Um superávit sem brilho


Por Redação
Atualização:

A melhora das contas externas, com superávit comercial de US$ 19,68 bilhões e redução do buraco nas transações correntes, foi até agora o único efeito positivo da recessão iniciada em 2014, prolongada em 2015 e ainda com potencial para atormentar os brasileiros por muitos meses. Além de produzir esse efeito, a retração dos negócios quase sempre resulta em contenção da alta de preços. Com o desemprego em alta e a renda em queda, sobra pouco espaço para remarcações e a espiral inflacionária tende a esgotar-se. No Brasil, a história tem sido bem diferente. Mesmo com a economia no atoleiro, a inflação ainda ganhou impulso e chegou a 10,48% nos 12 meses terminados em novembro.

Mas nem a melhora das contas externas, até agora o único efeito positivo da recessão, justifica muito otimismo. A combinação, também frequente, de contração econômica e depreciação cambial geralmente resulta em menor importação e exportação maior. As despesas com bens importados e com viagens ao exterior tendem a cair tanto pelo enfraquecimento do mercado interno quanto pelo aumento dos preços em moeda estrangeira. Ao mesmo tempo, as empresas tendem a ampliar as vendas ao exterior para compensar o encolhimento dos negócios no próprio país. Geralmente são ajudadas nesse esforço pela depreciação da moeda nacional.

Essa depreciação – do real, no caso brasileiro – tende a baratear os produtos exportados. Com seus dólares ou euros, por exemplo, os estrangeiros podem comprar maior volume de bens originários do Brasil. Mas o aumento das exportações, por enquanto, é só uma expectativa. Algo falhou.

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O Brasil só passou do déficit de US$ 4,05 bilhões em 2014 para o superávit comercial de US$ 19,68 bilhões em 2015 porque o valor importado diminuiu 24,3%, enquanto a receita das vendas encolheu 14,1%. As importações foram menores que as do ano anterior por causa da recessão e também da alta do dólar. Mas o valor total das exportações também recuou e isso se explica principalmente por dois fatores.

O mais citado é a queda dos preços internacionais das commodities, isto é, das matérias-primas e dos bens semielaborados. Essa queda é atribuível em grande parte à desaceleração econômica da China, principal destino das commodities brasileiras. A receita obtida com produtos básicos foi 19,5% menor que a de 2014. As vendas para o mercado chinês diminuíram 11,3% em um ano.

O outro fator, menos citado nos pronunciamentos oficiais, é o baixo poder de competição da indústria brasileira. As vendas de manufaturados foram 8,2% menores que as do ano anterior. As de semimanufaturados, 7,9% inferiores às de 2014. Somados os dois itens, a receita obtida com industrializados ficou 9,17% abaixo da contabilizada um ano antes.

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Mas para explicar mais completamente o fiasco das exportações é preciso ir além dos fatores conjunturais. Os problemas do comércio exterior brasileiro refletem decisões políticas tomadas a partir de 2003, quando o PT chegou ao governo federal, e mantidas até agora. O terceiro-mundismo requentado e rastaquera implantado na diplomacia comercial brasileira deixou em segundo plano os mercados mais desenvolvidos e tornou o País muito dependente da América do Sul e da China. Em 2005, os manufaturados garantiram 68,55% do valor exportado. Quando se acrescentam os semimanufaturados, a proporção chega a 81,10%. No ano passado, esses indicadores ficaram em 38,08% e 51,93%. Só foram maiores que em 2014 porque a receita dos básicos caiu muito.

Ao terceiro-mundismo da diplomacia comercial acrescentou-se uma política industrial ineficiente, com muito protecionismo e muita distribuição de favores a grupos e a setores selecionados. Nem o investimento privado cresceu como seria necessário nem o setor público foi capaz de fazer a sua parte nas políticas de infraestrutura e de capital humano. A valorização do real atrapalhou a indústria durante alguns anos, mas o problema da competitividade tem raízes mais amplas e ainda muito firmes.

A melhora das contas externas, com superávit comercial de US$ 19,68 bilhões e redução do buraco nas transações correntes, foi até agora o único efeito positivo da recessão iniciada em 2014, prolongada em 2015 e ainda com potencial para atormentar os brasileiros por muitos meses. Além de produzir esse efeito, a retração dos negócios quase sempre resulta em contenção da alta de preços. Com o desemprego em alta e a renda em queda, sobra pouco espaço para remarcações e a espiral inflacionária tende a esgotar-se. No Brasil, a história tem sido bem diferente. Mesmo com a economia no atoleiro, a inflação ainda ganhou impulso e chegou a 10,48% nos 12 meses terminados em novembro.

Mas nem a melhora das contas externas, até agora o único efeito positivo da recessão, justifica muito otimismo. A combinação, também frequente, de contração econômica e depreciação cambial geralmente resulta em menor importação e exportação maior. As despesas com bens importados e com viagens ao exterior tendem a cair tanto pelo enfraquecimento do mercado interno quanto pelo aumento dos preços em moeda estrangeira. Ao mesmo tempo, as empresas tendem a ampliar as vendas ao exterior para compensar o encolhimento dos negócios no próprio país. Geralmente são ajudadas nesse esforço pela depreciação da moeda nacional.

Essa depreciação – do real, no caso brasileiro – tende a baratear os produtos exportados. Com seus dólares ou euros, por exemplo, os estrangeiros podem comprar maior volume de bens originários do Brasil. Mas o aumento das exportações, por enquanto, é só uma expectativa. Algo falhou.

O Brasil só passou do déficit de US$ 4,05 bilhões em 2014 para o superávit comercial de US$ 19,68 bilhões em 2015 porque o valor importado diminuiu 24,3%, enquanto a receita das vendas encolheu 14,1%. As importações foram menores que as do ano anterior por causa da recessão e também da alta do dólar. Mas o valor total das exportações também recuou e isso se explica principalmente por dois fatores.

O mais citado é a queda dos preços internacionais das commodities, isto é, das matérias-primas e dos bens semielaborados. Essa queda é atribuível em grande parte à desaceleração econômica da China, principal destino das commodities brasileiras. A receita obtida com produtos básicos foi 19,5% menor que a de 2014. As vendas para o mercado chinês diminuíram 11,3% em um ano.

O outro fator, menos citado nos pronunciamentos oficiais, é o baixo poder de competição da indústria brasileira. As vendas de manufaturados foram 8,2% menores que as do ano anterior. As de semimanufaturados, 7,9% inferiores às de 2014. Somados os dois itens, a receita obtida com industrializados ficou 9,17% abaixo da contabilizada um ano antes.

Mas para explicar mais completamente o fiasco das exportações é preciso ir além dos fatores conjunturais. Os problemas do comércio exterior brasileiro refletem decisões políticas tomadas a partir de 2003, quando o PT chegou ao governo federal, e mantidas até agora. O terceiro-mundismo requentado e rastaquera implantado na diplomacia comercial brasileira deixou em segundo plano os mercados mais desenvolvidos e tornou o País muito dependente da América do Sul e da China. Em 2005, os manufaturados garantiram 68,55% do valor exportado. Quando se acrescentam os semimanufaturados, a proporção chega a 81,10%. No ano passado, esses indicadores ficaram em 38,08% e 51,93%. Só foram maiores que em 2014 porque a receita dos básicos caiu muito.

Ao terceiro-mundismo da diplomacia comercial acrescentou-se uma política industrial ineficiente, com muito protecionismo e muita distribuição de favores a grupos e a setores selecionados. Nem o investimento privado cresceu como seria necessário nem o setor público foi capaz de fazer a sua parte nas políticas de infraestrutura e de capital humano. A valorização do real atrapalhou a indústria durante alguns anos, mas o problema da competitividade tem raízes mais amplas e ainda muito firmes.

A melhora das contas externas, com superávit comercial de US$ 19,68 bilhões e redução do buraco nas transações correntes, foi até agora o único efeito positivo da recessão iniciada em 2014, prolongada em 2015 e ainda com potencial para atormentar os brasileiros por muitos meses. Além de produzir esse efeito, a retração dos negócios quase sempre resulta em contenção da alta de preços. Com o desemprego em alta e a renda em queda, sobra pouco espaço para remarcações e a espiral inflacionária tende a esgotar-se. No Brasil, a história tem sido bem diferente. Mesmo com a economia no atoleiro, a inflação ainda ganhou impulso e chegou a 10,48% nos 12 meses terminados em novembro.

Mas nem a melhora das contas externas, até agora o único efeito positivo da recessão, justifica muito otimismo. A combinação, também frequente, de contração econômica e depreciação cambial geralmente resulta em menor importação e exportação maior. As despesas com bens importados e com viagens ao exterior tendem a cair tanto pelo enfraquecimento do mercado interno quanto pelo aumento dos preços em moeda estrangeira. Ao mesmo tempo, as empresas tendem a ampliar as vendas ao exterior para compensar o encolhimento dos negócios no próprio país. Geralmente são ajudadas nesse esforço pela depreciação da moeda nacional.

Essa depreciação – do real, no caso brasileiro – tende a baratear os produtos exportados. Com seus dólares ou euros, por exemplo, os estrangeiros podem comprar maior volume de bens originários do Brasil. Mas o aumento das exportações, por enquanto, é só uma expectativa. Algo falhou.

O Brasil só passou do déficit de US$ 4,05 bilhões em 2014 para o superávit comercial de US$ 19,68 bilhões em 2015 porque o valor importado diminuiu 24,3%, enquanto a receita das vendas encolheu 14,1%. As importações foram menores que as do ano anterior por causa da recessão e também da alta do dólar. Mas o valor total das exportações também recuou e isso se explica principalmente por dois fatores.

O mais citado é a queda dos preços internacionais das commodities, isto é, das matérias-primas e dos bens semielaborados. Essa queda é atribuível em grande parte à desaceleração econômica da China, principal destino das commodities brasileiras. A receita obtida com produtos básicos foi 19,5% menor que a de 2014. As vendas para o mercado chinês diminuíram 11,3% em um ano.

O outro fator, menos citado nos pronunciamentos oficiais, é o baixo poder de competição da indústria brasileira. As vendas de manufaturados foram 8,2% menores que as do ano anterior. As de semimanufaturados, 7,9% inferiores às de 2014. Somados os dois itens, a receita obtida com industrializados ficou 9,17% abaixo da contabilizada um ano antes.

Mas para explicar mais completamente o fiasco das exportações é preciso ir além dos fatores conjunturais. Os problemas do comércio exterior brasileiro refletem decisões políticas tomadas a partir de 2003, quando o PT chegou ao governo federal, e mantidas até agora. O terceiro-mundismo requentado e rastaquera implantado na diplomacia comercial brasileira deixou em segundo plano os mercados mais desenvolvidos e tornou o País muito dependente da América do Sul e da China. Em 2005, os manufaturados garantiram 68,55% do valor exportado. Quando se acrescentam os semimanufaturados, a proporção chega a 81,10%. No ano passado, esses indicadores ficaram em 38,08% e 51,93%. Só foram maiores que em 2014 porque a receita dos básicos caiu muito.

Ao terceiro-mundismo da diplomacia comercial acrescentou-se uma política industrial ineficiente, com muito protecionismo e muita distribuição de favores a grupos e a setores selecionados. Nem o investimento privado cresceu como seria necessário nem o setor público foi capaz de fazer a sua parte nas políticas de infraestrutura e de capital humano. A valorização do real atrapalhou a indústria durante alguns anos, mas o problema da competitividade tem raízes mais amplas e ainda muito firmes.

A melhora das contas externas, com superávit comercial de US$ 19,68 bilhões e redução do buraco nas transações correntes, foi até agora o único efeito positivo da recessão iniciada em 2014, prolongada em 2015 e ainda com potencial para atormentar os brasileiros por muitos meses. Além de produzir esse efeito, a retração dos negócios quase sempre resulta em contenção da alta de preços. Com o desemprego em alta e a renda em queda, sobra pouco espaço para remarcações e a espiral inflacionária tende a esgotar-se. No Brasil, a história tem sido bem diferente. Mesmo com a economia no atoleiro, a inflação ainda ganhou impulso e chegou a 10,48% nos 12 meses terminados em novembro.

Mas nem a melhora das contas externas, até agora o único efeito positivo da recessão, justifica muito otimismo. A combinação, também frequente, de contração econômica e depreciação cambial geralmente resulta em menor importação e exportação maior. As despesas com bens importados e com viagens ao exterior tendem a cair tanto pelo enfraquecimento do mercado interno quanto pelo aumento dos preços em moeda estrangeira. Ao mesmo tempo, as empresas tendem a ampliar as vendas ao exterior para compensar o encolhimento dos negócios no próprio país. Geralmente são ajudadas nesse esforço pela depreciação da moeda nacional.

Essa depreciação – do real, no caso brasileiro – tende a baratear os produtos exportados. Com seus dólares ou euros, por exemplo, os estrangeiros podem comprar maior volume de bens originários do Brasil. Mas o aumento das exportações, por enquanto, é só uma expectativa. Algo falhou.

O Brasil só passou do déficit de US$ 4,05 bilhões em 2014 para o superávit comercial de US$ 19,68 bilhões em 2015 porque o valor importado diminuiu 24,3%, enquanto a receita das vendas encolheu 14,1%. As importações foram menores que as do ano anterior por causa da recessão e também da alta do dólar. Mas o valor total das exportações também recuou e isso se explica principalmente por dois fatores.

O mais citado é a queda dos preços internacionais das commodities, isto é, das matérias-primas e dos bens semielaborados. Essa queda é atribuível em grande parte à desaceleração econômica da China, principal destino das commodities brasileiras. A receita obtida com produtos básicos foi 19,5% menor que a de 2014. As vendas para o mercado chinês diminuíram 11,3% em um ano.

O outro fator, menos citado nos pronunciamentos oficiais, é o baixo poder de competição da indústria brasileira. As vendas de manufaturados foram 8,2% menores que as do ano anterior. As de semimanufaturados, 7,9% inferiores às de 2014. Somados os dois itens, a receita obtida com industrializados ficou 9,17% abaixo da contabilizada um ano antes.

Mas para explicar mais completamente o fiasco das exportações é preciso ir além dos fatores conjunturais. Os problemas do comércio exterior brasileiro refletem decisões políticas tomadas a partir de 2003, quando o PT chegou ao governo federal, e mantidas até agora. O terceiro-mundismo requentado e rastaquera implantado na diplomacia comercial brasileira deixou em segundo plano os mercados mais desenvolvidos e tornou o País muito dependente da América do Sul e da China. Em 2005, os manufaturados garantiram 68,55% do valor exportado. Quando se acrescentam os semimanufaturados, a proporção chega a 81,10%. No ano passado, esses indicadores ficaram em 38,08% e 51,93%. Só foram maiores que em 2014 porque a receita dos básicos caiu muito.

Ao terceiro-mundismo da diplomacia comercial acrescentou-se uma política industrial ineficiente, com muito protecionismo e muita distribuição de favores a grupos e a setores selecionados. Nem o investimento privado cresceu como seria necessário nem o setor público foi capaz de fazer a sua parte nas políticas de infraestrutura e de capital humano. A valorização do real atrapalhou a indústria durante alguns anos, mas o problema da competitividade tem raízes mais amplas e ainda muito firmes.

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