Soluções fáceis


A decisão do governo federal de intervir na segurança pública do Rio de Janeiro é apoiada por 75% dos habitantes daquele Estado, mesmo que a percepção da violência não tenha diminuído

Por Redação

Uma pesquisa do instituto Ipsos publicada pelo Estado mostra que dois em cada três brasileiros apoiariam uma intervenção federal na segurança pública de seu Estado, a exemplo do que aconteceu no Rio de Janeiro. Esse resultado mostra não somente o fracasso das políticas estaduais de segurança pública, mas principalmente a prevalência da ideia equivocada de que a intervenção federal é a solução adequada para resolver o problema da criminalidade.

Para os que vivem nas regiões com altos índices de violência, o apoio a uma solução de força é quase natural, uma vez que, ao menos no imaginário popular, não haveria outra maneira de lidar com as organizações criminosas que há tempos infernizam a vida dos cidadãos de bem. Assim, no Norte, no Nordeste e no Centro-Oeste, entre 71% e 80% da população aprovariam uma eventual intervenção federal, acima da média nacional, que é de 64%.

A decisão do governo federal de intervir na segurança pública do Rio de Janeiro é apoiada por 75% dos habitantes daquele Estado, mesmo que a percepção da violência não tenha diminuído. É como se a paciência da população estivesse esgotada por má gestão na área e pela impressão de que a corrupção e o crime organizado se apoderaram da administração do Estado – o que gera nos cidadãos uma sensação de desamparo. Assim, só restaria esperar que um deus ex-machina – isto é, o governo federal e o Exército –, não comprometido com nenhum dos protagonistas da crise de segurança, venha em socorro da população.

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Mesmo que se saiba que a presença dos militares não resolve o problema, como se viu em dezenas de operações no Rio de Janeiro e em outros Estados, a simples visão de soldados fardados e bem armados nas ruas, circulando com carros de combate, é suficiente para trazer um pouco de alento aos que se sentem cotidianamente desrespeitados em seus direitos básicos, a começar pelo direito de ir e vir em segurança.

Não cabe, portanto, nenhum julgamento moral sobre o apoio maciço da população à intervenção federal na segurança pública e ao uso do Exército. O cidadão quer se sentir protegido, mas a polícia, que deveria desempenhar essa função, está sucateada, corrompida e desmoralizada – quando não é parceira do crime organizado.

O problema é que a intervenção federal, ao menos nos moldes da que está em curso no Rio de Janeiro, tem escassas possibilidades de sucesso. Marcada pelo improviso, a decisão de intervir na segurança pública fluminense partiu de várias premissas equivocadas, a saber: que dez meses bastariam para desbaratar as associações criminosas que dominam aquele Estado; que nesse curtíssimo período seria possível reformular a polícia, demitindo a banda podre e treinando adequadamente seus substitutos; que haveria dinheiro suficiente para toda a operação; e que seria possível regenerar o tecido social apenas com o uso da força armada e sem o emprego dos demais instrumentos do Estado.

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Nenhum desses postulados provou-se verdadeiro, por razões óbvias – a implosão do edifício que décadas de delinquência administrativa erigiu é tarefa de tempo e empenho, e quem sugerir soluções mágicas será apenas irresponsável.

Mas, nestes tempos em que as instituições democráticas são desmoralizadas, o recurso à força, mesmo na forma de uma mal-ajambrada intervenção, ganha forte apelo. Assim, diante do fato de que a segurança pública será tema crucial nesta eleição, muitos apostam no discurso da truculência para ganhar votos – há até quem esteja bem posicionado nas pesquisas só por defender abertamente a tortura de suspeitos e a morte de bandidos.

É evidente que nada de bom pode advir de um clima assim. Por isso, mais do que nunca, urge que os políticos responsáveis aproveitem a mobilização eleitoral para dizer aos cidadãos, compreensivelmente irritados, que não há lei e ordem fora do respeito ao Estado de Direito e que o uso da força só será bem-sucedido se vier acompanhado do resgate da cidadania dos milhões de moradores de comunidades desamparadas, hoje sob o “governo” dos chefões do crime.

Uma pesquisa do instituto Ipsos publicada pelo Estado mostra que dois em cada três brasileiros apoiariam uma intervenção federal na segurança pública de seu Estado, a exemplo do que aconteceu no Rio de Janeiro. Esse resultado mostra não somente o fracasso das políticas estaduais de segurança pública, mas principalmente a prevalência da ideia equivocada de que a intervenção federal é a solução adequada para resolver o problema da criminalidade.

Para os que vivem nas regiões com altos índices de violência, o apoio a uma solução de força é quase natural, uma vez que, ao menos no imaginário popular, não haveria outra maneira de lidar com as organizações criminosas que há tempos infernizam a vida dos cidadãos de bem. Assim, no Norte, no Nordeste e no Centro-Oeste, entre 71% e 80% da população aprovariam uma eventual intervenção federal, acima da média nacional, que é de 64%.

A decisão do governo federal de intervir na segurança pública do Rio de Janeiro é apoiada por 75% dos habitantes daquele Estado, mesmo que a percepção da violência não tenha diminuído. É como se a paciência da população estivesse esgotada por má gestão na área e pela impressão de que a corrupção e o crime organizado se apoderaram da administração do Estado – o que gera nos cidadãos uma sensação de desamparo. Assim, só restaria esperar que um deus ex-machina – isto é, o governo federal e o Exército –, não comprometido com nenhum dos protagonistas da crise de segurança, venha em socorro da população.

Mesmo que se saiba que a presença dos militares não resolve o problema, como se viu em dezenas de operações no Rio de Janeiro e em outros Estados, a simples visão de soldados fardados e bem armados nas ruas, circulando com carros de combate, é suficiente para trazer um pouco de alento aos que se sentem cotidianamente desrespeitados em seus direitos básicos, a começar pelo direito de ir e vir em segurança.

Não cabe, portanto, nenhum julgamento moral sobre o apoio maciço da população à intervenção federal na segurança pública e ao uso do Exército. O cidadão quer se sentir protegido, mas a polícia, que deveria desempenhar essa função, está sucateada, corrompida e desmoralizada – quando não é parceira do crime organizado.

O problema é que a intervenção federal, ao menos nos moldes da que está em curso no Rio de Janeiro, tem escassas possibilidades de sucesso. Marcada pelo improviso, a decisão de intervir na segurança pública fluminense partiu de várias premissas equivocadas, a saber: que dez meses bastariam para desbaratar as associações criminosas que dominam aquele Estado; que nesse curtíssimo período seria possível reformular a polícia, demitindo a banda podre e treinando adequadamente seus substitutos; que haveria dinheiro suficiente para toda a operação; e que seria possível regenerar o tecido social apenas com o uso da força armada e sem o emprego dos demais instrumentos do Estado.

Nenhum desses postulados provou-se verdadeiro, por razões óbvias – a implosão do edifício que décadas de delinquência administrativa erigiu é tarefa de tempo e empenho, e quem sugerir soluções mágicas será apenas irresponsável.

Mas, nestes tempos em que as instituições democráticas são desmoralizadas, o recurso à força, mesmo na forma de uma mal-ajambrada intervenção, ganha forte apelo. Assim, diante do fato de que a segurança pública será tema crucial nesta eleição, muitos apostam no discurso da truculência para ganhar votos – há até quem esteja bem posicionado nas pesquisas só por defender abertamente a tortura de suspeitos e a morte de bandidos.

É evidente que nada de bom pode advir de um clima assim. Por isso, mais do que nunca, urge que os políticos responsáveis aproveitem a mobilização eleitoral para dizer aos cidadãos, compreensivelmente irritados, que não há lei e ordem fora do respeito ao Estado de Direito e que o uso da força só será bem-sucedido se vier acompanhado do resgate da cidadania dos milhões de moradores de comunidades desamparadas, hoje sob o “governo” dos chefões do crime.

Uma pesquisa do instituto Ipsos publicada pelo Estado mostra que dois em cada três brasileiros apoiariam uma intervenção federal na segurança pública de seu Estado, a exemplo do que aconteceu no Rio de Janeiro. Esse resultado mostra não somente o fracasso das políticas estaduais de segurança pública, mas principalmente a prevalência da ideia equivocada de que a intervenção federal é a solução adequada para resolver o problema da criminalidade.

Para os que vivem nas regiões com altos índices de violência, o apoio a uma solução de força é quase natural, uma vez que, ao menos no imaginário popular, não haveria outra maneira de lidar com as organizações criminosas que há tempos infernizam a vida dos cidadãos de bem. Assim, no Norte, no Nordeste e no Centro-Oeste, entre 71% e 80% da população aprovariam uma eventual intervenção federal, acima da média nacional, que é de 64%.

A decisão do governo federal de intervir na segurança pública do Rio de Janeiro é apoiada por 75% dos habitantes daquele Estado, mesmo que a percepção da violência não tenha diminuído. É como se a paciência da população estivesse esgotada por má gestão na área e pela impressão de que a corrupção e o crime organizado se apoderaram da administração do Estado – o que gera nos cidadãos uma sensação de desamparo. Assim, só restaria esperar que um deus ex-machina – isto é, o governo federal e o Exército –, não comprometido com nenhum dos protagonistas da crise de segurança, venha em socorro da população.

Mesmo que se saiba que a presença dos militares não resolve o problema, como se viu em dezenas de operações no Rio de Janeiro e em outros Estados, a simples visão de soldados fardados e bem armados nas ruas, circulando com carros de combate, é suficiente para trazer um pouco de alento aos que se sentem cotidianamente desrespeitados em seus direitos básicos, a começar pelo direito de ir e vir em segurança.

Não cabe, portanto, nenhum julgamento moral sobre o apoio maciço da população à intervenção federal na segurança pública e ao uso do Exército. O cidadão quer se sentir protegido, mas a polícia, que deveria desempenhar essa função, está sucateada, corrompida e desmoralizada – quando não é parceira do crime organizado.

O problema é que a intervenção federal, ao menos nos moldes da que está em curso no Rio de Janeiro, tem escassas possibilidades de sucesso. Marcada pelo improviso, a decisão de intervir na segurança pública fluminense partiu de várias premissas equivocadas, a saber: que dez meses bastariam para desbaratar as associações criminosas que dominam aquele Estado; que nesse curtíssimo período seria possível reformular a polícia, demitindo a banda podre e treinando adequadamente seus substitutos; que haveria dinheiro suficiente para toda a operação; e que seria possível regenerar o tecido social apenas com o uso da força armada e sem o emprego dos demais instrumentos do Estado.

Nenhum desses postulados provou-se verdadeiro, por razões óbvias – a implosão do edifício que décadas de delinquência administrativa erigiu é tarefa de tempo e empenho, e quem sugerir soluções mágicas será apenas irresponsável.

Mas, nestes tempos em que as instituições democráticas são desmoralizadas, o recurso à força, mesmo na forma de uma mal-ajambrada intervenção, ganha forte apelo. Assim, diante do fato de que a segurança pública será tema crucial nesta eleição, muitos apostam no discurso da truculência para ganhar votos – há até quem esteja bem posicionado nas pesquisas só por defender abertamente a tortura de suspeitos e a morte de bandidos.

É evidente que nada de bom pode advir de um clima assim. Por isso, mais do que nunca, urge que os políticos responsáveis aproveitem a mobilização eleitoral para dizer aos cidadãos, compreensivelmente irritados, que não há lei e ordem fora do respeito ao Estado de Direito e que o uso da força só será bem-sucedido se vier acompanhado do resgate da cidadania dos milhões de moradores de comunidades desamparadas, hoje sob o “governo” dos chefões do crime.

Uma pesquisa do instituto Ipsos publicada pelo Estado mostra que dois em cada três brasileiros apoiariam uma intervenção federal na segurança pública de seu Estado, a exemplo do que aconteceu no Rio de Janeiro. Esse resultado mostra não somente o fracasso das políticas estaduais de segurança pública, mas principalmente a prevalência da ideia equivocada de que a intervenção federal é a solução adequada para resolver o problema da criminalidade.

Para os que vivem nas regiões com altos índices de violência, o apoio a uma solução de força é quase natural, uma vez que, ao menos no imaginário popular, não haveria outra maneira de lidar com as organizações criminosas que há tempos infernizam a vida dos cidadãos de bem. Assim, no Norte, no Nordeste e no Centro-Oeste, entre 71% e 80% da população aprovariam uma eventual intervenção federal, acima da média nacional, que é de 64%.

A decisão do governo federal de intervir na segurança pública do Rio de Janeiro é apoiada por 75% dos habitantes daquele Estado, mesmo que a percepção da violência não tenha diminuído. É como se a paciência da população estivesse esgotada por má gestão na área e pela impressão de que a corrupção e o crime organizado se apoderaram da administração do Estado – o que gera nos cidadãos uma sensação de desamparo. Assim, só restaria esperar que um deus ex-machina – isto é, o governo federal e o Exército –, não comprometido com nenhum dos protagonistas da crise de segurança, venha em socorro da população.

Mesmo que se saiba que a presença dos militares não resolve o problema, como se viu em dezenas de operações no Rio de Janeiro e em outros Estados, a simples visão de soldados fardados e bem armados nas ruas, circulando com carros de combate, é suficiente para trazer um pouco de alento aos que se sentem cotidianamente desrespeitados em seus direitos básicos, a começar pelo direito de ir e vir em segurança.

Não cabe, portanto, nenhum julgamento moral sobre o apoio maciço da população à intervenção federal na segurança pública e ao uso do Exército. O cidadão quer se sentir protegido, mas a polícia, que deveria desempenhar essa função, está sucateada, corrompida e desmoralizada – quando não é parceira do crime organizado.

O problema é que a intervenção federal, ao menos nos moldes da que está em curso no Rio de Janeiro, tem escassas possibilidades de sucesso. Marcada pelo improviso, a decisão de intervir na segurança pública fluminense partiu de várias premissas equivocadas, a saber: que dez meses bastariam para desbaratar as associações criminosas que dominam aquele Estado; que nesse curtíssimo período seria possível reformular a polícia, demitindo a banda podre e treinando adequadamente seus substitutos; que haveria dinheiro suficiente para toda a operação; e que seria possível regenerar o tecido social apenas com o uso da força armada e sem o emprego dos demais instrumentos do Estado.

Nenhum desses postulados provou-se verdadeiro, por razões óbvias – a implosão do edifício que décadas de delinquência administrativa erigiu é tarefa de tempo e empenho, e quem sugerir soluções mágicas será apenas irresponsável.

Mas, nestes tempos em que as instituições democráticas são desmoralizadas, o recurso à força, mesmo na forma de uma mal-ajambrada intervenção, ganha forte apelo. Assim, diante do fato de que a segurança pública será tema crucial nesta eleição, muitos apostam no discurso da truculência para ganhar votos – há até quem esteja bem posicionado nas pesquisas só por defender abertamente a tortura de suspeitos e a morte de bandidos.

É evidente que nada de bom pode advir de um clima assim. Por isso, mais do que nunca, urge que os políticos responsáveis aproveitem a mobilização eleitoral para dizer aos cidadãos, compreensivelmente irritados, que não há lei e ordem fora do respeito ao Estado de Direito e que o uso da força só será bem-sucedido se vier acompanhado do resgate da cidadania dos milhões de moradores de comunidades desamparadas, hoje sob o “governo” dos chefões do crime.

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