A China não é só coronavírus


Com uma população de mais de 1,4 bilhão de pessoas, a China é o quarto maior consumidor de vinhos na atualidade

Por Suzana Barelli
Atualização:

Impossível não associar o coronavírus quando o assunto é China. Mas esse gigante asiático também chama a atenção quando o tema são os vinhos, preferencialmente os tintos, que representam 90% do consumo local. Com uma população de mais de 1,4 bilhão de pessoas, a China é o quarto maior consumidor da bebida na atualidade - fica atrás apenas da França, dos Estados Unidos e da Itália.

E, por isso, toda a retração de consumo do país, devido à epidemia do vírus, impacta também nas vinícolas internacionais que têm os chineses como principal mercado. A Austrália já registra uma redução de 80% na exportação de seus vinhos, e o Chile amarga milhares de garrafas paradas em navios cargueiros, sem conseguir desembarcar. E estes são apenas dois exemplos.

Início. O Barão Eric de Rothschild lança obra da vinícola chinesa da Lafite em 2012 Foto: China Daily|Reuters
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A China vinícola, no entanto, não chama atenção apenas pelo seu alto poder de consumo. Com pouco mais de 900 vinícolas, o país é o sétimo maior produtor mundial de tintos e brancos. Sim, eles também elaboram vinho, muito vinho, e em ritmo crescente. 

O desafio do país é transformar esta produção em vinhos de qualidade. Pelos dados da Organização Internacional do Vinho e da Vinha (OIV), as variedades viníferas, aquelas que dão origem aos brancos e tintos de maior qualidade, são apenas 10% do total dos mais de 875 mil hectares cultivados por lá. As uvas de mesa, muitas variedades locais desconhecidas daqui, predominam, com 85%, da área plantada.

Há apostas rumo à qualidade.

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No final de 2019, depois de dez anos de investimentos, a Domaine Barons de Rothschild (leia-se Lafite) apresentou o primeiro tinto do seu projeto chinês, a Domaine de Long Dai. Da safra de 2017, o vinho é elaborado com as variedades Cabernet Sauvignon, Marselan e Cabernet Franc, e foi vendido, inicialmente, apenas no mercado chinês.

Os franceses optaram por plantar 30 hectares de vinhedos na província de Shandong, no nordeste do país, e fizeram mais de 400 buracos para conhecer o subsolo de sua propriedade. 

Projetos promissores também ganham força nas províncias de Ningxia, Yunnan e Sichuan. Entre as dificuldades da viticultura chinesa, é preciso driblar o frio (muitos vinhedos são cobertos no inverno) e encontrar terrenos propícios para o cultivo de variedades viníferas. 

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Por aqui, já é possível provar alguns vinhos chineses, mas de vinícolas focadas mais em volume do que em qualidade. A Wine.com trouxe seis rótulos da vinícola Changyu. Fundada em 1892, a empresa orgulha-se dos seus 22,3 mil hectares de vinhedos. No YouTube, há um vídeo que impressiona pelo tamanho da Changyu.

A importadora Cantu, por sua vez, estava negociando trazer os rótulos da também gigante Great Wall. Mas Emil Lecamp, gerente de marketing, diz que o projeto foi adiado pelo coronavírus. 

Zenithwirl Cabernet Sauvignon 2017

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R$ 63,40, na Wine.com

Marca criada em 1914 e, com um rótulo com um camelo bem humorado, é um tinto da categoria meio seco, com uvas da região de Xinjiang. De cor rubi, apresenta aromas bem básicos, com notas de frutas vermelhas. No paladar, lhe falta equilíbrio, com poucos e adstringentes taninos e um final lembrando barricas velhas (apesar de não haver indicação de uso de madeira em sua elaboração).

Zenithwirl Cabernet Sauvignon 2017 Foto: Wine
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Noble Dragon Reserve 2016

R$ 76,40, na Wine.com

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Também na categoria meio seco, é elaborado com 40% de Cabernet Sauvignon, 40% de Cabernet Gernisht e 20% de outras variedades não identificadas no rótulo, da região de Yantai, na China. Tem cor rubi e um pequeno halo de evolução. Os aromas são frutados, com um leve cassis indicando a Cabernet Sauvignon. O paladar tem menos arestas do que o primeiro, mas falta equilíbrio e complexidade.

Noble Dragon Reserve 2016 Foto: Wine

Impossível não associar o coronavírus quando o assunto é China. Mas esse gigante asiático também chama a atenção quando o tema são os vinhos, preferencialmente os tintos, que representam 90% do consumo local. Com uma população de mais de 1,4 bilhão de pessoas, a China é o quarto maior consumidor da bebida na atualidade - fica atrás apenas da França, dos Estados Unidos e da Itália.

E, por isso, toda a retração de consumo do país, devido à epidemia do vírus, impacta também nas vinícolas internacionais que têm os chineses como principal mercado. A Austrália já registra uma redução de 80% na exportação de seus vinhos, e o Chile amarga milhares de garrafas paradas em navios cargueiros, sem conseguir desembarcar. E estes são apenas dois exemplos.

Início. O Barão Eric de Rothschild lança obra da vinícola chinesa da Lafite em 2012 Foto: China Daily|Reuters

A China vinícola, no entanto, não chama atenção apenas pelo seu alto poder de consumo. Com pouco mais de 900 vinícolas, o país é o sétimo maior produtor mundial de tintos e brancos. Sim, eles também elaboram vinho, muito vinho, e em ritmo crescente. 

O desafio do país é transformar esta produção em vinhos de qualidade. Pelos dados da Organização Internacional do Vinho e da Vinha (OIV), as variedades viníferas, aquelas que dão origem aos brancos e tintos de maior qualidade, são apenas 10% do total dos mais de 875 mil hectares cultivados por lá. As uvas de mesa, muitas variedades locais desconhecidas daqui, predominam, com 85%, da área plantada.

Há apostas rumo à qualidade.

No final de 2019, depois de dez anos de investimentos, a Domaine Barons de Rothschild (leia-se Lafite) apresentou o primeiro tinto do seu projeto chinês, a Domaine de Long Dai. Da safra de 2017, o vinho é elaborado com as variedades Cabernet Sauvignon, Marselan e Cabernet Franc, e foi vendido, inicialmente, apenas no mercado chinês.

Os franceses optaram por plantar 30 hectares de vinhedos na província de Shandong, no nordeste do país, e fizeram mais de 400 buracos para conhecer o subsolo de sua propriedade. 

Projetos promissores também ganham força nas províncias de Ningxia, Yunnan e Sichuan. Entre as dificuldades da viticultura chinesa, é preciso driblar o frio (muitos vinhedos são cobertos no inverno) e encontrar terrenos propícios para o cultivo de variedades viníferas. 

Por aqui, já é possível provar alguns vinhos chineses, mas de vinícolas focadas mais em volume do que em qualidade. A Wine.com trouxe seis rótulos da vinícola Changyu. Fundada em 1892, a empresa orgulha-se dos seus 22,3 mil hectares de vinhedos. No YouTube, há um vídeo que impressiona pelo tamanho da Changyu.

A importadora Cantu, por sua vez, estava negociando trazer os rótulos da também gigante Great Wall. Mas Emil Lecamp, gerente de marketing, diz que o projeto foi adiado pelo coronavírus. 

Zenithwirl Cabernet Sauvignon 2017

R$ 63,40, na Wine.com

Marca criada em 1914 e, com um rótulo com um camelo bem humorado, é um tinto da categoria meio seco, com uvas da região de Xinjiang. De cor rubi, apresenta aromas bem básicos, com notas de frutas vermelhas. No paladar, lhe falta equilíbrio, com poucos e adstringentes taninos e um final lembrando barricas velhas (apesar de não haver indicação de uso de madeira em sua elaboração).

Zenithwirl Cabernet Sauvignon 2017 Foto: Wine

 

Noble Dragon Reserve 2016

R$ 76,40, na Wine.com

Também na categoria meio seco, é elaborado com 40% de Cabernet Sauvignon, 40% de Cabernet Gernisht e 20% de outras variedades não identificadas no rótulo, da região de Yantai, na China. Tem cor rubi e um pequeno halo de evolução. Os aromas são frutados, com um leve cassis indicando a Cabernet Sauvignon. O paladar tem menos arestas do que o primeiro, mas falta equilíbrio e complexidade.

Noble Dragon Reserve 2016 Foto: Wine

Impossível não associar o coronavírus quando o assunto é China. Mas esse gigante asiático também chama a atenção quando o tema são os vinhos, preferencialmente os tintos, que representam 90% do consumo local. Com uma população de mais de 1,4 bilhão de pessoas, a China é o quarto maior consumidor da bebida na atualidade - fica atrás apenas da França, dos Estados Unidos e da Itália.

E, por isso, toda a retração de consumo do país, devido à epidemia do vírus, impacta também nas vinícolas internacionais que têm os chineses como principal mercado. A Austrália já registra uma redução de 80% na exportação de seus vinhos, e o Chile amarga milhares de garrafas paradas em navios cargueiros, sem conseguir desembarcar. E estes são apenas dois exemplos.

Início. O Barão Eric de Rothschild lança obra da vinícola chinesa da Lafite em 2012 Foto: China Daily|Reuters

A China vinícola, no entanto, não chama atenção apenas pelo seu alto poder de consumo. Com pouco mais de 900 vinícolas, o país é o sétimo maior produtor mundial de tintos e brancos. Sim, eles também elaboram vinho, muito vinho, e em ritmo crescente. 

O desafio do país é transformar esta produção em vinhos de qualidade. Pelos dados da Organização Internacional do Vinho e da Vinha (OIV), as variedades viníferas, aquelas que dão origem aos brancos e tintos de maior qualidade, são apenas 10% do total dos mais de 875 mil hectares cultivados por lá. As uvas de mesa, muitas variedades locais desconhecidas daqui, predominam, com 85%, da área plantada.

Há apostas rumo à qualidade.

No final de 2019, depois de dez anos de investimentos, a Domaine Barons de Rothschild (leia-se Lafite) apresentou o primeiro tinto do seu projeto chinês, a Domaine de Long Dai. Da safra de 2017, o vinho é elaborado com as variedades Cabernet Sauvignon, Marselan e Cabernet Franc, e foi vendido, inicialmente, apenas no mercado chinês.

Os franceses optaram por plantar 30 hectares de vinhedos na província de Shandong, no nordeste do país, e fizeram mais de 400 buracos para conhecer o subsolo de sua propriedade. 

Projetos promissores também ganham força nas províncias de Ningxia, Yunnan e Sichuan. Entre as dificuldades da viticultura chinesa, é preciso driblar o frio (muitos vinhedos são cobertos no inverno) e encontrar terrenos propícios para o cultivo de variedades viníferas. 

Por aqui, já é possível provar alguns vinhos chineses, mas de vinícolas focadas mais em volume do que em qualidade. A Wine.com trouxe seis rótulos da vinícola Changyu. Fundada em 1892, a empresa orgulha-se dos seus 22,3 mil hectares de vinhedos. No YouTube, há um vídeo que impressiona pelo tamanho da Changyu.

A importadora Cantu, por sua vez, estava negociando trazer os rótulos da também gigante Great Wall. Mas Emil Lecamp, gerente de marketing, diz que o projeto foi adiado pelo coronavírus. 

Zenithwirl Cabernet Sauvignon 2017

R$ 63,40, na Wine.com

Marca criada em 1914 e, com um rótulo com um camelo bem humorado, é um tinto da categoria meio seco, com uvas da região de Xinjiang. De cor rubi, apresenta aromas bem básicos, com notas de frutas vermelhas. No paladar, lhe falta equilíbrio, com poucos e adstringentes taninos e um final lembrando barricas velhas (apesar de não haver indicação de uso de madeira em sua elaboração).

Zenithwirl Cabernet Sauvignon 2017 Foto: Wine

 

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Também na categoria meio seco, é elaborado com 40% de Cabernet Sauvignon, 40% de Cabernet Gernisht e 20% de outras variedades não identificadas no rótulo, da região de Yantai, na China. Tem cor rubi e um pequeno halo de evolução. Os aromas são frutados, com um leve cassis indicando a Cabernet Sauvignon. O paladar tem menos arestas do que o primeiro, mas falta equilíbrio e complexidade.

Noble Dragon Reserve 2016 Foto: Wine

Impossível não associar o coronavírus quando o assunto é China. Mas esse gigante asiático também chama a atenção quando o tema são os vinhos, preferencialmente os tintos, que representam 90% do consumo local. Com uma população de mais de 1,4 bilhão de pessoas, a China é o quarto maior consumidor da bebida na atualidade - fica atrás apenas da França, dos Estados Unidos e da Itália.

E, por isso, toda a retração de consumo do país, devido à epidemia do vírus, impacta também nas vinícolas internacionais que têm os chineses como principal mercado. A Austrália já registra uma redução de 80% na exportação de seus vinhos, e o Chile amarga milhares de garrafas paradas em navios cargueiros, sem conseguir desembarcar. E estes são apenas dois exemplos.

Início. O Barão Eric de Rothschild lança obra da vinícola chinesa da Lafite em 2012 Foto: China Daily|Reuters

A China vinícola, no entanto, não chama atenção apenas pelo seu alto poder de consumo. Com pouco mais de 900 vinícolas, o país é o sétimo maior produtor mundial de tintos e brancos. Sim, eles também elaboram vinho, muito vinho, e em ritmo crescente. 

O desafio do país é transformar esta produção em vinhos de qualidade. Pelos dados da Organização Internacional do Vinho e da Vinha (OIV), as variedades viníferas, aquelas que dão origem aos brancos e tintos de maior qualidade, são apenas 10% do total dos mais de 875 mil hectares cultivados por lá. As uvas de mesa, muitas variedades locais desconhecidas daqui, predominam, com 85%, da área plantada.

Há apostas rumo à qualidade.

No final de 2019, depois de dez anos de investimentos, a Domaine Barons de Rothschild (leia-se Lafite) apresentou o primeiro tinto do seu projeto chinês, a Domaine de Long Dai. Da safra de 2017, o vinho é elaborado com as variedades Cabernet Sauvignon, Marselan e Cabernet Franc, e foi vendido, inicialmente, apenas no mercado chinês.

Os franceses optaram por plantar 30 hectares de vinhedos na província de Shandong, no nordeste do país, e fizeram mais de 400 buracos para conhecer o subsolo de sua propriedade. 

Projetos promissores também ganham força nas províncias de Ningxia, Yunnan e Sichuan. Entre as dificuldades da viticultura chinesa, é preciso driblar o frio (muitos vinhedos são cobertos no inverno) e encontrar terrenos propícios para o cultivo de variedades viníferas. 

Por aqui, já é possível provar alguns vinhos chineses, mas de vinícolas focadas mais em volume do que em qualidade. A Wine.com trouxe seis rótulos da vinícola Changyu. Fundada em 1892, a empresa orgulha-se dos seus 22,3 mil hectares de vinhedos. No YouTube, há um vídeo que impressiona pelo tamanho da Changyu.

A importadora Cantu, por sua vez, estava negociando trazer os rótulos da também gigante Great Wall. Mas Emil Lecamp, gerente de marketing, diz que o projeto foi adiado pelo coronavírus. 

Zenithwirl Cabernet Sauvignon 2017

R$ 63,40, na Wine.com

Marca criada em 1914 e, com um rótulo com um camelo bem humorado, é um tinto da categoria meio seco, com uvas da região de Xinjiang. De cor rubi, apresenta aromas bem básicos, com notas de frutas vermelhas. No paladar, lhe falta equilíbrio, com poucos e adstringentes taninos e um final lembrando barricas velhas (apesar de não haver indicação de uso de madeira em sua elaboração).

Zenithwirl Cabernet Sauvignon 2017 Foto: Wine

 

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R$ 76,40, na Wine.com

Também na categoria meio seco, é elaborado com 40% de Cabernet Sauvignon, 40% de Cabernet Gernisht e 20% de outras variedades não identificadas no rótulo, da região de Yantai, na China. Tem cor rubi e um pequeno halo de evolução. Os aromas são frutados, com um leve cassis indicando a Cabernet Sauvignon. O paladar tem menos arestas do que o primeiro, mas falta equilíbrio e complexidade.

Noble Dragon Reserve 2016 Foto: Wine

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