Suserania e vassalagem


Por Redação

Marcelo Bahia Odebrecht, presidente da empreiteira que leva seu nome, estava se sentindo absolutamente em casa durante o depoimento prestado à CPI da Petrobrás, na última terça-feira. Embora preso desde 19 de junho no âmbito da Operação Lava Jato e formalmente acusado pelo Ministério Público Federal de fraude em licitação, corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro, Marcelo parecia estar entre amigos, recebendo os deputados para uma conversa no Paraná. Responsável por mais de R$ 100 milhões em doações eleitorais a políticos somente em 2014, o empresário sabia que, como suserano, não seria constrangido por seus vassalos.

Conhecidos pela virulência com que habitualmente interrogam os convocados a depor, alguns integrantes da CPI exibiram ao empreiteiro a subserviência típica de quem considera mais importante o doador de campanha do que o eleitor que lhe conferiu o mandato.

O deputado Altineu Côrtes (PR-RJ), que costuma ser um dos mais agressivos, demonstrou como pode ser flexível a espinha de um parlamentar diante de um poderoso patrocinador de palanques. “Senhor Marcelo, é a primeira vez que tenho a oportunidade de estar pessoalmente com o senhor”, disse o deputado, emocionado como um fã diante do ídolo.

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Em seguida, relatou, como se fosse seu, o “orgulho” dos funcionários da Odebrecht em relação a seu presidente.

O relator da CPI, o petista Luiz Sérgio (RJ), referiu-se a Marcelo como “jovem executivo de uma das mais importantes empresas brasileiras” e defendeu os acordos de leniência para que a Odebrecht “possa se manter”. Outro petista, o deputado Valmir Prascidelli (SP), levantou a bola para Marcelo, ao lhe perguntar se achava justa a sua prisão mesmo tendo se colocado à disposição da Justiça, ao que um comovido Marcelo respondeu: “Agradeço muito as perguntas que o senhor está fazendo, porque elas seriam minhas respostas”. Mesmo um deputado de oposição como Bruno Covas (PSDB-SP) foi bastante compreensivo com quem tem tantas contas a acertar com a Justiça. Quando Marcelo se desculpou por não poder responder a uma questão do parlamentar, trocou gentilezas: “Não precisa pedir desculpas”.

Marcelo Odebrecht sentiu-se à vontade para abrir mão de sua estratégia de permanecer calado. Sorridente, fez confidências sobre como educa suas filhas – disse que, se uma fizesse algo errado e a outra a “dedurasse”, ele brigaria com quem delatou, e não com quem perpetrou o malfeito. A isso o jovem empresário deu o nome de “valor moral” – uma moral mais apropriada a uma organização mafiosa, em que o abominável delinquente é aquele que delata o crime, e não aquele que o comete.

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Ciente de que seu cliente estava perto de confirmar que havia algo a dizer a respeito da atuação da Odebrecht no petrolão, o advogado de Marcelo chamou sua atenção: “Mas você não tem nenhuma delação para fazer. Marcelo, você não tem atos para delatar”. Em seguida, o empreiteiro, em resposta a uma pergunta sobre se faria a delação, respeitou a linha de sua defesa e disse que, “para alguém dedurar, é preciso ter o que dedurar, esse é o primeiro fato, e isso acho que não ocorre aqui”.

Quando o deputado Carlos Andrade (PHS-RR) disse que a Odebrecht é vista no País como uma empresa “envolvida no maior escândalo de corrupção”, Marcelo respondeu que essa percepção se deve não a fatos concretos, mas a um “fenômeno de publicidade opressiva” – e afirmou que contava com a ajuda dos deputados para resolver esse problema.

O empresário espera mesmo que os parlamentares convençam os brasileiros de que todas as acusações contra ele e sua empreiteira são falsas – e, mais, que são prejudiciais ao País, pois, “quando há um problema na Odebrecht, quem perde é a sociedade brasileira”.

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Questionado sobre se permanece a favor do financiamento privado de campanhas – isto é, se pretende continuar a fazer suas generosas doações –, o empreiteiro obviamente respondeu que sim. Sua plateia ouviu essas declarações com visíveis sinais de alívio. 

Marcelo Bahia Odebrecht, presidente da empreiteira que leva seu nome, estava se sentindo absolutamente em casa durante o depoimento prestado à CPI da Petrobrás, na última terça-feira. Embora preso desde 19 de junho no âmbito da Operação Lava Jato e formalmente acusado pelo Ministério Público Federal de fraude em licitação, corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro, Marcelo parecia estar entre amigos, recebendo os deputados para uma conversa no Paraná. Responsável por mais de R$ 100 milhões em doações eleitorais a políticos somente em 2014, o empresário sabia que, como suserano, não seria constrangido por seus vassalos.

Conhecidos pela virulência com que habitualmente interrogam os convocados a depor, alguns integrantes da CPI exibiram ao empreiteiro a subserviência típica de quem considera mais importante o doador de campanha do que o eleitor que lhe conferiu o mandato.

O deputado Altineu Côrtes (PR-RJ), que costuma ser um dos mais agressivos, demonstrou como pode ser flexível a espinha de um parlamentar diante de um poderoso patrocinador de palanques. “Senhor Marcelo, é a primeira vez que tenho a oportunidade de estar pessoalmente com o senhor”, disse o deputado, emocionado como um fã diante do ídolo.

Em seguida, relatou, como se fosse seu, o “orgulho” dos funcionários da Odebrecht em relação a seu presidente.

O relator da CPI, o petista Luiz Sérgio (RJ), referiu-se a Marcelo como “jovem executivo de uma das mais importantes empresas brasileiras” e defendeu os acordos de leniência para que a Odebrecht “possa se manter”. Outro petista, o deputado Valmir Prascidelli (SP), levantou a bola para Marcelo, ao lhe perguntar se achava justa a sua prisão mesmo tendo se colocado à disposição da Justiça, ao que um comovido Marcelo respondeu: “Agradeço muito as perguntas que o senhor está fazendo, porque elas seriam minhas respostas”. Mesmo um deputado de oposição como Bruno Covas (PSDB-SP) foi bastante compreensivo com quem tem tantas contas a acertar com a Justiça. Quando Marcelo se desculpou por não poder responder a uma questão do parlamentar, trocou gentilezas: “Não precisa pedir desculpas”.

Marcelo Odebrecht sentiu-se à vontade para abrir mão de sua estratégia de permanecer calado. Sorridente, fez confidências sobre como educa suas filhas – disse que, se uma fizesse algo errado e a outra a “dedurasse”, ele brigaria com quem delatou, e não com quem perpetrou o malfeito. A isso o jovem empresário deu o nome de “valor moral” – uma moral mais apropriada a uma organização mafiosa, em que o abominável delinquente é aquele que delata o crime, e não aquele que o comete.

Ciente de que seu cliente estava perto de confirmar que havia algo a dizer a respeito da atuação da Odebrecht no petrolão, o advogado de Marcelo chamou sua atenção: “Mas você não tem nenhuma delação para fazer. Marcelo, você não tem atos para delatar”. Em seguida, o empreiteiro, em resposta a uma pergunta sobre se faria a delação, respeitou a linha de sua defesa e disse que, “para alguém dedurar, é preciso ter o que dedurar, esse é o primeiro fato, e isso acho que não ocorre aqui”.

Quando o deputado Carlos Andrade (PHS-RR) disse que a Odebrecht é vista no País como uma empresa “envolvida no maior escândalo de corrupção”, Marcelo respondeu que essa percepção se deve não a fatos concretos, mas a um “fenômeno de publicidade opressiva” – e afirmou que contava com a ajuda dos deputados para resolver esse problema.

O empresário espera mesmo que os parlamentares convençam os brasileiros de que todas as acusações contra ele e sua empreiteira são falsas – e, mais, que são prejudiciais ao País, pois, “quando há um problema na Odebrecht, quem perde é a sociedade brasileira”.

Questionado sobre se permanece a favor do financiamento privado de campanhas – isto é, se pretende continuar a fazer suas generosas doações –, o empreiteiro obviamente respondeu que sim. Sua plateia ouviu essas declarações com visíveis sinais de alívio. 

Marcelo Bahia Odebrecht, presidente da empreiteira que leva seu nome, estava se sentindo absolutamente em casa durante o depoimento prestado à CPI da Petrobrás, na última terça-feira. Embora preso desde 19 de junho no âmbito da Operação Lava Jato e formalmente acusado pelo Ministério Público Federal de fraude em licitação, corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro, Marcelo parecia estar entre amigos, recebendo os deputados para uma conversa no Paraná. Responsável por mais de R$ 100 milhões em doações eleitorais a políticos somente em 2014, o empresário sabia que, como suserano, não seria constrangido por seus vassalos.

Conhecidos pela virulência com que habitualmente interrogam os convocados a depor, alguns integrantes da CPI exibiram ao empreiteiro a subserviência típica de quem considera mais importante o doador de campanha do que o eleitor que lhe conferiu o mandato.

O deputado Altineu Côrtes (PR-RJ), que costuma ser um dos mais agressivos, demonstrou como pode ser flexível a espinha de um parlamentar diante de um poderoso patrocinador de palanques. “Senhor Marcelo, é a primeira vez que tenho a oportunidade de estar pessoalmente com o senhor”, disse o deputado, emocionado como um fã diante do ídolo.

Em seguida, relatou, como se fosse seu, o “orgulho” dos funcionários da Odebrecht em relação a seu presidente.

O relator da CPI, o petista Luiz Sérgio (RJ), referiu-se a Marcelo como “jovem executivo de uma das mais importantes empresas brasileiras” e defendeu os acordos de leniência para que a Odebrecht “possa se manter”. Outro petista, o deputado Valmir Prascidelli (SP), levantou a bola para Marcelo, ao lhe perguntar se achava justa a sua prisão mesmo tendo se colocado à disposição da Justiça, ao que um comovido Marcelo respondeu: “Agradeço muito as perguntas que o senhor está fazendo, porque elas seriam minhas respostas”. Mesmo um deputado de oposição como Bruno Covas (PSDB-SP) foi bastante compreensivo com quem tem tantas contas a acertar com a Justiça. Quando Marcelo se desculpou por não poder responder a uma questão do parlamentar, trocou gentilezas: “Não precisa pedir desculpas”.

Marcelo Odebrecht sentiu-se à vontade para abrir mão de sua estratégia de permanecer calado. Sorridente, fez confidências sobre como educa suas filhas – disse que, se uma fizesse algo errado e a outra a “dedurasse”, ele brigaria com quem delatou, e não com quem perpetrou o malfeito. A isso o jovem empresário deu o nome de “valor moral” – uma moral mais apropriada a uma organização mafiosa, em que o abominável delinquente é aquele que delata o crime, e não aquele que o comete.

Ciente de que seu cliente estava perto de confirmar que havia algo a dizer a respeito da atuação da Odebrecht no petrolão, o advogado de Marcelo chamou sua atenção: “Mas você não tem nenhuma delação para fazer. Marcelo, você não tem atos para delatar”. Em seguida, o empreiteiro, em resposta a uma pergunta sobre se faria a delação, respeitou a linha de sua defesa e disse que, “para alguém dedurar, é preciso ter o que dedurar, esse é o primeiro fato, e isso acho que não ocorre aqui”.

Quando o deputado Carlos Andrade (PHS-RR) disse que a Odebrecht é vista no País como uma empresa “envolvida no maior escândalo de corrupção”, Marcelo respondeu que essa percepção se deve não a fatos concretos, mas a um “fenômeno de publicidade opressiva” – e afirmou que contava com a ajuda dos deputados para resolver esse problema.

O empresário espera mesmo que os parlamentares convençam os brasileiros de que todas as acusações contra ele e sua empreiteira são falsas – e, mais, que são prejudiciais ao País, pois, “quando há um problema na Odebrecht, quem perde é a sociedade brasileira”.

Questionado sobre se permanece a favor do financiamento privado de campanhas – isto é, se pretende continuar a fazer suas generosas doações –, o empreiteiro obviamente respondeu que sim. Sua plateia ouviu essas declarações com visíveis sinais de alívio. 

Marcelo Bahia Odebrecht, presidente da empreiteira que leva seu nome, estava se sentindo absolutamente em casa durante o depoimento prestado à CPI da Petrobrás, na última terça-feira. Embora preso desde 19 de junho no âmbito da Operação Lava Jato e formalmente acusado pelo Ministério Público Federal de fraude em licitação, corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro, Marcelo parecia estar entre amigos, recebendo os deputados para uma conversa no Paraná. Responsável por mais de R$ 100 milhões em doações eleitorais a políticos somente em 2014, o empresário sabia que, como suserano, não seria constrangido por seus vassalos.

Conhecidos pela virulência com que habitualmente interrogam os convocados a depor, alguns integrantes da CPI exibiram ao empreiteiro a subserviência típica de quem considera mais importante o doador de campanha do que o eleitor que lhe conferiu o mandato.

O deputado Altineu Côrtes (PR-RJ), que costuma ser um dos mais agressivos, demonstrou como pode ser flexível a espinha de um parlamentar diante de um poderoso patrocinador de palanques. “Senhor Marcelo, é a primeira vez que tenho a oportunidade de estar pessoalmente com o senhor”, disse o deputado, emocionado como um fã diante do ídolo.

Em seguida, relatou, como se fosse seu, o “orgulho” dos funcionários da Odebrecht em relação a seu presidente.

O relator da CPI, o petista Luiz Sérgio (RJ), referiu-se a Marcelo como “jovem executivo de uma das mais importantes empresas brasileiras” e defendeu os acordos de leniência para que a Odebrecht “possa se manter”. Outro petista, o deputado Valmir Prascidelli (SP), levantou a bola para Marcelo, ao lhe perguntar se achava justa a sua prisão mesmo tendo se colocado à disposição da Justiça, ao que um comovido Marcelo respondeu: “Agradeço muito as perguntas que o senhor está fazendo, porque elas seriam minhas respostas”. Mesmo um deputado de oposição como Bruno Covas (PSDB-SP) foi bastante compreensivo com quem tem tantas contas a acertar com a Justiça. Quando Marcelo se desculpou por não poder responder a uma questão do parlamentar, trocou gentilezas: “Não precisa pedir desculpas”.

Marcelo Odebrecht sentiu-se à vontade para abrir mão de sua estratégia de permanecer calado. Sorridente, fez confidências sobre como educa suas filhas – disse que, se uma fizesse algo errado e a outra a “dedurasse”, ele brigaria com quem delatou, e não com quem perpetrou o malfeito. A isso o jovem empresário deu o nome de “valor moral” – uma moral mais apropriada a uma organização mafiosa, em que o abominável delinquente é aquele que delata o crime, e não aquele que o comete.

Ciente de que seu cliente estava perto de confirmar que havia algo a dizer a respeito da atuação da Odebrecht no petrolão, o advogado de Marcelo chamou sua atenção: “Mas você não tem nenhuma delação para fazer. Marcelo, você não tem atos para delatar”. Em seguida, o empreiteiro, em resposta a uma pergunta sobre se faria a delação, respeitou a linha de sua defesa e disse que, “para alguém dedurar, é preciso ter o que dedurar, esse é o primeiro fato, e isso acho que não ocorre aqui”.

Quando o deputado Carlos Andrade (PHS-RR) disse que a Odebrecht é vista no País como uma empresa “envolvida no maior escândalo de corrupção”, Marcelo respondeu que essa percepção se deve não a fatos concretos, mas a um “fenômeno de publicidade opressiva” – e afirmou que contava com a ajuda dos deputados para resolver esse problema.

O empresário espera mesmo que os parlamentares convençam os brasileiros de que todas as acusações contra ele e sua empreiteira são falsas – e, mais, que são prejudiciais ao País, pois, “quando há um problema na Odebrecht, quem perde é a sociedade brasileira”.

Questionado sobre se permanece a favor do financiamento privado de campanhas – isto é, se pretende continuar a fazer suas generosas doações –, o empreiteiro obviamente respondeu que sim. Sua plateia ouviu essas declarações com visíveis sinais de alívio. 

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