A Di Cunto, templo da gastronomia italiana localizada no bairro da Mooca, em São Paulo, está passando por uma reestruturação que vai profissionalizar ainda mais o empreendimento essencialmente familiar. Fundado há 80 anos, o lugar, hoje administrado por Marco Alfredo Di Cunto Júnior, terceira geração sucessora, tapa as arestas e está “organizando a casa” para atender um mercado que exige da companhia, cada vez mais, planejamento e preocupação com os custos.
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“Por muitos anos nos estruturamos a partir do faturamento do Natal. Dezembro garantia os outros meses. Mas temos uma estrutura muito grande e isso vem exigindo mudanças”, contou Marco, no último módulo do evento que reuniu empreendedores do setor de doces em São Paulo.
De acordo com o empreendedor, o cenário nacional, tanto político quanto econômico, sinaliza que não é o momento de expandir seu negócio. “Agora é hora de organizar a casa”. No caso da Di Cunto, arrumar significa diminuir a dependência de datas sazonais e ampliar as condições para que meses de movimento mais fracos resultem em mais receita.
Para isso, a marca, que tem mais de mil itens de fabricação própria, passou a atender o mercado corporativo com mais vigor e também busca maneiras para aumentar e melhorar a distribuição dos seus produtos no varejo. “Desta forma estamos conseguindo diluir o peso que o Natal tinha dentro da empresa. Os produtos são de qualidade e vão continuar. Vamos continuar fazendo as mesmas coisas, mas de um jeito otimizado. Em vez de subir os preços dos produtos, estamos tentando gerar receita em outros lugares e de outras formas”, explica o empresário de São Paulo.
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Desafios. Quando o assunto é pulverizar as fontes de receita, normalmente, uma das primeiras alternativas que seduzem um empreendedor – seja lá qual for o seu ramo de atuação – é transformar o negócio em um modelo de franquias. A Di Cunto, no entanto, não pensa nisso. Nem em ampliar o número de lojas próprias – hoje são quatro unidades em São Paulo.
“A parte mais difícil de uma expansão é manter o controle de qualidade. Seja o atendimento ou produtos. Tem que pensar nisso tudo antes”, diz o administrador, que conta com os conselhos dos familiares na tomada de decisões.
A falta de tempo e a urgência de soluções para questões do dia a dia, segundo Marco, engessam a vida do pequeno empresário. Com os minutos contados, fica mais difícil planejar o que vai ser feito. “A nossa produtividade, por exemplo, não era questionada por estar disfarçada em outras questões. Tinham coisas mais emergenciais a serem resolvidas”, explica.
Mas, segundo ele, é necessário olhar e discutir a empresa sempre que possível. “Planejamento é a palavra de ordem em qualquer empresa”, avalia Marco. “Todas precisam de um.”