515 anos em 25: o Brasil do Tordesilhas


Veja como é jantar no restaurante da prestigiada chef Mara Salles

Por José Orenstein

Dois japoneses de terno na mesa ao lado drenavam uma garrafa de Therezópolis e, logo em seguida, caipirinhas. Era uma terça à noite. Seus rostos já estavam enrubescidos quando a moqueca capixaba chegou vaporosa num pote de barro. Avançaram sobre ela. Não me atrevi a perguntar o que acharam nem se sabiam que no Espírito Santo moqueca não tem leite de coco ou dendê. Mas eles pareciam animados e limparam os pratos, zeraram os copos.

Adoramos saber o que estrangeiros acham do Brasil, explicar nossas melhores coisas, jeitos, comidas, na espera da aprovação de quem vem e vê de fora. Acho que o restaurante Tordesilhas não precisa desse afago gringo. A casa da chef Mara Salles completa 25 anos e, madura, superou há muito o complexo de vira-latas.

Se olhar bem, é verdade, tem lá no espírito do restaurante uma vontade didática, de explicar o Brasil. O cardápio é todo traduzido para o inglês, com glossário ao fim definindo o que é caruru, farofa, tapioca, jambu… O Tordesilhas vai bem nessa tarefa. Dá uma gingada na cara do folclore tipo exportação e entrega explicação ao mesmo tempo simples e sofisticada da nossa culinária. Que serve ao gringo, sim.

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FOTOS: Fernando Sciarra

Mas mais ainda a nós, escolados nos mil tipos de massas italianas, ignorantes, no entanto, das nossas raízes. Tá, o devaneio sociologizante foi longe, desculpa. Veio entre um trago e outro de Germana, das boas canas vendidas na casa. O bobó de camarão apareceu em socorro, me devolveu à terra. E que bobó! Tinha pedido o filhote com purê de banana-da-terra, contraste interessante entre o salgado suave do peixe amazônico e o doce acompanhamento. Mas minha companheira de mesa foi quem acertou.

Aquela hora feliz da troca de pratos entre um casal – “quer provar o meu?”– quase deu briga – “devolve já!”. Os camarões estavam no ponto, carnudos, e, muitos, era fácil pescá-los no creme delicado.

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Vinham com arroz de acaçá, fina papa do Recôncavo Baiano, e farofa de dendê. Um pouco mais de cachaça e, num ato de gastrodiplomacia, levaria o prato à vizinhança nipônica. Fui contido. Chegou por fim o excelente pudim de tapioca com baba-de-moça, para adoçamento geral da mesa.

Ao ponto, que a vida é uma só – melhor não comer mal: o Tordesilhas brilha é nos clássicos, que no cardápio levam o nome “Da Tradição”. Difícil errar com a moqueca capixaba, boa para dividir, o pato no tucupi paraense, o barreado paranaense, o bobó baiano. Mas também destaco na seção “Da Chef” a incursão ao sertão com a carne de sol e maxixe e a visita às Geraes com a ripa de costelinha de porco, risoto mulato e couve. Que venham os próximos 25 anos.

A chef Desde 2013, o Tordesilhas ocupa o atual endereço, uma casa mais arejada e simpática, que deu nova vida ao restaurante. Tem azeitada dupla no comando: Mara Salles, nas panelas, e seu parceiro Ivo Ribeiro de Araújo, no salão e nos bastidores. A chef é referência para novas gerações que se debruçam sobre a gastronomia nacional.

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Tordesilhas Estilo de cozinha: brasileira, com pratos de várias regiões do País.

Bom para: jantar durante a semana – e impressionar o amigo gringo. Nos fins de semana, um almoço especial com a família (os preços não permitem visitas frequentes a nós, assalariados do Brasil).

Vinho: A seleção nacional vai bem onde já provou valor: há nove espumantes e brancos. A oferta de tintos é variada, com ênfase em nuestra América, Chile e Argentina, para todos os bolsos: de R$ 55 a R$ 300. Há bem-vindas meias-garrafas; taças de R$ 14 a R$ 22.

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Cerveja: O Tordesilhas parou no primeiro estágio da Revolução Cervejeira – o menos óbvio são Bamberg e Eisenbahn… A carta é curta. O enorme Brasil lupulado fica de fora e poderia entrar. Basta mirar-se na farta carta de cachaças.

Água e café: Aqui não há a gentileza da água filtrada da casa… Matar a sede custa R$ 5,50. O café custa R$ 4,50.

Preços: Entradas de R$ 14 a R$ 38. Pratos de R$ 59 a R$ 150 (para dois). Sobremesas: R$ 15 a R$ 24. Menu-degustação, R$ 170 (por pessoa; 7 tempos)

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Prove - A cocada de tabuleiro com sorvete de tapioca e calda de tamarindo. Doce e azedinha, rebate bem pratos de peso do cardápio. - Os molhos de pimenta feitos pelo garçom Zé Lima, que sabe indicar o que vai melhor com cada prato. - O serviço (que não se prova, mas se testa): eficiente e cortês.

Evite - A caipirinha… A clássica, de limão e cachaça, é desequilibrada – o álcool fala alto demais. Destoa do nível do cardápio. Melhor ir na pura: doses de algumas das melhores saem de R$ 11 a R$ 13.

Onde: Al. Tietê, 489. Cerqueira César. 3107-7444. 18h/1h (sáb., 12h/17h e 19h/1h; dom., 12h/17h). Estac.: R$ 20 (valet). Ciclovia: Av. Paulista (a 5 quadras). 
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 >>Veja a íntegra da edição do Paladar de 20/8/2015

Dois japoneses de terno na mesa ao lado drenavam uma garrafa de Therezópolis e, logo em seguida, caipirinhas. Era uma terça à noite. Seus rostos já estavam enrubescidos quando a moqueca capixaba chegou vaporosa num pote de barro. Avançaram sobre ela. Não me atrevi a perguntar o que acharam nem se sabiam que no Espírito Santo moqueca não tem leite de coco ou dendê. Mas eles pareciam animados e limparam os pratos, zeraram os copos.

Adoramos saber o que estrangeiros acham do Brasil, explicar nossas melhores coisas, jeitos, comidas, na espera da aprovação de quem vem e vê de fora. Acho que o restaurante Tordesilhas não precisa desse afago gringo. A casa da chef Mara Salles completa 25 anos e, madura, superou há muito o complexo de vira-latas.

Se olhar bem, é verdade, tem lá no espírito do restaurante uma vontade didática, de explicar o Brasil. O cardápio é todo traduzido para o inglês, com glossário ao fim definindo o que é caruru, farofa, tapioca, jambu… O Tordesilhas vai bem nessa tarefa. Dá uma gingada na cara do folclore tipo exportação e entrega explicação ao mesmo tempo simples e sofisticada da nossa culinária. Que serve ao gringo, sim.

FOTOS: Fernando Sciarra

Mas mais ainda a nós, escolados nos mil tipos de massas italianas, ignorantes, no entanto, das nossas raízes. Tá, o devaneio sociologizante foi longe, desculpa. Veio entre um trago e outro de Germana, das boas canas vendidas na casa. O bobó de camarão apareceu em socorro, me devolveu à terra. E que bobó! Tinha pedido o filhote com purê de banana-da-terra, contraste interessante entre o salgado suave do peixe amazônico e o doce acompanhamento. Mas minha companheira de mesa foi quem acertou.

Aquela hora feliz da troca de pratos entre um casal – “quer provar o meu?”– quase deu briga – “devolve já!”. Os camarões estavam no ponto, carnudos, e, muitos, era fácil pescá-los no creme delicado.

Vinham com arroz de acaçá, fina papa do Recôncavo Baiano, e farofa de dendê. Um pouco mais de cachaça e, num ato de gastrodiplomacia, levaria o prato à vizinhança nipônica. Fui contido. Chegou por fim o excelente pudim de tapioca com baba-de-moça, para adoçamento geral da mesa.

Ao ponto, que a vida é uma só – melhor não comer mal: o Tordesilhas brilha é nos clássicos, que no cardápio levam o nome “Da Tradição”. Difícil errar com a moqueca capixaba, boa para dividir, o pato no tucupi paraense, o barreado paranaense, o bobó baiano. Mas também destaco na seção “Da Chef” a incursão ao sertão com a carne de sol e maxixe e a visita às Geraes com a ripa de costelinha de porco, risoto mulato e couve. Que venham os próximos 25 anos.

A chef Desde 2013, o Tordesilhas ocupa o atual endereço, uma casa mais arejada e simpática, que deu nova vida ao restaurante. Tem azeitada dupla no comando: Mara Salles, nas panelas, e seu parceiro Ivo Ribeiro de Araújo, no salão e nos bastidores. A chef é referência para novas gerações que se debruçam sobre a gastronomia nacional.

Tordesilhas Estilo de cozinha: brasileira, com pratos de várias regiões do País.

Bom para: jantar durante a semana – e impressionar o amigo gringo. Nos fins de semana, um almoço especial com a família (os preços não permitem visitas frequentes a nós, assalariados do Brasil).

Vinho: A seleção nacional vai bem onde já provou valor: há nove espumantes e brancos. A oferta de tintos é variada, com ênfase em nuestra América, Chile e Argentina, para todos os bolsos: de R$ 55 a R$ 300. Há bem-vindas meias-garrafas; taças de R$ 14 a R$ 22.

Cerveja: O Tordesilhas parou no primeiro estágio da Revolução Cervejeira – o menos óbvio são Bamberg e Eisenbahn… A carta é curta. O enorme Brasil lupulado fica de fora e poderia entrar. Basta mirar-se na farta carta de cachaças.

Água e café: Aqui não há a gentileza da água filtrada da casa… Matar a sede custa R$ 5,50. O café custa R$ 4,50.

Preços: Entradas de R$ 14 a R$ 38. Pratos de R$ 59 a R$ 150 (para dois). Sobremesas: R$ 15 a R$ 24. Menu-degustação, R$ 170 (por pessoa; 7 tempos)

Prove - A cocada de tabuleiro com sorvete de tapioca e calda de tamarindo. Doce e azedinha, rebate bem pratos de peso do cardápio. - Os molhos de pimenta feitos pelo garçom Zé Lima, que sabe indicar o que vai melhor com cada prato. - O serviço (que não se prova, mas se testa): eficiente e cortês.

Evite - A caipirinha… A clássica, de limão e cachaça, é desequilibrada – o álcool fala alto demais. Destoa do nível do cardápio. Melhor ir na pura: doses de algumas das melhores saem de R$ 11 a R$ 13.

Onde: Al. Tietê, 489. Cerqueira César. 3107-7444. 18h/1h (sáb., 12h/17h e 19h/1h; dom., 12h/17h). Estac.: R$ 20 (valet). Ciclovia: Av. Paulista (a 5 quadras). 

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Dois japoneses de terno na mesa ao lado drenavam uma garrafa de Therezópolis e, logo em seguida, caipirinhas. Era uma terça à noite. Seus rostos já estavam enrubescidos quando a moqueca capixaba chegou vaporosa num pote de barro. Avançaram sobre ela. Não me atrevi a perguntar o que acharam nem se sabiam que no Espírito Santo moqueca não tem leite de coco ou dendê. Mas eles pareciam animados e limparam os pratos, zeraram os copos.

Adoramos saber o que estrangeiros acham do Brasil, explicar nossas melhores coisas, jeitos, comidas, na espera da aprovação de quem vem e vê de fora. Acho que o restaurante Tordesilhas não precisa desse afago gringo. A casa da chef Mara Salles completa 25 anos e, madura, superou há muito o complexo de vira-latas.

Se olhar bem, é verdade, tem lá no espírito do restaurante uma vontade didática, de explicar o Brasil. O cardápio é todo traduzido para o inglês, com glossário ao fim definindo o que é caruru, farofa, tapioca, jambu… O Tordesilhas vai bem nessa tarefa. Dá uma gingada na cara do folclore tipo exportação e entrega explicação ao mesmo tempo simples e sofisticada da nossa culinária. Que serve ao gringo, sim.

FOTOS: Fernando Sciarra

Mas mais ainda a nós, escolados nos mil tipos de massas italianas, ignorantes, no entanto, das nossas raízes. Tá, o devaneio sociologizante foi longe, desculpa. Veio entre um trago e outro de Germana, das boas canas vendidas na casa. O bobó de camarão apareceu em socorro, me devolveu à terra. E que bobó! Tinha pedido o filhote com purê de banana-da-terra, contraste interessante entre o salgado suave do peixe amazônico e o doce acompanhamento. Mas minha companheira de mesa foi quem acertou.

Aquela hora feliz da troca de pratos entre um casal – “quer provar o meu?”– quase deu briga – “devolve já!”. Os camarões estavam no ponto, carnudos, e, muitos, era fácil pescá-los no creme delicado.

Vinham com arroz de acaçá, fina papa do Recôncavo Baiano, e farofa de dendê. Um pouco mais de cachaça e, num ato de gastrodiplomacia, levaria o prato à vizinhança nipônica. Fui contido. Chegou por fim o excelente pudim de tapioca com baba-de-moça, para adoçamento geral da mesa.

Ao ponto, que a vida é uma só – melhor não comer mal: o Tordesilhas brilha é nos clássicos, que no cardápio levam o nome “Da Tradição”. Difícil errar com a moqueca capixaba, boa para dividir, o pato no tucupi paraense, o barreado paranaense, o bobó baiano. Mas também destaco na seção “Da Chef” a incursão ao sertão com a carne de sol e maxixe e a visita às Geraes com a ripa de costelinha de porco, risoto mulato e couve. Que venham os próximos 25 anos.

A chef Desde 2013, o Tordesilhas ocupa o atual endereço, uma casa mais arejada e simpática, que deu nova vida ao restaurante. Tem azeitada dupla no comando: Mara Salles, nas panelas, e seu parceiro Ivo Ribeiro de Araújo, no salão e nos bastidores. A chef é referência para novas gerações que se debruçam sobre a gastronomia nacional.

Tordesilhas Estilo de cozinha: brasileira, com pratos de várias regiões do País.

Bom para: jantar durante a semana – e impressionar o amigo gringo. Nos fins de semana, um almoço especial com a família (os preços não permitem visitas frequentes a nós, assalariados do Brasil).

Vinho: A seleção nacional vai bem onde já provou valor: há nove espumantes e brancos. A oferta de tintos é variada, com ênfase em nuestra América, Chile e Argentina, para todos os bolsos: de R$ 55 a R$ 300. Há bem-vindas meias-garrafas; taças de R$ 14 a R$ 22.

Cerveja: O Tordesilhas parou no primeiro estágio da Revolução Cervejeira – o menos óbvio são Bamberg e Eisenbahn… A carta é curta. O enorme Brasil lupulado fica de fora e poderia entrar. Basta mirar-se na farta carta de cachaças.

Água e café: Aqui não há a gentileza da água filtrada da casa… Matar a sede custa R$ 5,50. O café custa R$ 4,50.

Preços: Entradas de R$ 14 a R$ 38. Pratos de R$ 59 a R$ 150 (para dois). Sobremesas: R$ 15 a R$ 24. Menu-degustação, R$ 170 (por pessoa; 7 tempos)

Prove - A cocada de tabuleiro com sorvete de tapioca e calda de tamarindo. Doce e azedinha, rebate bem pratos de peso do cardápio. - Os molhos de pimenta feitos pelo garçom Zé Lima, que sabe indicar o que vai melhor com cada prato. - O serviço (que não se prova, mas se testa): eficiente e cortês.

Evite - A caipirinha… A clássica, de limão e cachaça, é desequilibrada – o álcool fala alto demais. Destoa do nível do cardápio. Melhor ir na pura: doses de algumas das melhores saem de R$ 11 a R$ 13.

Onde: Al. Tietê, 489. Cerqueira César. 3107-7444. 18h/1h (sáb., 12h/17h e 19h/1h; dom., 12h/17h). Estac.: R$ 20 (valet). Ciclovia: Av. Paulista (a 5 quadras). 

 >>Veja a íntegra da edição do Paladar de 20/8/2015

Dois japoneses de terno na mesa ao lado drenavam uma garrafa de Therezópolis e, logo em seguida, caipirinhas. Era uma terça à noite. Seus rostos já estavam enrubescidos quando a moqueca capixaba chegou vaporosa num pote de barro. Avançaram sobre ela. Não me atrevi a perguntar o que acharam nem se sabiam que no Espírito Santo moqueca não tem leite de coco ou dendê. Mas eles pareciam animados e limparam os pratos, zeraram os copos.

Adoramos saber o que estrangeiros acham do Brasil, explicar nossas melhores coisas, jeitos, comidas, na espera da aprovação de quem vem e vê de fora. Acho que o restaurante Tordesilhas não precisa desse afago gringo. A casa da chef Mara Salles completa 25 anos e, madura, superou há muito o complexo de vira-latas.

Se olhar bem, é verdade, tem lá no espírito do restaurante uma vontade didática, de explicar o Brasil. O cardápio é todo traduzido para o inglês, com glossário ao fim definindo o que é caruru, farofa, tapioca, jambu… O Tordesilhas vai bem nessa tarefa. Dá uma gingada na cara do folclore tipo exportação e entrega explicação ao mesmo tempo simples e sofisticada da nossa culinária. Que serve ao gringo, sim.

FOTOS: Fernando Sciarra

Mas mais ainda a nós, escolados nos mil tipos de massas italianas, ignorantes, no entanto, das nossas raízes. Tá, o devaneio sociologizante foi longe, desculpa. Veio entre um trago e outro de Germana, das boas canas vendidas na casa. O bobó de camarão apareceu em socorro, me devolveu à terra. E que bobó! Tinha pedido o filhote com purê de banana-da-terra, contraste interessante entre o salgado suave do peixe amazônico e o doce acompanhamento. Mas minha companheira de mesa foi quem acertou.

Aquela hora feliz da troca de pratos entre um casal – “quer provar o meu?”– quase deu briga – “devolve já!”. Os camarões estavam no ponto, carnudos, e, muitos, era fácil pescá-los no creme delicado.

Vinham com arroz de acaçá, fina papa do Recôncavo Baiano, e farofa de dendê. Um pouco mais de cachaça e, num ato de gastrodiplomacia, levaria o prato à vizinhança nipônica. Fui contido. Chegou por fim o excelente pudim de tapioca com baba-de-moça, para adoçamento geral da mesa.

Ao ponto, que a vida é uma só – melhor não comer mal: o Tordesilhas brilha é nos clássicos, que no cardápio levam o nome “Da Tradição”. Difícil errar com a moqueca capixaba, boa para dividir, o pato no tucupi paraense, o barreado paranaense, o bobó baiano. Mas também destaco na seção “Da Chef” a incursão ao sertão com a carne de sol e maxixe e a visita às Geraes com a ripa de costelinha de porco, risoto mulato e couve. Que venham os próximos 25 anos.

A chef Desde 2013, o Tordesilhas ocupa o atual endereço, uma casa mais arejada e simpática, que deu nova vida ao restaurante. Tem azeitada dupla no comando: Mara Salles, nas panelas, e seu parceiro Ivo Ribeiro de Araújo, no salão e nos bastidores. A chef é referência para novas gerações que se debruçam sobre a gastronomia nacional.

Tordesilhas Estilo de cozinha: brasileira, com pratos de várias regiões do País.

Bom para: jantar durante a semana – e impressionar o amigo gringo. Nos fins de semana, um almoço especial com a família (os preços não permitem visitas frequentes a nós, assalariados do Brasil).

Vinho: A seleção nacional vai bem onde já provou valor: há nove espumantes e brancos. A oferta de tintos é variada, com ênfase em nuestra América, Chile e Argentina, para todos os bolsos: de R$ 55 a R$ 300. Há bem-vindas meias-garrafas; taças de R$ 14 a R$ 22.

Cerveja: O Tordesilhas parou no primeiro estágio da Revolução Cervejeira – o menos óbvio são Bamberg e Eisenbahn… A carta é curta. O enorme Brasil lupulado fica de fora e poderia entrar. Basta mirar-se na farta carta de cachaças.

Água e café: Aqui não há a gentileza da água filtrada da casa… Matar a sede custa R$ 5,50. O café custa R$ 4,50.

Preços: Entradas de R$ 14 a R$ 38. Pratos de R$ 59 a R$ 150 (para dois). Sobremesas: R$ 15 a R$ 24. Menu-degustação, R$ 170 (por pessoa; 7 tempos)

Prove - A cocada de tabuleiro com sorvete de tapioca e calda de tamarindo. Doce e azedinha, rebate bem pratos de peso do cardápio. - Os molhos de pimenta feitos pelo garçom Zé Lima, que sabe indicar o que vai melhor com cada prato. - O serviço (que não se prova, mas se testa): eficiente e cortês.

Evite - A caipirinha… A clássica, de limão e cachaça, é desequilibrada – o álcool fala alto demais. Destoa do nível do cardápio. Melhor ir na pura: doses de algumas das melhores saem de R$ 11 a R$ 13.

Onde: Al. Tietê, 489. Cerqueira César. 3107-7444. 18h/1h (sáb., 12h/17h e 19h/1h; dom., 12h/17h). Estac.: R$ 20 (valet). Ciclovia: Av. Paulista (a 5 quadras). 

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