Eu só queria jantar

De balcões, mesas e chapas


Em 2006, publiquei no Divirta-se uma resenha sobre o Sushi Hiroshi, em Santana. À época, comentei que se tratava de um boa opção para os moradores dos arredores. Sete anos depois, eu amplio o raio da minha opinião: é o japonês mais confiável da zona norte. A região, convenhamos, não é lá bem municiada de nipônicos. Mas, de um jeito próprio, autorreferente, Julio Hiroshi criou uma casa confortável e bem apresentada.

Por Luiz Américo Camargo

Zona Norte. Sushi Hiroshi se confirma como o melhor japonês da região. FOTO: Filipe Araújo/Estadão

Aberto desde 1996, o restaurante serve várias coisas à maneira tradicional. Já outras tantas são menos convencionais. Nesse último grupo, algumas nem são boas, é fato. Mas outras, sim. É o caso do ?quibe cru? japonês (R$ 27), com atum picado, ovas (que variam), gergelim e temperos variados. Um acinte? Quem sabe. Mas agradável. Ou o kaisen de polvo (R$ 38), com fatias do molusco temperadas com azeite, gengibre, limão e shoyu.

Nos niguiris, Hiroshi e sua brigada são adeptos dos cortes mais espessos, com bolinhos mais para graúdos. E é cuidadoso com a qualidade do gengibre, do chá, do bentô do almoço. Se não é brilhante, é bastante direito.

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Por este restaurante?

Porque é uma dica regional.

Vale?

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Estando na área, vale uma passada.

Benihana.

Dependendo do horário, é difícil ir ao Benihana sem encarar alguma fila. E conseguir um lugar em torno da chapa, diante dos chefs do teppan, pode exigir reserva com antecedência. Aberta em dezembro, a unidade brasileira da gigantesca franquia americana já nasceu assim, concorrida. É verdade que as carnes e frutos do mar chapeados são os carros-chefes. E que a cozinha fria é quase ignorada pelos próprios atendentes, que não deixam pedir niguiri em unidade (só em par). Mas os sushis são razoáveis: bem moldados, com arroz bem equilibrado no tempero. No que diz respeito ao teppan, conta mais a performance do que o prato. Como é do estilo do Benihana, os chapeiros fazem malabarismos com garfos e espátulas, com a própria comida, produzem muito barulho e muita fumaça (que é inevitável). Por vezes, pedem a participação dos comensais: brincam de jogar um prato, de arremessar um camarão na boca, etc. A maioria vibra, tira fotos. Eu, que só queria jantar, reparei em alguns rostos um pânico semelhante ao de estar numa peça do Zé Celso sob risco de ser arrancado da plateia para o palco. A questão é que, mise-en-scène à parte, vieiras, filés e outros ingredientes, tratados com manteiga de alho, com limão, ou ao teriyaki, simplesmente perdem sua expressão de sabor. A desatenção com os detalhes também é notória. A salada que acompanha os teppans (como o hibachi steak, bife de chorizo com cogumelos, R$ 65), por exemplo, chega à mesa saída da geladeira, como num fast-food. E é o padrão: aconteceu no salão (chamado de lounge) e também no lugar dito mais nobre, em torno da chapa. Cheguei a me animar quando vi um camarão na cocção certa, translúcido... Mas nem aquele deu certo. Foi sonho. Se você já comeu teppan no Japão, então, melhor nem comparar.

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Por que este restaurante?

Por que é uma novidade.

Vale?

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Se você quer performance, pode ser divertido. Se quer comida, não.

SERVIÇO

Sushi Hiroshi

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R. Cap. Manuel Novaes, 189, Santana Tel.: 2979-6677 Horário de funcionamento: 11h30/14h30 e 18h30/23h30 (sáb., 12h/15h e 19h/23h30; dom., 12h/15h e 19h/22h30; fecha 4ª) Cc.: todos

Benihana

R. Amauri, 517, Itaim Tel.: 3078-2549 Horário de funcionamento: 12h/15h e 19h/0h (6ª e sáb., 12h/1h; dom., 12h/23h) Cc.: todos

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>> Veja todos os textos publicados na edição de 31/1/13 do 'Paladar'

Zona Norte. Sushi Hiroshi se confirma como o melhor japonês da região. FOTO: Filipe Araújo/Estadão

Aberto desde 1996, o restaurante serve várias coisas à maneira tradicional. Já outras tantas são menos convencionais. Nesse último grupo, algumas nem são boas, é fato. Mas outras, sim. É o caso do ?quibe cru? japonês (R$ 27), com atum picado, ovas (que variam), gergelim e temperos variados. Um acinte? Quem sabe. Mas agradável. Ou o kaisen de polvo (R$ 38), com fatias do molusco temperadas com azeite, gengibre, limão e shoyu.

Nos niguiris, Hiroshi e sua brigada são adeptos dos cortes mais espessos, com bolinhos mais para graúdos. E é cuidadoso com a qualidade do gengibre, do chá, do bentô do almoço. Se não é brilhante, é bastante direito.

Por este restaurante?

Porque é uma dica regional.

Vale?

Estando na área, vale uma passada.

Benihana.

Dependendo do horário, é difícil ir ao Benihana sem encarar alguma fila. E conseguir um lugar em torno da chapa, diante dos chefs do teppan, pode exigir reserva com antecedência. Aberta em dezembro, a unidade brasileira da gigantesca franquia americana já nasceu assim, concorrida. É verdade que as carnes e frutos do mar chapeados são os carros-chefes. E que a cozinha fria é quase ignorada pelos próprios atendentes, que não deixam pedir niguiri em unidade (só em par). Mas os sushis são razoáveis: bem moldados, com arroz bem equilibrado no tempero. No que diz respeito ao teppan, conta mais a performance do que o prato. Como é do estilo do Benihana, os chapeiros fazem malabarismos com garfos e espátulas, com a própria comida, produzem muito barulho e muita fumaça (que é inevitável). Por vezes, pedem a participação dos comensais: brincam de jogar um prato, de arremessar um camarão na boca, etc. A maioria vibra, tira fotos. Eu, que só queria jantar, reparei em alguns rostos um pânico semelhante ao de estar numa peça do Zé Celso sob risco de ser arrancado da plateia para o palco. A questão é que, mise-en-scène à parte, vieiras, filés e outros ingredientes, tratados com manteiga de alho, com limão, ou ao teriyaki, simplesmente perdem sua expressão de sabor. A desatenção com os detalhes também é notória. A salada que acompanha os teppans (como o hibachi steak, bife de chorizo com cogumelos, R$ 65), por exemplo, chega à mesa saída da geladeira, como num fast-food. E é o padrão: aconteceu no salão (chamado de lounge) e também no lugar dito mais nobre, em torno da chapa. Cheguei a me animar quando vi um camarão na cocção certa, translúcido... Mas nem aquele deu certo. Foi sonho. Se você já comeu teppan no Japão, então, melhor nem comparar.

Por que este restaurante?

Por que é uma novidade.

Vale?

Se você quer performance, pode ser divertido. Se quer comida, não.

SERVIÇO

Sushi Hiroshi

R. Cap. Manuel Novaes, 189, Santana Tel.: 2979-6677 Horário de funcionamento: 11h30/14h30 e 18h30/23h30 (sáb., 12h/15h e 19h/23h30; dom., 12h/15h e 19h/22h30; fecha 4ª) Cc.: todos

Benihana

R. Amauri, 517, Itaim Tel.: 3078-2549 Horário de funcionamento: 12h/15h e 19h/0h (6ª e sáb., 12h/1h; dom., 12h/23h) Cc.: todos

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Zona Norte. Sushi Hiroshi se confirma como o melhor japonês da região. FOTO: Filipe Araújo/Estadão

Aberto desde 1996, o restaurante serve várias coisas à maneira tradicional. Já outras tantas são menos convencionais. Nesse último grupo, algumas nem são boas, é fato. Mas outras, sim. É o caso do ?quibe cru? japonês (R$ 27), com atum picado, ovas (que variam), gergelim e temperos variados. Um acinte? Quem sabe. Mas agradável. Ou o kaisen de polvo (R$ 38), com fatias do molusco temperadas com azeite, gengibre, limão e shoyu.

Nos niguiris, Hiroshi e sua brigada são adeptos dos cortes mais espessos, com bolinhos mais para graúdos. E é cuidadoso com a qualidade do gengibre, do chá, do bentô do almoço. Se não é brilhante, é bastante direito.

Por este restaurante?

Porque é uma dica regional.

Vale?

Estando na área, vale uma passada.

Benihana.

Dependendo do horário, é difícil ir ao Benihana sem encarar alguma fila. E conseguir um lugar em torno da chapa, diante dos chefs do teppan, pode exigir reserva com antecedência. Aberta em dezembro, a unidade brasileira da gigantesca franquia americana já nasceu assim, concorrida. É verdade que as carnes e frutos do mar chapeados são os carros-chefes. E que a cozinha fria é quase ignorada pelos próprios atendentes, que não deixam pedir niguiri em unidade (só em par). Mas os sushis são razoáveis: bem moldados, com arroz bem equilibrado no tempero. No que diz respeito ao teppan, conta mais a performance do que o prato. Como é do estilo do Benihana, os chapeiros fazem malabarismos com garfos e espátulas, com a própria comida, produzem muito barulho e muita fumaça (que é inevitável). Por vezes, pedem a participação dos comensais: brincam de jogar um prato, de arremessar um camarão na boca, etc. A maioria vibra, tira fotos. Eu, que só queria jantar, reparei em alguns rostos um pânico semelhante ao de estar numa peça do Zé Celso sob risco de ser arrancado da plateia para o palco. A questão é que, mise-en-scène à parte, vieiras, filés e outros ingredientes, tratados com manteiga de alho, com limão, ou ao teriyaki, simplesmente perdem sua expressão de sabor. A desatenção com os detalhes também é notória. A salada que acompanha os teppans (como o hibachi steak, bife de chorizo com cogumelos, R$ 65), por exemplo, chega à mesa saída da geladeira, como num fast-food. E é o padrão: aconteceu no salão (chamado de lounge) e também no lugar dito mais nobre, em torno da chapa. Cheguei a me animar quando vi um camarão na cocção certa, translúcido... Mas nem aquele deu certo. Foi sonho. Se você já comeu teppan no Japão, então, melhor nem comparar.

Por que este restaurante?

Por que é uma novidade.

Vale?

Se você quer performance, pode ser divertido. Se quer comida, não.

SERVIÇO

Sushi Hiroshi

R. Cap. Manuel Novaes, 189, Santana Tel.: 2979-6677 Horário de funcionamento: 11h30/14h30 e 18h30/23h30 (sáb., 12h/15h e 19h/23h30; dom., 12h/15h e 19h/22h30; fecha 4ª) Cc.: todos

Benihana

R. Amauri, 517, Itaim Tel.: 3078-2549 Horário de funcionamento: 12h/15h e 19h/0h (6ª e sáb., 12h/1h; dom., 12h/23h) Cc.: todos

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Zona Norte. Sushi Hiroshi se confirma como o melhor japonês da região. FOTO: Filipe Araújo/Estadão

Aberto desde 1996, o restaurante serve várias coisas à maneira tradicional. Já outras tantas são menos convencionais. Nesse último grupo, algumas nem são boas, é fato. Mas outras, sim. É o caso do ?quibe cru? japonês (R$ 27), com atum picado, ovas (que variam), gergelim e temperos variados. Um acinte? Quem sabe. Mas agradável. Ou o kaisen de polvo (R$ 38), com fatias do molusco temperadas com azeite, gengibre, limão e shoyu.

Nos niguiris, Hiroshi e sua brigada são adeptos dos cortes mais espessos, com bolinhos mais para graúdos. E é cuidadoso com a qualidade do gengibre, do chá, do bentô do almoço. Se não é brilhante, é bastante direito.

Por este restaurante?

Porque é uma dica regional.

Vale?

Estando na área, vale uma passada.

Benihana.

Dependendo do horário, é difícil ir ao Benihana sem encarar alguma fila. E conseguir um lugar em torno da chapa, diante dos chefs do teppan, pode exigir reserva com antecedência. Aberta em dezembro, a unidade brasileira da gigantesca franquia americana já nasceu assim, concorrida. É verdade que as carnes e frutos do mar chapeados são os carros-chefes. E que a cozinha fria é quase ignorada pelos próprios atendentes, que não deixam pedir niguiri em unidade (só em par). Mas os sushis são razoáveis: bem moldados, com arroz bem equilibrado no tempero. No que diz respeito ao teppan, conta mais a performance do que o prato. Como é do estilo do Benihana, os chapeiros fazem malabarismos com garfos e espátulas, com a própria comida, produzem muito barulho e muita fumaça (que é inevitável). Por vezes, pedem a participação dos comensais: brincam de jogar um prato, de arremessar um camarão na boca, etc. A maioria vibra, tira fotos. Eu, que só queria jantar, reparei em alguns rostos um pânico semelhante ao de estar numa peça do Zé Celso sob risco de ser arrancado da plateia para o palco. A questão é que, mise-en-scène à parte, vieiras, filés e outros ingredientes, tratados com manteiga de alho, com limão, ou ao teriyaki, simplesmente perdem sua expressão de sabor. A desatenção com os detalhes também é notória. A salada que acompanha os teppans (como o hibachi steak, bife de chorizo com cogumelos, R$ 65), por exemplo, chega à mesa saída da geladeira, como num fast-food. E é o padrão: aconteceu no salão (chamado de lounge) e também no lugar dito mais nobre, em torno da chapa. Cheguei a me animar quando vi um camarão na cocção certa, translúcido... Mas nem aquele deu certo. Foi sonho. Se você já comeu teppan no Japão, então, melhor nem comparar.

Por que este restaurante?

Por que é uma novidade.

Vale?

Se você quer performance, pode ser divertido. Se quer comida, não.

SERVIÇO

Sushi Hiroshi

R. Cap. Manuel Novaes, 189, Santana Tel.: 2979-6677 Horário de funcionamento: 11h30/14h30 e 18h30/23h30 (sáb., 12h/15h e 19h/23h30; dom., 12h/15h e 19h/22h30; fecha 4ª) Cc.: todos

Benihana

R. Amauri, 517, Itaim Tel.: 3078-2549 Horário de funcionamento: 12h/15h e 19h/0h (6ª e sáb., 12h/1h; dom., 12h/23h) Cc.: todos

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