Sinais novos em Teerã


Por Redação

Não há como não saudar os sinais conciliadores emitidos pelo novo presidente iraniano, Hassan Rohani, depois de oito anos de arreganhos do antecessor Mahmoud Ahmadinejad. Mas o realismo e o retrospecto recomendam circunspecção. Na cerimônia de investidura perante o Majlis, o Parlamento nacional, Rohani usou termos como moderação, esperança, prudência, paz e estabilidade, e nomeou para o Ministério do Exterior o veterano diplomata e ex-embaixador nas Nações Unidas Javad Zarif, persona grata em Washington em razão da sua conduta durante as conversações secretas que manteve com seus homólogos americanos anos atrás. Desde a Revolução Islâmica de 1979, Irã e Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas.Mas a reconstrução do diálogo iraniano com o Ocidente em geral e os EUA em especial sobre o megacontencioso acerca do qual se confrontam - o programa nuclear de Teerã - esbarra de saída na ordem de prioridades manifestadas de lado a lado. Rohani instou os governos que buscam a "resposta correta" do país nessa matéria a "usar a linguagem do respeito, em vez das sanções opressivas". Em questão de horas, a Casa Branca disse que o novo presidente terá nos EUA um "parceiro disposto" - desde que se comprometa "substantiva e seriamente a cumprir as suas obrigações internacionais".Nada, em princípio, que obste o traçado a quatro mãos de um roteiro gradual e seguro de "toma lá dá cá". O arranjo permitiria a Rohani fazer boa figura perante o detentor da palavra final sobre o programa atômico, o chamado Líder Supremo do regime teocrático, o aiatolá Ali Khamenei, à medida que fossem rediscutidas concomitantemente as levas de punições econômicas impostas pelo Conselho de Segurança da ONU por presumíveis violações do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), do qual o Irã é signatário.Ocorre que Rohani, quando negociador-chefe nuclear, no governo de Mohammad Khatami (1997-2005), deu o passo sem precedentes de concordar com a suspensão do programa de enriquecimento de urânio (que, a partir de certo nível, permite a confecção de uma bomba atômica) e de eliminar as restrições à fiscalização das instalações nucleares do país, exigidas por Washington. Os EUA, à época sob Bush, se recusaram a fazer qualquer gesto recíproco - o que desmoralizou Rohani e reforçou a crença da linha dura iraniana de que o objetivo do Ocidente não era mudar a política nuclear do país, mas destruir a República Islâmica.Obama pode ser diferente de Bush, mas o Congresso americano é tudo menos um "parceiro disposto" de quem quer que governe o Irã. Na semana passada, a Câmara aprovou um novo pacote unilateral de sanções, tornando-as ainda mais asfixiantes. A proposta subirá ao Senado em setembro, coincidindo, por sinal, com a abertura da Assembleia-Geral da ONU, período de intensas conversações entre chefes de governo presentes em Nova York. Hoje, de todo modo, poucos acreditam que Obama comprará briga com o Capitólio por causa do projeto.Os defensores das sanções têm a seu favor o fato de que, em sentido estrito - o de privar o Irã de moeda forte -, elas estão funcionando. O Irã era o segundo maior exportador de petróleo do mundo; hoje é o sexto. A China compra o produto iraniano, mas paga, por exemplo, em vagões para o metrô de Teerã. Falta dinheiro para importar alimentos, remédios - e até para custear um amistoso da seleção, classificada para a Copa, em Portugal. Há pouco, pela primeira vez, um iraniano, o professor Sadegh Zibakalam, da Universidade de Teerã, atacou publicamente a política nuclear do país. "Por que manter um programa nuclear que não se justifica economicamente?", desafiou, numa entrevista. Mas, para a opinião pública iraniana - dos zelotas islâmicos aos jovens cosmopolitas de Teerã -, ceder às sanções equivaleria a abrir mão de um "direito inalienável". O que Rohani propõe tacitamente é usar o programa como moeda de troca para o Irã "reaver a posição que merece entre as nações".

Não há como não saudar os sinais conciliadores emitidos pelo novo presidente iraniano, Hassan Rohani, depois de oito anos de arreganhos do antecessor Mahmoud Ahmadinejad. Mas o realismo e o retrospecto recomendam circunspecção. Na cerimônia de investidura perante o Majlis, o Parlamento nacional, Rohani usou termos como moderação, esperança, prudência, paz e estabilidade, e nomeou para o Ministério do Exterior o veterano diplomata e ex-embaixador nas Nações Unidas Javad Zarif, persona grata em Washington em razão da sua conduta durante as conversações secretas que manteve com seus homólogos americanos anos atrás. Desde a Revolução Islâmica de 1979, Irã e Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas.Mas a reconstrução do diálogo iraniano com o Ocidente em geral e os EUA em especial sobre o megacontencioso acerca do qual se confrontam - o programa nuclear de Teerã - esbarra de saída na ordem de prioridades manifestadas de lado a lado. Rohani instou os governos que buscam a "resposta correta" do país nessa matéria a "usar a linguagem do respeito, em vez das sanções opressivas". Em questão de horas, a Casa Branca disse que o novo presidente terá nos EUA um "parceiro disposto" - desde que se comprometa "substantiva e seriamente a cumprir as suas obrigações internacionais".Nada, em princípio, que obste o traçado a quatro mãos de um roteiro gradual e seguro de "toma lá dá cá". O arranjo permitiria a Rohani fazer boa figura perante o detentor da palavra final sobre o programa atômico, o chamado Líder Supremo do regime teocrático, o aiatolá Ali Khamenei, à medida que fossem rediscutidas concomitantemente as levas de punições econômicas impostas pelo Conselho de Segurança da ONU por presumíveis violações do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), do qual o Irã é signatário.Ocorre que Rohani, quando negociador-chefe nuclear, no governo de Mohammad Khatami (1997-2005), deu o passo sem precedentes de concordar com a suspensão do programa de enriquecimento de urânio (que, a partir de certo nível, permite a confecção de uma bomba atômica) e de eliminar as restrições à fiscalização das instalações nucleares do país, exigidas por Washington. Os EUA, à época sob Bush, se recusaram a fazer qualquer gesto recíproco - o que desmoralizou Rohani e reforçou a crença da linha dura iraniana de que o objetivo do Ocidente não era mudar a política nuclear do país, mas destruir a República Islâmica.Obama pode ser diferente de Bush, mas o Congresso americano é tudo menos um "parceiro disposto" de quem quer que governe o Irã. Na semana passada, a Câmara aprovou um novo pacote unilateral de sanções, tornando-as ainda mais asfixiantes. A proposta subirá ao Senado em setembro, coincidindo, por sinal, com a abertura da Assembleia-Geral da ONU, período de intensas conversações entre chefes de governo presentes em Nova York. Hoje, de todo modo, poucos acreditam que Obama comprará briga com o Capitólio por causa do projeto.Os defensores das sanções têm a seu favor o fato de que, em sentido estrito - o de privar o Irã de moeda forte -, elas estão funcionando. O Irã era o segundo maior exportador de petróleo do mundo; hoje é o sexto. A China compra o produto iraniano, mas paga, por exemplo, em vagões para o metrô de Teerã. Falta dinheiro para importar alimentos, remédios - e até para custear um amistoso da seleção, classificada para a Copa, em Portugal. Há pouco, pela primeira vez, um iraniano, o professor Sadegh Zibakalam, da Universidade de Teerã, atacou publicamente a política nuclear do país. "Por que manter um programa nuclear que não se justifica economicamente?", desafiou, numa entrevista. Mas, para a opinião pública iraniana - dos zelotas islâmicos aos jovens cosmopolitas de Teerã -, ceder às sanções equivaleria a abrir mão de um "direito inalienável". O que Rohani propõe tacitamente é usar o programa como moeda de troca para o Irã "reaver a posição que merece entre as nações".

Não há como não saudar os sinais conciliadores emitidos pelo novo presidente iraniano, Hassan Rohani, depois de oito anos de arreganhos do antecessor Mahmoud Ahmadinejad. Mas o realismo e o retrospecto recomendam circunspecção. Na cerimônia de investidura perante o Majlis, o Parlamento nacional, Rohani usou termos como moderação, esperança, prudência, paz e estabilidade, e nomeou para o Ministério do Exterior o veterano diplomata e ex-embaixador nas Nações Unidas Javad Zarif, persona grata em Washington em razão da sua conduta durante as conversações secretas que manteve com seus homólogos americanos anos atrás. Desde a Revolução Islâmica de 1979, Irã e Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas.Mas a reconstrução do diálogo iraniano com o Ocidente em geral e os EUA em especial sobre o megacontencioso acerca do qual se confrontam - o programa nuclear de Teerã - esbarra de saída na ordem de prioridades manifestadas de lado a lado. Rohani instou os governos que buscam a "resposta correta" do país nessa matéria a "usar a linguagem do respeito, em vez das sanções opressivas". Em questão de horas, a Casa Branca disse que o novo presidente terá nos EUA um "parceiro disposto" - desde que se comprometa "substantiva e seriamente a cumprir as suas obrigações internacionais".Nada, em princípio, que obste o traçado a quatro mãos de um roteiro gradual e seguro de "toma lá dá cá". O arranjo permitiria a Rohani fazer boa figura perante o detentor da palavra final sobre o programa atômico, o chamado Líder Supremo do regime teocrático, o aiatolá Ali Khamenei, à medida que fossem rediscutidas concomitantemente as levas de punições econômicas impostas pelo Conselho de Segurança da ONU por presumíveis violações do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), do qual o Irã é signatário.Ocorre que Rohani, quando negociador-chefe nuclear, no governo de Mohammad Khatami (1997-2005), deu o passo sem precedentes de concordar com a suspensão do programa de enriquecimento de urânio (que, a partir de certo nível, permite a confecção de uma bomba atômica) e de eliminar as restrições à fiscalização das instalações nucleares do país, exigidas por Washington. Os EUA, à época sob Bush, se recusaram a fazer qualquer gesto recíproco - o que desmoralizou Rohani e reforçou a crença da linha dura iraniana de que o objetivo do Ocidente não era mudar a política nuclear do país, mas destruir a República Islâmica.Obama pode ser diferente de Bush, mas o Congresso americano é tudo menos um "parceiro disposto" de quem quer que governe o Irã. Na semana passada, a Câmara aprovou um novo pacote unilateral de sanções, tornando-as ainda mais asfixiantes. A proposta subirá ao Senado em setembro, coincidindo, por sinal, com a abertura da Assembleia-Geral da ONU, período de intensas conversações entre chefes de governo presentes em Nova York. Hoje, de todo modo, poucos acreditam que Obama comprará briga com o Capitólio por causa do projeto.Os defensores das sanções têm a seu favor o fato de que, em sentido estrito - o de privar o Irã de moeda forte -, elas estão funcionando. O Irã era o segundo maior exportador de petróleo do mundo; hoje é o sexto. A China compra o produto iraniano, mas paga, por exemplo, em vagões para o metrô de Teerã. Falta dinheiro para importar alimentos, remédios - e até para custear um amistoso da seleção, classificada para a Copa, em Portugal. Há pouco, pela primeira vez, um iraniano, o professor Sadegh Zibakalam, da Universidade de Teerã, atacou publicamente a política nuclear do país. "Por que manter um programa nuclear que não se justifica economicamente?", desafiou, numa entrevista. Mas, para a opinião pública iraniana - dos zelotas islâmicos aos jovens cosmopolitas de Teerã -, ceder às sanções equivaleria a abrir mão de um "direito inalienável". O que Rohani propõe tacitamente é usar o programa como moeda de troca para o Irã "reaver a posição que merece entre as nações".

Não há como não saudar os sinais conciliadores emitidos pelo novo presidente iraniano, Hassan Rohani, depois de oito anos de arreganhos do antecessor Mahmoud Ahmadinejad. Mas o realismo e o retrospecto recomendam circunspecção. Na cerimônia de investidura perante o Majlis, o Parlamento nacional, Rohani usou termos como moderação, esperança, prudência, paz e estabilidade, e nomeou para o Ministério do Exterior o veterano diplomata e ex-embaixador nas Nações Unidas Javad Zarif, persona grata em Washington em razão da sua conduta durante as conversações secretas que manteve com seus homólogos americanos anos atrás. Desde a Revolução Islâmica de 1979, Irã e Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas.Mas a reconstrução do diálogo iraniano com o Ocidente em geral e os EUA em especial sobre o megacontencioso acerca do qual se confrontam - o programa nuclear de Teerã - esbarra de saída na ordem de prioridades manifestadas de lado a lado. Rohani instou os governos que buscam a "resposta correta" do país nessa matéria a "usar a linguagem do respeito, em vez das sanções opressivas". Em questão de horas, a Casa Branca disse que o novo presidente terá nos EUA um "parceiro disposto" - desde que se comprometa "substantiva e seriamente a cumprir as suas obrigações internacionais".Nada, em princípio, que obste o traçado a quatro mãos de um roteiro gradual e seguro de "toma lá dá cá". O arranjo permitiria a Rohani fazer boa figura perante o detentor da palavra final sobre o programa atômico, o chamado Líder Supremo do regime teocrático, o aiatolá Ali Khamenei, à medida que fossem rediscutidas concomitantemente as levas de punições econômicas impostas pelo Conselho de Segurança da ONU por presumíveis violações do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), do qual o Irã é signatário.Ocorre que Rohani, quando negociador-chefe nuclear, no governo de Mohammad Khatami (1997-2005), deu o passo sem precedentes de concordar com a suspensão do programa de enriquecimento de urânio (que, a partir de certo nível, permite a confecção de uma bomba atômica) e de eliminar as restrições à fiscalização das instalações nucleares do país, exigidas por Washington. Os EUA, à época sob Bush, se recusaram a fazer qualquer gesto recíproco - o que desmoralizou Rohani e reforçou a crença da linha dura iraniana de que o objetivo do Ocidente não era mudar a política nuclear do país, mas destruir a República Islâmica.Obama pode ser diferente de Bush, mas o Congresso americano é tudo menos um "parceiro disposto" de quem quer que governe o Irã. Na semana passada, a Câmara aprovou um novo pacote unilateral de sanções, tornando-as ainda mais asfixiantes. A proposta subirá ao Senado em setembro, coincidindo, por sinal, com a abertura da Assembleia-Geral da ONU, período de intensas conversações entre chefes de governo presentes em Nova York. Hoje, de todo modo, poucos acreditam que Obama comprará briga com o Capitólio por causa do projeto.Os defensores das sanções têm a seu favor o fato de que, em sentido estrito - o de privar o Irã de moeda forte -, elas estão funcionando. O Irã era o segundo maior exportador de petróleo do mundo; hoje é o sexto. A China compra o produto iraniano, mas paga, por exemplo, em vagões para o metrô de Teerã. Falta dinheiro para importar alimentos, remédios - e até para custear um amistoso da seleção, classificada para a Copa, em Portugal. Há pouco, pela primeira vez, um iraniano, o professor Sadegh Zibakalam, da Universidade de Teerã, atacou publicamente a política nuclear do país. "Por que manter um programa nuclear que não se justifica economicamente?", desafiou, numa entrevista. Mas, para a opinião pública iraniana - dos zelotas islâmicos aos jovens cosmopolitas de Teerã -, ceder às sanções equivaleria a abrir mão de um "direito inalienável". O que Rohani propõe tacitamente é usar o programa como moeda de troca para o Irã "reaver a posição que merece entre as nações".

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