Um pacto pela governabilidade


Proposta de pacto entre os Três Poderes feita por Dias Toffoli merece ser discutida

Por Redação

Diante da radicalização da campanha pela Presidência da República nas semanas que antecederam o primeiro turno e do risco de que ela se agrave ainda mais no segundo turno, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, propôs um pacto republicano entre os Três Poderes, para evitar a divisão da sociedade e assegurar a governabilidade, seja quem for o presidente eleito.

O ministro toca nesse tema pela segunda vez. A primeira foi em seu discurso de posse, em 13 de setembro. Duas semanas depois, ele se ofereceu para iniciar o diálogo e afirmou e que só o "caminho do meio" propiciará as condições políticas para que o próximo presidente da República possa exercer seu mandato sem enfrentar ânimos acirrados e protestos nas ruas. A atuação do STF pode evitar que o Brasil "capote" outra vez, disse Toffoli, como ocorreu durante as turbulências após o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, e na escalada da inflação no governo Sarney, na década de 1980.

Vinda do presidente de um Poder que deve ser isento e imparcial por princípio, a proposta merece ser discutida. Afinal, com um déficit primário previsto em R$ 139 bilhões para 2019 e uma Lei de Diretrizes Orçamentárias aprovada pelo Congresso que prevê que as despesas obrigatórias consumirão 93% do Orçamento da União, o vencedor do segundo turno correrá o risco de ter seu governo ameaçado no dia seguinte ao de sua posse, se o clima de radicalização perdurar.

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Baseados em discussões objetivas, sem imposições e fundados na boa-fé de seus signatários, pactos são acordos destinados a evitar rupturas institucionais, a assegurar a transição de regimes ditatoriais para regimes democráticos e a remover obstáculos que travam a governabilidade, como é o caso da paralisia da reforma da Previdência. Eles não neutralizam todos os conflitos de uma sociedade complexa e heterogênea como a brasileira. Mas envolvem os chefes dos Poderes, as lideranças partidárias e o conjunto da sociedade num esforço consequente destinado a enfrentar problemas cuja solução está além da capacidade política de cada signatário.

Implícita na formalização de um pacto está a ideia de que os objetivos e os meios escolhidos para alcançá-los passam a ser considerados de interesse geral, sem que os signatários percam sua identidade social e política. Em alguns países, como a Espanha na década de 1970, durante a transição da ditadura franquista para uma democracia parlamentarista, o pacto então firmado até hoje é considerado uma obra-prima de engenharia política.

No Brasil, a ideia de um pacto republicano não é nova. No final de 1984, pouco antes de ser eleito presidente pelo Congresso, Tancredo Neves chegou a propô-lo em discurso no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Duas décadas depois, por iniciativa do então presidente Lula, o Executivo, o Legislativo e o STF firmaram o I Pacto Republicano, com o objetivo de aprovar a Emenda Constitucional n.º 45, que introduziu a reforma do Judiciário, e os projetos de lei elaborados para implementá-la. Em 2009, também por iniciativa do Executivo, foi assinado o II Pacto Republicano, com o objetivo de democratizar o acesso aos tribunais e aprovar os projetos de lei que criavam novos mecanismos processuais. Em 2011, por iniciativa do STF, foi proposto um III Pacto Republicano. Os três pactos tiveram por base a Constituição.

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Depois de lançar a proposta de um novo pacto republicano, às vésperas do primeiro turno, o atual presidente do STF reuniu-se com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e seis ministros do Supremo para discutir os desafios fiscais que o próximo presidente terá de enfrentar, a começar pela reforma da Previdência. Embora seja cedo para saber se essa iniciativa dará frutos, uma coisa é certa: se não se pautar pelo realismo e não aceitar uma negociação dentro dos marcos constitucionais em torno de temas fundamentais que levem em conta a diversidade de interesses sociais e os gargalos da economia, o presidente eleito dificilmente conseguirá evitar uma paralisia decisória, com todas as suas consequências.

Diante da radicalização da campanha pela Presidência da República nas semanas que antecederam o primeiro turno e do risco de que ela se agrave ainda mais no segundo turno, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, propôs um pacto republicano entre os Três Poderes, para evitar a divisão da sociedade e assegurar a governabilidade, seja quem for o presidente eleito.

O ministro toca nesse tema pela segunda vez. A primeira foi em seu discurso de posse, em 13 de setembro. Duas semanas depois, ele se ofereceu para iniciar o diálogo e afirmou e que só o "caminho do meio" propiciará as condições políticas para que o próximo presidente da República possa exercer seu mandato sem enfrentar ânimos acirrados e protestos nas ruas. A atuação do STF pode evitar que o Brasil "capote" outra vez, disse Toffoli, como ocorreu durante as turbulências após o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, e na escalada da inflação no governo Sarney, na década de 1980.

Vinda do presidente de um Poder que deve ser isento e imparcial por princípio, a proposta merece ser discutida. Afinal, com um déficit primário previsto em R$ 139 bilhões para 2019 e uma Lei de Diretrizes Orçamentárias aprovada pelo Congresso que prevê que as despesas obrigatórias consumirão 93% do Orçamento da União, o vencedor do segundo turno correrá o risco de ter seu governo ameaçado no dia seguinte ao de sua posse, se o clima de radicalização perdurar.

Baseados em discussões objetivas, sem imposições e fundados na boa-fé de seus signatários, pactos são acordos destinados a evitar rupturas institucionais, a assegurar a transição de regimes ditatoriais para regimes democráticos e a remover obstáculos que travam a governabilidade, como é o caso da paralisia da reforma da Previdência. Eles não neutralizam todos os conflitos de uma sociedade complexa e heterogênea como a brasileira. Mas envolvem os chefes dos Poderes, as lideranças partidárias e o conjunto da sociedade num esforço consequente destinado a enfrentar problemas cuja solução está além da capacidade política de cada signatário.

Implícita na formalização de um pacto está a ideia de que os objetivos e os meios escolhidos para alcançá-los passam a ser considerados de interesse geral, sem que os signatários percam sua identidade social e política. Em alguns países, como a Espanha na década de 1970, durante a transição da ditadura franquista para uma democracia parlamentarista, o pacto então firmado até hoje é considerado uma obra-prima de engenharia política.

No Brasil, a ideia de um pacto republicano não é nova. No final de 1984, pouco antes de ser eleito presidente pelo Congresso, Tancredo Neves chegou a propô-lo em discurso no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Duas décadas depois, por iniciativa do então presidente Lula, o Executivo, o Legislativo e o STF firmaram o I Pacto Republicano, com o objetivo de aprovar a Emenda Constitucional n.º 45, que introduziu a reforma do Judiciário, e os projetos de lei elaborados para implementá-la. Em 2009, também por iniciativa do Executivo, foi assinado o II Pacto Republicano, com o objetivo de democratizar o acesso aos tribunais e aprovar os projetos de lei que criavam novos mecanismos processuais. Em 2011, por iniciativa do STF, foi proposto um III Pacto Republicano. Os três pactos tiveram por base a Constituição.

Depois de lançar a proposta de um novo pacto republicano, às vésperas do primeiro turno, o atual presidente do STF reuniu-se com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e seis ministros do Supremo para discutir os desafios fiscais que o próximo presidente terá de enfrentar, a começar pela reforma da Previdência. Embora seja cedo para saber se essa iniciativa dará frutos, uma coisa é certa: se não se pautar pelo realismo e não aceitar uma negociação dentro dos marcos constitucionais em torno de temas fundamentais que levem em conta a diversidade de interesses sociais e os gargalos da economia, o presidente eleito dificilmente conseguirá evitar uma paralisia decisória, com todas as suas consequências.

Diante da radicalização da campanha pela Presidência da República nas semanas que antecederam o primeiro turno e do risco de que ela se agrave ainda mais no segundo turno, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, propôs um pacto republicano entre os Três Poderes, para evitar a divisão da sociedade e assegurar a governabilidade, seja quem for o presidente eleito.

O ministro toca nesse tema pela segunda vez. A primeira foi em seu discurso de posse, em 13 de setembro. Duas semanas depois, ele se ofereceu para iniciar o diálogo e afirmou e que só o "caminho do meio" propiciará as condições políticas para que o próximo presidente da República possa exercer seu mandato sem enfrentar ânimos acirrados e protestos nas ruas. A atuação do STF pode evitar que o Brasil "capote" outra vez, disse Toffoli, como ocorreu durante as turbulências após o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, e na escalada da inflação no governo Sarney, na década de 1980.

Vinda do presidente de um Poder que deve ser isento e imparcial por princípio, a proposta merece ser discutida. Afinal, com um déficit primário previsto em R$ 139 bilhões para 2019 e uma Lei de Diretrizes Orçamentárias aprovada pelo Congresso que prevê que as despesas obrigatórias consumirão 93% do Orçamento da União, o vencedor do segundo turno correrá o risco de ter seu governo ameaçado no dia seguinte ao de sua posse, se o clima de radicalização perdurar.

Baseados em discussões objetivas, sem imposições e fundados na boa-fé de seus signatários, pactos são acordos destinados a evitar rupturas institucionais, a assegurar a transição de regimes ditatoriais para regimes democráticos e a remover obstáculos que travam a governabilidade, como é o caso da paralisia da reforma da Previdência. Eles não neutralizam todos os conflitos de uma sociedade complexa e heterogênea como a brasileira. Mas envolvem os chefes dos Poderes, as lideranças partidárias e o conjunto da sociedade num esforço consequente destinado a enfrentar problemas cuja solução está além da capacidade política de cada signatário.

Implícita na formalização de um pacto está a ideia de que os objetivos e os meios escolhidos para alcançá-los passam a ser considerados de interesse geral, sem que os signatários percam sua identidade social e política. Em alguns países, como a Espanha na década de 1970, durante a transição da ditadura franquista para uma democracia parlamentarista, o pacto então firmado até hoje é considerado uma obra-prima de engenharia política.

No Brasil, a ideia de um pacto republicano não é nova. No final de 1984, pouco antes de ser eleito presidente pelo Congresso, Tancredo Neves chegou a propô-lo em discurso no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Duas décadas depois, por iniciativa do então presidente Lula, o Executivo, o Legislativo e o STF firmaram o I Pacto Republicano, com o objetivo de aprovar a Emenda Constitucional n.º 45, que introduziu a reforma do Judiciário, e os projetos de lei elaborados para implementá-la. Em 2009, também por iniciativa do Executivo, foi assinado o II Pacto Republicano, com o objetivo de democratizar o acesso aos tribunais e aprovar os projetos de lei que criavam novos mecanismos processuais. Em 2011, por iniciativa do STF, foi proposto um III Pacto Republicano. Os três pactos tiveram por base a Constituição.

Depois de lançar a proposta de um novo pacto republicano, às vésperas do primeiro turno, o atual presidente do STF reuniu-se com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e seis ministros do Supremo para discutir os desafios fiscais que o próximo presidente terá de enfrentar, a começar pela reforma da Previdência. Embora seja cedo para saber se essa iniciativa dará frutos, uma coisa é certa: se não se pautar pelo realismo e não aceitar uma negociação dentro dos marcos constitucionais em torno de temas fundamentais que levem em conta a diversidade de interesses sociais e os gargalos da economia, o presidente eleito dificilmente conseguirá evitar uma paralisia decisória, com todas as suas consequências.

Diante da radicalização da campanha pela Presidência da República nas semanas que antecederam o primeiro turno e do risco de que ela se agrave ainda mais no segundo turno, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, propôs um pacto republicano entre os Três Poderes, para evitar a divisão da sociedade e assegurar a governabilidade, seja quem for o presidente eleito.

O ministro toca nesse tema pela segunda vez. A primeira foi em seu discurso de posse, em 13 de setembro. Duas semanas depois, ele se ofereceu para iniciar o diálogo e afirmou e que só o "caminho do meio" propiciará as condições políticas para que o próximo presidente da República possa exercer seu mandato sem enfrentar ânimos acirrados e protestos nas ruas. A atuação do STF pode evitar que o Brasil "capote" outra vez, disse Toffoli, como ocorreu durante as turbulências após o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, e na escalada da inflação no governo Sarney, na década de 1980.

Vinda do presidente de um Poder que deve ser isento e imparcial por princípio, a proposta merece ser discutida. Afinal, com um déficit primário previsto em R$ 139 bilhões para 2019 e uma Lei de Diretrizes Orçamentárias aprovada pelo Congresso que prevê que as despesas obrigatórias consumirão 93% do Orçamento da União, o vencedor do segundo turno correrá o risco de ter seu governo ameaçado no dia seguinte ao de sua posse, se o clima de radicalização perdurar.

Baseados em discussões objetivas, sem imposições e fundados na boa-fé de seus signatários, pactos são acordos destinados a evitar rupturas institucionais, a assegurar a transição de regimes ditatoriais para regimes democráticos e a remover obstáculos que travam a governabilidade, como é o caso da paralisia da reforma da Previdência. Eles não neutralizam todos os conflitos de uma sociedade complexa e heterogênea como a brasileira. Mas envolvem os chefes dos Poderes, as lideranças partidárias e o conjunto da sociedade num esforço consequente destinado a enfrentar problemas cuja solução está além da capacidade política de cada signatário.

Implícita na formalização de um pacto está a ideia de que os objetivos e os meios escolhidos para alcançá-los passam a ser considerados de interesse geral, sem que os signatários percam sua identidade social e política. Em alguns países, como a Espanha na década de 1970, durante a transição da ditadura franquista para uma democracia parlamentarista, o pacto então firmado até hoje é considerado uma obra-prima de engenharia política.

No Brasil, a ideia de um pacto republicano não é nova. No final de 1984, pouco antes de ser eleito presidente pelo Congresso, Tancredo Neves chegou a propô-lo em discurso no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Duas décadas depois, por iniciativa do então presidente Lula, o Executivo, o Legislativo e o STF firmaram o I Pacto Republicano, com o objetivo de aprovar a Emenda Constitucional n.º 45, que introduziu a reforma do Judiciário, e os projetos de lei elaborados para implementá-la. Em 2009, também por iniciativa do Executivo, foi assinado o II Pacto Republicano, com o objetivo de democratizar o acesso aos tribunais e aprovar os projetos de lei que criavam novos mecanismos processuais. Em 2011, por iniciativa do STF, foi proposto um III Pacto Republicano. Os três pactos tiveram por base a Constituição.

Depois de lançar a proposta de um novo pacto republicano, às vésperas do primeiro turno, o atual presidente do STF reuniu-se com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e seis ministros do Supremo para discutir os desafios fiscais que o próximo presidente terá de enfrentar, a começar pela reforma da Previdência. Embora seja cedo para saber se essa iniciativa dará frutos, uma coisa é certa: se não se pautar pelo realismo e não aceitar uma negociação dentro dos marcos constitucionais em torno de temas fundamentais que levem em conta a diversidade de interesses sociais e os gargalos da economia, o presidente eleito dificilmente conseguirá evitar uma paralisia decisória, com todas as suas consequências.

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