O depoimento do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) ao Conselho de Ética reforçou as contradições das informações prestadas anteriormente pela ex-diretora do Prodasen Regina Peres Borges e do senador José Roberto Arruda (sem partido/DF), sobre sua participação no processo de violação do painel de votação do Senado. As contradições reforçadas nesta quinta-feira são as seguintes: Iniciativa - Segundo Regina Borges, Arruda lhe ?pedira? na noite anterior à cassação do ex-senador Luiz Estevão (PMDB-DF), em nome do então presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães, que obtivesse a lista da votação secreta. Arruda negou, em discurso da tribuna, que tivesse pedido a lista e que tivesse mencionado ACM. Ele disse que apenas ?consultou? a ex-diretora sobre a possibilidade de obtenção dos votos. Lista - Regina Borges disse que Arruda lhe cobrara, em várias ocasiões, no dia da votação, a entrega da lista, para ser encaminhada a ACM. Arruda negou a cobrança. Disse que recebera telefonema de Regina, dizendo que precisava entregar um documento, e que incumbiu seu assessor Domingos Lamoglia de receber o documento. ACM negou as duas versões. Contou que recebeu a lista de Arruda, sem explicar por que a relação lhe fora entregue. Telefonema - Regina Borges disse que na noite do dia da cassação, recebeu telefonema de ACM, agradecendo a obtenção da lista. Arruda disse ter presenciado, no gabinete de ACM, ao telefonema de agradecimento. Não soube explicar por que o agradecimento, uma vez que ele mesmo dissera que o ex-presidente do Senado não pedira a lista. ACM negou o telefonema de agradecimento. Disse que falara com Regina sobre assuntos funcionais. Adulteração - Regina Borges garantiu que não houve adulteração dos votos dos senadores, mas apenas a quebra de seu sigilo. Arruda questionou a declaração da ex-diretora, alegando a rapidez com que a violação fora feita. ACM usou o laudo da Unicamp para afirmar que não houve nenhuma adulteração da votação, embora essa afirmação não seja verdadeira. Calvário - Regina Borges relatou vários encontros e telefonemas trocados entre ela, ACM e Arruda, depois que a imprensa começou a noticiar indícios da violação do painel. Arruda lhe recomendara sigilo, até ?sob tortura?. Arruda confirmou encontros, mas os atribuiu à preocupação da ex-diretora com a possível descoberta da fraude feita por ela. ACM negou ter tratado da violação do painel nesses encontros, em que, segundo ele, teriam tratado de assuntos administrativos do Prodasen.
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