No momento em que o PSDB discute a participação do partido em um eventual governo Temer, o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional da sigla, se reuniu na tarde desta quinta-feira, 28, com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para tratar do assunto.
Em seguida, o tucano seguirá para o Palácio dos Bandeirantes, onde se encontrará com o governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que representa atualmente o principal foco de resistência no PSDB ao embarque no eventual governo Temer. "O PSDB fará o que for necessário para tirar o Brasil da crise e não para viabilizar um eventual projeto de poder que tenha", disse Aécio ao chegar ao prédio onde mora FHC, no bairro de Higienópolis, em São Paulo.
O presidente do PSDB, que ainda está no local, disse que a conversa será rápida e deverá durar no máximo 40 minutos.
Aécio também apresentará a FHC o conjunto de sugestões que será levado ao vice-presidente da República, Michel Temer. "Eu já disse e reitero: o PSDB tem responsabilidade com o País. Não é beneficiário do impeachment mas assumirá sua responsabilidade e apoiará uma agenda emergencial no eventual futuro presidente Michel Temer."
Nas últimos semanas, dirigentes e parlamentares tucanos deram várias sinalizações de que o PSDB não participaria com cargos em um eventual governo de Temer. Aliado do governador Geraldo Alckmin, o deputado Silvio Torres (SP), secretário-geral do PSDB, chegou a propor que os tucanos interessados em ocupar cargos se licenciassem da sigla. A ideia, porém, não prosperou. Nos últimos dias, o partido deu uma nova guinada no discurso e passou a considerar a possibilidade de um embarque total na eventual próxima gestão, ideia que é defendida por FHC.
A decisão final será anunciada no próximo dia 3 de maio, quando a executiva nacional do partido se reunirá em Brasília.