O encontro da gastronomia com a sustentabilidade

O futuro da cadeia da comida no mundo pós-pandemia


Novos hábitos alimentares, maior rastreabilidade, menor dependência, proximidade produtor e consumidor, e outras tendências no setor no pós-pandemia

Por Roberto Smeraldi

Enquanto o Secretário-Geral da ONU afirma que as cadeias do alimento serão entre as mais afetadas no pós-pandemia – e bancos de investimento como Goldman Sachs estimam que setores como o de frigoríficos se tornaram os de maior risco para investimento, após a indústria do petróleo – foram publicados nos últimos dias mais de 80 estudos em revistas científicas globais sobre tendências de renovação no mundo da comida.

Tendência. Redução de intermediários entre produtor e consumidor Foto: Amanda Perobelli/Estadão

É tanta informação que pensamos em resumir aqui as conclusões mais significativas e impactantes traçadas por especialistas e setores de estratégia de grandes empresas. 

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1. Os próximos anos serão marcados por uma tentativa de não depender de cadeias complexas de itens essenciais, que podem se tornar de acesso difícil, ou encarecer subitamente, em caso de outras catástrofes globais.

2. Haverá aumento de investimentos em rastreabilidade da comida para reduzir ameaças ao consumidor, ao longo de cadeias longas, segmentadas e muitas vezes anônimas, que tornam hoje difícil identificar os pontos críticos de contaminações ou outros fatores críticos.

3. Já se constata uma aceleração de investimentos em avanços tecnológicos já em andamento, tais como a fermentação de precisão, para tornar mais barata e descentralizada a produção de commodities.

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4. Estão em gestação mudanças no setor de criação em confinamento de animais em grande escala, principalmente aves, suínos, pescados e bovinos, por se tratar de potenciais focos de eclosão de epidemias.

5. As mudanças do ponto anterior devem se aprofundar em razão também das condições de trabalho em frigoríficos, que em muitos países –  principalmente os EUA, mas também o Brasil –  têm se tornado fatores críticos de contágio na atual conjuntura. Inclusive muitas indústrias desse setor já anunciam investimentos crescentes em robotização para tentar mitigar tais riscos.

6. A produção de alimentos deverá prevenir a perda da biodiversidade em áreas críticas e com mais riscos de provocar migração de hospedeiro de agentes patógenos zoonóticos, tais com desmatamento tropical, áreas úmidas, ecossistemas que funcionam como "biofiltros" etc.

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7. Devem se fortalecer novos arranjos de logística e fornecimento nas grandes cidades, menos centralizados e mais difusos, com redução de intermediários entre produtor e consumidor, inclusive com malhas de delivery otimizadas, uso de drones e acesso a ferramentas avançadas de e-commerce por pequenos produtores e transformadores.

8. Novos hábitos alimentares surgirão a partir da tendência ao aumento do home office e redução do tempo no transporte, tais como a valorização do café da manhã já assumida pelas mega-empresas desse setor como caminho irreversível, além de insumos voltados para o preparo de comida no lar.

9. Nascem novos arranjos de otimização das cadeias – visando a redução de perdas e desperdício de comida com a nova logística – em sinergia com mais comércio direto, hubs difusos de estoque e mini-indústria nos bairros das cidades, aproveitamento dos ingredientes fora de padrão.

Enquanto o Secretário-Geral da ONU afirma que as cadeias do alimento serão entre as mais afetadas no pós-pandemia – e bancos de investimento como Goldman Sachs estimam que setores como o de frigoríficos se tornaram os de maior risco para investimento, após a indústria do petróleo – foram publicados nos últimos dias mais de 80 estudos em revistas científicas globais sobre tendências de renovação no mundo da comida.

Tendência. Redução de intermediários entre produtor e consumidor Foto: Amanda Perobelli/Estadão

É tanta informação que pensamos em resumir aqui as conclusões mais significativas e impactantes traçadas por especialistas e setores de estratégia de grandes empresas. 

1. Os próximos anos serão marcados por uma tentativa de não depender de cadeias complexas de itens essenciais, que podem se tornar de acesso difícil, ou encarecer subitamente, em caso de outras catástrofes globais.

2. Haverá aumento de investimentos em rastreabilidade da comida para reduzir ameaças ao consumidor, ao longo de cadeias longas, segmentadas e muitas vezes anônimas, que tornam hoje difícil identificar os pontos críticos de contaminações ou outros fatores críticos.

3. Já se constata uma aceleração de investimentos em avanços tecnológicos já em andamento, tais como a fermentação de precisão, para tornar mais barata e descentralizada a produção de commodities.

4. Estão em gestação mudanças no setor de criação em confinamento de animais em grande escala, principalmente aves, suínos, pescados e bovinos, por se tratar de potenciais focos de eclosão de epidemias.

5. As mudanças do ponto anterior devem se aprofundar em razão também das condições de trabalho em frigoríficos, que em muitos países –  principalmente os EUA, mas também o Brasil –  têm se tornado fatores críticos de contágio na atual conjuntura. Inclusive muitas indústrias desse setor já anunciam investimentos crescentes em robotização para tentar mitigar tais riscos.

6. A produção de alimentos deverá prevenir a perda da biodiversidade em áreas críticas e com mais riscos de provocar migração de hospedeiro de agentes patógenos zoonóticos, tais com desmatamento tropical, áreas úmidas, ecossistemas que funcionam como "biofiltros" etc.

7. Devem se fortalecer novos arranjos de logística e fornecimento nas grandes cidades, menos centralizados e mais difusos, com redução de intermediários entre produtor e consumidor, inclusive com malhas de delivery otimizadas, uso de drones e acesso a ferramentas avançadas de e-commerce por pequenos produtores e transformadores.

8. Novos hábitos alimentares surgirão a partir da tendência ao aumento do home office e redução do tempo no transporte, tais como a valorização do café da manhã já assumida pelas mega-empresas desse setor como caminho irreversível, além de insumos voltados para o preparo de comida no lar.

9. Nascem novos arranjos de otimização das cadeias – visando a redução de perdas e desperdício de comida com a nova logística – em sinergia com mais comércio direto, hubs difusos de estoque e mini-indústria nos bairros das cidades, aproveitamento dos ingredientes fora de padrão.

Enquanto o Secretário-Geral da ONU afirma que as cadeias do alimento serão entre as mais afetadas no pós-pandemia – e bancos de investimento como Goldman Sachs estimam que setores como o de frigoríficos se tornaram os de maior risco para investimento, após a indústria do petróleo – foram publicados nos últimos dias mais de 80 estudos em revistas científicas globais sobre tendências de renovação no mundo da comida.

Tendência. Redução de intermediários entre produtor e consumidor Foto: Amanda Perobelli/Estadão

É tanta informação que pensamos em resumir aqui as conclusões mais significativas e impactantes traçadas por especialistas e setores de estratégia de grandes empresas. 

1. Os próximos anos serão marcados por uma tentativa de não depender de cadeias complexas de itens essenciais, que podem se tornar de acesso difícil, ou encarecer subitamente, em caso de outras catástrofes globais.

2. Haverá aumento de investimentos em rastreabilidade da comida para reduzir ameaças ao consumidor, ao longo de cadeias longas, segmentadas e muitas vezes anônimas, que tornam hoje difícil identificar os pontos críticos de contaminações ou outros fatores críticos.

3. Já se constata uma aceleração de investimentos em avanços tecnológicos já em andamento, tais como a fermentação de precisão, para tornar mais barata e descentralizada a produção de commodities.

4. Estão em gestação mudanças no setor de criação em confinamento de animais em grande escala, principalmente aves, suínos, pescados e bovinos, por se tratar de potenciais focos de eclosão de epidemias.

5. As mudanças do ponto anterior devem se aprofundar em razão também das condições de trabalho em frigoríficos, que em muitos países –  principalmente os EUA, mas também o Brasil –  têm se tornado fatores críticos de contágio na atual conjuntura. Inclusive muitas indústrias desse setor já anunciam investimentos crescentes em robotização para tentar mitigar tais riscos.

6. A produção de alimentos deverá prevenir a perda da biodiversidade em áreas críticas e com mais riscos de provocar migração de hospedeiro de agentes patógenos zoonóticos, tais com desmatamento tropical, áreas úmidas, ecossistemas que funcionam como "biofiltros" etc.

7. Devem se fortalecer novos arranjos de logística e fornecimento nas grandes cidades, menos centralizados e mais difusos, com redução de intermediários entre produtor e consumidor, inclusive com malhas de delivery otimizadas, uso de drones e acesso a ferramentas avançadas de e-commerce por pequenos produtores e transformadores.

8. Novos hábitos alimentares surgirão a partir da tendência ao aumento do home office e redução do tempo no transporte, tais como a valorização do café da manhã já assumida pelas mega-empresas desse setor como caminho irreversível, além de insumos voltados para o preparo de comida no lar.

9. Nascem novos arranjos de otimização das cadeias – visando a redução de perdas e desperdício de comida com a nova logística – em sinergia com mais comércio direto, hubs difusos de estoque e mini-indústria nos bairros das cidades, aproveitamento dos ingredientes fora de padrão.

Enquanto o Secretário-Geral da ONU afirma que as cadeias do alimento serão entre as mais afetadas no pós-pandemia – e bancos de investimento como Goldman Sachs estimam que setores como o de frigoríficos se tornaram os de maior risco para investimento, após a indústria do petróleo – foram publicados nos últimos dias mais de 80 estudos em revistas científicas globais sobre tendências de renovação no mundo da comida.

Tendência. Redução de intermediários entre produtor e consumidor Foto: Amanda Perobelli/Estadão

É tanta informação que pensamos em resumir aqui as conclusões mais significativas e impactantes traçadas por especialistas e setores de estratégia de grandes empresas. 

1. Os próximos anos serão marcados por uma tentativa de não depender de cadeias complexas de itens essenciais, que podem se tornar de acesso difícil, ou encarecer subitamente, em caso de outras catástrofes globais.

2. Haverá aumento de investimentos em rastreabilidade da comida para reduzir ameaças ao consumidor, ao longo de cadeias longas, segmentadas e muitas vezes anônimas, que tornam hoje difícil identificar os pontos críticos de contaminações ou outros fatores críticos.

3. Já se constata uma aceleração de investimentos em avanços tecnológicos já em andamento, tais como a fermentação de precisão, para tornar mais barata e descentralizada a produção de commodities.

4. Estão em gestação mudanças no setor de criação em confinamento de animais em grande escala, principalmente aves, suínos, pescados e bovinos, por se tratar de potenciais focos de eclosão de epidemias.

5. As mudanças do ponto anterior devem se aprofundar em razão também das condições de trabalho em frigoríficos, que em muitos países –  principalmente os EUA, mas também o Brasil –  têm se tornado fatores críticos de contágio na atual conjuntura. Inclusive muitas indústrias desse setor já anunciam investimentos crescentes em robotização para tentar mitigar tais riscos.

6. A produção de alimentos deverá prevenir a perda da biodiversidade em áreas críticas e com mais riscos de provocar migração de hospedeiro de agentes patógenos zoonóticos, tais com desmatamento tropical, áreas úmidas, ecossistemas que funcionam como "biofiltros" etc.

7. Devem se fortalecer novos arranjos de logística e fornecimento nas grandes cidades, menos centralizados e mais difusos, com redução de intermediários entre produtor e consumidor, inclusive com malhas de delivery otimizadas, uso de drones e acesso a ferramentas avançadas de e-commerce por pequenos produtores e transformadores.

8. Novos hábitos alimentares surgirão a partir da tendência ao aumento do home office e redução do tempo no transporte, tais como a valorização do café da manhã já assumida pelas mega-empresas desse setor como caminho irreversível, além de insumos voltados para o preparo de comida no lar.

9. Nascem novos arranjos de otimização das cadeias – visando a redução de perdas e desperdício de comida com a nova logística – em sinergia com mais comércio direto, hubs difusos de estoque e mini-indústria nos bairros das cidades, aproveitamento dos ingredientes fora de padrão.

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