Eu só queria jantar

Tripla cidadania, técnica apurada


Muito tem se comentado sobre o polo gastronômico da Rua dos Pinheiros. A movimentação de casas e chefs começou na década passada (não incluo aqui pioneiros da região, como a Vinheira Percussi), ficou intensa nos últimos anos e segue em plena atividade. Em meio a uma considerável variedade de estilos, o estabelecimento gastronomicamente mais relevante dos arredores me parece justamente um dos menos badalados. Eu me refiro ao Miya, no início da Rua Fradique Coutinho - trecho que foi de difícil circulação durante um longo período por causa das obras do metrô.

Por Luiz Américo Camargo
 

Consistente. Ambiente do Miya, que antige equilíbrio aos dois anos. FOTO: Evelson de Freitas/Estadão

Numa primeira fase - falo por uma percepção muito pessoal - o Miya talvez estivesse em busca de uma identidade. Deveria ser gastronômico ou mais casual? Qual o tamanho de suas pretensões? Era algo que se refletia em certa frieza técnica na cozinha e num discurso cansativo no salão, com garçons presentes demais. Agora, aos dois anos, a casa se mostra mais segura na condição de um pequeno restaurante autoral, mais convicta de suas criações. E com um serviço mais empenhado em atender com cordialidade do que em explicar, embora levemente confuso.

continua após a publicidade

Com pratos bem executados e um consistente arco de influências, o restaurante é, mais do que nunca, a expressão de seu chef e proprietário, Flávio Miyamura, que trabalhou no D.O.M., comandou o Eñe e nunca se desconectou de suas raízes nipônicas. O menu atual, entre novidades e pratos já mais conhecidos, traduz esse espírito eclético - que, por outro lado, nada tem de indeciso. Exemplos? Entradas como a berinjela chamuscada com pasta de missô (R$ 21) e o caldo de karê com legumes, disponível eventualmente no menu do almoço. Principais como o leitão assado com purê de batatas (R$ 68) e o arroz com frango caipira, chorizo e ervilha torta (R$ 47), profundos de sabor e valorizando a essência de cada receita.

Flávio Miyamura trata os pescados notadamente bem. Tem noção de ponto, de textura, sabe extrair o que há de particular em cada variedade. Seja valorizando a carne firme, porém delicada, do namorado, servido na boa caldeirada do cardápio executivo; ou, especialmente, no vermelho com escamas crocantes, acompanhado por riso al salto, o risoto compactado e salteado. (O peixe é preparado com a técnica espanhola de verter a gordura quente sobre o lado da pele, trincando as escamas instantaneamente.) Em resumo, é um lugar para se comer bem, num ambiente tranquilo - e curiosamente menos aclarado pelos holofotes da cena gastronômica da Rua dos Pinheiros.

O chef do Miya, Flávio Miyamura, estará no Paladar Cozinha do Brasil, realizado nos dias 20 e 21 de setembro no campus Vila Olímpia da Anhembi Morumbi. Ele vai ensinar - com o público cozinhando ao lado dele - como fazer grandes pratos com camarão seco, peixe salgado, aviú e outros ingredientes que custam pouco mas muito rendem na cozinha. Compre seu ingresso. 

continua após a publicidade

Por que este restaurante? Pela boa cozinha do chef Miyamura, de matriz contemporânea com ecos japoneses, espanhóis e valorização de ingredientes brasileiros.

Vale? O almoço executivo, que custa R$ 45, é caprichado e as sugestões variam. Pelo cardápio, a refeição fica em torno de R$ 100, sem bebidas. Já a carta de vinhos é pouco atraente e cara - especialmente no caso dos rótulos mais simples. Vale.

SERVIÇO - Miya R. Fradique Coutinho, 47, Pinheiros. Tel.: 2359-8760 Horário de funcionamento: 12h/15h e 19h/0h (6ª, até 0h30; sáb., 13h/16h e 20h/0h30; dom., 13h/17h; fecha 2ª) Cc.: todos

continua após a publicidade

>>Veja a íntegra da edição do Paladar de 21/8/2014

 

Consistente. Ambiente do Miya, que antige equilíbrio aos dois anos. FOTO: Evelson de Freitas/Estadão

Numa primeira fase - falo por uma percepção muito pessoal - o Miya talvez estivesse em busca de uma identidade. Deveria ser gastronômico ou mais casual? Qual o tamanho de suas pretensões? Era algo que se refletia em certa frieza técnica na cozinha e num discurso cansativo no salão, com garçons presentes demais. Agora, aos dois anos, a casa se mostra mais segura na condição de um pequeno restaurante autoral, mais convicta de suas criações. E com um serviço mais empenhado em atender com cordialidade do que em explicar, embora levemente confuso.

Com pratos bem executados e um consistente arco de influências, o restaurante é, mais do que nunca, a expressão de seu chef e proprietário, Flávio Miyamura, que trabalhou no D.O.M., comandou o Eñe e nunca se desconectou de suas raízes nipônicas. O menu atual, entre novidades e pratos já mais conhecidos, traduz esse espírito eclético - que, por outro lado, nada tem de indeciso. Exemplos? Entradas como a berinjela chamuscada com pasta de missô (R$ 21) e o caldo de karê com legumes, disponível eventualmente no menu do almoço. Principais como o leitão assado com purê de batatas (R$ 68) e o arroz com frango caipira, chorizo e ervilha torta (R$ 47), profundos de sabor e valorizando a essência de cada receita.

Flávio Miyamura trata os pescados notadamente bem. Tem noção de ponto, de textura, sabe extrair o que há de particular em cada variedade. Seja valorizando a carne firme, porém delicada, do namorado, servido na boa caldeirada do cardápio executivo; ou, especialmente, no vermelho com escamas crocantes, acompanhado por riso al salto, o risoto compactado e salteado. (O peixe é preparado com a técnica espanhola de verter a gordura quente sobre o lado da pele, trincando as escamas instantaneamente.) Em resumo, é um lugar para se comer bem, num ambiente tranquilo - e curiosamente menos aclarado pelos holofotes da cena gastronômica da Rua dos Pinheiros.

O chef do Miya, Flávio Miyamura, estará no Paladar Cozinha do Brasil, realizado nos dias 20 e 21 de setembro no campus Vila Olímpia da Anhembi Morumbi. Ele vai ensinar - com o público cozinhando ao lado dele - como fazer grandes pratos com camarão seco, peixe salgado, aviú e outros ingredientes que custam pouco mas muito rendem na cozinha. Compre seu ingresso. 

Por que este restaurante? Pela boa cozinha do chef Miyamura, de matriz contemporânea com ecos japoneses, espanhóis e valorização de ingredientes brasileiros.

Vale? O almoço executivo, que custa R$ 45, é caprichado e as sugestões variam. Pelo cardápio, a refeição fica em torno de R$ 100, sem bebidas. Já a carta de vinhos é pouco atraente e cara - especialmente no caso dos rótulos mais simples. Vale.

SERVIÇO - Miya R. Fradique Coutinho, 47, Pinheiros. Tel.: 2359-8760 Horário de funcionamento: 12h/15h e 19h/0h (6ª, até 0h30; sáb., 13h/16h e 20h/0h30; dom., 13h/17h; fecha 2ª) Cc.: todos

>>Veja a íntegra da edição do Paladar de 21/8/2014

 

Consistente. Ambiente do Miya, que antige equilíbrio aos dois anos. FOTO: Evelson de Freitas/Estadão

Numa primeira fase - falo por uma percepção muito pessoal - o Miya talvez estivesse em busca de uma identidade. Deveria ser gastronômico ou mais casual? Qual o tamanho de suas pretensões? Era algo que se refletia em certa frieza técnica na cozinha e num discurso cansativo no salão, com garçons presentes demais. Agora, aos dois anos, a casa se mostra mais segura na condição de um pequeno restaurante autoral, mais convicta de suas criações. E com um serviço mais empenhado em atender com cordialidade do que em explicar, embora levemente confuso.

Com pratos bem executados e um consistente arco de influências, o restaurante é, mais do que nunca, a expressão de seu chef e proprietário, Flávio Miyamura, que trabalhou no D.O.M., comandou o Eñe e nunca se desconectou de suas raízes nipônicas. O menu atual, entre novidades e pratos já mais conhecidos, traduz esse espírito eclético - que, por outro lado, nada tem de indeciso. Exemplos? Entradas como a berinjela chamuscada com pasta de missô (R$ 21) e o caldo de karê com legumes, disponível eventualmente no menu do almoço. Principais como o leitão assado com purê de batatas (R$ 68) e o arroz com frango caipira, chorizo e ervilha torta (R$ 47), profundos de sabor e valorizando a essência de cada receita.

Flávio Miyamura trata os pescados notadamente bem. Tem noção de ponto, de textura, sabe extrair o que há de particular em cada variedade. Seja valorizando a carne firme, porém delicada, do namorado, servido na boa caldeirada do cardápio executivo; ou, especialmente, no vermelho com escamas crocantes, acompanhado por riso al salto, o risoto compactado e salteado. (O peixe é preparado com a técnica espanhola de verter a gordura quente sobre o lado da pele, trincando as escamas instantaneamente.) Em resumo, é um lugar para se comer bem, num ambiente tranquilo - e curiosamente menos aclarado pelos holofotes da cena gastronômica da Rua dos Pinheiros.

O chef do Miya, Flávio Miyamura, estará no Paladar Cozinha do Brasil, realizado nos dias 20 e 21 de setembro no campus Vila Olímpia da Anhembi Morumbi. Ele vai ensinar - com o público cozinhando ao lado dele - como fazer grandes pratos com camarão seco, peixe salgado, aviú e outros ingredientes que custam pouco mas muito rendem na cozinha. Compre seu ingresso. 

Por que este restaurante? Pela boa cozinha do chef Miyamura, de matriz contemporânea com ecos japoneses, espanhóis e valorização de ingredientes brasileiros.

Vale? O almoço executivo, que custa R$ 45, é caprichado e as sugestões variam. Pelo cardápio, a refeição fica em torno de R$ 100, sem bebidas. Já a carta de vinhos é pouco atraente e cara - especialmente no caso dos rótulos mais simples. Vale.

SERVIÇO - Miya R. Fradique Coutinho, 47, Pinheiros. Tel.: 2359-8760 Horário de funcionamento: 12h/15h e 19h/0h (6ª, até 0h30; sáb., 13h/16h e 20h/0h30; dom., 13h/17h; fecha 2ª) Cc.: todos

>>Veja a íntegra da edição do Paladar de 21/8/2014

 

Consistente. Ambiente do Miya, que antige equilíbrio aos dois anos. FOTO: Evelson de Freitas/Estadão

Numa primeira fase - falo por uma percepção muito pessoal - o Miya talvez estivesse em busca de uma identidade. Deveria ser gastronômico ou mais casual? Qual o tamanho de suas pretensões? Era algo que se refletia em certa frieza técnica na cozinha e num discurso cansativo no salão, com garçons presentes demais. Agora, aos dois anos, a casa se mostra mais segura na condição de um pequeno restaurante autoral, mais convicta de suas criações. E com um serviço mais empenhado em atender com cordialidade do que em explicar, embora levemente confuso.

Com pratos bem executados e um consistente arco de influências, o restaurante é, mais do que nunca, a expressão de seu chef e proprietário, Flávio Miyamura, que trabalhou no D.O.M., comandou o Eñe e nunca se desconectou de suas raízes nipônicas. O menu atual, entre novidades e pratos já mais conhecidos, traduz esse espírito eclético - que, por outro lado, nada tem de indeciso. Exemplos? Entradas como a berinjela chamuscada com pasta de missô (R$ 21) e o caldo de karê com legumes, disponível eventualmente no menu do almoço. Principais como o leitão assado com purê de batatas (R$ 68) e o arroz com frango caipira, chorizo e ervilha torta (R$ 47), profundos de sabor e valorizando a essência de cada receita.

Flávio Miyamura trata os pescados notadamente bem. Tem noção de ponto, de textura, sabe extrair o que há de particular em cada variedade. Seja valorizando a carne firme, porém delicada, do namorado, servido na boa caldeirada do cardápio executivo; ou, especialmente, no vermelho com escamas crocantes, acompanhado por riso al salto, o risoto compactado e salteado. (O peixe é preparado com a técnica espanhola de verter a gordura quente sobre o lado da pele, trincando as escamas instantaneamente.) Em resumo, é um lugar para se comer bem, num ambiente tranquilo - e curiosamente menos aclarado pelos holofotes da cena gastronômica da Rua dos Pinheiros.

O chef do Miya, Flávio Miyamura, estará no Paladar Cozinha do Brasil, realizado nos dias 20 e 21 de setembro no campus Vila Olímpia da Anhembi Morumbi. Ele vai ensinar - com o público cozinhando ao lado dele - como fazer grandes pratos com camarão seco, peixe salgado, aviú e outros ingredientes que custam pouco mas muito rendem na cozinha. Compre seu ingresso. 

Por que este restaurante? Pela boa cozinha do chef Miyamura, de matriz contemporânea com ecos japoneses, espanhóis e valorização de ingredientes brasileiros.

Vale? O almoço executivo, que custa R$ 45, é caprichado e as sugestões variam. Pelo cardápio, a refeição fica em torno de R$ 100, sem bebidas. Já a carta de vinhos é pouco atraente e cara - especialmente no caso dos rótulos mais simples. Vale.

SERVIÇO - Miya R. Fradique Coutinho, 47, Pinheiros. Tel.: 2359-8760 Horário de funcionamento: 12h/15h e 19h/0h (6ª, até 0h30; sáb., 13h/16h e 20h/0h30; dom., 13h/17h; fecha 2ª) Cc.: todos

>>Veja a íntegra da edição do Paladar de 21/8/2014

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.