Melhores de 2012, parte 78: Frederico Ming


Por Roberto Fonseca

Cervejeiro caseiro da Capitu, vencedor do Concurso Estadual da Acerva Paulista de 2012, de São Paulo (SP): 1) MELHOR ALE NACIONAL Muito boa a Way Irish Red Ale. Bem acabada, constante, versátil. 2) MELHOR LAGER NACIONAL Eisenbanh 5. Boa cerveja, ótimo custo/benefício. 3) MELHOR ALE IMPORTADA McChouffe. Uma cerveja belga bem equilibrada, plena de sabor e aroma, forte e ainda refrescante. 4) MELHOR LAGER IMPORTADA Brooklyn Lager. 5) MELHOR CHOPE Neste momento em que no Brasil se vive a "fase anal" da cerveja especial, onde, como crianças percebendo o mundo, pessoas começam a ter contato com o mundo cervejeiro e se encantam com tudo que lhe pareça mais bizarro, "sensacionalista" nos IBUs ou ABVs, espetáculos de aroma e amargor, se encantam com a pregação da escola cervejeira americana (lemos seus livros, tomamos suas cervejas, usamos o BJCP ou o BA, trazemos gringos para nos ensinar a beber e fazer cerveja e escola cervejeira), gostaria de chamar a atenção para as cervejas equilibradas, e radicais nos detalhes. Parecemos gostar de cervejas que sejam "a mais mais mais" em alguma coisa, e esquecemos da importância do equilíbrio entre os aspectos sensoriais, o drinkability, as sutilezas. Dias passam, cervejas passam, e cada vez mais nos damos conta de que "Deus esta nos detalhes", e aos poucos vai se percebendo que, para ser radical, não precisa ser desequilibrado. A força da expressão pode estar nos arranjos de ingredientes, nas harmonias e resultados sutis provenientes disso. Dando valor ao equilíbrio criativo, fico com o ótimo chope Pale Ale inglês da Britannica, uma "session beer" bem equilibrada, ótimo drinkability, presença de malte e amargor justo. 6) MELHOR BAR CERVEJEIRO Empório Alto dos Pinheiros, pela oferta generosa, e Cervejaria Nacional, pelo arrojo nas criações, interessante proposta de bar, tem fomentado a comunicação/troca com o público e comunidade cervejeira. 7) MELHOR CERVEJA CASEIRA Aqui eu sou suspeito... rssrss. A gente acaba sempre tomando as cervejas dos amigos e pessoas mais próximas. Dos outros Estados, a gente conhece pouco. A circulação é restrita. Uma cerveja de que gostei muito foi uma stout (imperial que não era imperial) que o Linus de Paoli fez e que não fica em nenhuma categoria, a Oaked Dr. Piló, Rotenfuss Bier. Era uma cerveja bem escura, com notas sutis de café e chocolate, tostado e ligeiro frutado, composto com carvalho. Ficou uma coisa de louco. Não tinha um corpo muito elevado, carregava um ótimo drinkability, fantástica fusão de aromas e sabores. Cerveja respeitável, mais presença que o whiskey de que ela faz lembrar. Fico também com a Cafuza, black IPA. equilibrada, mas radical nas sutilezas, e a MenstruAle - rock beer, uma red ale de nome sonoro, bem acabada, dá vontade de beber mais. 8) MELHOR CERVEJA DO ANO, AQUI OU LÁ FORA Aquela que esta em suas mãos e te deixa feliz, naquela hora. Cervejas, assim como bons vinhos, são feitas de momentos. 9) RÓTULO MAIS BONITO DO ANO Gosto da força de expressão e linguagem retrô-pop-construtivista da onda dos rótulos feitos para a Urbana. 10) NOVIDADE DO ANO Os fermentos líquidos, a variedade de cepas agora encontradas no comércio. 11) MELHOR FATO CERVEJEIRO Avanço do Inconsciente Coletivo pró-cerveja na comunidade cervejeira e fora dela. Na contra-maré do clima de terror que rondou as atividades pró #cervejadeverdade esse ano, pessoas e grupos conseguiram se desvencilhar do medo e da ignorância paralisante, e efetivamente conseguiram contribuir muito para a formação de um inconsciente coletivo pró-cerveja, grupos de pessoas mais instruídas e engajadas na luta pela criação de um lugar jurídico e tributário mais favorável ao florescimento da cultura cervejeira brasileira. De fato que: Uma pequena sabedoria e vontade do Estado, poderia gerar um clima onde milhares de empregos e tecnologia agregada, num piscar de olhos e sem nenhum investimento do governo, poderia se instaurar no Brasil gerando também cultura, impostos e hábitos de beber melhor, em menos quantidade. O mesmo acontece com os queijos: tanto potencial e o governo insiste em botar pás-de-cal na forma de exigências sanitárias absurdas, legislação contra, impostos escorchantes, policiamento sem inteligência. O tema floresceu e amadureceu em blogs, listas, entidades (Procerva-PR) e teve ate o pessoal de Minas e do Sul, que está conseguindo encaminhar o problema de fundo das cervejarias pequenas e micro, (o crescimento e expansão do mercado num território nebuloso e desregulado, com uma demanda galopante e um interesse e um entendimento pífio das autoridades sobre o que é cerveja ou pequena produção) de forma a fomentar e buscar a aproximação do Estado com os produtores e entidades ligadas à pequena produção artesanal, a fim de tentar desembaraçar, esclarecer e agilizar o processo de se estar legal e de criar um território tributário mais fértil às micros e nanos. Aos poucos vamos evoluindo, criando uma consciência de grupo, e mais para frente, quem sabe, uma escola cervejeira. O momento é propício para a luta pela inclusão e esclarecimentos com a sociedade. 12) PIOR FATO CERVEJEIRO O clima de terror instalado na cerveja artesanal, com os incipientes eventos cervejeiros sendo assombrados pela sombra negra do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), somado à falta de reação de nossa gente, que a tudo assistiu lamentando e acusando culpados pelo desastre, sendo que na verdade o setor está desregulado, as leis e órgãos públicos não acompanham as novas demandas, e pessoas e instituições saem à caça às bruxas. A percepção geral de que mais uma vez estamos muito mal servidos de governo, com o dinossauro do Estado (norteados pelas antigas práticas dos grandes conglomerados industriais) nos acossando de um lado, e a falta de liderança e de união na classe micro e caseira do outro. Amedrontada e fugidia, muitas vezes vêm desistindo de procurar seu caminho de legalidade e direito de existir. Se de um lado a coisa evolui para o crescimento da cultura cervejeira, de outro setores da "ultra direita conservadora e autoritária" radicalizam: O MAPA proíbe as cervejas artesanais de forma impositiva, impostos estão galopantes, e em 2012 teve até proposta de deputado conservador tentando proibir de beber em público na rua.

Cervejeiro caseiro da Capitu, vencedor do Concurso Estadual da Acerva Paulista de 2012, de São Paulo (SP): 1) MELHOR ALE NACIONAL Muito boa a Way Irish Red Ale. Bem acabada, constante, versátil. 2) MELHOR LAGER NACIONAL Eisenbanh 5. Boa cerveja, ótimo custo/benefício. 3) MELHOR ALE IMPORTADA McChouffe. Uma cerveja belga bem equilibrada, plena de sabor e aroma, forte e ainda refrescante. 4) MELHOR LAGER IMPORTADA Brooklyn Lager. 5) MELHOR CHOPE Neste momento em que no Brasil se vive a "fase anal" da cerveja especial, onde, como crianças percebendo o mundo, pessoas começam a ter contato com o mundo cervejeiro e se encantam com tudo que lhe pareça mais bizarro, "sensacionalista" nos IBUs ou ABVs, espetáculos de aroma e amargor, se encantam com a pregação da escola cervejeira americana (lemos seus livros, tomamos suas cervejas, usamos o BJCP ou o BA, trazemos gringos para nos ensinar a beber e fazer cerveja e escola cervejeira), gostaria de chamar a atenção para as cervejas equilibradas, e radicais nos detalhes. Parecemos gostar de cervejas que sejam "a mais mais mais" em alguma coisa, e esquecemos da importância do equilíbrio entre os aspectos sensoriais, o drinkability, as sutilezas. Dias passam, cervejas passam, e cada vez mais nos damos conta de que "Deus esta nos detalhes", e aos poucos vai se percebendo que, para ser radical, não precisa ser desequilibrado. A força da expressão pode estar nos arranjos de ingredientes, nas harmonias e resultados sutis provenientes disso. Dando valor ao equilíbrio criativo, fico com o ótimo chope Pale Ale inglês da Britannica, uma "session beer" bem equilibrada, ótimo drinkability, presença de malte e amargor justo. 6) MELHOR BAR CERVEJEIRO Empório Alto dos Pinheiros, pela oferta generosa, e Cervejaria Nacional, pelo arrojo nas criações, interessante proposta de bar, tem fomentado a comunicação/troca com o público e comunidade cervejeira. 7) MELHOR CERVEJA CASEIRA Aqui eu sou suspeito... rssrss. A gente acaba sempre tomando as cervejas dos amigos e pessoas mais próximas. Dos outros Estados, a gente conhece pouco. A circulação é restrita. Uma cerveja de que gostei muito foi uma stout (imperial que não era imperial) que o Linus de Paoli fez e que não fica em nenhuma categoria, a Oaked Dr. Piló, Rotenfuss Bier. Era uma cerveja bem escura, com notas sutis de café e chocolate, tostado e ligeiro frutado, composto com carvalho. Ficou uma coisa de louco. Não tinha um corpo muito elevado, carregava um ótimo drinkability, fantástica fusão de aromas e sabores. Cerveja respeitável, mais presença que o whiskey de que ela faz lembrar. Fico também com a Cafuza, black IPA. equilibrada, mas radical nas sutilezas, e a MenstruAle - rock beer, uma red ale de nome sonoro, bem acabada, dá vontade de beber mais. 8) MELHOR CERVEJA DO ANO, AQUI OU LÁ FORA Aquela que esta em suas mãos e te deixa feliz, naquela hora. Cervejas, assim como bons vinhos, são feitas de momentos. 9) RÓTULO MAIS BONITO DO ANO Gosto da força de expressão e linguagem retrô-pop-construtivista da onda dos rótulos feitos para a Urbana. 10) NOVIDADE DO ANO Os fermentos líquidos, a variedade de cepas agora encontradas no comércio. 11) MELHOR FATO CERVEJEIRO Avanço do Inconsciente Coletivo pró-cerveja na comunidade cervejeira e fora dela. Na contra-maré do clima de terror que rondou as atividades pró #cervejadeverdade esse ano, pessoas e grupos conseguiram se desvencilhar do medo e da ignorância paralisante, e efetivamente conseguiram contribuir muito para a formação de um inconsciente coletivo pró-cerveja, grupos de pessoas mais instruídas e engajadas na luta pela criação de um lugar jurídico e tributário mais favorável ao florescimento da cultura cervejeira brasileira. De fato que: Uma pequena sabedoria e vontade do Estado, poderia gerar um clima onde milhares de empregos e tecnologia agregada, num piscar de olhos e sem nenhum investimento do governo, poderia se instaurar no Brasil gerando também cultura, impostos e hábitos de beber melhor, em menos quantidade. O mesmo acontece com os queijos: tanto potencial e o governo insiste em botar pás-de-cal na forma de exigências sanitárias absurdas, legislação contra, impostos escorchantes, policiamento sem inteligência. O tema floresceu e amadureceu em blogs, listas, entidades (Procerva-PR) e teve ate o pessoal de Minas e do Sul, que está conseguindo encaminhar o problema de fundo das cervejarias pequenas e micro, (o crescimento e expansão do mercado num território nebuloso e desregulado, com uma demanda galopante e um interesse e um entendimento pífio das autoridades sobre o que é cerveja ou pequena produção) de forma a fomentar e buscar a aproximação do Estado com os produtores e entidades ligadas à pequena produção artesanal, a fim de tentar desembaraçar, esclarecer e agilizar o processo de se estar legal e de criar um território tributário mais fértil às micros e nanos. Aos poucos vamos evoluindo, criando uma consciência de grupo, e mais para frente, quem sabe, uma escola cervejeira. O momento é propício para a luta pela inclusão e esclarecimentos com a sociedade. 12) PIOR FATO CERVEJEIRO O clima de terror instalado na cerveja artesanal, com os incipientes eventos cervejeiros sendo assombrados pela sombra negra do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), somado à falta de reação de nossa gente, que a tudo assistiu lamentando e acusando culpados pelo desastre, sendo que na verdade o setor está desregulado, as leis e órgãos públicos não acompanham as novas demandas, e pessoas e instituições saem à caça às bruxas. A percepção geral de que mais uma vez estamos muito mal servidos de governo, com o dinossauro do Estado (norteados pelas antigas práticas dos grandes conglomerados industriais) nos acossando de um lado, e a falta de liderança e de união na classe micro e caseira do outro. Amedrontada e fugidia, muitas vezes vêm desistindo de procurar seu caminho de legalidade e direito de existir. Se de um lado a coisa evolui para o crescimento da cultura cervejeira, de outro setores da "ultra direita conservadora e autoritária" radicalizam: O MAPA proíbe as cervejas artesanais de forma impositiva, impostos estão galopantes, e em 2012 teve até proposta de deputado conservador tentando proibir de beber em público na rua.

Cervejeiro caseiro da Capitu, vencedor do Concurso Estadual da Acerva Paulista de 2012, de São Paulo (SP): 1) MELHOR ALE NACIONAL Muito boa a Way Irish Red Ale. Bem acabada, constante, versátil. 2) MELHOR LAGER NACIONAL Eisenbanh 5. Boa cerveja, ótimo custo/benefício. 3) MELHOR ALE IMPORTADA McChouffe. Uma cerveja belga bem equilibrada, plena de sabor e aroma, forte e ainda refrescante. 4) MELHOR LAGER IMPORTADA Brooklyn Lager. 5) MELHOR CHOPE Neste momento em que no Brasil se vive a "fase anal" da cerveja especial, onde, como crianças percebendo o mundo, pessoas começam a ter contato com o mundo cervejeiro e se encantam com tudo que lhe pareça mais bizarro, "sensacionalista" nos IBUs ou ABVs, espetáculos de aroma e amargor, se encantam com a pregação da escola cervejeira americana (lemos seus livros, tomamos suas cervejas, usamos o BJCP ou o BA, trazemos gringos para nos ensinar a beber e fazer cerveja e escola cervejeira), gostaria de chamar a atenção para as cervejas equilibradas, e radicais nos detalhes. Parecemos gostar de cervejas que sejam "a mais mais mais" em alguma coisa, e esquecemos da importância do equilíbrio entre os aspectos sensoriais, o drinkability, as sutilezas. Dias passam, cervejas passam, e cada vez mais nos damos conta de que "Deus esta nos detalhes", e aos poucos vai se percebendo que, para ser radical, não precisa ser desequilibrado. A força da expressão pode estar nos arranjos de ingredientes, nas harmonias e resultados sutis provenientes disso. Dando valor ao equilíbrio criativo, fico com o ótimo chope Pale Ale inglês da Britannica, uma "session beer" bem equilibrada, ótimo drinkability, presença de malte e amargor justo. 6) MELHOR BAR CERVEJEIRO Empório Alto dos Pinheiros, pela oferta generosa, e Cervejaria Nacional, pelo arrojo nas criações, interessante proposta de bar, tem fomentado a comunicação/troca com o público e comunidade cervejeira. 7) MELHOR CERVEJA CASEIRA Aqui eu sou suspeito... rssrss. A gente acaba sempre tomando as cervejas dos amigos e pessoas mais próximas. Dos outros Estados, a gente conhece pouco. A circulação é restrita. Uma cerveja de que gostei muito foi uma stout (imperial que não era imperial) que o Linus de Paoli fez e que não fica em nenhuma categoria, a Oaked Dr. Piló, Rotenfuss Bier. Era uma cerveja bem escura, com notas sutis de café e chocolate, tostado e ligeiro frutado, composto com carvalho. Ficou uma coisa de louco. Não tinha um corpo muito elevado, carregava um ótimo drinkability, fantástica fusão de aromas e sabores. Cerveja respeitável, mais presença que o whiskey de que ela faz lembrar. Fico também com a Cafuza, black IPA. equilibrada, mas radical nas sutilezas, e a MenstruAle - rock beer, uma red ale de nome sonoro, bem acabada, dá vontade de beber mais. 8) MELHOR CERVEJA DO ANO, AQUI OU LÁ FORA Aquela que esta em suas mãos e te deixa feliz, naquela hora. Cervejas, assim como bons vinhos, são feitas de momentos. 9) RÓTULO MAIS BONITO DO ANO Gosto da força de expressão e linguagem retrô-pop-construtivista da onda dos rótulos feitos para a Urbana. 10) NOVIDADE DO ANO Os fermentos líquidos, a variedade de cepas agora encontradas no comércio. 11) MELHOR FATO CERVEJEIRO Avanço do Inconsciente Coletivo pró-cerveja na comunidade cervejeira e fora dela. Na contra-maré do clima de terror que rondou as atividades pró #cervejadeverdade esse ano, pessoas e grupos conseguiram se desvencilhar do medo e da ignorância paralisante, e efetivamente conseguiram contribuir muito para a formação de um inconsciente coletivo pró-cerveja, grupos de pessoas mais instruídas e engajadas na luta pela criação de um lugar jurídico e tributário mais favorável ao florescimento da cultura cervejeira brasileira. De fato que: Uma pequena sabedoria e vontade do Estado, poderia gerar um clima onde milhares de empregos e tecnologia agregada, num piscar de olhos e sem nenhum investimento do governo, poderia se instaurar no Brasil gerando também cultura, impostos e hábitos de beber melhor, em menos quantidade. O mesmo acontece com os queijos: tanto potencial e o governo insiste em botar pás-de-cal na forma de exigências sanitárias absurdas, legislação contra, impostos escorchantes, policiamento sem inteligência. O tema floresceu e amadureceu em blogs, listas, entidades (Procerva-PR) e teve ate o pessoal de Minas e do Sul, que está conseguindo encaminhar o problema de fundo das cervejarias pequenas e micro, (o crescimento e expansão do mercado num território nebuloso e desregulado, com uma demanda galopante e um interesse e um entendimento pífio das autoridades sobre o que é cerveja ou pequena produção) de forma a fomentar e buscar a aproximação do Estado com os produtores e entidades ligadas à pequena produção artesanal, a fim de tentar desembaraçar, esclarecer e agilizar o processo de se estar legal e de criar um território tributário mais fértil às micros e nanos. Aos poucos vamos evoluindo, criando uma consciência de grupo, e mais para frente, quem sabe, uma escola cervejeira. O momento é propício para a luta pela inclusão e esclarecimentos com a sociedade. 12) PIOR FATO CERVEJEIRO O clima de terror instalado na cerveja artesanal, com os incipientes eventos cervejeiros sendo assombrados pela sombra negra do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), somado à falta de reação de nossa gente, que a tudo assistiu lamentando e acusando culpados pelo desastre, sendo que na verdade o setor está desregulado, as leis e órgãos públicos não acompanham as novas demandas, e pessoas e instituições saem à caça às bruxas. A percepção geral de que mais uma vez estamos muito mal servidos de governo, com o dinossauro do Estado (norteados pelas antigas práticas dos grandes conglomerados industriais) nos acossando de um lado, e a falta de liderança e de união na classe micro e caseira do outro. Amedrontada e fugidia, muitas vezes vêm desistindo de procurar seu caminho de legalidade e direito de existir. Se de um lado a coisa evolui para o crescimento da cultura cervejeira, de outro setores da "ultra direita conservadora e autoritária" radicalizam: O MAPA proíbe as cervejas artesanais de forma impositiva, impostos estão galopantes, e em 2012 teve até proposta de deputado conservador tentando proibir de beber em público na rua.

Cervejeiro caseiro da Capitu, vencedor do Concurso Estadual da Acerva Paulista de 2012, de São Paulo (SP): 1) MELHOR ALE NACIONAL Muito boa a Way Irish Red Ale. Bem acabada, constante, versátil. 2) MELHOR LAGER NACIONAL Eisenbanh 5. Boa cerveja, ótimo custo/benefício. 3) MELHOR ALE IMPORTADA McChouffe. Uma cerveja belga bem equilibrada, plena de sabor e aroma, forte e ainda refrescante. 4) MELHOR LAGER IMPORTADA Brooklyn Lager. 5) MELHOR CHOPE Neste momento em que no Brasil se vive a "fase anal" da cerveja especial, onde, como crianças percebendo o mundo, pessoas começam a ter contato com o mundo cervejeiro e se encantam com tudo que lhe pareça mais bizarro, "sensacionalista" nos IBUs ou ABVs, espetáculos de aroma e amargor, se encantam com a pregação da escola cervejeira americana (lemos seus livros, tomamos suas cervejas, usamos o BJCP ou o BA, trazemos gringos para nos ensinar a beber e fazer cerveja e escola cervejeira), gostaria de chamar a atenção para as cervejas equilibradas, e radicais nos detalhes. Parecemos gostar de cervejas que sejam "a mais mais mais" em alguma coisa, e esquecemos da importância do equilíbrio entre os aspectos sensoriais, o drinkability, as sutilezas. Dias passam, cervejas passam, e cada vez mais nos damos conta de que "Deus esta nos detalhes", e aos poucos vai se percebendo que, para ser radical, não precisa ser desequilibrado. A força da expressão pode estar nos arranjos de ingredientes, nas harmonias e resultados sutis provenientes disso. Dando valor ao equilíbrio criativo, fico com o ótimo chope Pale Ale inglês da Britannica, uma "session beer" bem equilibrada, ótimo drinkability, presença de malte e amargor justo. 6) MELHOR BAR CERVEJEIRO Empório Alto dos Pinheiros, pela oferta generosa, e Cervejaria Nacional, pelo arrojo nas criações, interessante proposta de bar, tem fomentado a comunicação/troca com o público e comunidade cervejeira. 7) MELHOR CERVEJA CASEIRA Aqui eu sou suspeito... rssrss. A gente acaba sempre tomando as cervejas dos amigos e pessoas mais próximas. Dos outros Estados, a gente conhece pouco. A circulação é restrita. Uma cerveja de que gostei muito foi uma stout (imperial que não era imperial) que o Linus de Paoli fez e que não fica em nenhuma categoria, a Oaked Dr. Piló, Rotenfuss Bier. Era uma cerveja bem escura, com notas sutis de café e chocolate, tostado e ligeiro frutado, composto com carvalho. Ficou uma coisa de louco. Não tinha um corpo muito elevado, carregava um ótimo drinkability, fantástica fusão de aromas e sabores. Cerveja respeitável, mais presença que o whiskey de que ela faz lembrar. Fico também com a Cafuza, black IPA. equilibrada, mas radical nas sutilezas, e a MenstruAle - rock beer, uma red ale de nome sonoro, bem acabada, dá vontade de beber mais. 8) MELHOR CERVEJA DO ANO, AQUI OU LÁ FORA Aquela que esta em suas mãos e te deixa feliz, naquela hora. Cervejas, assim como bons vinhos, são feitas de momentos. 9) RÓTULO MAIS BONITO DO ANO Gosto da força de expressão e linguagem retrô-pop-construtivista da onda dos rótulos feitos para a Urbana. 10) NOVIDADE DO ANO Os fermentos líquidos, a variedade de cepas agora encontradas no comércio. 11) MELHOR FATO CERVEJEIRO Avanço do Inconsciente Coletivo pró-cerveja na comunidade cervejeira e fora dela. Na contra-maré do clima de terror que rondou as atividades pró #cervejadeverdade esse ano, pessoas e grupos conseguiram se desvencilhar do medo e da ignorância paralisante, e efetivamente conseguiram contribuir muito para a formação de um inconsciente coletivo pró-cerveja, grupos de pessoas mais instruídas e engajadas na luta pela criação de um lugar jurídico e tributário mais favorável ao florescimento da cultura cervejeira brasileira. De fato que: Uma pequena sabedoria e vontade do Estado, poderia gerar um clima onde milhares de empregos e tecnologia agregada, num piscar de olhos e sem nenhum investimento do governo, poderia se instaurar no Brasil gerando também cultura, impostos e hábitos de beber melhor, em menos quantidade. O mesmo acontece com os queijos: tanto potencial e o governo insiste em botar pás-de-cal na forma de exigências sanitárias absurdas, legislação contra, impostos escorchantes, policiamento sem inteligência. O tema floresceu e amadureceu em blogs, listas, entidades (Procerva-PR) e teve ate o pessoal de Minas e do Sul, que está conseguindo encaminhar o problema de fundo das cervejarias pequenas e micro, (o crescimento e expansão do mercado num território nebuloso e desregulado, com uma demanda galopante e um interesse e um entendimento pífio das autoridades sobre o que é cerveja ou pequena produção) de forma a fomentar e buscar a aproximação do Estado com os produtores e entidades ligadas à pequena produção artesanal, a fim de tentar desembaraçar, esclarecer e agilizar o processo de se estar legal e de criar um território tributário mais fértil às micros e nanos. Aos poucos vamos evoluindo, criando uma consciência de grupo, e mais para frente, quem sabe, uma escola cervejeira. O momento é propício para a luta pela inclusão e esclarecimentos com a sociedade. 12) PIOR FATO CERVEJEIRO O clima de terror instalado na cerveja artesanal, com os incipientes eventos cervejeiros sendo assombrados pela sombra negra do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), somado à falta de reação de nossa gente, que a tudo assistiu lamentando e acusando culpados pelo desastre, sendo que na verdade o setor está desregulado, as leis e órgãos públicos não acompanham as novas demandas, e pessoas e instituições saem à caça às bruxas. A percepção geral de que mais uma vez estamos muito mal servidos de governo, com o dinossauro do Estado (norteados pelas antigas práticas dos grandes conglomerados industriais) nos acossando de um lado, e a falta de liderança e de união na classe micro e caseira do outro. Amedrontada e fugidia, muitas vezes vêm desistindo de procurar seu caminho de legalidade e direito de existir. Se de um lado a coisa evolui para o crescimento da cultura cervejeira, de outro setores da "ultra direita conservadora e autoritária" radicalizam: O MAPA proíbe as cervejas artesanais de forma impositiva, impostos estão galopantes, e em 2012 teve até proposta de deputado conservador tentando proibir de beber em público na rua.

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