Menor, mais barato, chamativo: o tuk tuk vira opção aos já manjados food trucks


Triciclo é montado na Zona Franca de Manaus e vem ganhando adeptos entre comerciantes que querem se livrar de custos imobiliários mas procuram alternativas mais baratas em comparação com os food trucks

Por Alessandro Lucchetti
Dogmóvel, tuk tuk da Padaria Pet, faz sucesso em eventos caninos Foto: Rodrigo Chen/Padaria Pet

O raciocínio que empurrou vários empreendedores no rumo dos food trucks nunca esteve totalmente furado. Parecia fazer sentido ter um ponto de venda com agilidade e mobilidade com potencial para atrair clientes onde quer que estivessem, tudo isso sem custos imobiliários. Mas é justamente nesse terreno, o dos números, que outro tipo de ponto de venda, ainda mais ágil e barato, desponta como alternativa. Trata-se dos tuk tuks, uma espécie de triciclo facilmente encontrável no sudeste da Ásia, comum sobretudo na Tailândia. Um food truck já adaptado sai por R$ 180 mil. Já um tuk tuk customizado custa uns R$ 45 mil.

Única montadora desse tipo de veículo no Brasil, a Motocar, baseada na zona franca de Manaus, não gosta de usar a palavra tuk tuk, uma onomatopeia que remete ao barulho do motor e soa a precariedade, segundo Carlos Araújo, diretor comercial da empresa. Ele prefere chamar o veículo de triciclo e, depois de tentar emplacar o tuk tuk como meio de transporte, sem sucesso, depois para transporte de carga, também sem sucesso, a esperança da vez é transformar o produto em uma espécie de loja sobre rodas. "Nós temos um estudo que demonstra que o custo do tuk tuk por quilômetro rodado equivale a um terço do custo de um food truck", conta Araújo.

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A experiência, no entanto, demonstra que nem todas as mercadorias se prestam ao transporte em tuk tuks. Era num estado meio sambado que chegavam os bolos transportados no "Motobolo", o nome que identifica o triciclo da empresa baiana Bolos das Meninas. Mas as deformações causadas às mercadorias pelos sacolejos e buracos no asfalto não reduziram o carinho das empresárias de Salvador pelo veículo, que é tracionado por um motor de 200 cilindradas, comumente encontrado em motos modestas. Ao longo do tempo, elas aprenderam a utilizá-lo apenas como ponto de venda - os bolos são transportados até o triciclo em outro veículo, para que cheguem inteiros e vistosos.

"Ele não funciona para rodar grandes distâncias, mas é ótimo como ponto fixo. É nosso segundo ponto de venda mais rentável, atrás apenas de nossa loja no (bairro da) Pituba", diz Daniela Veloso, uma das empreendedoras que criaram a Bolo das Meninas, que tem quatro lojas fixas. A empresa tem outros dois pontos móveis de venda, uma Saveiro fechada e um Renault Kangoo. “Funciona muito bem também como propaganda, porque roda os bairros divulgando a marca”, acrescenta Daniela.

O baú de 2,25 metros cúbicos é um dos componentes customizáveis na Fag Brasil, única empresa homologada pela própria Motocar para transformar os tuk tucks fabricados no Brasil em pontos de venda. A oficina adapta mensalmente umas cinco unidades desse triciclo, e isso corresponde a 20% do número de veículos que transforma.

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"Marcas fortes, como a Nestlé, pretendem operar com tuk tuks. A gente já customizou esses veículos até para os programas do Rodrigo Faro e da Xuxa. É um ponto de venda chamativo, acho que desperta muito mais o interesse do consumidor do que os quiosques, que se tornaram comuns", diz Gislene Gonçalves, diretora de marketing da Fag Brasil.

Luis Cassins é um empresário de São Paulo que cultivou um envolvimento duplo com esse veículo híbrido, mezzo moto, mezzo caminhonete. Customizou um triciclo para ele mesmo vender hambúrgueres e gostou bastante da brincadeira, a ponto de adaptar veículos para outros comerciantes. "Cheguei a achar que o tuk tuk ia ser uma roubada, porque a cidade é toda esburacada. Claramente é um veículo com limitações de suspensão, mas aos poucos aprendemos a trabalhar com ele. Quando monto as minhas operações de guerra, feitas em dias em que preparo uns mil lanches, obviamente não consigo armazenar mercadorias como carne e queijo num baú com três metros cúbicos. Nesses dias, uso uma carretinha como carro de apoio. É muito mais apertado do que um food truck, mas ainda é meio incomum e chama mais a atenção, atraindo clientes."

Por falar em chamar a atenção, os gêmeos Ricardo e Rodrigo Chanwei Chen radicalizaram. Customizaram e decoraram seu tuk tuk inspirados no carro que transportou Debi e Lóide (Jeff Daniels e Jim Carrey) no segundo filme da saga. Isso significa um tuk tuk com orelhas e língua de cachorro. Tudo para divulgar um negócio inusual pela própria natureza, a Padaria Pet, que vende cerveja sem álcool para cachorros, sorvete e molho de ração para o melhor amigo do homem. Os irmãos sino-brasileiros investiram R$ 40 mil no veículo, que costuma proporcionar faturamento de R$ 4 mil em grandes eventos caninos, como a Olimpíada e o cinema para cachorros.

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“Os custos agora são irrisórios. Gastamos muito pouco com combustível e o tuk tuk é uma plataforma de venda muito boa”, diz Rodrigo.

O número de unidades vendidas por ano desde 2012, início da fabricação pela Motocar, oscila entre 1,2 e 1,5 mil. A cada cinco tuk tuks montados em Manaus, quatro vão para as mãos de empreendedores. Este ano, a montadora estima que 2 mil unidades sejam comercializadas.

Confira seis franquias para investir com a conta inativa do FGTS

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Contas inativas do FGTS

Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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3 | 7

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Foto: Marcos Santos/USP Imagens
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Foto: Marcos de Paula/Estadão
Dogmóvel, tuk tuk da Padaria Pet, faz sucesso em eventos caninos Foto: Rodrigo Chen/Padaria Pet

O raciocínio que empurrou vários empreendedores no rumo dos food trucks nunca esteve totalmente furado. Parecia fazer sentido ter um ponto de venda com agilidade e mobilidade com potencial para atrair clientes onde quer que estivessem, tudo isso sem custos imobiliários. Mas é justamente nesse terreno, o dos números, que outro tipo de ponto de venda, ainda mais ágil e barato, desponta como alternativa. Trata-se dos tuk tuks, uma espécie de triciclo facilmente encontrável no sudeste da Ásia, comum sobretudo na Tailândia. Um food truck já adaptado sai por R$ 180 mil. Já um tuk tuk customizado custa uns R$ 45 mil.

Única montadora desse tipo de veículo no Brasil, a Motocar, baseada na zona franca de Manaus, não gosta de usar a palavra tuk tuk, uma onomatopeia que remete ao barulho do motor e soa a precariedade, segundo Carlos Araújo, diretor comercial da empresa. Ele prefere chamar o veículo de triciclo e, depois de tentar emplacar o tuk tuk como meio de transporte, sem sucesso, depois para transporte de carga, também sem sucesso, a esperança da vez é transformar o produto em uma espécie de loja sobre rodas. "Nós temos um estudo que demonstra que o custo do tuk tuk por quilômetro rodado equivale a um terço do custo de um food truck", conta Araújo.

A experiência, no entanto, demonstra que nem todas as mercadorias se prestam ao transporte em tuk tuks. Era num estado meio sambado que chegavam os bolos transportados no "Motobolo", o nome que identifica o triciclo da empresa baiana Bolos das Meninas. Mas as deformações causadas às mercadorias pelos sacolejos e buracos no asfalto não reduziram o carinho das empresárias de Salvador pelo veículo, que é tracionado por um motor de 200 cilindradas, comumente encontrado em motos modestas. Ao longo do tempo, elas aprenderam a utilizá-lo apenas como ponto de venda - os bolos são transportados até o triciclo em outro veículo, para que cheguem inteiros e vistosos.

"Ele não funciona para rodar grandes distâncias, mas é ótimo como ponto fixo. É nosso segundo ponto de venda mais rentável, atrás apenas de nossa loja no (bairro da) Pituba", diz Daniela Veloso, uma das empreendedoras que criaram a Bolo das Meninas, que tem quatro lojas fixas. A empresa tem outros dois pontos móveis de venda, uma Saveiro fechada e um Renault Kangoo. “Funciona muito bem também como propaganda, porque roda os bairros divulgando a marca”, acrescenta Daniela.

O baú de 2,25 metros cúbicos é um dos componentes customizáveis na Fag Brasil, única empresa homologada pela própria Motocar para transformar os tuk tucks fabricados no Brasil em pontos de venda. A oficina adapta mensalmente umas cinco unidades desse triciclo, e isso corresponde a 20% do número de veículos que transforma.

"Marcas fortes, como a Nestlé, pretendem operar com tuk tuks. A gente já customizou esses veículos até para os programas do Rodrigo Faro e da Xuxa. É um ponto de venda chamativo, acho que desperta muito mais o interesse do consumidor do que os quiosques, que se tornaram comuns", diz Gislene Gonçalves, diretora de marketing da Fag Brasil.

Luis Cassins é um empresário de São Paulo que cultivou um envolvimento duplo com esse veículo híbrido, mezzo moto, mezzo caminhonete. Customizou um triciclo para ele mesmo vender hambúrgueres e gostou bastante da brincadeira, a ponto de adaptar veículos para outros comerciantes. "Cheguei a achar que o tuk tuk ia ser uma roubada, porque a cidade é toda esburacada. Claramente é um veículo com limitações de suspensão, mas aos poucos aprendemos a trabalhar com ele. Quando monto as minhas operações de guerra, feitas em dias em que preparo uns mil lanches, obviamente não consigo armazenar mercadorias como carne e queijo num baú com três metros cúbicos. Nesses dias, uso uma carretinha como carro de apoio. É muito mais apertado do que um food truck, mas ainda é meio incomum e chama mais a atenção, atraindo clientes."

Por falar em chamar a atenção, os gêmeos Ricardo e Rodrigo Chanwei Chen radicalizaram. Customizaram e decoraram seu tuk tuk inspirados no carro que transportou Debi e Lóide (Jeff Daniels e Jim Carrey) no segundo filme da saga. Isso significa um tuk tuk com orelhas e língua de cachorro. Tudo para divulgar um negócio inusual pela própria natureza, a Padaria Pet, que vende cerveja sem álcool para cachorros, sorvete e molho de ração para o melhor amigo do homem. Os irmãos sino-brasileiros investiram R$ 40 mil no veículo, que costuma proporcionar faturamento de R$ 4 mil em grandes eventos caninos, como a Olimpíada e o cinema para cachorros.

“Os custos agora são irrisórios. Gastamos muito pouco com combustível e o tuk tuk é uma plataforma de venda muito boa”, diz Rodrigo.

O número de unidades vendidas por ano desde 2012, início da fabricação pela Motocar, oscila entre 1,2 e 1,5 mil. A cada cinco tuk tuks montados em Manaus, quatro vão para as mãos de empreendedores. Este ano, a montadora estima que 2 mil unidades sejam comercializadas.

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O raciocínio que empurrou vários empreendedores no rumo dos food trucks nunca esteve totalmente furado. Parecia fazer sentido ter um ponto de venda com agilidade e mobilidade com potencial para atrair clientes onde quer que estivessem, tudo isso sem custos imobiliários. Mas é justamente nesse terreno, o dos números, que outro tipo de ponto de venda, ainda mais ágil e barato, desponta como alternativa. Trata-se dos tuk tuks, uma espécie de triciclo facilmente encontrável no sudeste da Ásia, comum sobretudo na Tailândia. Um food truck já adaptado sai por R$ 180 mil. Já um tuk tuk customizado custa uns R$ 45 mil.

Única montadora desse tipo de veículo no Brasil, a Motocar, baseada na zona franca de Manaus, não gosta de usar a palavra tuk tuk, uma onomatopeia que remete ao barulho do motor e soa a precariedade, segundo Carlos Araújo, diretor comercial da empresa. Ele prefere chamar o veículo de triciclo e, depois de tentar emplacar o tuk tuk como meio de transporte, sem sucesso, depois para transporte de carga, também sem sucesso, a esperança da vez é transformar o produto em uma espécie de loja sobre rodas. "Nós temos um estudo que demonstra que o custo do tuk tuk por quilômetro rodado equivale a um terço do custo de um food truck", conta Araújo.

A experiência, no entanto, demonstra que nem todas as mercadorias se prestam ao transporte em tuk tuks. Era num estado meio sambado que chegavam os bolos transportados no "Motobolo", o nome que identifica o triciclo da empresa baiana Bolos das Meninas. Mas as deformações causadas às mercadorias pelos sacolejos e buracos no asfalto não reduziram o carinho das empresárias de Salvador pelo veículo, que é tracionado por um motor de 200 cilindradas, comumente encontrado em motos modestas. Ao longo do tempo, elas aprenderam a utilizá-lo apenas como ponto de venda - os bolos são transportados até o triciclo em outro veículo, para que cheguem inteiros e vistosos.

"Ele não funciona para rodar grandes distâncias, mas é ótimo como ponto fixo. É nosso segundo ponto de venda mais rentável, atrás apenas de nossa loja no (bairro da) Pituba", diz Daniela Veloso, uma das empreendedoras que criaram a Bolo das Meninas, que tem quatro lojas fixas. A empresa tem outros dois pontos móveis de venda, uma Saveiro fechada e um Renault Kangoo. “Funciona muito bem também como propaganda, porque roda os bairros divulgando a marca”, acrescenta Daniela.

O baú de 2,25 metros cúbicos é um dos componentes customizáveis na Fag Brasil, única empresa homologada pela própria Motocar para transformar os tuk tucks fabricados no Brasil em pontos de venda. A oficina adapta mensalmente umas cinco unidades desse triciclo, e isso corresponde a 20% do número de veículos que transforma.

"Marcas fortes, como a Nestlé, pretendem operar com tuk tuks. A gente já customizou esses veículos até para os programas do Rodrigo Faro e da Xuxa. É um ponto de venda chamativo, acho que desperta muito mais o interesse do consumidor do que os quiosques, que se tornaram comuns", diz Gislene Gonçalves, diretora de marketing da Fag Brasil.

Luis Cassins é um empresário de São Paulo que cultivou um envolvimento duplo com esse veículo híbrido, mezzo moto, mezzo caminhonete. Customizou um triciclo para ele mesmo vender hambúrgueres e gostou bastante da brincadeira, a ponto de adaptar veículos para outros comerciantes. "Cheguei a achar que o tuk tuk ia ser uma roubada, porque a cidade é toda esburacada. Claramente é um veículo com limitações de suspensão, mas aos poucos aprendemos a trabalhar com ele. Quando monto as minhas operações de guerra, feitas em dias em que preparo uns mil lanches, obviamente não consigo armazenar mercadorias como carne e queijo num baú com três metros cúbicos. Nesses dias, uso uma carretinha como carro de apoio. É muito mais apertado do que um food truck, mas ainda é meio incomum e chama mais a atenção, atraindo clientes."

Por falar em chamar a atenção, os gêmeos Ricardo e Rodrigo Chanwei Chen radicalizaram. Customizaram e decoraram seu tuk tuk inspirados no carro que transportou Debi e Lóide (Jeff Daniels e Jim Carrey) no segundo filme da saga. Isso significa um tuk tuk com orelhas e língua de cachorro. Tudo para divulgar um negócio inusual pela própria natureza, a Padaria Pet, que vende cerveja sem álcool para cachorros, sorvete e molho de ração para o melhor amigo do homem. Os irmãos sino-brasileiros investiram R$ 40 mil no veículo, que costuma proporcionar faturamento de R$ 4 mil em grandes eventos caninos, como a Olimpíada e o cinema para cachorros.

“Os custos agora são irrisórios. Gastamos muito pouco com combustível e o tuk tuk é uma plataforma de venda muito boa”, diz Rodrigo.

O número de unidades vendidas por ano desde 2012, início da fabricação pela Motocar, oscila entre 1,2 e 1,5 mil. A cada cinco tuk tuks montados em Manaus, quatro vão para as mãos de empreendedores. Este ano, a montadora estima que 2 mil unidades sejam comercializadas.

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O raciocínio que empurrou vários empreendedores no rumo dos food trucks nunca esteve totalmente furado. Parecia fazer sentido ter um ponto de venda com agilidade e mobilidade com potencial para atrair clientes onde quer que estivessem, tudo isso sem custos imobiliários. Mas é justamente nesse terreno, o dos números, que outro tipo de ponto de venda, ainda mais ágil e barato, desponta como alternativa. Trata-se dos tuk tuks, uma espécie de triciclo facilmente encontrável no sudeste da Ásia, comum sobretudo na Tailândia. Um food truck já adaptado sai por R$ 180 mil. Já um tuk tuk customizado custa uns R$ 45 mil.

Única montadora desse tipo de veículo no Brasil, a Motocar, baseada na zona franca de Manaus, não gosta de usar a palavra tuk tuk, uma onomatopeia que remete ao barulho do motor e soa a precariedade, segundo Carlos Araújo, diretor comercial da empresa. Ele prefere chamar o veículo de triciclo e, depois de tentar emplacar o tuk tuk como meio de transporte, sem sucesso, depois para transporte de carga, também sem sucesso, a esperança da vez é transformar o produto em uma espécie de loja sobre rodas. "Nós temos um estudo que demonstra que o custo do tuk tuk por quilômetro rodado equivale a um terço do custo de um food truck", conta Araújo.

A experiência, no entanto, demonstra que nem todas as mercadorias se prestam ao transporte em tuk tuks. Era num estado meio sambado que chegavam os bolos transportados no "Motobolo", o nome que identifica o triciclo da empresa baiana Bolos das Meninas. Mas as deformações causadas às mercadorias pelos sacolejos e buracos no asfalto não reduziram o carinho das empresárias de Salvador pelo veículo, que é tracionado por um motor de 200 cilindradas, comumente encontrado em motos modestas. Ao longo do tempo, elas aprenderam a utilizá-lo apenas como ponto de venda - os bolos são transportados até o triciclo em outro veículo, para que cheguem inteiros e vistosos.

"Ele não funciona para rodar grandes distâncias, mas é ótimo como ponto fixo. É nosso segundo ponto de venda mais rentável, atrás apenas de nossa loja no (bairro da) Pituba", diz Daniela Veloso, uma das empreendedoras que criaram a Bolo das Meninas, que tem quatro lojas fixas. A empresa tem outros dois pontos móveis de venda, uma Saveiro fechada e um Renault Kangoo. “Funciona muito bem também como propaganda, porque roda os bairros divulgando a marca”, acrescenta Daniela.

O baú de 2,25 metros cúbicos é um dos componentes customizáveis na Fag Brasil, única empresa homologada pela própria Motocar para transformar os tuk tucks fabricados no Brasil em pontos de venda. A oficina adapta mensalmente umas cinco unidades desse triciclo, e isso corresponde a 20% do número de veículos que transforma.

"Marcas fortes, como a Nestlé, pretendem operar com tuk tuks. A gente já customizou esses veículos até para os programas do Rodrigo Faro e da Xuxa. É um ponto de venda chamativo, acho que desperta muito mais o interesse do consumidor do que os quiosques, que se tornaram comuns", diz Gislene Gonçalves, diretora de marketing da Fag Brasil.

Luis Cassins é um empresário de São Paulo que cultivou um envolvimento duplo com esse veículo híbrido, mezzo moto, mezzo caminhonete. Customizou um triciclo para ele mesmo vender hambúrgueres e gostou bastante da brincadeira, a ponto de adaptar veículos para outros comerciantes. "Cheguei a achar que o tuk tuk ia ser uma roubada, porque a cidade é toda esburacada. Claramente é um veículo com limitações de suspensão, mas aos poucos aprendemos a trabalhar com ele. Quando monto as minhas operações de guerra, feitas em dias em que preparo uns mil lanches, obviamente não consigo armazenar mercadorias como carne e queijo num baú com três metros cúbicos. Nesses dias, uso uma carretinha como carro de apoio. É muito mais apertado do que um food truck, mas ainda é meio incomum e chama mais a atenção, atraindo clientes."

Por falar em chamar a atenção, os gêmeos Ricardo e Rodrigo Chanwei Chen radicalizaram. Customizaram e decoraram seu tuk tuk inspirados no carro que transportou Debi e Lóide (Jeff Daniels e Jim Carrey) no segundo filme da saga. Isso significa um tuk tuk com orelhas e língua de cachorro. Tudo para divulgar um negócio inusual pela própria natureza, a Padaria Pet, que vende cerveja sem álcool para cachorros, sorvete e molho de ração para o melhor amigo do homem. Os irmãos sino-brasileiros investiram R$ 40 mil no veículo, que costuma proporcionar faturamento de R$ 4 mil em grandes eventos caninos, como a Olimpíada e o cinema para cachorros.

“Os custos agora são irrisórios. Gastamos muito pouco com combustível e o tuk tuk é uma plataforma de venda muito boa”, diz Rodrigo.

O número de unidades vendidas por ano desde 2012, início da fabricação pela Motocar, oscila entre 1,2 e 1,5 mil. A cada cinco tuk tuks montados em Manaus, quatro vão para as mãos de empreendedores. Este ano, a montadora estima que 2 mil unidades sejam comercializadas.

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