar uma inflação maior que a dos competidores, mas esse deslize tem sido comum no debate econômico brasileiro. Outro detalhe negativo aparece quando se examinam as causas da perda de impulso da inflação nos últimos meses. O fator principal é mesmo a recessão, reforçada pelos juros nominais muito altos. O desemprego, a perda de renda e a insegurança têm levado as famílias a uma cautela maior. Como ninguém sabe como estarão as contratações nos próximos meses, é prudente ir mais devagar nas despesas. Além disso, o crédito mais curto e mais caro contrabalança a tentação de comprar a prazo. O efeito da recessão no consumo demorou a aparecer, mas está presente e poderá durar. Esse é um dos poucos efeitos positivos de uma retração econômica. Outro efeito corretivo é a redução das importações, com melhora do saldo externo. Mas depender só da recessão para estabilizar a economia é absurdo. Políticas de ajuste podem ser recessivas, mas seu efeito principal deve ser a melhora dos fundamentos. Nada parecido com isso ocorre no Brasil. O principal fator inflacionário, o desarranjo das contas públicas, permanecerá por longo tempo, a julgar pelas ações do governo. A inflação pode explodir de novo a qualquer momento.

O aumento da inflação indicado pela prévia oficial pode ter sido apenas um repique temporário, causado principalmente por um salto imprevisto dos preços de alimentos. O IPCA-15 de abril subiu 0,51%, revelando pressões mais fortes que as do mês anterior, quando a alta havia ficado em 0,43%. Calculado entre o meio de um mês e o meio do mês seguinte, esse número é usado como sinal de tendência do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a medida oficial de inflação. Segundo a maior parte dos analistas ouvidos pela imprensa, essa aceleração é pouco significativa e as apurações deverão, nos próximos meses, confirmar a expectativa de um resultado final bem mais favorável que o do ano passado, quando o IPCA subiu 10,67%. O IPCA-15 acumulado em 12 meses chegou a 9,34% em abril, confirmando a trajetória descendente da taxa anual. A dinâmica dos preços tem sido mais benigna em 2016, porque as tarifas da energia elétrica têm cedido e, além disso, boa parte dos preços administrados deve avançar menos que em 2015. Esta é a expectativa indicada tanto por entidades do mercado financeiro quanto pelo Banco Central (BC). Quanto ao índice total, deve subir pouco mais de 7%, segundo a mediana das estimativas das cerca de cem instituições consultadas semanalmente pelo BC, na pesquisa Focus. As cinco distinguidas pelo maior número de acertos no curto prazo têm uma previsão mais animadora: o IPCA ainda subirá 0,58% em abril, recuará até 0,25% em julho, voltará a subir suavemente e no fim do ano terá acumulado uma alta de 6,72%. Esta projeção foi postada pelo BC em 20 de abril. O lado positivo das avaliações termina por aqui. Se os fatos confirmarem as projeções do mercado, a inflação em 2016 ainda ficará acima do limite de tolerância da política oficial, fixado em 6,5%. A distância será bem menor do que foi no fim do ano passado, mas, ainda assim, os aumentos terão superado o limite, além, é claro, de continuarem longe da meta de 4,5%. Mesmo essa meta, mantida há mais de dez anos, é mais tolerante que aquelas fixadas em muitos países competidores do Brasil. A diferença entre a inflação interna e a externa afeta a relação entre o real e as moedas estrangeiras e é uma das causas do desajuste cambial. Muitos analistas e, especialmente, empresários parecem esquecer esse detalhe. Nos últimos anos, denunciaram a valorização do câmbio, muitas vezes, como importante fator prejudicial à economia brasileira, por encarecer as exportações do Brasil em moeda estrangeira e baratear as importações.  Raramente, no entanto, alguém ouviu desses críticos alguma cobrança de combate mais firme à inflação, como se esse problema, afinal, fosse pouco relevante. É estapafúrdio reclamar do câmbio e ao mesmo tempo aceitar uma inflação maior que a dos competidores, mas esse deslize tem sido comum no debate econômico brasileiro. Outro detalhe negativo aparece quando se examinam as causas da perda de impulso da inflação nos últimos meses. O fator principal é mesmo a recessão, reforçada pelos juros nominais muito altos. O desemprego, a perda de renda e a insegurança têm levado as famílias a uma cautela maior. Como ninguém sabe como estarão as contratações nos próximos meses, é prudente ir mais devagar nas despesas. Além disso, o crédito mais curto e mais caro contrabalança a tentação de comprar a prazo. O efeito da recessão no consumo demorou a aparecer, mas está presente e poderá durar. Esse é um dos poucos efeitos positivos de uma retração econômica. Outro efeito corretivo é a redução das importações, com melhora do saldo externo. Mas depender só da recessão para estabilizar a economia é absurdo. Políticas de ajuste podem ser recessivas, mas seu efeito principal deve ser a melhora dos fundamentos. Nada parecido com isso ocorre no Brasil. O principal fator inflacionário, o desarranjo das contas públicas, permanecerá por longo tempo, a julgar pelas ações do governo. A inflação pode explodir de novo a qualquer momento.

O aumento da inflação indicado pela prévia oficial pode ter sido apenas um repique temporário, causado principalmente por um salto imprevisto dos preços de alimentos. O IPCA-15 de abril subiu 0,51%, revelando pressões mais fortes que as do mês anterior, quando a alta havia ficado em 0,43%. Calculado entre o meio de um mês e o meio do mês seguinte, esse número é usado como sinal de tendência do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a medida oficial de inflação. Segundo a maior parte dos analistas ouvidos pela imprensa, essa aceleração é pouco significativa e as apurações deverão, nos próximos meses, confirmar a expectativa de um resultado final bem mais favorável que o do ano passado, quando o IPCA subiu 10,67%. O IPCA-15 acumulado em 12 meses chegou a 9,34% em abril, confirmando a trajetória descendente da taxa anual. A dinâmica dos preços tem sido mais benigna em 2016, porque as tarifas da energia elétrica têm cedido e, além disso, boa parte dos preços administrados deve avançar menos que em 2015. Esta é a expectativa indicada tanto por entidades do mercado financeiro quanto pelo Banco Central (BC). Quanto ao índice total, deve subir pouco mais de 7%, segundo a mediana das estimativas das cerca de cem instituições consultadas semanalmente pelo BC, na pesquisa Focus. As cinco distinguidas pelo maior número de acertos no curto prazo têm uma previsão mais animadora: o IPCA ainda subirá 0,58% em abril, recuará até 0,25% em julho, voltará a subir suavemente e no fim do ano terá acumulado uma alta de 6,72%. Esta projeção foi postada pelo BC em 20 de abril. O lado positivo das avaliações termina por aqui. Se os fatos confirmarem as projeções do mercado, a inflação em 2016 ainda ficará acima do limite de tolerância da política oficial, fixado em 6,5%. A distância será bem menor do que foi no fim do ano passado, mas, ainda assim, os aumentos terão superado o limite, além, é claro, de continuarem longe da meta de 4,5%. Mesmo essa meta, mantida há mais de dez anos, é mais tolerante que aquelas fixadas em muitos países competidores do Brasil. A diferença entre a inflação interna e a externa afeta a relação entre o real e as moedas estrangeiras e é uma das causas do desajuste cambial. Muitos analistas e, especialmente, empresários parecem esquecer esse detalhe. Nos últimos anos, denunciaram a valorização do câmbio, muitas vezes, como importante fator prejudicial à economia brasileira, por encarecer as exportações do Brasil em moeda estrangeira e baratear as importações.  Raramente, no entanto, alguém ouviu desses críticos alguma cobrança de combate mais firme à inflação, como se esse problema, afinal, fosse pouco relevante. É estapafúrdio reclamar do câmbio e ao mesmo tempo aceitar uma inflação maior que a dos competidores, mas esse deslize tem sido comum no debate econômico brasileiro. Outro detalhe negativo aparece quando se examinam as causas da perda de impulso da inflação nos últimos meses. O fator principal é mesmo a recessão, reforçada pelos juros nominais muito altos. O desemprego, a perda de renda e a insegurança têm levado as famílias a uma cautela maior. Como ninguém sabe como estarão as contratações nos próximos meses, é prudente ir mais devagar nas despesas. Além disso, o crédito mais curto e mais caro contrabalança a tentação de comprar a prazo. O efeito da recessão no consumo demorou a aparecer, mas está presente e poderá durar. Esse é um dos poucos efeitos positivos de uma retração econômica. Outro efeito corretivo é a redução das importações, com melhora do saldo externo. Mas depender só da recessão para estabilizar a economia é absurdo. Políticas de ajuste podem ser recessivas, mas seu efeito principal deve ser a melhora dos fundamentos. Nada parecido com isso ocorre no Brasil. O principal fator inflacionário, o desarranjo das contas públicas, permanecerá por longo tempo, a julgar pelas ações do governo. A inflação pode explodir de novo a qualquer momento.

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