Carne está bem mais cara e preço deve continuar subindo


Por Marcelo Moreira

FABRÍCIO DE CASTRO - JORNAL DA TARDE

As carnes bovinas de segunda, que tradicionalmente têm preços mais baixos que os cortes de primeira, foram as que registraram os maiores reajustes desde o início do ano. Quem sofre mais é a população de baixa renda, acostumada a consumir as carnes mais baratas. E não deve parar por aí: a expectativa do mercado é que o custo continue subindo até 2010.

Números do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas (Fipe) mostram que, na Cidade de São Paulo, os preços cobrados do consumidor final passaram a subir com mais intensidade em abril. O maior peso recai sobre as carnes de segunda. O músculo, por exemplo, subiu 2,18% em abril e 8,27% em maio. Nos meses seguintes, os preços dispararam: 16,76% em junho e 8,13% em julho.

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As carnes de primeira também apresentaram variações nos últimos meses, mas os aumentos foram inferiores. O preço da picanha subiu 6,77% em junho e, no mês seguinte, chegou a cair 1,07%.

Como são consumidas principalmente por pessoas de baixa renda e pela classe média, as carnes de segunda pressionam o orçamento das famílias. "Está muito difícil comprar carne", reclama a gerente de loja Maria Eunice Moreira, de 48 anos.

Com quatro pessoas em casa, Maria Eunice gasta cerca de R$ 55 por semana, dando preferência às carnes de segunda, como o acém. "O preço aumentou muito no último mês. Com isso, estou comprando menos carne de boi e levando mais frango, que está mais barato."

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As substituições, no entanto, nem sempre são tão eficientes. Além disso, quem insiste na carne bovina vai precisar se preparar para novos aumentos, que devem continuar até 2010.

Demanda alta

O economista Chau Kuo Hue, da LCA Consultores, explica que o alto preço da carne está ligado à baixa produção e ao aumento da demanda. "Desde 2002, os preços da carne de boi vinham caindo em todo o mundo. E em 2005, o Brasil deixou de exportar parte da produção por causa da febre aftosa, o que reduziu os preços ainda mais no mercado interno", diz.

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Em reação, os criadores passaram a abater mais matrizes (fêmeas) para reequilibrar os preços no futuro. "O abate feito na época se reflete no tamanho atual do rebanho", diz Hue. Em 2005, o rebanho efetivo brasileiro era de 207 milhões de cabeças. Em 2006, ele caiu para 205,9 milhões.

Ao mesmo tempo em que o número de bois no pasto caía, os brasileiros melhoraram sua situação financeira. "Com melhores salários, eles começaram a comprar mais carne", afirma o economista. Em 2005, o consumo per capita (por pessoa) foi de 36,9 quilos. Em 2007, cada brasileiro consumiu, em média, 38,6 quilos de carne bovina.

Outro fator que contribuiu para os reajustes foi o aumento das exportações. Como há um crescimento do consumo em todo o mundo, o setor também aproveita para vender para outros países - a carne que vai para a Europa falta no açougue brasileiro. Somente no ano passado, o Brasil exportou 1,3 mil toneladas de carne.

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Apenas após 2010, segundo a projeção da LCA, a produção e o consumo devem se reequilibrar. "O setor bovino é cíclico", lembra Hue. "O bezerro que é criado hoje só vai ser abatido daqui a cinco anos. Estamos em um ciclo de alta que deve durar até 2010."

Impacto nos preços

 Foto: Estadão
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Com menos carne disponível, os preços disparam e atingem o consumidor final. "O impacto ocorre em toda a cadeira produtiva. Se o custo de produção sobe, o açougue também precisa aumentar os preços, ou não consegue se sustentar", explica o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo, Manuel Henrique Farias Ramos.

Nem todo o custo, no entanto, é repassado ao consumidor final. Hoje, os açougues trabalham com margens pequenas, por causa da concorrência. Segundo Ramos, isso impede que eles absorvam todo o aumento.

O empresário Ijacir Augusto de Santi, dono do açougue Bom Retiro, no Centro de São Paulo, afirma que o custo da carne de boi subiu em média 20% nos últimos meses. "Só que eu consegui repassar apenas 12%. Mais do que isso, as pessoas reclamam."

FABRÍCIO DE CASTRO - JORNAL DA TARDE

As carnes bovinas de segunda, que tradicionalmente têm preços mais baixos que os cortes de primeira, foram as que registraram os maiores reajustes desde o início do ano. Quem sofre mais é a população de baixa renda, acostumada a consumir as carnes mais baratas. E não deve parar por aí: a expectativa do mercado é que o custo continue subindo até 2010.

Números do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas (Fipe) mostram que, na Cidade de São Paulo, os preços cobrados do consumidor final passaram a subir com mais intensidade em abril. O maior peso recai sobre as carnes de segunda. O músculo, por exemplo, subiu 2,18% em abril e 8,27% em maio. Nos meses seguintes, os preços dispararam: 16,76% em junho e 8,13% em julho.

As carnes de primeira também apresentaram variações nos últimos meses, mas os aumentos foram inferiores. O preço da picanha subiu 6,77% em junho e, no mês seguinte, chegou a cair 1,07%.

Como são consumidas principalmente por pessoas de baixa renda e pela classe média, as carnes de segunda pressionam o orçamento das famílias. "Está muito difícil comprar carne", reclama a gerente de loja Maria Eunice Moreira, de 48 anos.

Com quatro pessoas em casa, Maria Eunice gasta cerca de R$ 55 por semana, dando preferência às carnes de segunda, como o acém. "O preço aumentou muito no último mês. Com isso, estou comprando menos carne de boi e levando mais frango, que está mais barato."

As substituições, no entanto, nem sempre são tão eficientes. Além disso, quem insiste na carne bovina vai precisar se preparar para novos aumentos, que devem continuar até 2010.

Demanda alta

O economista Chau Kuo Hue, da LCA Consultores, explica que o alto preço da carne está ligado à baixa produção e ao aumento da demanda. "Desde 2002, os preços da carne de boi vinham caindo em todo o mundo. E em 2005, o Brasil deixou de exportar parte da produção por causa da febre aftosa, o que reduziu os preços ainda mais no mercado interno", diz.

Em reação, os criadores passaram a abater mais matrizes (fêmeas) para reequilibrar os preços no futuro. "O abate feito na época se reflete no tamanho atual do rebanho", diz Hue. Em 2005, o rebanho efetivo brasileiro era de 207 milhões de cabeças. Em 2006, ele caiu para 205,9 milhões.

Ao mesmo tempo em que o número de bois no pasto caía, os brasileiros melhoraram sua situação financeira. "Com melhores salários, eles começaram a comprar mais carne", afirma o economista. Em 2005, o consumo per capita (por pessoa) foi de 36,9 quilos. Em 2007, cada brasileiro consumiu, em média, 38,6 quilos de carne bovina.

Outro fator que contribuiu para os reajustes foi o aumento das exportações. Como há um crescimento do consumo em todo o mundo, o setor também aproveita para vender para outros países - a carne que vai para a Europa falta no açougue brasileiro. Somente no ano passado, o Brasil exportou 1,3 mil toneladas de carne.

Apenas após 2010, segundo a projeção da LCA, a produção e o consumo devem se reequilibrar. "O setor bovino é cíclico", lembra Hue. "O bezerro que é criado hoje só vai ser abatido daqui a cinco anos. Estamos em um ciclo de alta que deve durar até 2010."

Impacto nos preços

 Foto: Estadão

Com menos carne disponível, os preços disparam e atingem o consumidor final. "O impacto ocorre em toda a cadeira produtiva. Se o custo de produção sobe, o açougue também precisa aumentar os preços, ou não consegue se sustentar", explica o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo, Manuel Henrique Farias Ramos.

Nem todo o custo, no entanto, é repassado ao consumidor final. Hoje, os açougues trabalham com margens pequenas, por causa da concorrência. Segundo Ramos, isso impede que eles absorvam todo o aumento.

O empresário Ijacir Augusto de Santi, dono do açougue Bom Retiro, no Centro de São Paulo, afirma que o custo da carne de boi subiu em média 20% nos últimos meses. "Só que eu consegui repassar apenas 12%. Mais do que isso, as pessoas reclamam."

FABRÍCIO DE CASTRO - JORNAL DA TARDE

As carnes bovinas de segunda, que tradicionalmente têm preços mais baixos que os cortes de primeira, foram as que registraram os maiores reajustes desde o início do ano. Quem sofre mais é a população de baixa renda, acostumada a consumir as carnes mais baratas. E não deve parar por aí: a expectativa do mercado é que o custo continue subindo até 2010.

Números do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas (Fipe) mostram que, na Cidade de São Paulo, os preços cobrados do consumidor final passaram a subir com mais intensidade em abril. O maior peso recai sobre as carnes de segunda. O músculo, por exemplo, subiu 2,18% em abril e 8,27% em maio. Nos meses seguintes, os preços dispararam: 16,76% em junho e 8,13% em julho.

As carnes de primeira também apresentaram variações nos últimos meses, mas os aumentos foram inferiores. O preço da picanha subiu 6,77% em junho e, no mês seguinte, chegou a cair 1,07%.

Como são consumidas principalmente por pessoas de baixa renda e pela classe média, as carnes de segunda pressionam o orçamento das famílias. "Está muito difícil comprar carne", reclama a gerente de loja Maria Eunice Moreira, de 48 anos.

Com quatro pessoas em casa, Maria Eunice gasta cerca de R$ 55 por semana, dando preferência às carnes de segunda, como o acém. "O preço aumentou muito no último mês. Com isso, estou comprando menos carne de boi e levando mais frango, que está mais barato."

As substituições, no entanto, nem sempre são tão eficientes. Além disso, quem insiste na carne bovina vai precisar se preparar para novos aumentos, que devem continuar até 2010.

Demanda alta

O economista Chau Kuo Hue, da LCA Consultores, explica que o alto preço da carne está ligado à baixa produção e ao aumento da demanda. "Desde 2002, os preços da carne de boi vinham caindo em todo o mundo. E em 2005, o Brasil deixou de exportar parte da produção por causa da febre aftosa, o que reduziu os preços ainda mais no mercado interno", diz.

Em reação, os criadores passaram a abater mais matrizes (fêmeas) para reequilibrar os preços no futuro. "O abate feito na época se reflete no tamanho atual do rebanho", diz Hue. Em 2005, o rebanho efetivo brasileiro era de 207 milhões de cabeças. Em 2006, ele caiu para 205,9 milhões.

Ao mesmo tempo em que o número de bois no pasto caía, os brasileiros melhoraram sua situação financeira. "Com melhores salários, eles começaram a comprar mais carne", afirma o economista. Em 2005, o consumo per capita (por pessoa) foi de 36,9 quilos. Em 2007, cada brasileiro consumiu, em média, 38,6 quilos de carne bovina.

Outro fator que contribuiu para os reajustes foi o aumento das exportações. Como há um crescimento do consumo em todo o mundo, o setor também aproveita para vender para outros países - a carne que vai para a Europa falta no açougue brasileiro. Somente no ano passado, o Brasil exportou 1,3 mil toneladas de carne.

Apenas após 2010, segundo a projeção da LCA, a produção e o consumo devem se reequilibrar. "O setor bovino é cíclico", lembra Hue. "O bezerro que é criado hoje só vai ser abatido daqui a cinco anos. Estamos em um ciclo de alta que deve durar até 2010."

Impacto nos preços

 Foto: Estadão

Com menos carne disponível, os preços disparam e atingem o consumidor final. "O impacto ocorre em toda a cadeira produtiva. Se o custo de produção sobe, o açougue também precisa aumentar os preços, ou não consegue se sustentar", explica o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo, Manuel Henrique Farias Ramos.

Nem todo o custo, no entanto, é repassado ao consumidor final. Hoje, os açougues trabalham com margens pequenas, por causa da concorrência. Segundo Ramos, isso impede que eles absorvam todo o aumento.

O empresário Ijacir Augusto de Santi, dono do açougue Bom Retiro, no Centro de São Paulo, afirma que o custo da carne de boi subiu em média 20% nos últimos meses. "Só que eu consegui repassar apenas 12%. Mais do que isso, as pessoas reclamam."

FABRÍCIO DE CASTRO - JORNAL DA TARDE

As carnes bovinas de segunda, que tradicionalmente têm preços mais baixos que os cortes de primeira, foram as que registraram os maiores reajustes desde o início do ano. Quem sofre mais é a população de baixa renda, acostumada a consumir as carnes mais baratas. E não deve parar por aí: a expectativa do mercado é que o custo continue subindo até 2010.

Números do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas (Fipe) mostram que, na Cidade de São Paulo, os preços cobrados do consumidor final passaram a subir com mais intensidade em abril. O maior peso recai sobre as carnes de segunda. O músculo, por exemplo, subiu 2,18% em abril e 8,27% em maio. Nos meses seguintes, os preços dispararam: 16,76% em junho e 8,13% em julho.

As carnes de primeira também apresentaram variações nos últimos meses, mas os aumentos foram inferiores. O preço da picanha subiu 6,77% em junho e, no mês seguinte, chegou a cair 1,07%.

Como são consumidas principalmente por pessoas de baixa renda e pela classe média, as carnes de segunda pressionam o orçamento das famílias. "Está muito difícil comprar carne", reclama a gerente de loja Maria Eunice Moreira, de 48 anos.

Com quatro pessoas em casa, Maria Eunice gasta cerca de R$ 55 por semana, dando preferência às carnes de segunda, como o acém. "O preço aumentou muito no último mês. Com isso, estou comprando menos carne de boi e levando mais frango, que está mais barato."

As substituições, no entanto, nem sempre são tão eficientes. Além disso, quem insiste na carne bovina vai precisar se preparar para novos aumentos, que devem continuar até 2010.

Demanda alta

O economista Chau Kuo Hue, da LCA Consultores, explica que o alto preço da carne está ligado à baixa produção e ao aumento da demanda. "Desde 2002, os preços da carne de boi vinham caindo em todo o mundo. E em 2005, o Brasil deixou de exportar parte da produção por causa da febre aftosa, o que reduziu os preços ainda mais no mercado interno", diz.

Em reação, os criadores passaram a abater mais matrizes (fêmeas) para reequilibrar os preços no futuro. "O abate feito na época se reflete no tamanho atual do rebanho", diz Hue. Em 2005, o rebanho efetivo brasileiro era de 207 milhões de cabeças. Em 2006, ele caiu para 205,9 milhões.

Ao mesmo tempo em que o número de bois no pasto caía, os brasileiros melhoraram sua situação financeira. "Com melhores salários, eles começaram a comprar mais carne", afirma o economista. Em 2005, o consumo per capita (por pessoa) foi de 36,9 quilos. Em 2007, cada brasileiro consumiu, em média, 38,6 quilos de carne bovina.

Outro fator que contribuiu para os reajustes foi o aumento das exportações. Como há um crescimento do consumo em todo o mundo, o setor também aproveita para vender para outros países - a carne que vai para a Europa falta no açougue brasileiro. Somente no ano passado, o Brasil exportou 1,3 mil toneladas de carne.

Apenas após 2010, segundo a projeção da LCA, a produção e o consumo devem se reequilibrar. "O setor bovino é cíclico", lembra Hue. "O bezerro que é criado hoje só vai ser abatido daqui a cinco anos. Estamos em um ciclo de alta que deve durar até 2010."

Impacto nos preços

 Foto: Estadão

Com menos carne disponível, os preços disparam e atingem o consumidor final. "O impacto ocorre em toda a cadeira produtiva. Se o custo de produção sobe, o açougue também precisa aumentar os preços, ou não consegue se sustentar", explica o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo, Manuel Henrique Farias Ramos.

Nem todo o custo, no entanto, é repassado ao consumidor final. Hoje, os açougues trabalham com margens pequenas, por causa da concorrência. Segundo Ramos, isso impede que eles absorvam todo o aumento.

O empresário Ijacir Augusto de Santi, dono do açougue Bom Retiro, no Centro de São Paulo, afirma que o custo da carne de boi subiu em média 20% nos últimos meses. "Só que eu consegui repassar apenas 12%. Mais do que isso, as pessoas reclamam."

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