Hoje é dia de zeppola


Por Míriam Castro
 
 
 
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Alguma vez na vida você deve ter tomado um drinque com cerveja. Se esqueceu é porque talvez ele tenha sido bebido naquele momento da empolgação, quando alguém sugeriu fazer um submarino, famoso “embriagador” preparado com a cerveja que está à mão e o Jägermeister da prateleira. Essa história mudou. Coquetéis com cerveja estão na moda e evoluíram da empolgação sem juízo para receitas criadas por barmen mundo afora. 

Os italianos têm dia certo para comer zeppola. E é hoje, 19 de março, dia de São José. Em todo o sul da Itália, especialmente em Nápoles, na Sicília e na Apúlia, os doces fresquinhos vendidos pelas ruas são o ponto alto da festa de San Giuseppe.

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FOTOS: Fernando Sciarra/Estadão

LEIA MAIS:+ Receita de zeppola

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No Brasil, os descendentes de italianos adotaram o costume e costumam esgotar os estoques nas confeitarias que preparam a receita tradicional. Por aqui, o doce às vezes leva castanha de caju picada em vez da cereja. É assim que faz, por exemplo, a Di Cunto, tradicional panificadora da Mooca.

Comer o doce não serve apenas para homenagear o santo. Também é hábito dar zeppole a todos os amigos chamados José, ou Giuseppe. Como nos costumes cristãos José é parte da Sagrada Família, os italianos aproveitam a data para comemorar o dia dos pais – e dão zeppole de presente também aos progenitores.

Daí também vem o ritual de comprar o doce em múltiplos de três. “Jesus, Maria e José eram três, assim como a Santíssima Trindade”, diz Angelo Perrella, proprietário da confeitaria Asti, no Paraíso. “Março é o terceiro mês do ano e desejamos três coisas quando damos um presente: saúde, paz e prosperidade.” Para garantir a eficácia do número, ele usa três cerejas em vez e uma na decoração da receita.

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Essa tradição de comprar em múltiplos ajuda a alavancar as vendas já altas da época. Missas – e procissões – são comuns no Dia de São José, em São Paulo, e os devotos que lotam igrejas aproveitam e garantem o doce para suas famílias. Algumas paróquias recorrem a confeitarias para produzir seus quitutes. “Vendemos para igrejas de São José no Belenzinho e em Guarulhos”, diz Marco Alfredo Di Cunto Júnior, gerente de marketing da Di Cunto. A rede, que completa 80 anos em março, produz o doce desde que inaugurou a seção de confeitaria, na década de 50.

Um dos primeiros registros formais da zeppola, ao menos com esse nome, está na obra do gastrônomo napolitano Ippolito Cavalcanti. Ele menciona o doce em seu Cucina Teorico-Pratica, publicado em 1837. A origem do doce é anterior e um tanto incerta. Os napolitanos creditam a criação aos mosteiros de Santa Patrícia ou de São Gregório, ambos em Nápoles, no século 16. Mas o costume de consumi-lo no dia de São José se popularizou com o confeiteiro Pasquale Pintauro, que passou a fritá-los nas ruas napolitanas durante a comemoração. Pintauro também foi o responsável por outra tradição napolitana: a sfogliatella, um doce feito com massa folhada.

Na Sicília, por outro lado, existe a lenda de que São José salvou a população de uma grande seca durante a Idade Média, e por isso o doce é consumido em seu dia como sinal de abundância. O chef italiano Giuseppe Gerundino, dono da Accademia Gastronomica, em São Paulo, diz que a origem é anterior. “Na Roma Antiga existia uma variedade de zeppola de trigo integral que era oferecida aos deuses do trigo e do vinho”, conta. Por causa de seu nome, ele se acostumou a ser parabenizado em 19 de março durante a infância na Apúlia. “Os alimentos fritos em azeite são considerados sinais de fartura.”

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Independentemente da origem, as zeppole já são encontrados pela Itália inteira. Apesar de mais forte no sul, a tradição foi levada a outras partes do país por migrantes. Também ganhou o mundo com os descendentes de italianos. Em São Paulo, a Di Cunto espera vender 15 mil unidades hoje, enquanto os funcionários da Asti viraram a noite trabalhando para bater as vendas de 6.800 doces no ano passado. A Big Bread, padaria vizinha à paróquia de São José, no Ipiranga, aproveita o movimento de fiéis e planeja vender 12 mil.

Se, neste dia de São José, encontrar apenas lojas cheias e não conseguir o seu, não se preocupe: o Paladar dá uma receita de zeppola para manter a tradição em casa – clique aqui.

ONDE ENCONTRAR A ZEPPOLA

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Asti Pertence à mesma família da antiga confeitaria Mônaco, no Paraíso, e lota durante a semana de São José. “No ano passado, vendemos 6.800 unidades”, diz o dono, Angelo Perrella. A massa é frita em óleo de coco, passada em açúcar com canela e decorada com três cerejas. R$ 9,50 cada.Onde: R. Cubatão, 580, ParaísoTel.: 5575-3428

Big Bread Bem ao lado da paróquia de São José do Ipiranga, a padaria aproveita o movimento dos fiéis para vender sua receita. Basta atravessar a rua para encontrar uma massa assada coberta com castanha de caju. A expectativa é vender 12 mil unidades hoje. No resto do ano, eles oferecem o quitute todo dia 19. R$ 2,70 cada.Onde: R. Brigadeiro Jordão, 490, IpirangaTel.: 2273-0771

Casa Santa Luzia O doce é encontrado lá apenas nesta semana. Em outras datas, só por encomenda. Surgiu em 2005, quando a equipe pesquisava receitas tradicionais e optou pela versão assada. “Achamos o resultado mais leve e agradável”, diz a gerente de produção Carla Vieira. R$ 7 cada.Onde: Al. Lorena, 1.474, Jd. PaulistaTel.: 3897-5000

Confeitaria Little Com 53 anos de existência, a casa serve as zeppole desde que abriu. “Os fundadores eram italianos e nós, que assumimos o negócio em 1987, somos descendentes e mantivemos a tradição”, diz a proprietária, Alzira Ignoto. No dia 19 a presença é certa, mas o doce também é preparado aleatoriamente em outras épocas do ano. R$ 5,50 cada.Onde: R. General Jardim, 468, V. BuarqueTel.: 3256-5913

Di Cunto A tradicional rede de padarias surgiu na Mooca há 80 anos e serve a zeppola desde a década de 50. Lá, não existe a espera pelo dia 19 de março – o doce é vendido o ano inteiro. Mas a saída aumenta nesta época. A massa frita é passada no mel de flor de laranjeira e coberta com castanha de caju. R$ 7,50 por unidade.Onde: R. Borges de Figueiredo, 61, Mooca. Mais três endereçosTel.: 2081-7100

Il Pastaio Como o carro-chefe da casa são as massas, nem sempre seu nome é relacionado à zeppola. Mas o doce é encontrado lá o ano inteiro com recheios variados, como brigadeiro e doce de leite. Normalmente, a receita usa massa choux assada, mas, no dia de São José, as zeppole são feitas com massa de batata e fritas. De R$ 8 a R$ 10 cada.Onde: Al. Santos, 44, Cerqueira CésarTel.: 3289-8897

>>Veja a íntegra da edição do Paladar de 19/3/2015

 
 
 
 
Alguma vez na vida você deve ter tomado um drinque com cerveja. Se esqueceu é porque talvez ele tenha sido bebido naquele momento da empolgação, quando alguém sugeriu fazer um submarino, famoso “embriagador” preparado com a cerveja que está à mão e o Jägermeister da prateleira. Essa história mudou. Coquetéis com cerveja estão na moda e evoluíram da empolgação sem juízo para receitas criadas por barmen mundo afora. 

Os italianos têm dia certo para comer zeppola. E é hoje, 19 de março, dia de São José. Em todo o sul da Itália, especialmente em Nápoles, na Sicília e na Apúlia, os doces fresquinhos vendidos pelas ruas são o ponto alto da festa de San Giuseppe.

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FOTOS: Fernando Sciarra/Estadão

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No Brasil, os descendentes de italianos adotaram o costume e costumam esgotar os estoques nas confeitarias que preparam a receita tradicional. Por aqui, o doce às vezes leva castanha de caju picada em vez da cereja. É assim que faz, por exemplo, a Di Cunto, tradicional panificadora da Mooca.

Comer o doce não serve apenas para homenagear o santo. Também é hábito dar zeppole a todos os amigos chamados José, ou Giuseppe. Como nos costumes cristãos José é parte da Sagrada Família, os italianos aproveitam a data para comemorar o dia dos pais – e dão zeppole de presente também aos progenitores.

Daí também vem o ritual de comprar o doce em múltiplos de três. “Jesus, Maria e José eram três, assim como a Santíssima Trindade”, diz Angelo Perrella, proprietário da confeitaria Asti, no Paraíso. “Março é o terceiro mês do ano e desejamos três coisas quando damos um presente: saúde, paz e prosperidade.” Para garantir a eficácia do número, ele usa três cerejas em vez e uma na decoração da receita.

Essa tradição de comprar em múltiplos ajuda a alavancar as vendas já altas da época. Missas – e procissões – são comuns no Dia de São José, em São Paulo, e os devotos que lotam igrejas aproveitam e garantem o doce para suas famílias. Algumas paróquias recorrem a confeitarias para produzir seus quitutes. “Vendemos para igrejas de São José no Belenzinho e em Guarulhos”, diz Marco Alfredo Di Cunto Júnior, gerente de marketing da Di Cunto. A rede, que completa 80 anos em março, produz o doce desde que inaugurou a seção de confeitaria, na década de 50.

Um dos primeiros registros formais da zeppola, ao menos com esse nome, está na obra do gastrônomo napolitano Ippolito Cavalcanti. Ele menciona o doce em seu Cucina Teorico-Pratica, publicado em 1837. A origem do doce é anterior e um tanto incerta. Os napolitanos creditam a criação aos mosteiros de Santa Patrícia ou de São Gregório, ambos em Nápoles, no século 16. Mas o costume de consumi-lo no dia de São José se popularizou com o confeiteiro Pasquale Pintauro, que passou a fritá-los nas ruas napolitanas durante a comemoração. Pintauro também foi o responsável por outra tradição napolitana: a sfogliatella, um doce feito com massa folhada.

Na Sicília, por outro lado, existe a lenda de que São José salvou a população de uma grande seca durante a Idade Média, e por isso o doce é consumido em seu dia como sinal de abundância. O chef italiano Giuseppe Gerundino, dono da Accademia Gastronomica, em São Paulo, diz que a origem é anterior. “Na Roma Antiga existia uma variedade de zeppola de trigo integral que era oferecida aos deuses do trigo e do vinho”, conta. Por causa de seu nome, ele se acostumou a ser parabenizado em 19 de março durante a infância na Apúlia. “Os alimentos fritos em azeite são considerados sinais de fartura.”

Independentemente da origem, as zeppole já são encontrados pela Itália inteira. Apesar de mais forte no sul, a tradição foi levada a outras partes do país por migrantes. Também ganhou o mundo com os descendentes de italianos. Em São Paulo, a Di Cunto espera vender 15 mil unidades hoje, enquanto os funcionários da Asti viraram a noite trabalhando para bater as vendas de 6.800 doces no ano passado. A Big Bread, padaria vizinha à paróquia de São José, no Ipiranga, aproveita o movimento de fiéis e planeja vender 12 mil.

Se, neste dia de São José, encontrar apenas lojas cheias e não conseguir o seu, não se preocupe: o Paladar dá uma receita de zeppola para manter a tradição em casa – clique aqui.

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Asti Pertence à mesma família da antiga confeitaria Mônaco, no Paraíso, e lota durante a semana de São José. “No ano passado, vendemos 6.800 unidades”, diz o dono, Angelo Perrella. A massa é frita em óleo de coco, passada em açúcar com canela e decorada com três cerejas. R$ 9,50 cada.Onde: R. Cubatão, 580, ParaísoTel.: 5575-3428

Big Bread Bem ao lado da paróquia de São José do Ipiranga, a padaria aproveita o movimento dos fiéis para vender sua receita. Basta atravessar a rua para encontrar uma massa assada coberta com castanha de caju. A expectativa é vender 12 mil unidades hoje. No resto do ano, eles oferecem o quitute todo dia 19. R$ 2,70 cada.Onde: R. Brigadeiro Jordão, 490, IpirangaTel.: 2273-0771

Casa Santa Luzia O doce é encontrado lá apenas nesta semana. Em outras datas, só por encomenda. Surgiu em 2005, quando a equipe pesquisava receitas tradicionais e optou pela versão assada. “Achamos o resultado mais leve e agradável”, diz a gerente de produção Carla Vieira. R$ 7 cada.Onde: Al. Lorena, 1.474, Jd. PaulistaTel.: 3897-5000

Confeitaria Little Com 53 anos de existência, a casa serve as zeppole desde que abriu. “Os fundadores eram italianos e nós, que assumimos o negócio em 1987, somos descendentes e mantivemos a tradição”, diz a proprietária, Alzira Ignoto. No dia 19 a presença é certa, mas o doce também é preparado aleatoriamente em outras épocas do ano. R$ 5,50 cada.Onde: R. General Jardim, 468, V. BuarqueTel.: 3256-5913

Di Cunto A tradicional rede de padarias surgiu na Mooca há 80 anos e serve a zeppola desde a década de 50. Lá, não existe a espera pelo dia 19 de março – o doce é vendido o ano inteiro. Mas a saída aumenta nesta época. A massa frita é passada no mel de flor de laranjeira e coberta com castanha de caju. R$ 7,50 por unidade.Onde: R. Borges de Figueiredo, 61, Mooca. Mais três endereçosTel.: 2081-7100

Il Pastaio Como o carro-chefe da casa são as massas, nem sempre seu nome é relacionado à zeppola. Mas o doce é encontrado lá o ano inteiro com recheios variados, como brigadeiro e doce de leite. Normalmente, a receita usa massa choux assada, mas, no dia de São José, as zeppole são feitas com massa de batata e fritas. De R$ 8 a R$ 10 cada.Onde: Al. Santos, 44, Cerqueira CésarTel.: 3289-8897

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Os italianos têm dia certo para comer zeppola. E é hoje, 19 de março, dia de São José. Em todo o sul da Itália, especialmente em Nápoles, na Sicília e na Apúlia, os doces fresquinhos vendidos pelas ruas são o ponto alto da festa de San Giuseppe.

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No Brasil, os descendentes de italianos adotaram o costume e costumam esgotar os estoques nas confeitarias que preparam a receita tradicional. Por aqui, o doce às vezes leva castanha de caju picada em vez da cereja. É assim que faz, por exemplo, a Di Cunto, tradicional panificadora da Mooca.

Comer o doce não serve apenas para homenagear o santo. Também é hábito dar zeppole a todos os amigos chamados José, ou Giuseppe. Como nos costumes cristãos José é parte da Sagrada Família, os italianos aproveitam a data para comemorar o dia dos pais – e dão zeppole de presente também aos progenitores.

Daí também vem o ritual de comprar o doce em múltiplos de três. “Jesus, Maria e José eram três, assim como a Santíssima Trindade”, diz Angelo Perrella, proprietário da confeitaria Asti, no Paraíso. “Março é o terceiro mês do ano e desejamos três coisas quando damos um presente: saúde, paz e prosperidade.” Para garantir a eficácia do número, ele usa três cerejas em vez e uma na decoração da receita.

Essa tradição de comprar em múltiplos ajuda a alavancar as vendas já altas da época. Missas – e procissões – são comuns no Dia de São José, em São Paulo, e os devotos que lotam igrejas aproveitam e garantem o doce para suas famílias. Algumas paróquias recorrem a confeitarias para produzir seus quitutes. “Vendemos para igrejas de São José no Belenzinho e em Guarulhos”, diz Marco Alfredo Di Cunto Júnior, gerente de marketing da Di Cunto. A rede, que completa 80 anos em março, produz o doce desde que inaugurou a seção de confeitaria, na década de 50.

Um dos primeiros registros formais da zeppola, ao menos com esse nome, está na obra do gastrônomo napolitano Ippolito Cavalcanti. Ele menciona o doce em seu Cucina Teorico-Pratica, publicado em 1837. A origem do doce é anterior e um tanto incerta. Os napolitanos creditam a criação aos mosteiros de Santa Patrícia ou de São Gregório, ambos em Nápoles, no século 16. Mas o costume de consumi-lo no dia de São José se popularizou com o confeiteiro Pasquale Pintauro, que passou a fritá-los nas ruas napolitanas durante a comemoração. Pintauro também foi o responsável por outra tradição napolitana: a sfogliatella, um doce feito com massa folhada.

Na Sicília, por outro lado, existe a lenda de que São José salvou a população de uma grande seca durante a Idade Média, e por isso o doce é consumido em seu dia como sinal de abundância. O chef italiano Giuseppe Gerundino, dono da Accademia Gastronomica, em São Paulo, diz que a origem é anterior. “Na Roma Antiga existia uma variedade de zeppola de trigo integral que era oferecida aos deuses do trigo e do vinho”, conta. Por causa de seu nome, ele se acostumou a ser parabenizado em 19 de março durante a infância na Apúlia. “Os alimentos fritos em azeite são considerados sinais de fartura.”

Independentemente da origem, as zeppole já são encontrados pela Itália inteira. Apesar de mais forte no sul, a tradição foi levada a outras partes do país por migrantes. Também ganhou o mundo com os descendentes de italianos. Em São Paulo, a Di Cunto espera vender 15 mil unidades hoje, enquanto os funcionários da Asti viraram a noite trabalhando para bater as vendas de 6.800 doces no ano passado. A Big Bread, padaria vizinha à paróquia de São José, no Ipiranga, aproveita o movimento de fiéis e planeja vender 12 mil.

Se, neste dia de São José, encontrar apenas lojas cheias e não conseguir o seu, não se preocupe: o Paladar dá uma receita de zeppola para manter a tradição em casa – clique aqui.

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Asti Pertence à mesma família da antiga confeitaria Mônaco, no Paraíso, e lota durante a semana de São José. “No ano passado, vendemos 6.800 unidades”, diz o dono, Angelo Perrella. A massa é frita em óleo de coco, passada em açúcar com canela e decorada com três cerejas. R$ 9,50 cada.Onde: R. Cubatão, 580, ParaísoTel.: 5575-3428

Big Bread Bem ao lado da paróquia de São José do Ipiranga, a padaria aproveita o movimento dos fiéis para vender sua receita. Basta atravessar a rua para encontrar uma massa assada coberta com castanha de caju. A expectativa é vender 12 mil unidades hoje. No resto do ano, eles oferecem o quitute todo dia 19. R$ 2,70 cada.Onde: R. Brigadeiro Jordão, 490, IpirangaTel.: 2273-0771

Casa Santa Luzia O doce é encontrado lá apenas nesta semana. Em outras datas, só por encomenda. Surgiu em 2005, quando a equipe pesquisava receitas tradicionais e optou pela versão assada. “Achamos o resultado mais leve e agradável”, diz a gerente de produção Carla Vieira. R$ 7 cada.Onde: Al. Lorena, 1.474, Jd. PaulistaTel.: 3897-5000

Confeitaria Little Com 53 anos de existência, a casa serve as zeppole desde que abriu. “Os fundadores eram italianos e nós, que assumimos o negócio em 1987, somos descendentes e mantivemos a tradição”, diz a proprietária, Alzira Ignoto. No dia 19 a presença é certa, mas o doce também é preparado aleatoriamente em outras épocas do ano. R$ 5,50 cada.Onde: R. General Jardim, 468, V. BuarqueTel.: 3256-5913

Di Cunto A tradicional rede de padarias surgiu na Mooca há 80 anos e serve a zeppola desde a década de 50. Lá, não existe a espera pelo dia 19 de março – o doce é vendido o ano inteiro. Mas a saída aumenta nesta época. A massa frita é passada no mel de flor de laranjeira e coberta com castanha de caju. R$ 7,50 por unidade.Onde: R. Borges de Figueiredo, 61, Mooca. Mais três endereçosTel.: 2081-7100

Il Pastaio Como o carro-chefe da casa são as massas, nem sempre seu nome é relacionado à zeppola. Mas o doce é encontrado lá o ano inteiro com recheios variados, como brigadeiro e doce de leite. Normalmente, a receita usa massa choux assada, mas, no dia de São José, as zeppole são feitas com massa de batata e fritas. De R$ 8 a R$ 10 cada.Onde: Al. Santos, 44, Cerqueira CésarTel.: 3289-8897

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Os italianos têm dia certo para comer zeppola. E é hoje, 19 de março, dia de São José. Em todo o sul da Itália, especialmente em Nápoles, na Sicília e na Apúlia, os doces fresquinhos vendidos pelas ruas são o ponto alto da festa de San Giuseppe.

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No Brasil, os descendentes de italianos adotaram o costume e costumam esgotar os estoques nas confeitarias que preparam a receita tradicional. Por aqui, o doce às vezes leva castanha de caju picada em vez da cereja. É assim que faz, por exemplo, a Di Cunto, tradicional panificadora da Mooca.

Comer o doce não serve apenas para homenagear o santo. Também é hábito dar zeppole a todos os amigos chamados José, ou Giuseppe. Como nos costumes cristãos José é parte da Sagrada Família, os italianos aproveitam a data para comemorar o dia dos pais – e dão zeppole de presente também aos progenitores.

Daí também vem o ritual de comprar o doce em múltiplos de três. “Jesus, Maria e José eram três, assim como a Santíssima Trindade”, diz Angelo Perrella, proprietário da confeitaria Asti, no Paraíso. “Março é o terceiro mês do ano e desejamos três coisas quando damos um presente: saúde, paz e prosperidade.” Para garantir a eficácia do número, ele usa três cerejas em vez e uma na decoração da receita.

Essa tradição de comprar em múltiplos ajuda a alavancar as vendas já altas da época. Missas – e procissões – são comuns no Dia de São José, em São Paulo, e os devotos que lotam igrejas aproveitam e garantem o doce para suas famílias. Algumas paróquias recorrem a confeitarias para produzir seus quitutes. “Vendemos para igrejas de São José no Belenzinho e em Guarulhos”, diz Marco Alfredo Di Cunto Júnior, gerente de marketing da Di Cunto. A rede, que completa 80 anos em março, produz o doce desde que inaugurou a seção de confeitaria, na década de 50.

Um dos primeiros registros formais da zeppola, ao menos com esse nome, está na obra do gastrônomo napolitano Ippolito Cavalcanti. Ele menciona o doce em seu Cucina Teorico-Pratica, publicado em 1837. A origem do doce é anterior e um tanto incerta. Os napolitanos creditam a criação aos mosteiros de Santa Patrícia ou de São Gregório, ambos em Nápoles, no século 16. Mas o costume de consumi-lo no dia de São José se popularizou com o confeiteiro Pasquale Pintauro, que passou a fritá-los nas ruas napolitanas durante a comemoração. Pintauro também foi o responsável por outra tradição napolitana: a sfogliatella, um doce feito com massa folhada.

Na Sicília, por outro lado, existe a lenda de que São José salvou a população de uma grande seca durante a Idade Média, e por isso o doce é consumido em seu dia como sinal de abundância. O chef italiano Giuseppe Gerundino, dono da Accademia Gastronomica, em São Paulo, diz que a origem é anterior. “Na Roma Antiga existia uma variedade de zeppola de trigo integral que era oferecida aos deuses do trigo e do vinho”, conta. Por causa de seu nome, ele se acostumou a ser parabenizado em 19 de março durante a infância na Apúlia. “Os alimentos fritos em azeite são considerados sinais de fartura.”

Independentemente da origem, as zeppole já são encontrados pela Itália inteira. Apesar de mais forte no sul, a tradição foi levada a outras partes do país por migrantes. Também ganhou o mundo com os descendentes de italianos. Em São Paulo, a Di Cunto espera vender 15 mil unidades hoje, enquanto os funcionários da Asti viraram a noite trabalhando para bater as vendas de 6.800 doces no ano passado. A Big Bread, padaria vizinha à paróquia de São José, no Ipiranga, aproveita o movimento de fiéis e planeja vender 12 mil.

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Big Bread Bem ao lado da paróquia de São José do Ipiranga, a padaria aproveita o movimento dos fiéis para vender sua receita. Basta atravessar a rua para encontrar uma massa assada coberta com castanha de caju. A expectativa é vender 12 mil unidades hoje. No resto do ano, eles oferecem o quitute todo dia 19. R$ 2,70 cada.Onde: R. Brigadeiro Jordão, 490, IpirangaTel.: 2273-0771

Casa Santa Luzia O doce é encontrado lá apenas nesta semana. Em outras datas, só por encomenda. Surgiu em 2005, quando a equipe pesquisava receitas tradicionais e optou pela versão assada. “Achamos o resultado mais leve e agradável”, diz a gerente de produção Carla Vieira. R$ 7 cada.Onde: Al. Lorena, 1.474, Jd. PaulistaTel.: 3897-5000

Confeitaria Little Com 53 anos de existência, a casa serve as zeppole desde que abriu. “Os fundadores eram italianos e nós, que assumimos o negócio em 1987, somos descendentes e mantivemos a tradição”, diz a proprietária, Alzira Ignoto. No dia 19 a presença é certa, mas o doce também é preparado aleatoriamente em outras épocas do ano. R$ 5,50 cada.Onde: R. General Jardim, 468, V. BuarqueTel.: 3256-5913

Di Cunto A tradicional rede de padarias surgiu na Mooca há 80 anos e serve a zeppola desde a década de 50. Lá, não existe a espera pelo dia 19 de março – o doce é vendido o ano inteiro. Mas a saída aumenta nesta época. A massa frita é passada no mel de flor de laranjeira e coberta com castanha de caju. R$ 7,50 por unidade.Onde: R. Borges de Figueiredo, 61, Mooca. Mais três endereçosTel.: 2081-7100

Il Pastaio Como o carro-chefe da casa são as massas, nem sempre seu nome é relacionado à zeppola. Mas o doce é encontrado lá o ano inteiro com recheios variados, como brigadeiro e doce de leite. Normalmente, a receita usa massa choux assada, mas, no dia de São José, as zeppole são feitas com massa de batata e fritas. De R$ 8 a R$ 10 cada.Onde: Al. Santos, 44, Cerqueira CésarTel.: 3289-8897

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